Arraial de Santa Margarida, Arraial de Nossa Senhora dos Prazeres, Povoação de São Batista da Ribeira do Assu,, Julgado de São João Batista, Freguesia de São João Batista, em 1726, Vila Nova da Princesa por Ordem Régia de 22 de julho de 1766, instalada à 11 de agosto de 1788. elevou-se a categoria de cidade, através da Lei nº 124, de 16 de outubro de 1845, do deputado Provincial João Carlos Lins Wanderley.
Assu, participou na Guerra do Paraguai - 1864/1870, mandando um grupo de valentes a campos paraguaios, como Ulisses Olegário Lins Caldas ou simplesmente Ulisses Caldas (que é nome de Rua em Assu, Natal e já foi nome de praça em Porto Alegre/RS), bem como seu irmão João Pecerval Lins Caldas, entre outros. Sobre Ulisses, Câmara Cascudo em O Livro das Velhas Figuras, vol. IV, depõe que um “veterano da Guerra do Paraguai, contou-lhe que, num combate, carregando a baioneta, rebentou no meio da tropa, uma mina. Areia, fogo, estilhaços, voaram semeando a morte, escurecendo o ambiente que se torno trágico, na irreprimível onda de pavor. De espada em punho, negro de pólvora, desvairado, Ulisses Caldas passou, como um relâmpago, para a vanguarda do seu pelotão gritando: - Avante, camaradas! Ainda é vivo Ulisses! E todo batalhão em acelerado, faiscando de entusiasmo seguiu o jovem alferes de vinte anos, vivando o Brasil.”
Ulisses Caldas tombou morto na tomada do forte de Curuzu que ficava à margem esquerda do rio Paraguai depois que tomou dois canhões, colocando ali o pavilhão nacional. Foi o primeiro soldado a penetrar as trincheiras inimigas. Por seus atos de heroísmo e patriotismo foi promovido ao posto de tenente e condecorado com a Imperial Ordem do Cruzeiro, a mando de Dom Pedro.
Assu teve ainda participação marcante aderindo a Revolução Pernambucana, em 1817, na Guerra dos Mascate, em 1710, na Abolição, em 1885 (três anos antes da Lei Aurea que pôs fim a escravatura no Brasil), além de ter reagido ao movimento conhecido como Revolta de Pinto Madeira, um revolucionário cearense que ameaçava invadir o Assu, em 1832. Para combater pinto Madeira o Cel. Wanderley armou 300 homens as suas expensas e foram até a fronteira com o Ceará, combatê-lo. Madeira, ao ver a reação dos assuenses, hasteou bandeira branca. Por esse ato de heroísmo, Cel. Wanderlei foi agraciado pelo Senado da Câmara, com o título de Cel. Wanderley.
Seus filhos são importantes na política, no jornalismo, nas letras, nas artes com destaque na poesia com Renato Caldas e João Lins Caldas. Esse último considerado o pai da poesia moderna brasileira.
Assu foi importante com Brito Guerra (nascido na Vila do Assu), primeiro senador pelo Rio Grande do Norte, durante o período Imperial, bem como com Luiz Carlos Lins Wanderley que foi deputado federal constituinte ainda no tempo do Brasil Império e presidente da Província do Rio Grande do Norte, em 1886. Sobre Luiz Carlos Câmara Cascudo escreveu: “bom médico, amigo dos pobres, inteligente, lido, falando bem, anulou-o o ambiente doce da cidade pequenina. Sua reação cultural, alta e sólida na esplêndida bibliografia que produziu”.
Por fim, seu povo, outrora afeito quase que exclusivamente as coisas do espírito e ao labor intelectual que elevou o nome da cidade, caracteriza-se hoje como uma população heterogênea adepta dos mais renhidos embates político-partidários. O que, aliás, também contribuiu e ainda contribui para destacar a significação do seu topônimo, provando que sob qualquer aspecto, Assu será sempre grande 'grande'.
Parabéns Assu, minha terra berço, pelos seus 180 anos que ganhou foros de Cidade.
Fernando Caldas

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