quinta-feira, 30 de maio de 2024

De: Assu Antigo

MANÉ RAPOSA, A ESTRELA DO MUNICIPAL


Manoel Balbino dos Santos, 60 anos, casado com Raimunda Maria de Souza, pai de três filhos, nasceu em Timbaúba, Ipanguaçu, veio para o Assu com quatro anos morar com os avós. Estudou até o ginásio no Ginásio Pedro Amorim, concluindo em 1972.

O primeiro emprego foi como padeiro de Jaime de Antônio Carneiro, depois com Tarcísio da Sorveteria, em seguida (1967), ingressou como vocalista na Banda de Seu Cristóvão, “Os Professores”. Aí vieram: Sambrasa (Caicó), Fórmula 5 (Macau), The Love (Lages), Alta Tensão (Sapé-PB), Perdidos e Achados (Mossoró), Brasa Samba Show (Assú). Sempre vocalista.

Atualmente Manuel não exercita mais essa atividade, se limitando a ficar em casa com a esposa, que é aposentada, ele não, e a enviar “bilhetes” para amigos quando tem alguma dificuldade. Mora na casa numero 1738, na rua 24 de junho vizinho a AABB.

Você desistiu de ser interprete. O que deu errado? “Um arrependimento. Foi só uma oportunidade que eu tive de gravar com Roberto Muller, ele quis me levar, eu não fui. Isso contribuiu muito para não dá certo. Foi o meu primeiro erro na carreira, em 1972, aqui em Assu.

Mesmo com esse arrependimento, continuou cantando? Continuarei. Era minha vida, né? O conjunto era melhor do que vestibular em conjunto nunca me decepcionarei.

Mané Raposa, como surgiu esse nome? A gente vinha de um jogo em Jucurutu num carro tipo Pau-de-arara fomos jogar lá aí, de lá pra cá, eu me levanto e grito: Lá vai uma raposa! Todo mundo olhou e ninguém viu. Daí pra cá, Chico Lamparina e outros me batizaram de “Mané Raposa”. Hoje se perguntarem quem é Manoel Balbino, ninguém sabe.

E quanto a “Mané Fox!’ Foi a turma do Municipal; Ronaldo, Lourinaldo, Jaques sobrinho de Chico Lamparina e outros... Abrahão que está no Canadá, Olegário de Seu Ademar do Correio que era professor de inglês... eu não sabia não, mas depois me disseram que fox era raposa, raposa em inglês, mas num pegou não. Até hoje, graças a Deus, a raposa é mais forte.

Quando foi o auge e Mané Raposa? De 70 a 85 quando acabou a Roda de Samba.

O que você ganhou nessa época. O que tirou de positivo? As amizades que eu tenho, eu ganhei com a música. Gilvan, eu vou dizer uma coisa a você: tem um amigo meu em Macau, fui tocar uma vez lá, assim que tinha surgido “Mar de rosas.” Eu cantei 25 vezes numa festa só pra esse senhor, ele era estivador, eu cantava, ele fazia assim (faz gesto) com o dedo. Eu cantava de novo. Até hoje é o maior amigo que tenho em Macau. Seu Gino.

Como era cantar em inglês, sem saber inglês? Decorava a pronúncia e a melodia. Pronto. Cantava por intuição. Eu dizia uma coisa, as pessoas entendiam outra. Mas, eu acho que isso nunca existiu não.

Está a quanto tempo fora de banda? Desde 1985.
Segundo Barrinho, companheiro de roda de samba e farra, você já se despediu da vida artística 16 vezes, vai ter outra? Todo ano, né? Enquanto tiver voz.

Que história é essa dos bilhetes? É assim: as vezes eu não quero falar no seu ouvido na frente de alguém, aí escrevo um bilhete com aquilo que tô necessitando, você ler e me atende. Né certo?

Quem são as pessoas mais endereçadas, você pode dizer? Ah! A pessoa que recebeu mais bilhete foi Rivanildo do Cartório. Perdi a conta. Depois dele, Quinha de João Branco, Batistinha do Jogo do jogo do bicho e outros. Agora quero ver bandas, tá com amigos e gosto muito de Djavan. É.

(Entrevista de Gilvan Lopes. Revista Reboliço, n. 17, janeiro, fevereiro e março, 2008) 

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