De Renato Caldas
Recebo de Renato Caldas, meu velho e querido amigo, um poema que logo mais abaixo transcrevo. Vem num bilhete, valendo como resposta a uma carta
que mandei, escrita num instante de
boemia, quando as lembranças do poeta aumentaram um pouco o resultado: mal
traçada linhas foram mandadas pelo
fiel “correio” Expedito Silveira.
Deixemos que o poeta
Renato fale:
O imortal
Eu não irei morrer,
Não.
Irei sempre viver,
Como tenho vivido.
Os tecidos que desçam
e apodreçam,
alimentando germes no jazigo.
Não sou matéria.
Sou centelha.
Sou a vida da vida
que há milênios de séculos
na caminhada etérea
da função,
reanimo corpos, dando-lhes expansão
73A centelha é eterna
É infinita.
Tudo vive...
– Nas pedras de uma igreja,
Nos bancos da taberna,
Viceja
e habita
à luz da Vida Eterna!!!
Eu não irei morrer.
Não há consumação
para a vida imortal.
Na minha trajetória sideral,
irei resplandecer
e deixarei meus rastros,
nos cometas e nos astros,
até chegar um dia à perfeição.
Eu?
Eu não irei morrer.
________________Sete poemas quase inéditos & Outras crônicas não selecionadas - Organizadores Paulo de Tarso Correia de Melo e Gustavo Sobral
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