quinta-feira, 17 de junho de 2010

POETAS, ESCRITORES E INTELECTUAIS

(Fascículo, 14, Educação e Cultura, Tribuna do Norte)

Poetas, Escritores e Intelectuais

A vida intelectual, no Rio Grande do Norte, estava ligada ao jornalismo político. E a "modinha", no dizer de Câmara Cascudo, representava a "exteriorização literária".

O mesmo autor descreve o contexto da época: "os poetas ficavam na classe populesca dos improvisados ou dos modinheiros, versos eram musicados e cantados nas serenatas, acompanhados pelos vilões sonoros".

Alguns poetas que se destacaram na época foram Miguel Vieira de Melo (1821-1856), Gustavo da Silva (1832-1856), Rafael Aracanjo da Fonseca (1811-1882), etc.

O primeiro jornal do Rio Grande do Norte, o "Nordeste", foi fundado pelo padre Francisco Brito Guerra, em 1832.

Depois, João Manuel de Carvalho, fundou o primeiro órgão de imprensa de caráter literário, chamado 'O Recreio'.

Outros jornais foram surgindo com maior ou menor duração, revelando para a comunidade diversos jornalistas e intelectuais: Joaquim Fagundes (1857-1877) e José Teófilo (1852-1879), por exemplo.

Na década 1870 - 1880, os bailes, que eram mensais, se transformaram em locais onde as pessoas cantavam e declamavam poesias.

Merece destaque uma potiguar que passou vinte e oito anos na Europa e se tornou célebre pela sua luta a favor do soerguimento da mulher, sendo igualmente, uma grande escritora. Dionísia Gonçalves Pinto, mais conhecida pelo seu pseudônimo Nísia Floresta, nasceu no sítio Floresta, em Papari (hoje Nísia Floresta, em sua homenagem), no dia 12 de outubro de 1810, falecendo na França, em Rouen, a 24 de abril de 1885. A sua bibliografia é ampla: "Daciz ou a Jovem Completa" (Rio, 1847), "Itineraire d'un voyage en Allemagne" (Paris, 1857), "A Mulher" (Londres, 1856), etc.

Falando sobre Nísia Floresta, Maria Eugênia M. Montenegro classificou-a como "ilustre pensadora e idealista, a autodidata, a revolucionária, a enfermeira, a jornalista e abolicionista e republicana, que pregava a igualdade das províncias e das casas. "(Revista Brasília, no LXX, abril - maio de 1996).

Constância Lima Duarte publicou, em 1995, um livro sobre a vida e obra de Nísia Floresta, onde constata "que a história de Nísia Floresta não se limita às primeiras páginas onde apresento dados específicos referentes a sua vida e obra. Nem termina realmente ao final da análise do último texto. Se cada um deles introduz dados, revela traços de sua personalidade, de suas lutas, de suas obsessões, de seus conflitos, a figura de Nísia Floresta Brasileira Augusta fica por ainda se compor, a partir de tudo isso que aí está, e de tudo o mais, que teima em se manter oculto aos nossos olhos".

Luís Carlos Lins Wanderley é o autor de "Mistério de um Homem", em dois volumes. É apontado por alguns como sendo o primeiro romance escrito no Rio Grande do Norte.

Isabel Urbana de Albuquerque Gondim nasceu, provavelmente, em 1839, também em Papari. Foi professora, poetisa e a primeira historiadora do Estado. Escreveu várias obras, como 'Sedição de 1817, na Capitania do ora Estado do Rio Grande do Norte"(1919), "O Sacrifício do Amor" (1919), "Lira Singela" (1933), etc.

No movimento abolicionista, brilhou Segundo Wanderley.

Vem, depois, a geração do Oásis que, como disse Câmara Cascudo, "nasceu literalmente com o advento republicano". Dessa fase se destacaram dois irmãos: "Henrique Castriciano e Auta de Souza.

Henrique Castriciano, bacharel em Direito, muito viajado, e possuidor de uma grande cultura, chegou a ser vice-governador do Estado. Como disse Romulo Wanderley, foi "jornalista, escritor, crítico, impões-se aos seus contemporâneos pelo talento, pela cultura e pela inspiração poética".

São seus os seguintes versos:

"Ah! Como é triste o aboio! Ah, como é triste o canto sem palavras - tão vago - a saudade exprimindo.
Das selvas do sertão, no mês de junho rindo.
Pelos olhos azuis das crianças, enquanto
No tamarinho verde, asas abertas, trina
À beira dos currais, o galo de campina!
Auta de Souza, poetisa, escreveu apenas um livro, "Horto", com várias edições.
A poesia "Meu Pai", começa assim:
"Desce, meu Pai, a noite baixou mansa
Nem uma nuvem se vê mais no céu:
Aninham-se aqui no peito meu,
Onde, chorando, a negra dor descansa".

Os primeiros teatros de Natal foram barracões de palha, construídos no local onde hoje é a praça Gonçalves Lêdo. Todos os três foram destruídos pelo fogo.

Os grupos de amadores, contudo, não desanimam. "Representavam em teatrinhos improvisados", disse Câmara Cascudo.

O comerciante João Crisóstomos de Oliveira fundou o Teatro de Santa Cruz, localizado na atual João Pessoa, em 1880. Não dava lucro. Os amadores se apresentavam de graça. Falando sobre a importância desse teatro, Câmara Cascudo fez o seguinte comentário: "De 1880 em diante o Santa Cruz reúne todas demonstrações literárias da terra. Com a abolição aí se funda a Libertadora Natalense. Com a República, aí discursaram os tribunos, Olinto Meira, Braz de Melo, Nascimento de Castro, Augusto Severo, Pedro Velho. Nas cisões políticas, aí acampam os oposicionistas com o Clube Republicano 15 de novembro. Ali a companhia de José de Lima Penante recebeu aplausos e deixou saudades".

No dia 17 de abril de 1894, caiu a cobertura do teatro que desapareceu nesse momento.
O século XX é a frase da Oficina Literária, onde se destacaram Francisco Cavalcanti, Jorge Fernandes, Clementino Câmara.

Um grande poeta dessa geração foi Manoel Virgílio Ferreira Itajubá, que nasceu em Natal, escrevendo versos como os que se seguem:

"Vi-te. Era noite. A lua decorada
Brilhava nas paragens luminosas
E a noite estava toda embalsamada,
Porque exalavam no canteiro as rosas".

No dia 29/3/1902, foi fundado o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, por um grupo de intelectuais, entre eles, Vicente Lemos, autor do clássico "Capitães Mores e Governadores do Rio Grande do Norte". Faziam parte do instituto Luís Fernandes, Manoel Dantas,. Pedro Soares e tantos outros. O instituto publica, ainda hoje, uma revista. O seu atual presidente é o advogado Enélio Lima Petrovich.

O Teatro Carlos Gomes foi inaugurado em 1904, no primeiro governo de Alberto Maranhão. O ilustre político, não satisfeito, ao assumir o governo pela segunda vez, promoveu grandes reformas no teatro que hoje tem o seu nome. Câmara Cascudo descreveu que "nasceu outro teatro, amplo, confortável, arejado, moderno".

No início do século, o coronel Francisco Justino de Oliveira Cascudo fundou "A Imprensa" (1914-1926), que teria brilhante trajetória. O Centro Polimático (1920-1924) lançou uma revista que publicava importantes estudos, que segundo Humberto Hermenegildo de Araújo, foi "de valor fundamental para a compreensão do processo de criação de uma consciência, digamos "potiguar". "Apareceu também uma revista feminina, chamada Via Láctea (1914-1915), onde se destacaram Palmira e Carolina Wanderley.

Foi uma época de grande efervescência literária, onde brilharam nomes como Nascimento Fernandes, Anfilóquio Câmra, Armando Seabra, Jayme Wanderley. Segundo Humberto Hermenegildo de Araújo, "publicaram-se, naquela década, alguns títulos que ainda hoje são de fundamental importância para a compreensão do início da nossa vida literária: "Alma patrícia" (1921) e "Joio" (1924), ambos de Luís da Câmara Cascudo; "Poetas Rio-Grandenses do Norte" (1922), de Ezequiel Wanderley", "Versos" (1927), de Lourival Açucena'e "Terra Natal" (1927), de Ferreira Itajubá".

Câmara Cascudo, atendendo a um apelo da Federação das Academias de Letras, com um grupo de amigos e intelectuais, fundou a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, em 14/11/1936, na sede do Instituto de Música, sendo eleito Henrique Castriciano, presidente. Entre os fundadores da academia, podem ser citados os seguintes intelectuais: Adauto Câmara, Otto de Brito Guerra, H. Castriciano, Edgar Barbosa, Antonio Soares de Araújo, Nestor dos Santos Lima, Januário Cicco, Floriano Cavalcanti, Lu;is Gonzaga do Monte.

O atual presidente dessa academia é o advogado Diógenes da Cunha Lima.
A partir do século XX, surgiram vários jornais, em diversos municípios do Rio Grande do Norte. Em Açu: "O Alphabeto" (1917), "A Cidade" (1901 a 1908), "Jornal do Sertão" (1928), "O Vale (1937). Em Caicó: "A Folha" (1928), "Jornal de Caicó" (1930), "O Seridó" (1900-1901), "A Verdade" (1933). Em Macau: "Folha Nova" (1913), "Gazeta de Macau" (1909), "O Imparcial" (1918), "O Nacionalista" (1959), "A Voz de Macau" (1951). Em Mossoró: "Jornal do Oeste" (1948), "A Palavra" (1926), "O Trabalho" (1926), "Desfile" (1946).

A "Coleção Mossoroense" tem editada uma série muito grande de livros, prestando, assim, uma efetiva colaboração ao desenvolvimento cultural do Estado. Publicou "Notas e Documentos para a História de Mossoró", de Luís da Câmara Cascudo; "Lampião em Mossoró", de Raimundo Nonato; "Um possível caso de telegonia entre os nossos indígenas", de Jerônimo Vingt Rosado Maia, etc.

De Açu, brilha Maria Eugênia Montenegro. Natural de Lavras (MG), se integrou no movimento literário potiguar. Publicou livros de poesias ("Azul Solitário') e, inclusive, um de ficção filosófica ("Alfar, A que Está Só").

Pertence às academias de letras de vários Estados e à do Rio Grande do Norte.

De Macau, Edinor Avelino, jornalista, colaborou em diversos jornais da capital ("A Imprensa", "A República", "A Opinião" e "Democrata") e em outros do interior: "Folha Nova" (Macau), "A Cidade" (Açu), "O mossoroense" (Mossoró).

No poema "Macau", considerado como sendo sua obra-prima, escreveu:

"A minha terra, calma e boa, trago-a nas cismas de saudade em que ando atento,
contemplando-a com os olhos cheios d'água.
nos grandes vôos do meu pensamento.
É das mais ricas terras pequeninas.
Apraz-me repetir, quando converso;
possui alvas e esplêndidas salinas,
as melhores salinas do universo".

De Ceará-Mirim, três nomes. Nilo Pereira, que tece, entretanto, uma grande atuação em Pernambuco, onde foi diretor da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Pernambuco, com extensa bibliografia, podendo se citados: "O destino das Faculdades de Filosofia na Universidade" (Natal, 1957), "Humanismo de Luiz de Camões" (Recife, 1957) e "Evocação do Ceará-Mirim" (Recife 1959), etc.

José Sanderson Deodato Fernandes de Negreiros, poeta, jornalista, quando foi eleito para a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, era o mais jovem daquela instituição. Trabalhou na "Tribuna do Norte", "Diário de Natal", sendo também, redator e repórter de duas revista do Sul do País, "Manchete" e "Visão".

Autor de "Ritmo da Busca" (1956) e "Lances Exatos" (1966), é também de sua autoria a poesia "O gesto":

Despe o corpo, tatuado de
relâmpagos. Ensarilhas ventos
ao som da ternura e apunhalas
o horizonte. Mas dentro de ti,
o coração canta, além.
do remoto mar das tapeçarias.
Deitaste o pão e água em minha
solidão, e amo-te por me teres
amado pelo próprio amor
desprotegida, ó incendiária do repouso".

Edgar Barbosa, formado em Direito, no Recife, em 1932, trabalhou em vários jornais: "A República", "O Debate", "A Ordem", etc. Foi fundador da Faculdade de Filosofia e seu primeiro diretor. Escreveu, entre outros livros: "História de uma campanha (1936), "Três Ensaios" (Recife, 1960), "Imagens do Tempo" (Natal, 1966).

De Nova Cruz, Diógenes da Cunha Lima Filho, poeta, advogado, professor, ex-reitor da UFRN, ex-presidente da Educação e Cultural do Estado, publicou "Lua Quatro Vezes Sol" (1967), "Tradição e Cultura de Massa" (1973), "Câmara Cascudo, um homem feliz", etc.

Em "Memórias das Águas", diz Diógenes da Cunha Lima:

"O espectro do rio foge
Quando dorme o Potengi.
Sua memória lavada
Em muitas águas desliza
Das nascentes do verão".

De São Vicente, D. José Adelino Dantas, com grande atuação no Seridó. Foi bispo de Caicó, nomeado pelo papa Pio XII, em 1952. Colaborou no jornal "A Ordem". Depois, foi nomeado bispo de Garanhuns (PE) e, a seguir, de Rui Barbosa, na Bahia.

Pertenceu à Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, tendo publicado "A Formação do Seminarista"(1947), "Homens e Fatos do Seridó Antigo" (1962), "O Coronel de Milícias Caetano Dantas" (S/Data).

Falando sobre D. Adelino Dantas, disse Sanderson Negreiros: "pesquisador que se debruça sobre o documento faz isso com amor e sabedoria, com calor humano e absoluta sinceridade de propósitos".

Em abril de 1963, o governo Aluízio Alves inaugurou a Fundação José Augusto que funcionou inicialmente "como faculdade para os cursos de Jornalismo, Sociologia e Política e Escola Superior de Administração, além de manter o Instituto Juvenal Lamartine de Pesquisas Sociais e a Gráfica Manibu. Somente a partir de 1968, com a mudança do Estatuto, é que a Fundação passa a fazer o trabalho de fomento à cultura potiguar, exercendo um papel semelhante ao de uma Secretaria de Cultura estadual".

"Presente na vida cultural do Estado, desde a edição de livros, promoção de eventos, até a preservação do patrimônio histórico, a Fundação José Augusto também detém a guarda e manutenção de importantes prédios e instituições, como o Forte dos Reis Magos e o Memorial Câmara Cascudo, a Biblioteca Pública Câmara Cascudo, Museu Café Filho e o de Arte Sacra".

"O teatro Alberto Maranhão, onde funciona uma Escola de Danças, o Instituto de Música Waldermar de Almeida, com mais de 500 alunos matriculados, são outras entidades geridas pela Fundação José Augusto, presidida pela segunda vez pelo jornalista Woden Madruga (a primeira gestão ocorreu de 1987 a 1990)".

"Uma Orquestra Sinfônica em plena atividade, que realiza concertos oficiais, populares e educativos mensais, sempre trazendo ao Estado renomados solistas, um coral (Canto do Povo), com reconhecimento nacional e no exterior, tendo representado o Brasil em 1995 em temporada na Alemanha, França e Itália, onde se apresentou para o papa João Paulo II, são outros dos orgulhos da Fundação José Augusto".

"Na atual administração, vários projetos de sucesso têm sido desenvolvidos, como o Projeto Seis e Meia, que é apresentado todas as terças-feiras, às 18h30, no Teatro Alberto Maranhão, sempre com um cantor local e um nacional. Esse projeto, que tem uma média de público, por sessão de 620 pessoas, é no estilo do extinto Projeto Pexinguinha, que foi realizado em todo o País na década de 70. Por ele já passaram artistas como Paulinho da Viola, Leila Pinheiro, Jamelão e Sivuca, entre tantos outros.

"Na luta para revitalizar os grupos e artistas populares, foram dadas indumentárias, instrumentos, oportunidades de apresentação em Natal e fora do estado, e criado o Projeto Chico Traíra, que edita e distribui com os autores de jovens e contemporâneos. Edita ainda o jornal cultural "O Galo", mensalmente, promovendo Salões de Artes Plásticas e de Humor e dando apoio às atividades teatrais, seja através da apresentação do teatro brasileiro, como Amir Haddad". (Documento fornecido pela Asssessoria de Imprensa da Fundação José Augusto - 1997).

Postado por Fernando Caldas

FRADE DE ASSÚ É NOMEADO BISPO PARA NOVA DIOCESE DE SALGUEIRO

A nomeação do frei Magnus Henrique Lopes como bispo da recém-criada diocese de Salgueiro, em Pernambuco, foi comemorada durante toda a manhã por amigos e familiares. O pai do frade, seu João Gregório, disse que o fato é motivo de satisfação para toda a família.
As felicitações vinham até mesmo de Roma. A notícia veio de surpresa e foi dada durante um evento da igreja no Convento Santo Antônio, em Natal, hoje (16) pela manhã. “É uma grande surpresa pra gente. Realmente, ninguém estava esperando”, confessa a irmã, Salete Lopes Ferreira.
Natural de Assu, na região Oeste do Estado, o frei Magnus, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, já morou em Pernambuco, onde formou-se em Filosofia e Teologia, e em Maceió, onde cursou Psicologia. Há menos de um ano, retornou de Roma, onde fez um mestrado em Teologia Moral. Agora se prepara para um importante passo na vida religiosa: ser bispo de uma nova diocese.
O convite para ser bispo de Salgueiro, em Pernambuco, foi feito há um mês, depois de frei Magnus ser chamado à Brasília pelo Núncio Apostólico, o embaixador do Vaticano no país. Mas a resposta positiva só foi dada uma semana depois, após muita oração. Durante esse tempo, sigilo absoluto sobre a novidade, divulgada hoje para o mundo, pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
“Fico feliz, porque neste dia o Santo Padro, o Papa Bento XVI, pela sua benevolência erigiu a nova diocese de Salgueiro, recebi a nomeação como primeiro bispo. Estou deixando a minha província por um tempo, porque vou para prestar este serviço à Igreja, onde estarei até os meus 75 anos. Então, tudo estará nas mãos de Deus”, declarou o novo bispo.
No dia 31 de julho, o bispo eleito completa 45 anos, 21 dedicados à Igreja. O novo caminho é visto pelo religioso como uma nobre e desafiadora missão. “É novo, é desafiador, porém, pela graça de Deus, com certeza os ensinamentos e a presença do Espírito Santo conduzindo a nossa vida”, completa frei Magnus.

REGIStrando

BNB REALIZA OFICINAS DE ELABORAÇÃO DE PROJETOS PARA EDITAL DE CULTURA

A participação é gratuita e as inscrições serão feitas nos locais de realização dos eventos 30 minutos antes do início das oficinas

Artistas, produtores, gestores culturais e demais interessados em inscrever propostas na edição 2011 do Programa BNB de Cultura - Parceria BNDES poderão participar de oficinas de elaboração de projetos em seis cidades norte-rio-grandenses. O primeiro evento ocorrerá em Natal, das 14h30 às 17h30 da próxima segunda-feira (21), no Teatro de Cultura Popular Chico Daniel (TCP).

João Câmara, Apodi, Assú, Jardim do Seridó e Santo Antônio receberão as oficinas nos dias 22/06, 30/06, 01/07, 07/07 e 08/07, respectivamente. A participação é gratuita e as inscrições serão feitas nos locais de realização dos encontros 30 minutos antes do início das oficinas.

Ao todo, a iniciativa contemplará 54 cidades na área de atuação do BNB (Nordeste, mais norte de Minas Gerais e Espírito Santo). Com essa ação, o Banco visa oferecer maiores oportunidades de acesso aos recursos financeiros do Programa, que, desde a edição passada, conta com a parceria do BNDES.

De acordo com o gerente do Ambiente de Gestão da Cultura do Banco do Nordeste, Tibico Brasil, o objetivo é “facilitar e estimular a participação do maior número possível de proponentes, além de fornecer orientações pertinentes à elaboração dos projetos diretamente aos interessados”.

Inscrições começam 19 de julho

O período de inscrição dos projetos para o Programa BNB de Cultura será de 19 de julho a 13 de agosto deste ano, mediante entrega de seis vias impressas do formulário de inscrição. Ele deve estar devidamente preenchido com letra legível, digitado ou datilografado, assinado por responsável pelo projeto e acompanhado de seis cópias de cada anexo indicado no formulário. O formulário e todas as informações necessárias aos proponentes estão disponíveis no portal do Banco do Nordeste.

No Rio Grande do Norte, a entrega deverá ser feita na Superintendência Estadual do BNB (Av. Antônio Basílio, 3006 – Ed. Lagoa Center, loja 35C – Lagoa Nova, Natal-RN), de segunda a sexta-feira, no período de 10h às 16h, ou pelos Correios, com remessa para o mesmo endereço, como correspondência registrada com Aviso de Recebimento – AR (considerada a data de postagem), em envelope devidamente identificado.

No período de 16 a 29 de agosto, todos os projetos inscritos passarão por uma análise técnica, para verificar quais estão habilitados para a fase de seleção. Serão considerados desabilitados os que apresentarem inconsistências e não atenderem às exigências previstas no edital. O resultado deverá ser divulgado no dia 30 de novembro.

Patrocínio cultural

O Programa BNB de Cultura é uma linha de patrocínio direto do Banco do Nordeste, com a parceria do BNDES, para apoio à produção e difusão da cultura nordestina, mediante seleção pública de projetos. Existente desde 2005, o Programa já patrocinou mais de 130 iniciativas no Rio Grande do Norte, com recursos superiores a R$ 2,1 milhões.

Em 2011, BNB e BNDES destinarão o montante de R$ 6 milhões para pelo menos 225 propostas nas seguintes áreas: música (com dotação de R$ 1,25 milhão), literatura (R$ 800 mil), artes cênicas (R$ 1,1 milhão), artes visuais (R$ 800 mil), audiovisual (R$ 800 mil) e artes integradas ou não-específicas (R$ 1,25 milhão).

Calendário de Oficinas no Rio Grande do Norte:

Natal

Data: Segunda-feira, 21/06/2010
Horário: 14h30 às 17h30
Local: Teatro de Cultura Popular Chico Daniel – TCP (Rua Jundiaí, 641 – Tirol)

João Câmara
Data: Terça-feira, 22/06/2010
Horário: 08h30 às 11h30
Local: Auditório da Casa de Cultura (Praça Monsenhor Freitas, Centro. Ao lado da Igreja Matriz)

Apodi
Data: Quarta-feira, 30/06/2010
Horário: 08h30 às 11h30
Local: Auditório da Casa de Cultura - (Praça Francisco Pinto. Ao lado da Prefeitura)

Assú
Data: Quinta-feira, 01/07/2010
Horário: 08h30 às 11h30
Local: Auditório do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (Rua 24 de junho, S/N, em frente ao SESC)

Jardim do Seridó
Data: Quarta-feira, 07/07/2010
Horário: 08h30 às 11h30
Local: Auditório da Agência do BNB (Rua Dr. Otávio Lamartine, 400, Ed. J. Medeiros, Centro)

Santo Antônio

Data: Quinta-feira, 08/07/2010
Horário: 08h30 às 11h30
Local: Auditório do Centro de Convivência dos Idosos (Rua Cecílio Clemente Costa, S/N, São Domingos)

(Tribuna do norte. Caderno Viver).

O ÁLBUM

PEDACINHO D CÉU, o álbum, será lançado nesse final de semana na cidade do Assú.

Sem tentar concorrer com os nomes dos craques da Copa do Mundo, meu amigo Jeová Júnior vai propiciar a nós assuenses e a todos que freqüentarem os últimos dias do São João do Assú a oportunidade ímpar de conhecer pessoas e instituições que das mais diversas formas possíveis e imaginárias contribuíram ou contribuem no sentido de pensar e/ou fazer um Assú propositivo e afortunado.

Concebido e vindo a luz com um nome poético - PEDACINHO DO CÉU, o Album estar a depender da ajuda dos céus para ficar prontinho até o final dessa semana, e eles ajudarão - será apresentado ao público assuense no próximo domingo, durante a realização do Almoço de São João. Mas com um pouquinho a mais de colaboração dos céus, quem sabe, um dia antes a gente já não possa estar na Praça a colar figurinhas e a falar de nossa cidade? Tudo é possível!!

Só prá provocar um pouquinho de curiosidade, vou lhes contar um pouquinho do que contem o PEDACINHO DO CÉU: uma página inteira dedicada a Rádio Princesa do Vale e esta logicamente, traz uma bela homenagem ao grande e inesquecível radialista J. Keuller. Não só Dona Brígida vai se emocionar não, viu.

Tem também páginas dedicadas as nossas instituições públicas, tais como: Prefeitura, Câmara, CDL, Foro, Delegacia... Geeennnte, tem muita coisa mesmo, imagine só que tem uma pagina pra se colar as figurinhas dos blogueiros da cidade do Assú. Aaahh meu Deus!!!

Mas calma, o PEDACINHO DO CÉU a ser lançado nesse final de semana é apenas um pedacinho mesmo, a segunda edição promete fazer o resgate da história da cidade e a terceira... bem... voces nem imaginam o tamanho da imaginação do meu amigo Jeová Júnior!

Portanto, vamos nos preparar para sujar nossas mãos e mexericar, sem culpas. Tem coisa melhor?

Escrito por Ana Valquiria

terça-feira, 15 de junho de 2010


SEGUNDA-FEIRA, 5 DE NOVEMBRO DE 2007


PERSONALIDADE CULTURAL - ESCRITORA MARIA EUGÊNIA MONTENEGRO


(Do blog Vivicultura)

RECORDAÇÕES DE UMA POETISA MINEIRA – ASSUENSE, ESCRITORA, CRONISTA, TROVADORA, CONTISTA, POETA , ARTISTA PLÁSTICA E IMORTAL.

Nascida em terra mineira, precisamente em Lavras / Minas Gerais, Maria Eugênia Maceira Montenegro dividiu - se entre Minas e Assu, no Rio Grande do Norte, quando conheceu e casou – se com o engenheiro agrônomo - Nelson Borges Montenegro.
Escritora por talento e vocação, Gena (como era mais conhecida) começou a escrever aos 12 anos (os leitores reconhecerão essa assertiva, num dos seus últimos livros, prefaciado por Lúcia Helena Pereira e intitulado: “LAVRAS - TERRA DE LEMBRANÇAS* (um romance de suas reminiscências entre Minas e o Rio Grande do Norte).
Além de escritora, poetisa, cronista, trovadora, contista, exímia cozinheira e artista plástica de sensibilidade bastante apurada, Maria Eugênia era uma mulher de extraordinária capacidade narrativa, daí eu ter lhe cognominado como Historiadora do Vale do Assu.
Escreveu seu primeiro livro na década de 60: “Saudade, Teu Nome É Menina” e não parou mais, até o dia do seu encantamento, com mais de 80 anos de idade, deixando títulos brilhantes como “Alfar, A Que Está Só”, “Perfil De João Lins Caldas”, “A Andorinha Sagrada De Vila Flor”, “ Lembranças E Tradições De Assu”, “A Piabinha Encantada e outras histórias”, “Porque o Américo ficou lelé da Cuca”?, Lourenço. O Sertanejo” e outras obras.
Integrou várias antologias regionais e nacionais, tanto da AJEB da qual foi Delegada Regional (1980 a 1989), como de outras entidades. Foi Presidente do Conselho Regional dos Direitos e das Minorias, em Assu / Rn e Prefeita do município de Ipanguaçu (1972 – 1976), numa administração irrepreensível, era integrante da Academia de Trovas do RN.


DENTRE OS SEUS INÚMEROS POEMAS DESTACAMOS:

O SOLUÇO DA SEMENTE

Eu ouvi a semente chorar dentro de mim
E ouvi seu choro manso e morno,
De furtivas lágrimas rolando pelos rios d´alma
Como adornos de uma cascata inexistente.
Eu ouvi o soluço da semente
E o seu anseio fremente de vida.
-Se não nasceste, semente de minha vida,
É porque carregas o destino de não viver.
Estás dentro de mim, na tristeza do não ser,
Sempre viva! Eternamente viva,
Como as sementes que cresceram e deram frutos!


LÁGRIMAS

Lágrima!
Pérola salgada,
A rolar, desesperada,
Pelos sulcos da face.

Amálgama de sal e água,
A rolar, sempre sentida,
Pelo salso mar da mágoa!



FLOR DO AMOR

Quero te ofertar a flor
Dos beijos que plantei em tua boca.
Tem o perfume suave do amor
E a ternura de almas se encontrando.

Quando vires a flor entreaberta,
Lembra - te, querido amor,
Das lágrimas que a regaram.

E sentirás, quando beijá - la,
Um amargo sabor de sal
Que as pétalas trêmulas captaram.

A DANÇA DAS HORAS

As horas começam a dançar pela manhã.
Esfregam os olhos no orvalho
E dançam um balé matinal,
Nas searas crescendo,
No arrulhar dos pássaros,
Nos filhotinhos nascendo.
Lá fora as crianças vão correndo para as escolas,
Mamãe olhando as horas chama os meninos.
- Onde está a menina - moça?
- Com o namorado lá fora,
Olhando o balado das horas.
Não se cansam de dançar as horas,
É noite! É dia! É novamente noite! Novamente dia!
E as horas dançando nas auroras,
Nas noites de luar,
Nas manhãs douradas,
Acompanhando as espigas ao sol,
Das sementes plantadas!
Os vaga - lumes não dormem,
Piscam a noite inteira e batem palmas piscando,
À dança das horas.
À dança das horas!
Há uma nova menina - moça,
Novos campos de flores brotando,
A vida eterna passando,
Cantando seus ternos amores
E as borboletas noivando
E as horas dançando...
Quando o bailado vai terminar?
Meus cabelos já estão brancos,
Meu vestido de noiva já não tem cor,
Meu menino cresceu,
Tanta gente morreu...
E as horas dançando, dançando...
Até quando? Até quando?



segunda-feira, 14 de junho de 2010

VIAJANDO O SERTÃO (VI)





"Igrejas e Arte Religiosa"



"(...) A mania da remodelação, para pior, ataca os nervos de muita gente bem intencionada. Creio firmemente que, na futura reforma dos Seminários brasileiros, reforma com as luzes dum Dom Xavier de Matos, seria indispensável a cadeira de Arte Religiosa Brasileira para ensinar aos nossos párocos um mais profundo amor pelos monumentos legados pelas gerações desaparecidas. Sirva de exemplo o altar da Igreja de Serra Negra, em madeira talhada, simples e emocionante prova de fé, quebrado, inutilizado, destruído, para ser substituído por um altar de tijolo ou cimento, sem significação, e história." (p.24)
"Durante o séc. XIX quase todas as Igrejas foram ‘remodeladas’, raspados seus frontispícios venerados, riscadas em sua fisionomia própria e coberta de cal e enfeites, de acordo com a inteligência do tempo. Ninguém lembrou a necessidade de conservar a fachada tal como estava e fazer adaptações interiores, respeitando os altares quando dignos de mantença. Igreja é prova de Fé e esta não se abala. Mesmo assim, com a devastação, ainda possuímos alguns documentos curiosos que atestam a revivência do barroco durante fins do séc. XVIII e XIX." (p.25)
"De todos os templos que visitei no Estado (nos 35 municípios que conheço) quase todos são incaracterísticos e já não podem ser apontados como estilos. São testemunhas de várias tarefas de consertos onde as mais estranhas mãos desviaram de seu trilho a espírito arquitetural daquelas capelas seculares." (p.25)
"As Igrejas outras, Açú, Ceará – Mirim, Moçoró, Caicó, não têm história em suas paredes, vinte vezes alteradas. Tanto podiam estar no nordeste brasileiro como na Austrália. Nada têm de nós porque as despojaram de suas heranças de cem anos." (p.26)
"Onde podemos ver a sobrevivência do barroco e a justiça dos que o dizem ter sido o verdadeiro estilo religioso brasileiro, é nos portões dos Cemitérios que escaparam à fúria modernizadora dos estetas." (p.26)
"Um outro ponto melancólico é a substituição dos Santos de madeira pelos Santos de gesso e de massa, bonitos e róseos com uma lindeza extra-humano." (p.26)
"(...) Deixaram o destronado orago num altar lateral enquanto o novo assumia o posto de honra no altar-mor. O Povo, habituado com o primeiro, continua obstinadamente, a recorrer ao conhecido padroeiro, dando-lhe orações e pagando promessas." (p.26-27)
"(...) Um trabalho de madeira é sempre um esforço pessoal, direto, próprio. Fique feio ou deslumbrante, o caso é que é um produto da inteligência humana, sem o auxílio da máquina polidora. Um trabalho de gesso, cartão ou massa, sempre bonito, é sempre o resultado frio da máquina, produto igual, monótono em sua beleza, sem calor da mão humana, rude ou apta, mas sincera." (p.27)
[Termina a crônica afirmando]
"Se os Santos de madeira são impróprios para o Culto ao menos conservemo-los como objetos de Arte, Arte primitiva, tosca, iniciante, mas Arte fiel a si mesma." (p.27)

Luiz da Cãmara Cascudo

VIAJANDO O SERTÃO (VI)


"Igrejas e Arte Religiosa"
"(...) A mania da remodelação, para pior, ataca os nervos de muita gente bem intencionada. Creio firmemente que, na futura reforma dos Seminários brasileiros, reforma com as luzes dum Dom Xavier de Matos, seria indispensável a cadeira de Arte Religiosa Brasileira para ensinar aos nossos párocos um mais profundo amor pelos monumentos legados pelas gerações desaparecidas. Sirva de exemplo o altar da Igreja de Serra Negra, em madeira talhada, simples e emocionante prova de fé, quebrado, inutilizado, destruído, para ser substituído por um altar de tijolo ou cimento, sem significação, e história." (p.24)
"Durante o séc. XIX quase todas as Igrejas foram ‘remodeladas’, raspados seus frontispícios venerados, riscadas em sua fisionomia própria e coberta de cal e enfeites, de acordo com a inteligência do tempo. Ninguém lembrou a necessidade de conservar a fachada tal como estava e fazer adaptações interiores, respeitando os altares quando dignos de mantença. Igreja é prova de Fé e esta não se abala. Mesmo assim, com a devastação, ainda possuímos alguns documentos curiosos que atestam a revivência do barroco durante fins do séc. XVIII e XIX." (p.25)
"De todos os templos que visitei no Estado (nos 35 municípios que conheço) quase todos são incaracterísticos e já não podem ser apontados como estilos. São testemunhas de várias tarefas de consertos onde as mais estranhas mãos desviaram de seu trilho a espírito arquitetural daquelas capelas seculares." (p.25)
"As Igrejas outras, Açú, Ceará – Mirim, Moçoró, Caicó, não têm história em suas paredes, vinte vezes alteradas. Tanto podiam estar no nordeste brasileiro como na Austrália. Nada têm de nós porque as despojaram de suas heranças de cem anos." (p.26)
"Onde podemos ver a sobrevivência do barroco e a justiça dos que o dizem ter sido o verdadeiro estilo religioso brasileiro, é nos portões dos Cemitérios que escaparam à fúria modernizadora dos estetas." (p.26)
"Um outro ponto melancólico é a substituição dos Santos de madeira pelos Santos de gesso e de massa, bonitos e róseos com uma lindeza extra-humano." (p.26)
"(...) Deixaram o destronado orago num altar lateral enquanto o novo assumia o posto de honra no altar-mor. O Povo, habituado com o primeiro, continua obstinadamente, a recorrer ao conhecido padroeiro, dando-lhe orações e pagando promessas." (p.26-27)
"(...) Um trabalho de madeira é sempre um esforço pessoal, direto, próprio. Fique feio ou deslumbrante, o caso é que é um produto da inteligência humana, sem o auxílio da máquina polidora. Um trabalho de gesso, cartão ou massa, sempre bonito, é sempre o resultado frio da máquina, produto igual, monótono em sua beleza, sem calor da mão humana, rude ou apta, mas sincera." (p.27)
[Termina a crônica afirmando]
"Se os Santos de madeira são impróprios para o Culto ao menos conservemo-los como objetos de Arte, Arte primitiva, tosca, iniciante, mas Arte fiel a si mesma." (p.27)

Cãmara Cascudo

domingo, 13 de junho de 2010

SONHO DE ESTRELA

Era noite. A via-láctea cintilava, nua...
Larga nuvem, semelhante a um véu
Sobre um rosto de noiva - a cabeça tua -
Mal deixava transparecer o azul do céu.
Entre súbitos desmaios aparecia a lua,
Formosa, beijando as areias do escarcéu...
Mas, ah! Novo encanto novo se acentua...
Ao se recordar, talvez, do rosto lindo teu,
Disse, em sonho, uma mimosa estrela:
"Vem, único meteoro que do mundo resta
Brilhar sobre este azul... " E acenava a ela,
Então, apontando a esfera calma e bela,
Os anjos levaram-na para o céu, em festa,
Só porque um instante se lembrava dela.

João Lins Caldas

sábado, 12 de junho de 2010

DINHEIRO NA MÃO DE SABIDO

Jessé Freie antes de ser senador da República foi deputado federal pelo Rio grande do Norte. Na eleição que disputou o cargo de deputado, teve o  apoio de uma forte liderança do Vale do Açu que por questão de respeito não vou citar o se nome. Pois bem, naquele tempo das "vacas gordas" (idos de cinqüenta ou sessenta) quando o povo era encurralado para votar, conta-se que aquele líder político teria recebido de Jessé uma quantia de tres milhões de cruzeiros (moeda da época) para as custas de campanha ou melhor dizendo, para compra de votos. O fato é que ninguém dos seus eleitores recebeu quantia nenhuma. Foi o bastante para um poeta da rua, glosar:

Foi muito tolo Zezé
Não esperar um descarte
E nem receber a parte
Dos tres milhões de Jessé:
Agindo de boa fé
Não pensou na traição,
Ouça esse sábio refrão
(Aliás já conhecido)
Dinheiro na mão de sabido,
Pobre não ver um tostão.

Postado por Fernando Caldas

INSPETOR CABRAL HOMENAGEADO PELA CÂMARA MUNICIPAL DE NATAL

Conforme o blog havia antecipado a informação Inspetor Cabral é cidadão Natalense 
Em solenidade nesta quinta-feira (10), a Câmara Municipal de Natal entregou os títulos de cidadãos natalenses ao inspetor rodoviário Roberto Luiz Bezerra Cabral, assessor de comunicação da Polícia Rodoviária Federal, e ao pastor Jutay Menezes, por propositura do vereador Francisco de Assis (PSB).
Roberto Luiz Bezerra Cabral, natural de Carnaubais-RN, é mais conhecido como Inspetor Cabral e reside há décadas na capital, tendo exercido um trabalho considerado bastante relevante para o trânsito do Estado: levar informações a sociedade sobre o que acontece nas rodovias do RN.
O fato é noticia no blog de Assis.


 Escrito por juscelinofranca às 07h03

sexta-feira, 11 de junho de 2010

PENSAMENTO FILOSÓFICO

A gaiola da vida tem muitos pássaros. Às vezes carrega pássaros mortos. E cantos fúnebres nos vagões dos pássaros.

João Lins Caldas, poeta potiguar do Açu

DISCURSO DO PREFEITO

Venâncio Zacarias foi líder salineiro e prefeito de Macau-RN, nos idos de sessenta. Quando chefe daquele importante município do litoral potiguar, convidou o governador Dinarte Mariz para inaugurar algumas obras na cidade macauense. Ao inaugurar a Cadeia Pública, emocionado, concluindo o seu discurso, saiu-se com essa: "Governador, a cadeia está inaugurada, sinta-se em casa". - Sorte do velho Dinarte que o discurso era de improviso.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

CORRENDO ATRÁS DE VOCÊ CAPOTEI MEU CORAÇÃO

"Sobrei mesmo pra valer nas curvas da suas pernas! Tive fraturas internas correndo atrás de você. Foi demais meu desprazer nessa estrada da paixão; eu parei na colisão, num rochedo de vontade que na veloz ansiedade capotei meu coração."
Autor: Luiz Francisco Xavier (Dedé).
Fonte: Livro Trovas e Trovoadas. Ed. Bagaço, 1996.

INTEGRALISMO NA REGIÃO DO AÇU

A corrente política denominada Integralismo, surgida em 1930, teve grande movimentação no Vale do Açu (Várzea do Açu). Foi onde surgiu a primeira guerrilha camponesa marxista no Brasil. A guerrilha começou em 1934 sem causar, portanto, grandes conseqüências em razão da inferência do coronelismo.

Em tempo: Reparando a História. O soldado Luiz Gonszga natural de Ipanguaçu, município do Vale do Açu, tinha como apelido Doidinho. Ele ficou registrado na História do Rio Grande do Norte como herói, por ter defendido o Quartel da Polícia Militar (então instalado onde hoje é a Casa dos Estudantes, na praça comandante Lins Caldas), na rebelião de 1935. Sobre Luiz Gonzaga há quem diga o contrário: "quando comemoravam a vitória sobre os comunistas em 1935, então surgiu o tal soldado Luiz Gonzaga".

Fernando Caldas

PREFEITURA DO ASSÚ ABRIRÁ AGENDA DE CURSOS DE FRUTICULTURA PRÓXIMA SEMANA

A partir da próxima semana a Prefeitura do Assú abrirá a agenda de cursos na área de fruticultura. A programação será realizada por intermédio do Centro de Referência em Assistência Social (Cras), localizado na avenida Senador João Câmara. De acordo com o secretário de Articulação Comunitária, Reci de Oliveira, o curso é oferecido gratuitamente.
"A vinda deste curso no âmbito da fruticultura atendeu uma demanda da cidade e região e faz parte de recomendação do prefeito Ivan Júnior de proporcionar capacitação à mão de obra local de modo a torná-la efetivamente competitiva para o mercado de trabalho", disse o secretário.
Podem se inscrever pessoas a partir de 18 anos de idade, trabalhadores sem ocupação e cadastrados no Sistema Nacional de Emprego (Sine). Fazem parte do alcance do curso todos os beneficiários das demais políticas públicas de trabalho e renda e também contemplados pelas ações de primeiro emprego e que estão recebendo o seguro-desemprego.
A inscrição é feita por meio da apresentação da Carteira Profissional, cédula de identidade, título de eleitor, CPF, comprovante de renda familiar e comprovante de residência. "É importante enfatizar que a inscrição é totalmente grátis", disse o secretário municipal de Articulação Comunitária.
O curso é dividido em módulos: Cultivo de Árvores Frutíferas; Cultivo de Espécies Frutíferas - Manga, Banana e Caju; Cultivo de Espécies Frutíferas Terrestres - Melão e Melancia; e Cultivo de Trepadeiras Frutíferas - Maracujá. Além do Sine, são parceiros na realização do curso o Núcleo de Desenvolvimento Social (NDS); Plano Nacional de Qualificação (PNQ); Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT); e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Reci Oliveira destacou que pôde percorrer algumas comunidades em companhia de técnicos do NDS, aos quais caberá ministrar o curso, com o objetivo de sensibilizar os representantes comunitários a participarem da iniciativa.


(Do jornal O Mossoroense, 10.6.2010)

ZPEs CRIAM NOVA OPORTUNIDADE DE DESENVOLVIMENTO

Com os dois projetos de Zonas de Processamento de Exportação (ZPE) aprovados, o Rio Grande do Norte terá novas oportunidade para atrair empresas. Após receber a assinatura do presidente, as prefeituras das duas cidades onde estarão localizadas as ZPEs, Assu e Macaíba, podem iniciar a busca por empresas que tenham interesse em se instalar nos locais.

A sanção do presidente às duas áreas vinha sendo aguardada por políticos e empresários do Rio Grande do Norte, que consideram a iniciativa como o início de um novo cenário econômico para o Estado, estimando que as modificações deverão começar a serem sentidas em cerca de dois anos. A ZPE é uma área de livre comércio, na qual as empresas produzem e exportam 80% dos seus produtos, com isenção de trIbutos.


Tribuna do Norte, 9.6.2010

quarta-feira, 9 de junho de 2010

CARNAUBAENSE RECEBE TITULO DE CIDADÃO NATALENSE


Amanhã em solenidade extraordinária na Cãmara Municipal  de Natal, o inspetor rodoviário, Roberto Luiz Bezerra Cabral, ocupante da assesoria de comunicação do orgão federal, estará recebendo a partir das 18.00 horas, título de cidadania por relevantes serviços prestados a sociedade.
O titulo de cidadão foi um reconhecimento do vereador Francisco de Assis- mais identificado como Bispo, devido suas atividades evangélicas, sendo subscrita ainda por mais sete vereadores do parlamento natalense.
O inspetor Cabral com comunicação dinâmica e responsabilidade profissional, é um dos quadros de destaque da Policia Rodoviária  Federal em nosso estado.
O blog em nome de todos os familiares, amigos e conterrâneos, antecipa parabéns ao inspetor pela bela conquista.

Do Blog de Aluízio Lacerda

 Escrito por juscelinofranca às 18h02

DE WALTER LEITÃO

"Bodinho" Corsino é uma figura de minha estima e admiração. Quando funcionário da Prefeitura Municipal do Açu, freqüentava acompanhado de Carmelito motorista daquela edilidade, a boite Chão de Estrelas daquela terra açuense. Isso no começo dos anos setenta. Era prefeito o espirituoso Walter Leitão. Pois bem, a esposa de Bodinho chamada Zefinho, enciumada foi até ao gabinete do prefeito denunciar: "Seu" Walter, Bodinho junto com Carmelito vão todas as noites pro Cabaré Chão de Estrelas, no carro da prefeitura. Walter, também frequentador daquela casa noturna, saiu em defesa daqueles dois antigos funcionários, externando: "Aqueles filhos da puta nunca que me chamou". 

(Em tempo: Informações de Janete Corsino, filha de Bodinho).

Fernando Caldas Fanfa

UMA CONVOCAÇÃO A DEBATE SOBRE QUESTIONAMENTOS DOS DESTINOS DO VALE DO AÇU


"O Vale do Açu se define a partir de onde o rio deixa de ser Piranhas e passa a ser rio Açu, abrangendo, inclusive, a Várzea que se inicia a partir da Garganta do Estreito, onde se aproximam mais os tabuleiros laterais do seu rio. A Várzea é o que se propõe apresentar após a cidade do Açu. Tanto assim é que os açuenses, a postos na cidade, tomam como referência, para citar a Várzea, a direção do curso do rio e apontam nessa direção quando dizem: foi para a Várzea.

O vocábulo AÇU é de origem tupi-guarani que significa... e que deu nome ao município, à sua sede, ao Vale que se conhece a partir de onde o rio deixa de ser Piranhas, à Várzea, a parte baixa do Vale, chamada Baixo Açu, compreendida a partir da Garganta do Estreito o litoral, onde as águas se despejam no Oceano Atlântico.
Posteriormente, com a oficialização da toponímia que se consagrou nos registros oficiais, a grafia do município passou a ser usada com dois SS e acentuada – Assú, o que não obriga os desdobramentos geográficos da região a comungarem com a nova apresentação. Assim, Vale do Açu, Rio Açu, Baixo Açu, Várzea do Açu e decorrências não têm a obrigatoriedade de acompanhar a grafia que é exclusividade toponímica da sede do município.
Caso idêntico ocorre com a denominação do estado da Bahia. Escreve-se com h, porém deixando à parte a Baía de Todos os Santos, a Baía de São Salvador, que dão nome ao acidente geográfico onde se supõe haverem aportados os descobridores, no século XVI e que permanecem com a grafia original – BAÍA.
Esses argumentos não são digeridos por Ronaldo da Fonseca Soares, que merece o nosso respeito, desde que é um dos pouquíssimos conterrâneos vivos preocupados com a pesquisa histórica do nosso passado e empenhados no projeto do nosso futuro.

Assim, pretendemos iniciar um debate, nos termos em que a estudiosa de nossa região – Nazira Vargas – chamou, com muita propriedade, O CLAMOR DOS BERADEIROS, sobre o fracasso das nossas potencialidades que estamos deixando desfilar à beira do abismo, sem questionamento, por incompetência, por espera de milagres celestiais ou por acharmos que O TREM NÃO É NOSSO, DEIXA VIRAR.
Sem pretendermos ser os donos da verdade, desprezando opiniões e argumentos mais sólidos – quem sabe? – queremos convocar a população, os estudiosos, os conterrâneos e interessados daqui ou d’além para um enfrentamento parlamentar em que sejam levados em consideração os saberes e o amor por um pedaço de chão que está à beira do abismo e que fatalmente despenhará se não houver quem acione o alarme.

Convivemos com muitas famílias e comunidades inteiras em que a população se auto-sustentava com as potencialidades oferecidas, naturalmente, e disponíveis à exploração. O regime era o mesmo, a cultura não era diferente. Apenas o progresso, a civilização foram surgindo e, de um certo modo, sem se anunciarem para uma tentativa de seguimento. O que não deve haver sido diferente nas outras regiões.

O atraso era maior, admitamos, porém se disponibilizavam potenciais que dispensavam os tratores, as perfuratrizes, a tecnologia que afastaram tudo quanto se pudesse ser explorado sem agravamento das posses consagradas, dos latifúndios, e da propriedade que não era de muitos.
Sempre houve os mais pobres e os mais abastados. Havia, entretanto, um bicho que se chamava confiança mútua bem distanciada da ganância. Os proprietários rurais dividiam as suas terras para exploração, em parceria, com seus moradores e com os vizinhos. Com isso, os proprietários mantinham o seu status social ou dominante, sem a ganância do poder, e os trabalhadores, por si, sem inveja, tinham a mesa farta, apesar da vocação eminentemente voltada para a exploração da agricultura, que não deixava de ser um trabalho penoso, porém digno e recompensado no final das colheitas. E os trabalhadores, agregados ou moradores, armazenavam, para a manutenção no período das chuvas que esperavam, paióis de feijão, de milho, de batata doce, além da possibilidade de terem para oferecer, no comércio demandante, uma arroba de algodão, de cera de carnaúba, um terreiro de galinhas, um garrote, ou um “capado” para a reposição de uma “muda de roupa” dos familiares. Não deixava de ser uma vida de pobre, porém tinha a dignidade e a nobreza da adquirência com “o suor do próprio rosto”.

A população da Várzea do Açu era, nos períodos da estiagem, economicamente, dependente do que lhe proporcionavam, as salinas de Macau e de Areia Branca, que acolheu, durante muito tempo, a mão de obra ativa disponível, garantindo emprego e, a partir da criação da Previdência Social, aposentadoria e assistência, com que ainda não contavam nos serviços da agricultura.

Quando faltavam as chuvas, nos períodos próprios de sua suspensão periódica, em que os trabalhadores se ocupavam da colheita, da produção do algodão e da cera da carnaúba, as salinas que esperavam o verão para a colheita do sal acumulado, abrigava toda a mão de obra ociosa da Várzea, sem limites de quantidade dos trabalhadores. Quem não tivesse ocupação na produção agrícola ocorrente nos meses de estio, tinha trabalho garantido nas salinas que, diferente da colheita da matéria prima e produção da cera de carnaúba, não dispensava os ofícios da população por falta de capacitação técnica.

A partir da década de 60, surgiu a mecanização das salinas e a consequente criação do Porto Ilha, de Areia Branca, que constituiu a maior tragédia social jamais enfrentada pelos trabalhadores da região, que passaram a contar apenas com a agricultura primária que ainda demorou um pouco a implantar tecnologia específica.

Era uma época em que já se falava em irrigação, atraída e aplicada na Várzea do Açu por D. Elizeu Mendes, bispo de Mossoró, através de projetos que conseguia viabilizar junto aos órgãos do governo, como o Plano de Valorização do Vale do Açu, porém pouco acreditados pelos ruralistas desde que eram precários os recursos e mínimos os beneficiários atendidos pelas poucas unidades das moto-bombas distribuídas. Mesmo assim, vale reconhecer que já se projetava um esforço da igreja no sentido de priorizar a humanização das ações religiosas.

Por maior que fosse o amparo da Previdência Social, com seus desdobramentos assistenciais, não era suficiente para superar as taxas crescentes de desemprego, até porque não eram todos os trabalhadores que dispunham de legalização documentária para ingressar pleitos de aposentadoria. E começaram a surgir pedintes e mendigos, uma população até então desconhecida na Várzea do Açu.

A morte de D. Eliseu acelerou o desânimo total dos varzeanos do Açu, dependentes que eram religiosa e assistencialmente da diocese de Mossoró. Não se falou mais em valorização do vale, em projetos de irrigação dos trabalhadores, em perfuração de poços nas pequenas propriedades, em enfrentamento racional da seca, em desenvolvimento de baixo para cima.

Essas atividades deixaram de ser próprias dos trabalhadores e passaram a ser exclusividade dos latifundiários e, posteriormente, das grandes empresas nacionais que tinham incentivos e recursos da SUDENE, como Maísa, São João, Finobrasa, Frunorte que, frustradas as suas intenções por incompetência técnica e administrativa, sem se desprezar o fator “honestidade”, algumas, quase todas, até incapazes de saldar seus compromissos financeiros, abandonaram alguns milhares de hectares equipados com tecnologia e equipamentos importados do primeiro mundo, que, sucateados, empobrecem e envergonham a região.

AS VAZANTES

O rio Açu não era perene como atualmente. Secava, mas deixava o seu leito disponível para exploração das “vazantes” que se constituíam num manancial de feijão, batata, melancia, jerimum, e mais o que se quisesse plantar. Havia os regimes de parceria, em que o proprietário cedia as suas terras aos moradores e vizinhos, no leito do rio ou fora dele, recebendo dos parceiros o que lhes coubesse no contrato, que eram geralmente de “meia ou de terça”. Assim, dependendo do acordo, que era verbal, o plantador pagava ao proprietário, um terço ou a metade das culturas que produzisse.
As vazantes se constituíam do processo de secagem das águas do leito to rio que não eram perenes como atualmente, porém a pouca umidade restante das enchentes passadas, associada à frescura do vento “nordeste”, uma brisa amena e fresca que ainda sopra do Atlântico, permitiam às terras do leito do rio seco, mesmo sem a frequência das chuvas, o resfriamento necessário ao processo de cultivo e produção das culturas que se desejassem produzir.
Será que, com a água permanente e a energia abundante de hoje, não se poderia tornar mais rica e mais farta a produção dessas culturas?


A MONOCULTURA

Tivemos, na região, algumas experiências, frustradas com a MONOCULTURA.
Podemos citar as não frustradas nem frustrantes, que não inibiam os trabalhadores de as consorciarem com as culturas de subsistência. A CARNAÚBA, por exemplo, que não era plantada nem cultivada – era nativa –, sempre deixava clareiras e grandes extensões para o plantio de milho, feijão, batata, macaxeira, fruteiras e hortaliças que garantiam o sustento e a sobrevivência da população, que, em tempos idos, comprava no mercado apenas o açúcar, o café e a farinha.

O ALGODÃO, outro exemplo de MONOCULTURA, embora plantado e cultivado em grande escala, não impedia o consórcio com outras culturas, mantendo racional a produção do algodão dos grandes proprietários, consorciado com as culturas necessárias à manutenção dos trabalhadores.e dos pequenos e médios agricultores. E porque não dizer dos grande proprietários.

A chegada das grandes empresas, com tecnologia, equipamentos, defensivos e adubos químicos de primeiro mundo, plantando melão, inibiu inibiu o regime de parceria, existente entre grandes e pequenos produtores, que, mesmo constituindo a grande massa da população dos vilarejos, neles residentes, passaram a ser marginalizados e afastados dos novos empreendimentos. É o caso ainda consumado na empresa DELMONTE, multinacional que explora mais de dez fazendas no Vale do Açu, produzindo banana, sem empregar os habitantes, vez que um trator, uma carroça e dois operários dão conta do serviço decem hectares do produto. E não criam oportunidades de participação da mão de obra ativa da região, que não conduz para a sua mesa, sequer uma palma de banana. Se quiser saboreá-la, vai comprar nos mercados as que são produzidas em Pernambuco.
E vemos nas porteiras que dão acesso ao município de Ipanguaçu, placas ostensivas, visivelmente mais humilhantes que empolgadoras, anunciando: CAPITAL NACIONAL DA BANANA.

E os trabalhadores, vivendo à margem desses empreendimentos, carregam a sua desdita, sem ocupação, esperando um dia ser aposentado, na velhice, quando seus braços perderem a atividade, ou quando um acidente ou incidente lhe proporcionarem a “felicidade” de uma invalidez que os levem prematuramente aos serviços de assistência previdenciária. Fora disso, são levados à mendicância ou aos postos de esmola das “bolsas” que produzem as legiões de inativos comprometidos com a obrigação de votar nos comandantes políticos, “pais da pobreza” que os arrebanham.

E não fica por aí, produzida apenas pela DELMONTE, a nefasta MONOCULTURA que enriquece as multinacionais e empobrecem os trabalhadores. A cana-de-açúcar ameaça invadir o que resta das áreas produtivas do Vale do Açu. Já se ouvem murmúrios nesse sentido. Multinacionais do gênero já crescem os olhos na fertilidade prodigiosa do Vale do Açu, que já conta com energia e água abundantes, os mais proeminentes valores da infra-estrutura desejada. Em se consolidando, será decretada a obrigação do exílio do restante dos moradores do Vale do Açu. Não haverá condição de se manterem sequer no local, pois, associadas as duas culturas – banana e cana-de-açúcar – decretarão a desertificação do populoso Vale.

O pior é que não se tem a quem apelar. Falta a vontade política das lideranças locais que se estão esvaziando. O Vale do Açu conviveu, em algumas legislaturas com 5 deputados na sua área eleitoral. Podemos citar: Edgar e Olavo Montenegro, Gerôncio Queiroz, depois seu irmão Geraldo, Ângelo Varela, Hélio Dantas e Floriano Bezerra que se alternaram. Atualmente, não tem um só. Alegam que isso ocorreu numa época em que a Assembléia Legislativa abrigava 36 componentes. Por isso, sobravam 5 para o nosso vale. É possível, porém desapareceu a proporcionalidade. Devia ter pelo menos um.
E as instâncias federais? Alguém haverá de perguntar. Os deputados federais e os senadores? Esses são como a Copa do Mundo de Futebol. Só aparecem para pedir votos. De quatro em quaro anos.

O pior é que fomos, durante muito tempo, acalentados pelos candidatos políticos, com as promessas da chegada de energia e de água para desenvolvermos as nossas potencialidades. Elas já chegaram há algumas décadas e estão aí desenvolvendo as grandes empresas estrangeiras. Os céus da região são ornamentados por uma imensa cadeia de fios, de postes, de lâmpadas que servem apenas para iluminar a nossa pobreza.

Onde não havia, foram escavados, construídos riachos e adutoras que cortam as propriedades, inclusive as dos pobres que veem a água correr sem a poderem utilizar para irrigação de suas culturas. Cadê os recursos?

Diante desses fatos, estamos convocando a população para um debate, sem restrição, em que se possam discutir e elevar esses questionamentos que deverá ser pacífico ou belicoso, porém eficaz e abrangente para ecoar nos altos escalões das esferas administrativas, até sermos ouvidos, inclusive noutras quebradas onde possam ressoar os ecos de nosso clamor, os infelizes, porém altruísticos BERADEIROS do Vale do Açu."

LULA AFIRMA QUE BASE ALIADA VENCERÁ AS ELEIÇÕES NO RIO GRANDE DO NORTE

Presidente chegou ontem à noite a Natal e, em conversa com aliados, demonstrou confiança na vitória de Iberê ou Carlos Eduardo.

Por Alisson Almeida
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou confiança na vitória da sua base aliada nas eleições do Rio Grande do Norte. Ontem à noite, na recepção do Hotel Pestana (Via Costeira), onde está hospedado, o petista conversou com aliados e, sem tergiversar, disse: “Vamos vencer as eleições no Estado”.

Lula quis saber como estavam as candidaturas do governador Iberê Ferreira de Souza (PSB) e do ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT). O presidente não demonstrou preocupação com a divisão no front governista e afirmou que, a despeito do favoritismo da senadora Rosalba Ciarlini (DEM), um dos dois aliados vencerá a sucessão potiguar.

Nesta manhã, o presidente toma café com Iberê e com a ex-governadora Wilma de Faria (PSB). O governador disse que iria conversar com o presidente sobre as “articulações políticas” com vistas às eleições, tendo em vista que o PT apoia a pré-candidatura do peessebista no RN.

Iberê enfrenta dificuldades para encontra alguém para a vaga de vice. O governador deseja que o PR indique seu companheiro de chapa, mas a vontade esbarra na aliança do partido do deputado federal João Maia com o PMDB do deputado federal Henrique Alves e com o PV da prefeita de Natal Micarla de Sousa.

Lula desembarcou ontem à noite, precisamente às 20h57, na Base Aérea de Natal, onde foi recebido pelo governador Iberê Ferreira de Souza, pela ex-governadora Wilma de Faria (PSB), pela prefeita de Natal Micarla de Sousa (PV), pelo deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB) e pelo pré-candidato a senador Hugo Manso (PT).

Nesta quarta-feira (9), o presidente cumprirá agenda administrativa na cidade. A programação prevê a inauguração da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Pajuçara (zona norte) pela manhã e a assinatura de alguns decretos.

O primeiro decreto autoriza o lançamento do edital de licitação para concessão do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante. O segundo, cria as ZPE’s (Zonas de Processamento de Exportações) de Macaíba e do Vale do Açu – ambas aprovadas pelo Comitê Gestor das ZPE’s.

Além dos decretos, o presidente assinará um convênio entre o Governo do Estado e o Governo Federal, através do Ministério do Turismo, no valor de R$ 20 milhões para o saneamento básico do bairro San Vale, na zona sul de Natal.

Fonte: Nominuto

terça-feira, 8 de junho de 2010

ZPEs confirmadas

Postado por  | Bom Saber | 08-06-2010 às 11:02

A Chefe da Casa Civil Erenice Guerra acaba de confirmar a assinatura do Presidente Lula, sancionando a criação das ZPEs de Macaíba e Assu amanhã no Centro de Convenções.

FESTA DANÇANTE DA COLÔNIA AÇUENSE EM NATAL

Esquerda para direita: Fernando Caldas Fanfa, Josivan Lobato, Edmilson Caldas, Gelza Tavares Caldas e Maria das Graças )Dadadá Caldas). Clube do SESI, 5.10, sábado passado.

CAFÉ DA MANHÃ DA COLÔNIA AÇUENSE EM NATAL - IGREJA SÃO JOÃO

Esquerda para direita: O ex-vereador do Açu Fernando Caldas Fanfa e a senadora Rosalba Ciarline (DEM), pré-candidata ao governo do Rio Grande do Norte nas próximas eleições.

CONRATERNIZAÇÃO DA COLÔNIA AÇUENSE EM NATAL


Esquerda para direita: Edmilson Caldas, Gilzenor Sátiro de Souza e Fernando Caldas (organizador deste blog).

AÇU ANTIGO

Na época em que foi produzido esta fotografia, salvo engano, a praça atual Getúlio Vargas era denominada de praça da proclamação.

Fernando Caldas Fanfa

SOBRE A ZPE DO AÇU

Presidente Lula fará pronunciamento no Pajuçara, onde inaugurará a Unidade de Pronto Atendimento

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Assinaturas de decretos das  ZPEs  não estão confirmadas

Para visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda não está confirmado se ele assinará o decreto para criação da Zona de Processamento de Exportação para os municípios de Assu e Macaíba. A Assessoria do governo do Estado divulgou a agenda do presidente incluindo a assinatura do convênio. No entanto, assessores do Partido dos Trabalhadores não confirmam a informação.

O projeto da ZPE de Macaíba é de autoria do deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB). Já a ZPE de Assu tem como autora a senadora Rosalba Ciarlini (DEM).

Ontem, o prefeito de Assu, Ivan Júnior (PP), divulgou uma nota na qual afirma esperar que o presidente aproveita a programação em Natal para assinar a sanção do ZPE do Sertão, como é chamada a Zona de Processamento de Exportação que será localizada no município. “Espero que a vinda do presidente Lula ao Estado possa contemplar a sanção da ZPE do Sertão que já foi aprovada pelo Conselho Nacional de ZPEs, teve igual destino na instância da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e, agora, aguarda unicamente pela sanção presidencial”, disse o prefeito.

(...)


(Fonte do jornal Tribuna do Norte)



segunda-feira, 7 de junho de 2010

CONFRATERNIZAÇÃO DA COLÔNIA AÇUENSE EM NATAL, 2010

O deputado estadual Wober Junior (PPS) acompanhado do açuense Dudu Machado (que foi seu companheiro de chapa, vice-prefeito) nas eleições municpais de 2008, em Natal, além do vereador do Açu Didi (PSB), prestigiaram aquela festa dançante no salão do clube do SESI, em Natal, ontem, domingo, 5 de junho, realizada pela Colônia Açuense naquela capital.

Fernando Caldas

AÇU CAMPEÃO DE FUTEBOL DE SALÃO (1964)

Ato de homenagem da Prefeitura Municipal do Açu a seleção açuense que em 1964 ganhou o primeiro campeonato de futsal do interior do Estado. Jogadores: Edval Martins (goleiro), Juninho de Chico de Ernesto, José Nazareno (Lambeolho), Rui (goleiro), Anchieta, Leleto, Mazinho, dentre outros. Na fotografia, esquerda para direita: João Inácio. Edzés, Geraldo Dantas, Edson Queiroz (discursando - técnico da seleção campeã), (?), Maroquinhas (prefeita do Açu) e UU. Aquela fotografia fora tirada em fente a prefeitura daquela terra açuense.

Fernando Caldas Fanfa

domingo, 6 de junho de 2010

JÁ É SÃO JOÃO NO RIO GRANDE DO NORTE

Por Marcílio Amorim

O Rio Grande do Norte fica sabendo que o São João chegou quando a festa começa em Mossoró. Com a abertura oficial do Mossoró Cidade Junina realizada na tarde deste sábado, com o ortejo junino do “Pingo do Mei-dia”, está declarada aberta a festa junina no nosso Estado.


DivulgaçãoComeçou a festa em MossoróComeçou a festa em Mossoró
O evento coloriu as ruas do corredor cultural da cidade com quadrilhas juninas, carroças, pau de arara elétrico, desfile de carros e provou que o povo mossoroense vive o São João com muita alegria.

O sol abriu e o calor retornou a cidade após a chuvosa noite de sexta, quando São Pedro resolveu pregar uma peça e mandou muita chuva pra cidade de Mossoró durante o coquetel de abertura do Mossoró Cidade Junina. O evento realizado na noite de sexta-feira, no Memorial da Resistência, contou com a presença de políticos, artistas, imprensa de diversas partes do Brasil, autoridades e o povo de Mossoró.

O encerramento do “Pingo do Mei-dia” contou ainda com um show da rainha do forró Eliane, que cantou os principais sucessos de sua carreira como “Brilho da Lua” e “Valeu”. No domingo a pedida é a avant-première do Cinema na Roça, com o filme “A Cidade das Quatro Torres”, às
19h30, na Estação das Artes. Semana que vem a festa pega fogo com grandes shows e o início da temporada do Chuva de Bala no País de Mossoró.

O resumo dos 20 dias de festa está na declaração da prefeita Fafá Rosado, “O Mossoró Cidade Junina mostra a cultura do nossa cidade através dos nossos artistas. O Mossoró Cidade Junina é muito mais do que você imagina!”.


(Transcrito do jornal Tribuna do Norte, 6.6.2010)

PORTAL UOL DESTACA O SÃO JOÃO DO ASSU COMO UM DOS MELHORES DO BRASIL, EM MATÉRIA ESPECIAL


O prestigiado portal de notícias UOL destacou a tradicional festa de São João do Assu em matéria especial assinada pelo jornalista Armando Falcão Neto, nesta sexta-feira, 04, como um dos melhores do Brasil. Em página destacada para as principais festas juninas do Brasil, o UOL indica as melhores festas, colocando Assu ao lado de Salvador, Amargosa, Senhor do Bonfim, Caruaru, Campina Grande, Cruz das Almas, Aracaju e São Luís.
 
Na matéria a festa de São João cidade de Mossoró é citada após subtítulo. O jornalista também teve a preocupação de destacar os principais hotéis e pousadas do município por meio do endereço
http://viagem.uol.com.br/especiais/festas-juninas/ultnot/2010/06/01/veja-opcoes-de-hospedagem-em-assu-rn.jhtm
Repercussão

O esforço do prefeito Ivan Júnior e sua equipe de secretários, que vem buscando preservar a tradição de um dos mais importantes municípios do Rio Grande do Norte, dando especial atenção a cultura e ao turismo vem repercutindo nacionalmente. Além disso, o dedicado empenho em promover ações que produzam emprego e renda para os jovens munícipes - como a luta pela implantação da ZPE do Sertão -, que alia investimentos em educação profissional, tem feito com que Assu seja vista de forma angular por empresários e investidores. O maior exemplo é a disposição da Fábrica de Lubrificantes Dulab, do vizinho estado do Ceará, em construir uma fábrica em Assu antes mesmo da sanção presidencial da ZPE do Sertão.

Confira a matéria na íntegra logo abaixo ou visite o portal através do endereço
http://viagem.uol.com.br/especiais/festas-juninas/ultnot/2010/06/01/fe-e-alegria-se-misturam-no-sao-joao-de-assu-no-rio-grande-do-norte.jhtm

BILL CLINTON EM NATAL

O ex-presidente americano Bill Clinton em Natal fotografando com autoridades potiguares, na ocasião da sua palestra na Universidade Potiguar, de Natal.

AMENIZE A DOR E O SOFRIMENTO DOANDO PALAVRAS



O projeto MOMENTO DO LIVRO vai começar agora em junho, duas vezes por mês, contação de histórias e shows culturais para as crianças, adolescentes e adultos que vivem como pacientes ou acompanhantes, no Hospital Infantil Varela Santiago.
Para o primeiro encontro, Francisco Martins, gestor do projeto, já dispõe de livros para o evento. Todavia, se alguém desejar doar livros infantis, podendo ser gibis, necessariamente não precisam ser novos, podem ser usados, desde que estejam em bom estado de conservação, é só entrar em contato com o escritor através dos telefones (84) 9956 4014 e 8719 4534, que ele dará um jeito de apanhar as doações no âmbito da Grande Natal. Lembrando que a Biblioteca Padre Monte, na Academia Norte Rio-Grandense de Letras, na Rua Mipibu 443, Cidade Alta, Natal-RN, também é posto de coleta para esta campanha. Colabore, amenize a dor e o sofrimento doando palavras.

Postado por Francisco Martins

BETINHO ROSADO




Me permita o mossoroense Calos Alberto de Souza Rosado - Betinho Rosado (deputado federal pelo Rio Grande do Norte) publicar esta sua fotografia.. A referida foto encontrei entre os guardados de minha mãe Gelza Tavares Caldas, 83, residente em Assu, filha de Fernando Tavares - Vem-Vem, que era amigo íntimo de Dix-sept Rosado, pai dele, Betinho. A fotografia fora oferecida pela sua mãe, a minha mãe chamada Gelza Tavares Caldas,quando de suas idas a cidade de Mossoró acompanhando seu pai, nos idos de quarenta. Dix-Sepet e Vem-Vem sucumbiram no desastre aviatório do rio do Sal, em Aracaju, no dia 12 de julho de 1951, quando dix-Sept ainda exercia o governo da terra potiguar.


Fernando Caldas 

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...