quarta-feira, 21 de agosto de 2013

1931 – O GRANDE HIDROAVIÃO DO X EM NATAL

O DO X taxiando na água
O DO X taxiando na água
ESTA ERA A MAIOR AERONAVE EXISTENTE E ESTEVE EM NATAL PELA IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DESTA CIDADE PARA A AVIAÇÃO MUNDIAL
Autor – Rostand Medeiros
Claudius Dornier certamente é um dos mais ilustres engenheiros aeronáuticos da história da aviação mundial, colocando seu sobrenome em toda uma série de empresas e aeronaves construídas entre 1912 a 2002.
É inegável para aqueles que estudam a história da aviação mundial que o nome de Dornier é muito associado com o chamado projeto X, o projeto de um enorme hidroavião e a maior aeronave do mundo da sua época.
Dornier e sua grande nave
Dornier e sua grande nave
Apesar dos nove anos de esforço, de ser uma impressionante maravilha aérea, infelizmente o DO-X foi sob muitos aspectos um grande fracasso. Mas isso não impediu que um dia este gigante dos ares houvesse amerissado nas calmas águas do Rio Potengi, na cidade de Natal, uma das mais importantes e estratégicas regiões para a aviação mundial no período inicial do seu desenvolvimento.
Esta é a sua história!
Um Grande Engeneiro
Nascido em Kempten, na Alemanha, em 14 de maio de 1884, Claude (ou Claudius) Honoré Desiré Dornier era filho de um francês, importador de vinhos, e de uma dona de casa alemã. Logo ficou claro a sua inteligência e capacidade, onde se percebeu o seu gosto pela ciência. Depois Dornier se destacou como um grande designer e empresário, mas igualmente como um verdadeiro acadêmico. Menos óbvio, mas igualmente importante, está na sua percepção política para conseguir sobreviver, mas também prosperar em uma Alemanha derrotada na Primeira Guerra Mundial, as restrições do Tratado de Versalhes, a má gestão predatória da era nazista e a segunda derrota alemã em 1945.
Dornier graduou-se em 1910, com distinção, na Technische Hochschule, de Munique, e foi contratado pela empresa fabricante de dirigíveis Zeppelin, onde sua experiência com estruturas metálicas foi inestimável.
O futuro DO X no  Lago Konstanz
O futuro DO X no Lago Konstanz
Impressionado com o jovem, o conde Ferdinand Graf von Zeppelin autorizou que uma instalação especial, em Seemoos, as margens do Lago Konstanz, fosse utilizada por Dornier para o desenvolvimento de hidroaviões. Lá, em janeiro de 1915, Dornier construiu o Zeppelin-Lindau Rs 1, um hidroavião trimotor, com estrutura metálica, tendo 43 metros de envergadura e pesando 10.500 toneladas. Infelizmente este aparelho foi danificado antes que pudesse voar.
Dornier completou mais três grandes hidroaviões antes do final da Primeira Guerra. Nenhuma destes pássaros se tornaram aviões de combate, mas cada um deles aprimorou a fórmula clássica de grande parte das futuras aeronaves desenvolvidas por Dornier.
Após a derrota na guerra veio a proibição da Alemanha de construir aviões de grande porte.
Em 1919, Dornier transfere suas operações para Manzell, Suíça. Lá ele projetou o famoso hidroavião bimotor Dornier DO-J Wal (baleia), que voou pela primeira vez em 12 de novembro de 1922. Devido a outras restrições do pós guerra, Dornier foi forçado a se estabelecer na Itália, onde funda a empresa S.A.I. di Costruzioni Mecchaniche i Marina di Pisa, com a intenção de produzir comercialmente o Wal.
O Dornier Wal
O Dornier Wal
O hidroavião foi tão bem sucedida em termos de vendas que 320 unidades foram construídas, incluído as fabricadas sob licença pela Kawasaki no Japão, Aviolanda na Holanda, CASA na Espanha e em 1933, após os abrandamentos das restrições de fabricação de aeronaves, pela própria empresa Dornier Flugzeugwerke, com sede em Friedrichschafen, na Alemanha.
O Grande DO X
Em 1924, ainda quando Claudius Dornier se encontrava na Suíça, teve início os estudos que culminariam no hidroavião DO-X. Mais de 240 mil horas de trabalho vão ser gastas pelos próximos cinco anos para criar a maior aeronave de sua época. Para Walter J. Boyne, piloto e coronel reformado da United States Air Force, no seu trabalho intitulado “The Dornier DO-X: What Might Have Been” (2011), foi durante este período que Dornier perdeu o controle do projeto em termos de peso e arrasto.
Neste plano o DO X mais parecia um navio
Neste plano o DO X mais parecia um navio
Embora fosse um gênio na arte de estruturas leves, onde aprendeu mais ainda quando estava junto a Graf von Zeppelin, usando a sua famosa combinação de aço e duralumínio, Dornier parecia atacado por um complexo de “Art Deco aeronáutico”. Ele viu o DO-X não tanto como um hidroavião, mas como um verdadeiro “Palácio voador sobre os oceanos”, tendo o projeto se tornado estruturalmente complexo, excessivamente ornamentado e aeronauticamente complicado. Logo o DO-X recebia internamente três níveis. O mais alto foi dividido em cinco compartimentos para os 12 ou 14 tripulantes (formado pelos pilotos, navegadores, homens de rádio e engenheiros).
Requinte interno do DO X
Requinte interno do DO X
O segundo pavimento foi ricamente equipado para o luxo e requinte dos ricos passageiros e com área para transportar suas volumosas e pesadas bagagens. Neste pavimento o DO-X possuía quartos de dormir, quarto para fumantes, um bar, banheiros, uma cozinha, um elegante salão que também poderia ser convertido em uma área para receber berços de dormir durante os voos noturnos e uma sala de jantar. A terceira plataforma foi utilizada para o armazenamento de combustível, de lastro, de óleo e de equipamentos.
Conhecido na Alemanha como Flugschiff (navio voador), possuía uma envergadura de 48 metros, uma área de asa com 450 m² e havia sido projetado para transportar 66 passageiros em voos de longa distância, ou 100 passageiros em voos curtos. As asas eram tão largas que permitia a passagem de engenheiros por dentro delas, para que eles alcançassem os motores em voo através de escotilhas de acesso.
A lateral da grande nave
A lateral da grande nave
Dornier tinha alcançado seu objetivo de construir o maior avião do mundo, mas infelizmente, na medida que o peso e o arrasto aerodinâmico do DO-X cresciam, consequentemente diminuía a potência disponível pela quantidade dos motores inicialmente idealizada. Como resultado foram acrescentados mais e mais motores, chegando a um total de 12. Para piorar a situação o engenheiro Dornier não pode dispor dos motores que desejava. O novo monstro alado pesava vazio mais de 28 toneladas (o mesmo peso de um Boeing 737-100). Dornier tinha a esperança de adquirir 12 motores americanos mais potentes, mas teve que se contentar com doze motores radiais Siemens-Halske, de 525 cavalos de potência. Assim, desde o início, ele tinha um total de 6.300 cavalos de potência disponíveis, em vez de dos 7.680 cavalos de potência que ele havia planejado.
O DO X no ar
O DO X no ar
Apesar de tudo isso, em 12 de julho de 1929, aquele hidroavião nada convencional decolou do Lago Konstanz, realizando o primeiro dos seus 239 voos.
Logo tudo que se relacionava ao DO-X recebeu uma grande atenção da imprensa mundial. Em 21 de outubro de 1929, o DO-X fez um voo recorde com 169 pessoas a bordo. Por esta época já tinham sido realizados quase 35 horas de testes, estes revelaram que os motores Siemens eram inadequados. Para sorte de Dornier os americanos da fábrica Curtiss finalmente entregaram seus motores modelo “Conqueror” para serem instalados no DO-X.
 o Kapitänleutnant Frederick Christiansen, comandante do DO X
o Kapitänleutnant Frederick Christiansen, comandante do DO X
Mesmo com os novos motores, ficou patente que o grande hidroavião alemão não havia alcançado as metas desejadas para velocidade e altitude. Mesmo assim foi lançada uma turnê internacional de vendas. Dornier selecionou para comandar o DO-X o Kapitänleutnant Frederick Christiansen, um ás da Primeira Guerra Mundial, detentor da medalha “Blue Max”, com treze vitórias oficiais e oito não confirmados no seu currículo de aviador de combate da marinha germânica.
O Grande “Raid” do DO X
Em 3 de novembro de 1930 o DO-X voou do Lago Konstanz para Amsterdã (Holanda), Southampton (Inglaterra), Bordeaux (França), Santander e Catalunha (Espanha) e Lisboa (Portugal).
Mapa do "Raid" do DO X
Mapa do “Raid” do DO X
Tudo correu bem até a chegada a Lisboa, quando ocorreu um grave dano. A lona do revestimento da asa esquerda, em contato com um tubo de escape quente, deu início a um incêndio que destruiu grande parte da asa e foram necessários seis semanas para finalizar os reparos. Os alemães passaram o natal e a chegada do novo ano de 1931 na capital portuguesa e este seria o primeiro de uma série de incidentes.
Quando a nave estava finalmente reparada ela partiu ás 8:30 da manhã de 31 de janeiro. Diante de uma multidão de lusos o DO-X percorreu durante dois minutos, com potência máxima dos motores, as águas do Rio Tejo e decolou. Transportava seis passageiros, treze tripulantes e 800 libras de mala postal, seguiu a uma atitude média de 200 metros, com o voo prosseguindo até as Ilhas Canárias, onde chegam depois de seis horas e meia de viagem.
O DO X durante sua grande viagem
O DO X durante sua grande viagem
Na sequência, houve graves danos na aeronave durante uma tentativa de decolagem, exigindo mais noventa dias de reparação. Durante este tempo foi imposto uma drástica redução de peso para melhorar a capacidade de decolagem, com todos os móveis pesados ​​sendo jogados para fora e a equipe de voo sendo obrigada a se livrar de seus bens pessoais, até de suas navalhas. Além disso veio do Brasil um veterano piloto alemão chamado Rudolf Cramer von Clausbruch, que atuava na empresa aérea Sindicato Condor. Clausbruch sabia como aumentar o alcance de um hidroavião em travessias oceânicas. Ele voava rente as ondas do mar, não mais que 10 metros, utilizando o chamado efeito solo, situação onde a enorme asa do DO-X criava uma condição ideal.
O DO X realizando um voo próximo a água
O DO X realizando um voo próximo a água
As nove da manhã do dia 2 de maio de 1930, o grande hidroavião estava de novo no ar. Bordejaram a costa africana, Passaram pela colônia espanhola do Rio do Ouro (atual região do Saara Ocidental), por Dacar, então capital da África Ocidental Francesa (atual capital do Senegal), seguindo rumo sul em direção a ilha de Bubaque, no Arquipélago da Bijagós, na costa da então colônia portuguesa da Guiné (atual República da Guiné-Bissau). Neste local os aviadores alemães tiveram que esperar por mais quatro angustiantes semanas pelo tempo adequado, enquanto isso realizaram vários testes com a aeronave.
Jornal pernambucano informando a chegada do DO X
Jornal pernambucano informando a chegada do DO X
Com a confiança renovada na grande máquina alada, seguiram para Porto Praia, capital da então colônia portuguesa de Cabo Verde. Mas novamente ocorreram vários problemas devido ao peso, sendo abortadas várias decolagens. Finalmente no dia 4 de junho de 1931, sete meses depois de decolarem do Lago Konstanz, faltando seis minutos para uma da tarde, eles decolaram em direção ao Brasil.
Consta que se o combustível ficasse muito baixo nos tanques, o DO-X realizaria uma escala em Fernando de Noronha, na época uma colônia penal, e depois o destino seria Natal.
Na bela Ilha de Fernando de Noronha 
Desde o final de 1922 que a tropical capital potiguar, com seus pouco mais de 40.000 habitantes, já estava até que bem acostumada com o movimento de aviões e hidroaviões. Além da passagem de vários aviadores famosos, em voos atentamente acompanhados pela mídia mundial, os chamados “raids”, já havia na cidade representações de importantes empresas aéreas francesas, alemãs e norte americanas.
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Natal era um grande ponto de apoio para a aviação mundial, contando com dois pontos principais para onde as aeronaves convergiam. Os aviões pousavam no chamado Campo dos Franceses, em uma área denominada Parnamirim, que em 1927 era apenas uma fazenda de um rico comerciante imigrado de Portugal e que morava no centro de Natal, vizinho a igreja de Nossa Senhora do Rosário. Já os hidroaviões amerissavam no Rio Potengi, que banha a capital potiguar. Era neste rio que a grande nave alemã iria descer dos céus.
Enquanto o DO-X não chegava a Fernando de Noronha, várias informações eram transmitidas para a imprensa brasileira. Durante o voo sobre o Oceano Atlântico, seguindo viagem tranquilamente a baixa altitude, o hidroavião viu e passou a cerca de 50 metros do navio francês “Massilia” e no final da tarde foi vista por outra nave francesa, o “Lutetia”. Coincidentemente ambos os barcos eram da Compagnie de Navigation Sud-Atlantique, em rota para o Brasil.
Foi igualmente informado pela imprensa que o cargueiro inglês “SS Thereza” avistou a nave aérea a 10 graus de latitude norte e 22 de longitude oeste.
Ocorre que o voo do DO-X da Guiné a Fernando de Noronha demorou mais de treze horas, sendo a travessia realizada a uma velocidade média de 95 milhas (cerca de 153 km/h), obrigando a amerissagem em Noronha.
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O hidroavião amerissou diante da Vila dos Remédios, depois da meia noite do dia 5 de junho, em uma noite sem lua cheia que facilitasse a visualização. A operação demonstrou a capacidade do comandante Frederick Christiansen e do conhecimento local que Rudolf Cramer von Clausbruch possuía como piloto do Sindicato Condor. A nave ficou ancorada na baía de Santo Antônio, próximo das ruinas do antigo forte dedicado ao mesmo santo e de uma casa construída em 1927 e utilizada no apoio aos aviadores franceses, conhecida até hoje como “Casa da Air France”.
Depois de revisarem os motores, reabastecerem o hidroavião com 5.400 litros de gasolina, houve uma pausa para o descanso. A manhã do dia 5 estava nublada, fazendo com que a tripulação aguardasse o tempo abrir. Finalmente, depois do meio dia, a tripulação do DO-X transmitiu nas ondas de rádio de 39 metros uma mensagem para a estação rádio do Sindicato Condor em Natal, eles estavam a caminho.
Enfim na Capital Potiguar
Em Natal, como era normal durante a passagem dos grandes “raids” e da chegada de algum hidroavião incomum nas águas do Potengi, a cidade parou esperando o DO-X. E o DO-X era tão somente o maior engenho aéreo do mundo no seu tempo.
Tripulação do DO X
Tripulação do DO X
Na sexta feira, 5 de junho de 1931, o comércio local fechou as portas ao meio dia, sirenes em fábricas e as que existiam nos cinemas “Royal” e “São Paulo”, tocaram informando a saída da aeronave de Fernando de Noronha e as ruas passaram a ficar bastante movimentadas.
A pequena, mas influente colônia alemã em Natal, se concentrou na sede da empresa Sindicato Condor, que estava embandeirada com flâmulas com as cores do Brasil e da Alemanha. Até o representante em Nova York da empresa Dornier Flugzeugwerke estava na capital potiguar. Havia em Natal jornalistas de periódicos do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Pernambuco.
Visual de Natal feito pelos tripulantes do DO X
Visual de Natal feito pelos tripulantes do DO X
Eram duas horas da tarde quando se ouviu o ronco da aeronave. Como sempre ocorria nestas ocasiões sinos repicaram, muita gente aplaudia, fogos de artifícios foram disparados e grande parte da população natalense estava as margens do Rio Potengi.
A aeronave surgiu primeiramente sobre o bairro de Petrópolis, depois evoluiu sobre a cidade durante dez minutos, ostentando as grandes letras negras de registro “D 1929”.
No Rio Potengi, barcos com autoridades potiguares e membros da colônia alemã em Natal encostam no grande DO X
No Rio Potengi, barcos com autoridades potiguares e membros da colônia alemã em Natal encostam no grande DO X
Segundo os jornais, para deleite da população natalense concentrada as margens do Rio Potengi, a nave realizou um voo a baixa altitude desde a foz do rio, seguindo em direção a antiga ponte de ferro sobre o Rio Potengi, sobrevoando-a enquanto perdia altitude para amerissar. Tocou tranquilamente a então limpa água do rio na altura da área de “Refoles”, onde existia a estação de rádio da Marinha do Brasil e os franceses tinham na época uma base de hidroaviões (hoje se encontram as instalações da Base Naval de Natal). A partir daí, lentamente, a nave deslizou sobre o calmo rio em direção a uma pesada e firme boia de atracação de 700 quilos de peso, colocada no meio do rio pela “Inspectoria do Porto de Natal”, próximo ao lugar denominado “Volta do Periquito”.
Natalenses apreciando a grande máquina as margens do Rio Potengi
Natalenses apreciando a grande máquina as margens do Rio Potengi
O DO-X trazia na popa uma grande bandeira tricolor preta, branca e vermelha. Era a antiga bandeira do Império Alemão, ainda adotada em cerimônias oficiais no exterior e que dois anos depois seria abolida para a utilização da famigerada bandeira nazista.
A 500 metros da boia seus motores, menos um deles, foram desligados e com extrema demonstração de perícia para o público presente, o grande hidroavião encostou no artefato de atracação sem problemas. Logo vários barcos encostaram trazendo autoridades, jornalistas e membros da colônia alemã.
O DO X em Natal é notícia
O DO X em Natal é notícia
Para surpresa de muitos natalenses, um dos tripulantes do DO-X que surgiu era o conhecido almirante português Gago Coutinho. Em 1922, por pouco este aviador luso não havia amerissado em Natal, junto com seu companheiro Sacadura Cabral. Os dois intrépidos portugueses realizaram naquele ano um voo épico que ligou Lisboa ao Rio de Janeiro em um simples hidroavião monomotor de fabricação inglesa. Logo o almirante Coutinho foi perguntado pelos repórteres o que achou de Natal, respondeu “-O que posso dizer, estou encantado”.
Coutinho não era o único não alemão a bordo. Avaliando o desempenho do DO-X para uma o possível compra pelo seu país, estava a bordo o major italiano Giacomo Brenta.
Tripulação do DO X junto a autoridades brasileiras
Tripulação do DO X junto a autoridades brasileiras
Enquanto uma guarnição da Força Pública tomava conta do hidroavião, o piloto do Sindicato Condor, Rudolf von Clausbruch, deixava o DO-X e partia para o Rio. Enquanto isso os aviadores europeus aproveitavam a hospitalidade da bucólica Natal. O comandante Frederick Christiansen, o almirante Gago Coutinho, o major Giacomo e outros dez tripulantes eram discretamente vistos em vários eventos e locais de Natal. Nunca estavam sozinhos, andavam sempre bem trajados e eram de uma fidalguia e de uma conduta pessoal verdadeiramente impecáveis.
Eles foram homenageados com um jantar na casa do rico comerciante de origem portuguesa Manoel Machado, onde o almirante português estava hospedado. Machado era o mesmo que doara o terreno para a construção do Campo dos Franceses.
No domingo, dia 7 de junho, a tarde, o comandante Christiansen e o 1º piloto Horst Merz, apreciadores do nobre esporte bretão e antigos peladeiros, foram assistir a uma partida de futebol no “Campo do Tyrol”, o que hoje chamamos de estádio Juvenal Lamartine.
Os aviadores estrangeiros estavam na tribuna de honra e presenciaram uma emocionante partida de nove gols que decretou a vitória do time do América F.C. sobre seu arquirrival ABC F.C., pelo placar de 5 a 4. A edição de terça feira, 9 de junho, do jornal natalense “A República”, comenta na terceira página que Christiansen e Merz ficaram extremamente impressionados com a qualidade do futebol apresentado e pela garra dos jogadores potiguares.
O 1º piloto Horst Merz, que apreciou muito o jogo entre o América e o ABC F.C. no velho estádio Juvenal Lamartine
O 1º piloto Horst Merz, que apreciou muito o jogo entre o América e o ABC F.C. no velho estádio Juvenal Lamartine

O 1ºpiloto Merz afirmou que “-Era impressionante uma pequena cidade possuir tão bons jogadores e com tanta qualidade”. Ao final os aviadores fizeram questão de cumprimentar cada um dos jogadores.
A Viagem Continua, mas um tripulante fica em Natal…
Passados alguns dias, como acontece em navios que visitam cidades, o DO-X foi aberto à visitação pública. Gago Coutinho esteve no Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e na redação do jornal “A República”.
Natalenses a margem do Potengi contemplando a preparação para a decolagem da grande nave
Natalenses a margem do Potengi contemplando a preparação para a decolagem da grande nave
No dia 17 de junho, ás seis da manhã, foi a data marcada para a partida da grande aeronave, mas simplesmente, como já tinha acontecido antes, o pássaro não voou.
Depois de duas tentativas frustradas, com idas e vindas ao longo do Potengi, em meio a uma grande barulheira dos 12 motores do DO-X que acordou a sonolenta cidade, com o público natalense certamente achando aquilo tudo muito estranho e esquisito, o monstro alado foi levado para a região onde atualmente se encontra o prédio histórico da Rampa e o Iate Clube de Natal e colocado as margens do rio.
Na edição de 18 de junho de 1931, uma quinta feira, na primeira página está colocado que a causa do revés da decolagem do grande hidroavião foi a existência de prosaicas e pequeninas “ostras” incrustadas no fundo do casco do DO-X.
O DO X nas margens do Potengi
O DO X nas margens do Potengi
Provavelmente o que havia não eram ostras, mas cracas marinhas. Estes são crustáceos marinhos sésseis de vários gêneros, da ordem Thoracica, da classe Cirripedia, que quando adultos têm o exoesqueleto calcificado e composto por várias placas que definem uma forma cônica. As cracas escolhem normalmente rochas para viverem e se reproduzirem, mas podem fixar-se também a fundos de embarcações (onde causam estragos) ou a outros animais (por exemplo baleias). Mas sinceramente não sei o quanto estes animaizinhos poderiam impedir o gigantesco DO-X de decolar do Rio Potengi. Os jornais locais foram muito econômicos sobre este fato.
No jornal “Diário de Pernambuco”, edição de 18 de junho, página 2, o comandante Christiansen afirmou que “-Poderia decolar, mas achou conveniente fazer uma limpeza no casco”. Já o almirante Gago Coutinho, além de culpar os pequenos organismos marinhos, comentou que a falta de ventos e a “Pouca largura” do Rio Potengi, eram os vilões do problema. O comandante alemão decidiu testar novamente os motores do DO-X, realizando o que o jornal recifense classificou como um “passeio” ao longo do rio.
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Em todo caso, no outro dia as cinco da manhã, o DO-X partiu de Natal para Salvador.
Não sei se por vergonha do que aconteceu no dia anterior, ou por pressa, mas pareceu aos natalenses que os aviadores da grande máquina decolaram com uma verdadeira velocidade de fugitivos, numa “Carreira igual daqueles que roubam” como se diz o dito popular. Pois simplesmente deixaram para trás um dos tripulantes.
Este fato inusitado está publicado na primeira página do jornal “A República”, edição de 19 de junho de 1931 e na página 3 do “Diário de Pernambuco”, do mesmo dia. O nome do pobre tripulante esquecido não foi mencionado, mas foi informado que logo ele seguiria pelas asas de um hidroavião do Sindicato Condor para Salvador.
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É de se conjecturar onde este alemão estava para perder a hora da decolagem de sua aeronave e certamente o seu emprego. Vai ver que nos braços de alguma bela morena potiguar!
Em Outras Terras
O voo continuou para o Rio de Janeiro. O pouso na baía da Guanabara atraiu milhares de curiosos. Do Brasil, o hidroavião voou para os Estados Unidos, pousando em Nova York no dia 27 de agosto de 1931. Ali os motores Curtiss foram removidos e enviados para a revisão e a aeronave acabou ficando vários meses no atual aeroporto Fiorello La Guardia, onde se tornou uma atração turística.
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O voo de regresso para a Alemanha partiu no dia 21 de maio de 1932, atravessando o Atlântico Norte e chegando a Berlim em 24 de maio, dessa vez sem maiores contratempos.
Infelizmente para a empresa Dornier Flugzeugwerke, os Estados Unidos estavam vivendo a chamada Grande Depressão, e não havia mercado com capacidade de absolver uma aeronave do tamanho do DO-X. O hidroavião passou para a empresa aérea Lufthansa, mas operou por pouco tempo.
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Logo houve um pouso errado no sul da Alemanha e houve danos ao pássaro de metal. Reparado, o DO-X voltou para Berlin e passou a fazer parte do Deutsche Luftfahrt-Sammlung (museu da aviação) em Lehrter Bahnhof. Infelizmente, em novembro de 1943, o museu foi destruído por um pesado bombardeio da RAF e quase nada restou do DO-X.
Dornier fabricou mais dois hidroaviões Do-X, que foram vendidos ao italianos. Estes eram idênticos ao DO-X original, com exceção dos motores. O destino final dos dois aviões não é conhecido e provavelmente foram desmontados e sucateados silenciosamente. Um sucessor, o Do-XX, foi idealizado por Dornier, mas nunca avançou além do estágio de estudo de design.
Embora nunca tenha sido um sucesso comercial, o Dornier DO- X foi um pioneiro do seu tempo, que demonstrou o potencial de um serviço de transporte aéreo internacional de passageiros.
Fontes - http://culturaaeronautica.blogspot.com.br/2009/11/dornier-do-x-o-gigante-dos-anos-30.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Dornier_Do_X

Assu Antigo


Lateral do Sobrado de Sebastião Cabral como ainda hoje é conhecido pelos mais antigos do Assu. Ali já fora instalado a Prefeitura Municipal, Voz do Município (divulgadora), armazéns e outros ramos de comércio ainda instalados no térreo daquele sobrado centenário..

O LIVRO DO FOTÓGRAFO JAECI GALVÃO

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Para aqueles que gostam da história da capital potiguar (e creio que para grande parte da minha geração) certamente a maior referência quando se desejava conhecer como era Natal no passado, sempre foi contemplar o maravilhoso trabalho do fotógrafo Jaeci Galvão.
Não quero dizer que os trabalhos de Bruno Bougard, Manuel Dantas, João Alves de Melo e outros fotógrafos que clicaram a terra potiguar não merecem respeito e consideração. Longe disso. Apenas quero dizer que para mim, foi vendo o trabalho de Jaeci, que sonhei com uma Natal que não existe mais e não conheci.
O trabalho deste homem é de tal forma uma referência, que ao observarmos muitas das fotos antigas que ele realizou, contemplamos com maior nitidez a nossa história.
Agora o trabalho e a vida de Jaeci Galvão está em um maravilhoso livro, realizado pelo seu filho, o igualmente talentoso Fred Galvão.  Intitulado “JAECI, O DIVINO DA FOTOGRAFIA”, a obra possui 278 páginas, com muitas fotos do trabalho de Jaeci Galvão junto a nossa sociedade, fotos históricas da cidade de Natal e instantâneos que mostram toda a vida de um homem que trabalhou buscando o melhor ângulo de uma cidade chamada Natal.
O lançamento de “JAECI, O DIVINO DA FOTOGRAFIA” ocorre nesta quarta feira, dia 21 de agosto de 2013, ás seis da noite, no tradicional Iate Clube de Natal. O valor do livro é de R$ 50,00.
Parabéns ao amigo Fred Galvão por “JAECI, O DIVINO DA FOTOGRAFIA”!
Rezar, só rezo enquanto durmo. Os sonhos são as minhas únicas orações.

* MIA COUTO
 
De: YaraDarin

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Documentário da UFRN traz história de Ponta Negra na voz de moradores


07/07/2013 13h04 - Atualizado em 08/07/2013 16h53

'Estrondo' foi produzido por alunos do curso de Rádio e TV da universidade.
Transformações do cartão-postal de Natal são relembradas no trabalho.

Felipe Gibson Do G1 RN
A história de Ponta Negra contada por quem nasceu e cresceu na região que é atualmente um dos cartões-postais de Natal. Com esta ideia, os estudantes Ygor Felipe e Ingrid Andrade produziram o documentário 'Estrondo', apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do curso de Rádio e TV da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) (veja o vídeo ao lado).

Orientado pela professora Maria Ângela Pavan, o trabalho recebeu nota 10 da banca examinadora. As filmagens aconteceram entre março e abril deste ano. "A ideia surgiu pois sou nascido e criado em Ponta Negra, onde moro há 23 anos. Queria contar a história ouvindo a população, que nunca é ouvida sobre as intervenções urbanísticas feitas no bairro", explica Ygor Felipe.
Para reconstruir a vida do bairro nas últimas décadas, os estudantes ouviram moradores, pescadores e comerciantes, que acompanharam a transformação de uma região habitada por agricultores e pouco frequentada no lugar mais procurado pelos turistas que chegam à capital potiguar.

Ygor explica que em 50 anos o perfil da região mudou completamente. "Era um local isolado, onde só vinham veranistas na década de 1960. Quem morava na Vila de Ponta Negra [comunidade que fica no bairro] era agricultor na época de chuva, e quando não chovia, buscava a pesca para se manter", conta o estudante.
Antes pouco visitada, Ponta Negra se tornou um dos cartões postais da cidade (Foto: Reprodução/Documentário) 
Antes pouco visitada, Ponta Negra se tornou cartão
postal da cidade (Foto: Reprodução/Documentário)
No documentário, moradores relembram a disputa pelas terras que estão atualmente dentro da área da Barreira do Inferno, centro de lançamento de foguetes da Força Aérea Brasileira (FAB) fundado em 1965. Os relatos falam sobre a briga entre os agricultores de Ponta Negra e o empresário Fernando Pedroza, irmão de Sílvio Pedroza, que foi prefeito de Natal e governador do Rio Grande do Norte.

Estrondo narra ainda o processo de urbanização e o crescimento do turismo na região. Na praia, a atividade comercial cresceu com o tempo. "Quando os moradores perderam as terras, eles foram para a praia e até hoje vivem dela", conta Ygor. A retirada das barracas da beira da praia, a exploração comercial do Morro do Careca e a destruição do calçadão pelo avanço do mar também são lembrados.
Cama com dossel...a cama emoldurada com cortinas deixa a decoração com um ar nobre e romântico...lindas! Confiram...
http://www.casosdecasa.com.br/index.php/dicas-uteis/para-sonhar-camas-com-dossel/
"Circunda-te de rosas.
Ama...
Bebe...
e cala.
O mais é nada..."

Fernando Pessoa
 
Do Face de SB
SEPARAÇÃO

JADSON QUEIROZ


Longe...bem longe estais de mim!
Na minha solidão, pergunto ao vento,
Se por ventura não te viu...
Ele responde,batendo no meu rosto,
Dizendo que roçou as tuas faces,
Espalhou os teus cabelos,
Beijou os teus lábios sedentos de amor.
Como é triste a separação
Da pessoa que amamos, sim...
Muito triste. Amargo! Cruel!
Meu Deus! Perdôa os meus pensamentos...
Como sofro ao saber que teus lábios,
Pertencem a outro!
Que o corpo que tantas vêzes,
Eu abraçei, hoje, sente o calor
De outros braços, de outro amor!
A outro pertences, bem sei...
A outra pertenço!
Mas que importa tudo isso,
Se o nosso amor íntimo
Pertence só a tí e a mim!
Longe...bem longe estais!
Mas a tua linda imagem
Se forma diante de mim...
Na música, lembro-me de tí...
Na fumaça do meu cigarro,
Vejo-a linda, desaparecendo
No espaço e transformar-se
Em uma estrela, que lá ao longe,
Fica a iluminar, às minhas noites tristes.
Longe...bem longe!
Mas um dia, estaremos juntos,
Para toda eternidade!
 


Campanha, salvo engano, de 1976. Do arquivo de Aluizio Lacerda.

Um beijo é um truque encantador, desenhado pela natureza para silenciar a fala quando sobram as palavras.
Ingrid Bergman
Dul 
De: Delicadezas
E na comemoração de 100 anos, algum chato resolve contestar a vovó sobre o seu hábito de fumar e ela, com toda a sabedoria daqueles que já viveram bastante, responde:
- Meu filho, hoje completo 100 anos, fumo meu cigarrinho desde os 13 anos e depois de todo esse tempo, descobri o segredo da minha longevidade...
"NUNCA ME METI NA VIDA DOS OUTROS!!"

Fabio Lopes Saito

















E na comemoração de 100 anos, algum chato resolve contestar a vovó sobre o seu hábito de fumar e ela, com toda a sabedoria daqueles que já viveram bastante, responde:
- Meu filho, hoje completo 100 anos, fumo meu cigarrinho desde os 13 anos e depois de todo esse tempo, descobri o segredo da minha longevidade...
"NUNCA ME METI NA VIDA DOS OUTROS!!"

Fabio Lopes Saito
Muitas vezes num olhar
guardam-se tantos segredos.
Mostram-se tantas verdades.
Expõe-se ali tantos medos.
É como se a eternidade,
o amor, felicidade,
fugisse no vão dos dedos.

Jenário de Fatima
Liduxa

De: Doce Mistério


As vezes quem não tem nada
Os que levam vida dura.
São os que a gente não sabe
onde é na que na alma cabe
Tanto amor tanta ternura!

Jenario de Fatima
Liduxa_

De: Doce Mistério 


Quem aí não adora um amor à moda antiga, daqueles beijos de tirar o fôlego e daqueles abraços calorosos?

Porque o amor, ah... O amor...
Não é aquela encomenda na padaria da esquina.
Não é aquele beijo apressado no meio da balada.
Não é aquela obrigação imposta por terceiros.

O amor é sentimento e sensação, troca mútua de sonhos e objetivos. É o dar de mãos que se ajudam para construir um mundo novo.

O amor é vivência.
O amor não é conquistar vários mundos um dia só.
Mas fazer feliz, todos os dias, o mesmo mundo pela vida inteira.
Quem aí não adora um amor à moda antiga, daqueles beijos de tirar o fôlego e daqueles abraços calorosos?

Porque o amor, ah... O amor...
Não é aquela encomenda na padaria da esquina.
Não é aquele beijo apressado no meio da balada.
Não é aquela obrigação imposta por terceiros.

O amor é sentimento e sensação, troca mútua de sonhos e objetivos. É o dar de mãos que se ajudam para construir um mundo novo.

O amor é vivência.
O amor não é conquistar vários mundos um dia só.
Mas fazer feliz, todos os dias, o mesmo mundo pela vida inteira. 

Aqui na www.aterceiraidade.com o amor está sempre na moda, e a gente vive aproveitando cada simples momento ao lado de quem a gente gosta. Vem com a gente!

“-É tão fácil ficar velho - respondera ela.
Nem sequer é preciso tempo nem idade. Basta não ter vontade de acordar.”

*Mia Couto
 
De:Yara Darin
 
Fotorafia do face de Aluísio Lacerda.

Da esquerda: O deputado assuense Olavo Lacerda Montenegro e o governador Aluísio Alves. Foto provavelmente do início da década de sessenta.

Quando nos dizem que colhemos o que plantamos, quando nos dizem que somos o reflexo do que transmitimos ao mundo, querem na verdade nos dizer que tudo que fazemos tem seu efeito, sua ação e reação.

Cada atitude sua reflete um novo modo de pensar, um novo agir e um novo posicionamento diante de qualquer situação. Esteja você no ônibus, no metrô, em casa com a família ou no baile com os amigos. Cada momento que você vive e escreve na sua vida tem uma pontinha reservada para o que acontecerá depois.

Se você sorri, o mundo sorri de volta.
Se você chora, o mundo pode chorar com você.
Se o dia está mais cinza, escuro e frio porque você perdeu algo ou alguém de quem tanto gostava, os sentimentos que baterão à sua porta vão velar por esse seu momento.

Quando você transmite bons sentimentos, atrai gente boa também. Porque as pessoas boas, felizes e realizadas estão constantemente perto da gente. E, obviamente, elas merecem muito mais do nosso amor.

E se alguém vive sem amor, sem sorrisos e sem a luz da felicidade compartilhada... O que nos resta fazer, senão abraçá-la?
Um belo sorriso e um caloroso abraço muda o dia de muita gente.
Muda a vida de quem você menos esperava que pudesse mudar. Especialmente quando tudo parece vazio e quando as esperanças já parecem perdidas.

Faça um teste! Dê a você mesmo uma nova oportunidade de sorrir para alguém que tanto espera por um momento de alegria. Você vem aqui na www.aterceiraidade.com , recarrega suas energias e distribui ainda mais bons momentos por aí! Que tal começar agora? (:
Laélio Ferreira
TV UNIVERSITÁRIA DO RN
Programa "MEMÓRIA VIVA"
19:30 horas do dia 21 de agosto de 2013 (Quarta-feira próxima)
e (reprise) 17:00 hs do dia 25 (Domingo)
Entrevistado: LAÉLIO FERREIRA DE MELO
Entrevistadores: Tarcísio Gurgel, Eduardo Alexandre Garcia e Honorio de Medeiros

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

..."Reprimir impulsos emocionais, que do coração brotam
é como fenecer na esperança de sentimentos futuros."

José Carlos Moutinho.

Homem-Aranha faz sucesso vendendo cuscuz

Moisés Nóbrega, de 18 anos, abriu o negócio há seis meses em Assú.
O Homem-Aranha saiu dos quadrinhos para vender cuscuz. O caso aconteceu na cidade de Assú, onde o estu-dante e agora empresário Moisés Vieira da Nóbrega, de 18 anos, decidiu pôr em prática a brincadeira de um amigo em um programa da rádio local.

Com recheio para todos os gostos, o jovem se veste com a roupa do personagem para fazer as entregas do produto. O Cuscuz do Aranha funciona há seis meses e vem conquistando clientes no município.

Quem prepara tudo é a mãe do jovem. A entrega fica por conta dos homens-aranha, o próprio empresário e um empregado, que no fim de semana ganham a ajuda de dois amigos. - G1RN

domingo, 18 de agosto de 2013

Telefonia no Assu

                                           Da esquerda: Fernando Caldas (editor deste blog) e  irmãos.

No começo dos anos sessenta fora criada (fruto do trabalho de dom Eliseu) na cidade de Assu, o Serviço Telefônico Paroquial. Inicialmente foram instalados 50 terminais telefônicos. A Central funcionava num prédio da paróquia, parede e meia com a casa da escritora Maria Eugênia. O citado prédio fora demolido para alargar a rua então conhecida como Beco do Padre, atual Fernando Tavares. Aquele serviço funcionava por meio de pilhas custou 20 mil cruzeiros (moeda da época). Simultaneamente poderia se fazer 14 ligações entre os diversos aparelhos da cidade, através de uma Central Telefônica que atendia dia e noite. Aquele sistema de comunicação  veio a pertencer depois a uma sociedade denominada Companhia Telefônica – CIT, então dirigida por João Marcolino de Vasconcelos e, posteriormente, veio a ser encampada pela TELERN, que veio depois a ser denominada TELEMAR e atualmente OI. Cada usuário daquele serviço telefônico veio a ter a título de indenização pelas suas quotas, direito a dois terminais telefônicos. A fotografia acima podemos conferir o aparelho telefônica da linha instalada na residência do Sr. Edmilson Lins Caldas, pai do editor deste blog, Fernando Caldas. O número daquela linha telefônica era
22




Fernando Caldas

Após três décadas, seca faz ressurgir das águas os escombros da antiga cidade de São Rafael

Com a longa estiagem, moradores de São Rafael estão revivendo parte de uma história que foi encoberta pelas águas. Com o nível da barragem baixo, ruínas da antiga cidade reapareceram novamente, após ser inundada em 1985.
Por muito tempo ficou à mostra apenas a torre da antiga Igreja, que desabou em 2010. Hoje, todos os lados há muitas pedras e tijolos usados nas construções do passado. Os mais saudosos guardam na lembrança um tempo que submergiu nas águas da maior barragem do RN.  

Créditos: Canindé Soares - abril/2013

sábado, 17 de agosto de 2013

Assu antigo

Estádio Senador João Câmara. Fora demolida para assentar a antiga CIBRAZEN, atual CONAB,além de casas residências e comerciais. Fundado por Arcelino Costa Leitão, na década de cinquenta. Foi o primeiro campo de futebol do Assu. Alí jogaram importantes agremiações futebolísticas como Fortaleza Futebol Clube versus Centro Sportivo Assuense. + estória há contar sobre esse assunto!

Fernando Caldas

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Maria Auxiliadora Macedo Montenegro

 

Da direita: Francisca Ximenes, Maria Auxiliadora, Edgar Montenegro, Evangelina Sá Leitão e Zélia Tavares. Velhos tempos.

Maria Auxiliadora Caldas Macedo era o seu nome de solteira. Casada com Edgrd Borges Montenegro passou a se chamar Maria Auxiliadora Macedo Montenegro. Era filha de Maria Terezinha Caldas Macedo (dos Caldas de Ipanguaçu) e do Português João Macedo. Faleceu hoje na capital potiguar onde tinha residência fixa. Maria há 17 anos vivia em estado vegetativo. Sobre aquela figura que orgulha o Assu,  escreveu seu filho Paulo Montenegro, a crônica que transcrevo adiante, publicada há dez anos atrás, no Jornal de Hoje, de Natal. Vejamos:

"Na véspera da tentativa de Lampião entrar em Mossoró, na distante cidade de Assu, nascia Maria Auxiliadora Caldas Macedo.Vindo ao mundo de uma gravidez inesperada, já tinha seu destino traçado: O de não ter conhecido seu pai e conviver com o sofrimento da mãe (aleijada) durante toda sua vida. Filha do português João Macedo, que se arremediou em Assu vendendo alfinin e de Tereza Caldas dos Caldas de Sacramento hoje Ipanguaçu, esta, não presenciou a saída do marido acompanhado da mulher do juiz da cidade para nunca mais voltar, deixando para trás uma filha na barriga, várias propriedades (Farol, Mutamba, Cumbe, Recreio), ruas de casa no Assu, uma pequena fortuna, vivendo no Recife até 1936.

Moreno, meu filho tem o nome de nossa raça, nossa latinidade, Mas Maria Tereza minha filha carrega o seu nome, o de sua mãe e o de Maria Angelita de Carvalho (Hinha), que veio de Tapera hoje Triunfo para cuidar das duas, a partir de 1927.

Católica, mas não apostólica, nem romana, sempre achava que a benção fosse uma formalidade, porque o respeito para ela sempre foi uma questão de atitude. Não sei se ela é uma mulher do seu tempo, só sei que ela é simplesmente Maria. Calma por natureza e com os princípios fundamentais da vida nunca a vi cometer nenhum dos pecados convencionais ou capitais. Mulher sem preconceito, honesta, com um amor pela vida tão profundo de fazer inveja a morte. Posso citar, em vários episódios, dezenas de exemplos de sua postura (ética), seja no âmbito familiar, político ou no cotidiano. Em todas as suas interferências lá estava Maria Auxiliadora com sua opinião carregada de dignidade.

Em 1946, casa-se com seu primo filho do Major Montenegro, que veio doutor de Lavras para casar com Maria Auxiliadora e ser político na região do Vale do Assu, Edgard Montenegro. Agora, como coadjuvante, vivendo um outro momento, entre a inteligência dos Caldas e a importância dos Montenegros, continuou pontuando sua vida perseguindo a Paz e a Justiça, binômio que conjugou em toda sua trajetória.

A arte e a natureza, foram suas duas grandes paixões. Uma vez em 1989 fomos ao centro de convenção assistir a um teatro de dança contemporânea. Na volta para casa ela me disse: "A arte é quem vai salvar o mundo". Aí me chegou a comprovação de que na política, faltam muitos ingredientes para que o jogo do poder seja o caminho das transformações sociais.

Hoje, sua cidadania é representada por sua filha Rejane Maria, que nasceu também em Assu em 1956 pelas mãos hábeis do doutor Sales, quando ainda não tinha maternidade.

Há oito anos dirigida pelas mãos dos outros (Delmira, Graça, Telúzia, Maria Selma, Dona Edite, família) ainda assim comanda sua casa. E a cada dia mais debilitada, andando menos, falando menos, nunca vi reclamar de nada, como também nunca vi ninguém se dirigir a ela com sentimento de pena. Quando André, neto de Dona Janoca, vinha a sua casa todas as manhãs ela encontrava motivos para viver, E quando Arlete, filha de Aldenora, vem todas as tardes em sua casa passando para a padaria seu olhar brilha e emociona quem passa pela Floriano. Toda codificação da linguagem ela perdeu, mas sua consciência lhe deixa em pé. Em pé de igualdade para com a vida.

As borboletas e os canários amarelos do farol seus companheiros de toda infância, não são mais uma prova de sua presença. Mas o flambyant vermelho plantado por Pau de Lenha, o eco da pancada do Machado de Pedro de Melo e os oitizeiros da Floriano Peixoto são testemunhas que por aqui vive uma mulher forte e corajosa.

Ainda espero vê-la sorrir. Talvez na possibilidade de voltar a sua terra e pisar o chão do farol, onde tudo começou. Um sorriso, igual aquele de Telê Santana, quando do gol de Rair, se tornando campeão do mundo na década de 90. E cumprindo um ditado que sempre defendeu, concluo esse simples artigo, nem alegre nem triste, que escrevo com seus óculos (hoje meu), molhando o rascunho desse texto com lágrimas de orgulho."

Postado por Fernando Caldas

Em tempo: O sepultamento de Maria Auxiliador ocorrerá amanhã na cidade de Assu, ainda pela manhã. após missa na igreja Matriz de São João Batista.

 
Me vem a noite, todo o cansaço
se esvoaça ante um beijo teu
na claridade da lua, seus abraços
fecho os olhos, escureceu.

Teu corpo quente, e nesse mormaço
o cansaço o amor venceu
Ah! que pena, o arrebol em amarelaço
nos acorda, o dia nasceu.

Edivam Bezerra - Assuense.




Jardins bonitos há muitos, mas só traz alegria o jardim que nascer dentro da gente.

Rubem Alves

 
Do face.

Rosa do desejo

Gilberto Avelino





Gilberto Avelino (1928 - ) era natural de Assu. Mas, a sua terra que escolheu para viver era Macau, importante cidade do litoral potiguar, onde chegou ainda menino novo, em companhia de seus pais. Herdara do seu genitor Edinor Avelino, o dom da poesia. Gilberto era brilhante orador e advogado, poeta lírico, prosador. Sobre a terra macauense onde ele radicou-se, escreveu numa feliz inspiração: "Esta é a terra que amo. De rio em preamar, sereno, onde entre ferrugens e sombras, descansam âncoras, e navegam fantasmas de barcos cinzentos."

Ele era membro da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras (cadeira número 35, que tem como patrono o poeta Juvenal Antunes, e da Academia de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro, além do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.

Avelino deu a sua colaboração literária em em jornais como "A Imprensa", "O Democrata" e "A Opinião", de Natal, bem como em periódico como "Folha do Nova", de Macau, "O Mossoroense", de Mossoró e "A Cidade", de Assu.

O poeta Avelino (por que não catalogá-lo também como bardo assuense?) publicou os livros como "Moinho e O Vento", 1977. Ele é da geração dos poetas Berilo Wanderley, Zila Mamede, Celso da Silveira, dentre outros. Publicou também os livros intitulados "O Navegador e o Sextante", 1980, "Os Pontos Cardeais", 1982, "Elegias do Mar Aceso em Lua", 1984, "O Vento Leste", 1986, "Além das Salina", 1990 e "As Marés e a Ilha", 1995. Deu a sua colaboração em diversos jornais de Natal e do Recife, como Diário de Pernambuco. Formou-se em direito pela Faculdade de Direito de Alagoas, em 1955. No seu livro Os Pontos Cardeais, transcrevo abaixo o poema sob o título intitulado "A Ilha e a Lenda", que diz assim para o nosso bem estar:


Aos ventos da foz do rio Açu erguida,
e tendo o nome do seu sesmeiro
Manuel Gonçalves, resistia a ilha -
flor sangrando em meio às marés

altas de sizígia. O mar vinha em espumas
de fogo, e levava, em velozes carrocéis,
pedaço por pedaço do seu chão salgado,
e ante o qual, por amplo tempo, brando

cantara. Luminosas cicatrizes refloresciam
na carne dos seus pacíficos moradores
(pescadores e salineiros). E lhes doía
a última visão - sol em sossego do poente,

que se apagava das casas e pequenas ruas,
onde ressoavam ainda os seus longos
passos. O mar, incandescendo-se de azuis,
a ilha escondeu entre ondas

ardentes e porões abissais que construíra.
Em noites de lua de agosto, quando
o mar reveste-se de brancos algodoais,
os pescadores escutam cantos de sino

que vêm da capelinha insepulta,
e identificam a voz -
tão leve, bela e pura,
da virgem da Conceição falando às águas.

Fernando Caldas

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

ENTREVISTA NA TV METROPOLITANO COM O JORNALISTA GERSON DE CASTRO

Nos estúdios da TV Metropolitano com Gerson de Castro
Nos estúdios da TV Metropolitano com Gerson de Castro
RECENTEMENTE FUI CONVIDADO PELO AMIGO GERSON DE CASTRO, PARA UMA ENTREVISTA NO SEU PROGRAMA MATUTINO.
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ALI CONVERSAMOS SOBRE NOSSOS TRABALHOS LITERÁRIOS, SOBRE A QUESTÃO DA MEMÓRIA DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL EM NATAL E A NECESSIDADE DA DEMOCRATIZAÇÃO DESTA INFORMAÇÃO HISTÓRICA. VALEU DEMAIS A GERSON PELO PROFISSIONALISMO COMO CONDUZ O SEU TRABALHO.
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Foto de: Passarinho no Telhado.
 
"Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém. Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...E ter paciência para que a vida faça o resto."

William Shakespeare

ASSU

Blocos Carnavalescos do Passado
Nos anos 30 – Destacamos: Os Come Água era dirigido por Joca Marreiro Pessoa. A fantasia era humilde, mais significativa: Calça branca e camisa florida. Na cabeça dos componentes era usada uma fita escrita: “Os Come Água”. No primeiro dia de carnaval, caiu uma grande chuva e quando Joca Marreiro chegou a casa, sua mulher comentou: - Viu Joca, eu não disse que esta faixa não dava certo. Vocês comeram água mesmo. – Joca brincava com muita animação, mas nem bebia e nem deixava os outros beberem. Apesar da musica que cantavam não confirmar isto. 

Ainda nos anos 30 - Os Bengalinhas – Eram mais ou menos 20 componentes bem fantasiados, de chapéus enfeitados e usavam uma bengala. Seus organizadores eram: Solon e Afonso Wanderley. 

Nos anos 40 - Os Piratas – O bloco era dirigido por Chico Belo. Muito bem organizados saiam em 03 alas e visitavam as casas de famílias onde eram bem recepcionados. Um ano tirou em primeiro lugar e foi uma festa na casa do Chico Belo. Neste dia a poetisa Alice Wanderley escreveu uns versos que Boanerges lembrou tão somente de uma quadra: Piratas de Brincadeira/ Piratas no carnaval/ De façanha derradeira/ Destes a nota final.

Nos anos 50 - Os Cangaceiros – O organizador da agremiação carnavalesca era Chico de Laura. Um bloco de 25 a 30 homens representando o cangaço de Lampião  Vestiam uma calça branca e camisa quadriculada e um chapéu típico. Cantavam a música Mulher Rendeira. Todos armados com espingardas, revolveres de madeira, facões, etc. 

Ainda nos anos 50 – Os índios que tinha como Page João Branco. Era um bloco muito bonito e os componentes trajavam as vestes indígenas com muito zelo. Não havia letra nas músicas, pois eram gaitas e tambores. E o homem branco aprisionado, aparentava muito maltrato. 

Nos anos 60 - Boanerges Wanderley descreveu dois Blocos: Os Ciganos que tinha Zé Branco como chefe e Os Vassourinhas este era organizado pelo pernambucano Djalma Barros. Com todo o exagero o carnaval pernambucano foi transferido para o Assú. Djalma com suas filhas bailavam ou até mesmo flutuavam dançando nas ruas de nossa cidade. A música era e não podia deixar de ser: Vassourinhas, ainda hoje tocada em carnavais. As fantasias eram de muito bom gosto e as apresentações encantavam o publico.
Dizem que sentir saudade é bom; que ela alimenta aquele desejo enorme de rever quem a gente tanto gosta, de reviver os momentos que tanto nos fizeram bem. Dizem até que ela faz parte dos melhores sentimentos bons que podemos sentir.

Mas nós temos de concordar: saudade demais incomoda, machuca, dói. Porque lá no fundo a gente sabe que é um pedaço do nosso coração - se não ele todo - gritando por mais, muito mais daqueles minutinhos de prazer e alegria que nós demos a ele. São pedacinhos nossos que ficaram marcados pela poeira do tempo, e nela se prenderam como uma doce recordação do que foi bom.

Saudades, ah... saudade.
Dos tempos em que a mamãe contava boas histórias antes de dormir.
Dos tempos de subir na árvore para fugir da bronca do pai.
Dos tempos de correr pelos gramado molhado na fazenda do avô.
De olhar pela janela enquanto a chuva caía numa tarde solitária de quarta-feira.
Dos tempos de escola, do primeiro amor e da primeira lição de casa incompleta.

Pior que sentir saudade e não poder voltar atrás seja talvez o sentimento de ser indiferente a tudo que vivemos. Porque ninguém é uma ilha, ninguém está isolado e ninguém vive sozinho. Fisicamente sim. Emocionalmente, não.

Do que você sente mais falta? De alguém que passou feito um meteoro na sua vida, ou daquele perfume que você nunca esqueceu?

Conta para a gente aqui na www.aterceiraidade.com Nós temos várias razões e emoções para recordar juntos.

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...