sábado, 3 de maio de 2025

 

De Renato Caldas

Recebo de Renato Caldas, meu velho e querido amigo, um poema que logo mais abaixo transcrevo. Vem num bilhete, valendo como resposta a uma carta

que mandei, escrita num instante de boemia, quando as lembranças do poeta aumentaram um pouco o resultado: mal traçada linhas foram mandadas pelo

fiel “correio” Expedito Silveira. Deixemos que o poeta

Renato fale:

O imortal 


Eu não irei morrer,

Não.

Irei sempre viver,

Como tenho vivido.

Os tecidos que desçam

e apodreçam,

alimentando germes no jazigo.

Não sou matéria.

Sou centelha.

Sou a vida da vida

que há milênios de séculos

na caminhada etérea

da função,

reanimo corpos, dando-lhes expansão

73A centelha é eterna

É infinita.

Tudo vive...

– Nas pedras de uma igreja,

Nos bancos da taberna,

Viceja

e habita

à luz da Vida Eterna!!!

Eu não irei morrer.

Não há consumação

para a vida imortal.

Na minha trajetória sideral,

irei resplandecer

e deixarei meus rastros,

nos cometas e nos astros,

até chegar um dia à perfeição.

Eu?

Eu não irei morrer.

 

 ________________Sete poemas quase inéditos & Outras crônicas não selecionadas - Organizadores Paulo de Tarso Correia de Melo e Gustavo Sobral

Nenhum comentário:

  A TIA Por João Lins Caldas A tia velhinha Se eu tenho essa tia Se viva ela mora Se canta baixinho Rendendo cantigas Serzindo lembranças As...