segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

CHURCHILL, O HUMORISTA

Publicado em 15/02/2014

Winston Leonard Spencer Churchil, ou simplesmente, Sir. Winston Churchill, como ficou mundialmente conhecido este brilhante político britânico. Nasceu em 1874 e veio a falecer em 1965, ficando mundialmente conhecido pelo seu trabalho e liderança junto aos países aliados no combate aos nazistas e fascistas.
Winston Leonard Spencer Churchil, ou simplesmente, Sir Winston Churchill, como ficou mundialmente conhecido este brilhante político britânico. Nasceu em 1874 e veio a falecer em 1965, ficando mundialmente conhecido pelo seu trabalho e liderança junto aos países aliados no combate aos nazistas e fascistas.
Nem só de gente carrancuda se faz a História.
Winston Churchill foi, sem dúvida, uma das maiores figuras de todos os tempos.
Mas Churchill não era só um político genial e um orador incomparável. Era também um sujeito extremamente bem humorado.
Rápido no raciocínio, cáustico nas respostas, era um interlocutor temido.
Certa vez, no seu aniversário de 80 anos, um fotógrafo com menos de 30 aproximou-se e disse:
“Sir Churchill, espero estar aqui novamente para fotografá-lo nos seus 90 anos”.
Churchill respondeu:
“E por que não, meu jovem? Você me parece bastante saudável”.
O presidente dos Estados Unidos Franklin Roosevelt e Winston Churchill na Conferencia de Casablanca, Marrocos, em janeiro de 1943. Em pé, da esquerda para direita, temos o general Henry H. Arnold, o almirante Ernest King, o general George Marshall,  o almirante Sir Dudley Pound, o general Sir Allen Brook e o marechal do ar Sir Charles Portal. Foi depois deste encontro na África que Roosevelt veio se encontrar com o presidente Getúlio Vargas em Natal.
O presidente dos Estados Unidos Franklin Roosevelt e o primeiro ministro Winston Churchill na Conferência de Casablanca, Marrocos, em janeiro de 1943. Em pé, da esquerda para direita, temos o general Henry H. Arnold, o almirante Ernest J. King, o general George C. Marshall, o almirante Sir Dudley Pound, o general Sir Allen Brook e o marechal do ar Sir Charles Portal. Após este encontro na África Roosevelt veio a Natal e aqui se encontrou com o presidente Getúlio Vargas.
Em outra ocasião, George Bernard Shaw, um dos maiores dramaturgos e escritores ingleses de todos os tempos,   resolveu convidá-lo para a estreia de uma peça sua. Como era daqueles que perdia o amigo, mas não perdia a piada, Shaw mandou-lhe um bilhete com os dizeres:
“Tenho o prazer e a honra de convidar Sua Excelência, o Primeiro-ministro, para a primeira apresentação da minha peça Pigmaleão. Venha e traga um amigo, se tiver”.
Churchill enviou-lhe um telegrama em seguida:
“Agradeço ao ilustre escritor o honroso convite. Infelizmente, não poderei comparecer à primeira apresentação de sua peça. Mas prometo que irei à segunda, se houver”.
frases-interessantes-1
Em 1940, entre o dramático episódio da Retirada de Dunquerque e a épica a Batalha da Inglaterra, Churchill realizou um memorável discurso no Parlamento Britânico. Andrew Roberts comenta no seu livro Tempestade da guerra – Uma nova história da Segunda Guerra Mundial, que após Churchill proferir este discurso, enquanto ainda era intensamente ovacionado, sentou ao lado do ministro conservador Walter Elliot e lhe cochichou preocupado no caso dos alemães atravessarem o Canal da Mancha:
“Não sei como vamos combatê-los – creio que teremos de quebrar suas cabeças com garrafas – as vazias, é claro”.
Em outra oportunidade, durante uma sessão do parlamento, a primeira mulher eleita para a Câmara dos Comuns, Nancy Astor. Apesar de amigos, Nancy Astor alterou-se durante uma discussão. Aos berros, afirmou:
“Se Sua Excelência fosse meu marido, eu colocaria veneno no seu café”.
Ao que Churchill respondeu:
“Pois se eu fosse marido de Vossa Excelência, eu tomaria o café”.
Agora, a melhor de todas.
Ao lado de Winston Churchill vemos o Marechal Bernard Law Montgomery, 1º visconde Montgomery de Alamein
Ao lado de Winston Churchill vemos o Marechal Bernard Law Montgomery, 1º visconde Montgomery de Alamein
Bernard Montgomery foi um dos comandantes das forças aliadas na Segunda Guerra Mundial. Fez fama por bater o general alemão Erwin Rommel, a Raposa do Deserto, nas batalhas pelo Norte da África. Mas – dizem as más línguas – não era assim tão bom quanto diziam. Além disso, era um certinho a toda prova, caxias mesmo. Ainda assim, Monty, como era chamado pela imprensa, ficou se achando o máximo após o fim da guerra.
Certo dia, durante uma celebração qualquer, Monty foi discursar sobre sua experiência na guerra. Disse ele:
“Eu não fumo, não bebo e não prevarico. Por isso, sou herói de guerra”.
Na plateia, Churchill emendou para um colega que estava ao seu lado:
“Já eu fumo, bebo e prevarico. Por isso, sou chefe dele”.

O RIO ANTES DO RIO

Publicado em 15/02/2014

Foto: Iluminata Produtora de Imagens
Foto: Iluminata Produtora de Imagens

Rio de Janeiro sem os cariocas

Apesar da região ter sido visitada explorador português Gaspar de Lemos em 1502, a cidade do Rio de Janeiro só foi fundada, você sabe, em 1º de Março de 1565 por Estácio de Sá.
A Iluminata Produtora de Imagens  https://www.facebook.com/IluminataProdut…] resolveu imaginar como seria o Rio de Janeiro visto pelos primeiros europeus.
O resultado é um colírio para os olhos e foi até destaque do site abduzeedo.com.
Foto Iluminata Produtora de Imagens
Foto Iluminata Produtora de Imagens
Primeiro, a enseada de Botafogo, que foi batizada assim em 1590, quando Antônio Francisco Velho vendeu as terras para João Pereira de Sousa, chefe da artilharia do Galeão Botafogo.
Foto Iluminata Produtora de Imagens
Foto Iluminata Produtora de Imagens
Depois, a orla das Praias de Ipanema e Leblon, chamada pelos portugueses desbravadores de Costa Brava ou Praia Brava, e a entrada da Lagoa Rodrigo de Freitas, hoje Jardim de Alá, que na época era habitada pelos índios Tamoios.
Eles a chamavam de Piraguá, junção de pirá (peixe) com kuá (enseada).
Acabamos com a festa e tomamos a ferro e fogo a terra dos nativos – o primeiro movimento de ocupação ilegal começou há mais e 500 anos.
O Rio de Janeiro continua lindo.
Mas já foi bem mais.
FONTE - http://blogs.estadao.com.br/marcelo-rubens-paiva/rio-de-janeiro-sem-os-cariocas/

PORTO DO MANGUE

Na orla do rio das Conchas se percebe a transformação que passa o lugar.
Ontem, os moradores de Porto do Mangue que lotaram o auditório da Câmara Municipal puderam ter ideia da magnitude do projeto de um terminal privado na cidade. A obra é estratégica, de enorme visibilidade, mas um fato que merece ser anotado é que desde 2009, quando o prefeito Titico assumiu o cargo, a realidade vem sendo transformada.
Conjunto residencial Renascer, um sonho da população.
Onde antes era a rua da Areia, tomada por mato e barracos, hoje se avista um belo conjunto habitacional com praça e ginásio poliesportivo. 

Na educação, saúde e assistência social, entre outros setores, revelam indicadores positivos, merecendo reconhecimentos da população e dos órgãos oficiais.

Terminal marítimo mudará de vez realidade local 
E em breve será ponto de embarque da produção do RN, seja da mineração, frutas e outros produtos em escala de exportação, o que representará um ciclo de desenvolvimento acelerado e duradouro.
Prefeito Titico vê no porto grande oportunidade para redenção do município nos próximos anos. O prefeito portomanguense afirmou que colocará o edital de chamamento das empresas para consulta pública nos próximos dias. 

Posteriormente será apresentado à população, com detalhes, os avanços obtidos com aprofundamento dos estudos técnicos ambientais.

A obra deste porte irá gerar um impacto, mas segundo o prefeito, tudo será seguido de acordo com a legislação, inclusive, no lado social, algumas contrapartidas estão previstas como a utilização de 10 hectares da área cedida para a construção de equipamentos de lazer, esporte e educação.

Postado por Toni Martins.

Do blog Assu na ponta da língua, de Ivan Pinheiro

domingo, 16 de fevereiro de 2014

MARTHA WANDERLEY SALEM
29/08/1911 - 28/08/2009

Martha de Sá Leitão Wanderley. Assim se chamava a menina que nasceu numa terça-feira, 29 de agosto de 1911, no vilarejo do Açu, sertão do Rio Grande do Norte, filha de Minervino Wanderley e Carlota de Sá Leitão Wanderley.

Já na infância, Martha mostrava seu espírito através da doçura do olhar e o sorriso franco. Inquieta e simpática encantava a todos, o que deixava os pais com a certeza de que daquela diminuta criatura muita coisa boa viria. Martha ficou como filha única até seus doze anos, quando nasceu sua única irmã, Bertha de Sá Leitão Wanderley, em 11 de dezembro de 1933.

Martha começou a ter as suas primeiras aulas no Colégio Nossa Senhora das Vitórias, administrado por religiosas austríacas, que logo descobriram naquela menina um grande desejo de aprender. Tamanha avidez por conhecimento ficou evidenciada nos bancos escolares, quando fez parte da primeira turma de alunas do tradicional Colégio, trazendo na precoce bagagem o aprendizado de três idiomas, o alemão, o inglês e o francês.

Moça de muitos dotes, encontrou no comerciante Emílio Salem Dieb, de descendência árabe, o seu amor, casando-se em 17 de dezembro de 1938, passando a chamar-se Martha Wanderley Salem. Após suas núpcias, fixou residência em Mossoró, local no qual Emílio tinha negócios. Ficou até 1947, quando passou a residir em Natal, na Ribeira, numa bela casa ao lado da praça que hoje leva seu nome: Praça das Mães Professora Martha Salem. Morou também na Rua Princesa Isabel, Trairi, Rodrigues Alves, Coronel Estevam e Praça Marechal Deodoro. Teve seis filhos: Emilio Filho (falecido), Marta Maria, Caio, Margarida, Elizabeth (falecida) e Minervino.

Em meados da década de 1950, Emílio começou a ter sérios problemas coronarianos. Ela, como era do seu feitio, ficou ao lado do seu amado até sua partida, em dezembro de 1960.

Começava, então, uma nova era para Martha. Com seis filhos, o mais velho, Emílio, com vinte anos, ela tomou as rédeas da casa e, para colocar comida para os filhos e mantê-los em bons colégios, passou a dar aulas de pintura. Sua veia artística se destacava a cada pincelada. As alunas se fascinavam e, logo, formou uma grande turma que se transformou em um enorme grupo de inseparáveis amigas.

E assim, Martha foi tocando a vida. A casa sempre cheia de amigos. Fossem dela ou dos filhos, formavam uma turma grande, unida e, inspirados por ela, sempre dispostos a praticar o bem. Sua alegria e disposição para a vida, refletida nos gestos, cada vez arrebanhava mais admiradores. E nesse misto de esforço e prazer, Martha formou os filhos para vida.

Tinha cumprido seu dever de esposa e de mãe. Mas a história de Martha não ficaria por aí. Muita coisa ainda estava por vir. Martha mostrava que, além de sua enorme bondade, simpatia contagiante e do seu espírito solidário, era uma apaixonada pela vida.

Nesse momento, já sem a obrigação de angariar fundos para a manutenção da casa e dos filhos, iniciou uma atividade singular: com receio de esquecer os idiomas aprendidos, já que, naquela época, não era comum encontrar pessoas poliglotas, ela resolveu dar aulas de línguas de forma gratuita. “Eu não esqueço e as pessoas aprendem”, justificava.

Em 1980, em meio a essa nova missão, Martha sofreu dois grandes abalos com as mortes de dois filhos, Elizabeth, em janeiro, e Emilio Filho, em novembro. Parecia que o mundo desabava sobre Martha. Porém, sua fibra falou mais alto e ela se reergueu. Concentrou-se nas artes e, contando com a ajuda do seu inumerável grupo de amigos, retomou o prazer pela vida. Os percalços serviram de molas para que ela saltasse à frente e, mais uma vez, olhasse a vida de forma serena e com perspectivas. Era de uma força admirável!

Com o tempo, ficou evidenciado que sua grande paixão era o alemão. Estudou o país e especializou-se naquele idioma. Para que se possa ter ideia do seu conhecimento, passou a ensinar português a alemães que por aqui passaram. Essa troca de experiências culturais tomou conta de muitas conversas entre intelectuais e culminou com a publicação de inúmeras reportagens nas diversas mídias, tanto daqui, quanto da Alemanha. Para coroar essa estreita relação, o governo alemão, num gesto de reconhecimento, condecorou-a com uma comenda pelos serviços que prestou na difusão da cultura daquele país. Paralelo a isso, foi-lhe concedido o título de Cidadã Natalense pela Câmara Municipal.

Foi uma vida marcada pelos mais puros sentimentos. Uma mulher digna, honrada, querida, solidária, amiga, cúmplice, irmã, filha, esposa e mãe sem igual. O Rio Grande do norte precisa de mais pessoas da estirpe de Martha Wanderley Salem.

Abaixo, alguns depoimentos de amigos.

Ignez Motta:

“Falar sobre Martha é muito difícil. Não só pela importância que ela teve na minha vida, mas pelo que ela representou para várias gerações. Foi uma amiga singular, confidente, uma professora da vida. Uma mãe na mais sublime definição. Aprendi muito da vida com ela. As lembranças ainda são vivas nos meus pensamentos. Obrigado, querida!”

Maria Luísa Medeiros:

[…] Não sou afeita a homenagem póstuma, mas, no caso de Dona Martha, é necessária. Seu estilo de vida precisa sempre ser lembrado. Quando pessoas como ela se vão, nossa responsabilidade aumenta.[...]

[...] Tenho em minha casa uma recordação, um presente, uma jóia. Meu quadro favorito de Renoir pintado por suas mãos: "La Première Sortie" ou "A Primeira Saída", de 1876. O original está em Londres, mas o de Dona Martha está sempre comigo. [...]

[...] Agora que termino esse texto, 15h47, toca na rádio universitária "Eduardo e Mônica", de Renato Russo, música que também me motivou a estudar alemão. Descanse em paz, Dona Martha. Você fez muito. Agora é com a gente, seus alunos.[...]

Franklin Jorge:

[…] Martha Wanderley Salém, assuense de velha estirpe, prima em segundo grau da Baronesa de Serra Branca, D. Belisária, primeira grande proprietária rural potiguar a libertar seus escravos e a recepcioná-los com um jantar em que, vestida de touca e avental, os serviu solenemente da mesma maneira como se acostumara a ser servida.[...]

[…] Ainda menina, o pai a levou para conhecer a prima baronesa em seu solar, atualmente a Casa de Cultura do Assu. Uns setenta anos depois, D. Martha me contava que ficara decepcionada, pois esperava encontrar uma grande personagem, luxuosamente vestida e coberta de joias, cercada de serviçais, e deparara com uma mulher simples, falando pouco e baixo, curiosa acerca dos familiares, modestamente vestida… Era D. Belisária uma dama ascética e piedosa, sendo o seu único luxo a carruagem puxada por duas imponentes parelhas de cavalos puro sangue que a transportava do Assu aos seus domínios de Serra Branca, em Santana do Matos. Dona Martha a descrevia como uma mulher “quase sem carnes, chochinha e sem graça…”[...]

Woden Madruga:

“Neste 29 de agosto de 2008 a professora Martha Wanderley Salem está fazendo 97 anos de idade. Beleza! Artista plástica, ensinou pintura e línguas, incluindo nesse cabedal o alemão. Recebeu comenda do governo da Alemanha pelos serviços que prestou na difusão da cultura daquele país. Viúva de Emílio Salem Dieb, dona Martha teve seis filhos: o sempre saudoso Emílio Salem Filho, médico, Martha Maria, Caio Salem, médico, Margarida, Elizabeth (falecida) e Minervino Wanderley, jornalista. Fazem um dos melhores quadros da paisagem natalense.”

Minervino Wanderley Neto
Natal(RN), maio de 2013

O POETA RENATO CALDAS NA CAPITAL CARIOCA

Renato Caldas (1902-1991) era um afamado poeta popular potiguar de Assu, conhecido em todo o Brasil. Além dos versos que produzia (estilo Patativa do Assaré, Catulo da Paixão Cearense, Zé da Luz), tinha o dom do repente, de dizer ditos espirituosos que tinha sempre na ponta da língua, para qualquer ocasião. Pois bem, em 1960, era governador da Guanabara, hoje Rio de Janeiro, o agitador político carioca Carlos Lacerda que teria lançado no seu no seu governo uma Campanha para conseguir recursos em favorecimento dos flagelados da seca que castigava o povo do sertão nordestino,  que tinha como lema “Ajuda teu irmão”. Renato então regressou aquela capital onde antes havia morado para ver se conseguia com aquele governante, uma ajuda para publicar a segunda edição do seu já afamado livro de versos em linguagem matuta intitulado de “Fulô do Mato”. Ao chegar ao Rio, com pouco dinheiro, hospedou-se numa pensão de quinta categoria da Lapa, bairro da boêmia carioca. Logo fora advertido pelo proprietário daquela hospedaria: “Moço. Aqui o banheiro é coletivo”. Renato não deu muita importância. Prevenido, deixou sua bagagem no quarto daquela pensão, deu uma saída para comprar um pinico (utensílio doméstico de ágata muito usado em quartos até mesmo nos grandes centros urbanos). Ao pegar naquele objeto, perguntou ao vendedor: “Moço. Quanto é esse pinico”. “O nome disso aí não é pinico, não! O nome certo disso aí é “Nordestino”. Disse o vendedor. Renato que não perdia as oportunidades para dizer um repente, respondeu: “Pois eu quero comprar esse “Nordestino” pra hoje à noite encher de carioca”.

No dia seguinte Renato se dirigiu ao Palácio do Governo do Rio. Levou um chá de cadeira, não conseguiu falar com Lacerda, deixou com a secretária daquele governador um bilhete rimado em forma de sextilha, dizendo assim:

Amigo Carlos Lacerda
Que inventou essa ‘merda’
De “Ajuda teu irmão”.
Ajude o velho Renato
Publicar “Fulô do Mato”
Poeta lá do sertão!

A sextilha acima logo se espalhou pela cidade do Rio de Janeiro. Foi quando certo amigo lhe perguntou: “Renato”. Você não tem outro nome além daquela palavra indecorosa para rimar com o nome do governador, não? ”Renato não se fez de rogado: ‘Merda', foi o único nome que encontrei para rimar com Lacerda.”

E a segunda edição do livro referenciado acima de Renato Caldas veio a ser publicado com ajuda de Carlos Lacerda que se tornou  amigo e admirador daquele bardo Norte-riograndense que o Brasil consagrou com muita justiça.

Fernando Caldas



sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Rio de Janeiro e Pernambuco de braços dados na dança

Museu de Arte do Rio (MAR) promove encontro entre frevo e passinho, dois movimentos populares do Brasil




No workshop, a cultura pernambucana se encontra com a carioca.  (Crédito: Thales Leite)




“Vem na dancinha do frevo com o funk", canta Mc Vakão na músicaPassinho dos Menores da Favela. “Pezinho, pezinho, ombrinho, ombrinho”, cita a letra de outro funk chamado Dança do Frevo, d’Os Hawaianos.  A fusão entre o ritmo centenário das ruas de Permambuco e o batidão carioca começa a ser tornar paupável. No Museu de Arte do Rio (MAR), o encontro se consagra no domingo, dia 16/02, em uma batalha de dança, coordenada pelo MC Rafael Nike. Trata-se do encerramento de uma oficina que durante toda a semana reuniu alunos e dançarinos dos dois ritmos.

Os alunos que participaram do workshop gratuito de frevo e passinho naEscola do Olhar se apresentam e duelam neste domingo, dia 16, no MAR. Os movimentos rápidos e de muitos 'sobe e desce', foram ensinados pelos dançarinos Diogo Breguete e João Pedro Fantástico, representantes do passinho, e pelo coreógrafo Otávio Bastos, nascido na terra do frevo. A onda pernambucana no MAR está presente desde dezembro de 2013 com a exposição Pernambuco Experimental e a iniciativa faz parte da mostra que está aberta até 30/04 .

A ideia surgiu da pernambucana Gleyce Heitor, assessora pedagógica do museu. Ela acompanhava uma das visitas escolares ao MAR quando duas turmas combinaram de dançar o passinho no fim do passeio. Ao observar, notou a aproximação com o ritmo de seu estado. Ela, então, uniu o útil ao agradável.

“O frevo, como um movimento da modernidade de Pernambuco, é bem urbano e traz uma questão de batalha na história do ritmo, com capoeiristas. São danças similares até mesmo nos movimentos de perna.” Gleyce ficou surpresa com o resultado ao ver alunos e professores curiosos e disposto a aprender. “O museu ficou contaminado pelos dois ritmos.”

Na hora da escolha dos professores, Gleyce lembrou de Otávio, conhecido de Recife que aprendeu a dançar com um dos últimos mestres de frevo, Nascimento do Passo. Para representar o fenômeno carioca, recebeu ajuda de Rafael Nike, que indicou Diogo e João. Representantes do funk, os meninos participaram da Batalha do Passinho e carregam vitórias no currículo. Passar pra frente o que aprenderam depois de tanto ensaio é sinônimo de realização. “Eu fico feliz pra caramba, sempre sonhei em ensinar os garotos da comunidade que me viam dançar. Não podemos desistir de nossos sonhos”, diz Breguete, de 23 anos, morador de Cachoeirinha, no Lins de Vasconcellos, Zona Norte.

João Pedro, 15 anos, já se vê trabalhando com dança no futuro. Em seu primeiro baile, precisou ir com a mãe. Ensaiou no chuveiro, no espelho, observando a própria sombra e deu tudo de si e agora faz parte dogrupo Bonde dos Fantásticos, super cogitado entre os dançarimos do estilo. Hoje, como professor no MAR, enxerga novas possibilidades para o passinho. “Estar dentro de um museu é algo importante para um estilo que sempre esteve dentro da favela. Torço para que isto seja lembrado um dia.”

A ligação com Pernambuco feita por Otávio Bastos se completou em uma grande roda organizada no aulão de quinta-feira, 13/2, no workshop. Quando postos um ao lado do outro, frevo e passinho se reconhecem. “O passinho absorve um pouco de tudo, é andrógeno e tem suingue. O legal é como preserva a individualidade dançante e isso o frevo perdeu com o tempo, porque se sistematizou. Acho que podemos observar o passinho e voltar a ter isso.” 

A disputa

Entre  os dançarinos de frevo, não há batalhas firmadas. No passinho, é o que dá sentido à tanta prática e dedicação. Breguete diz que preparou uma surpresa, João está confiante de que “vai pegar fogo”. Otávio, como quem entra em território desconhecido, acredita que a troca de experiências é o que vale mais a pena. “São saberes distintos, um é centenário e outro está nascendo agora, em outra realidade.”

Os alunos estão animados para mostrar o resultado de uma semana de prática, mas levam a disputa como uma brincadeira. Hayane Ferreira, de 29 anos, aproveitou o fim da licença-maternidade para fazer algo diferente. Ela se inscreveu nas aulas de frevo por curiosidade. Está adorando e, de quebra, conheceu novas pessoas. Marcos Leandro, de 32 anos, é ator e também aluno do workshop, mas optou pelo passinho. “Dançar é do corpo, a gente precisa dançar. É  ótimo estar em contato com uma manifestação cultural muito nova e tão brasileira, que recria e mistura várias referências.”  

Os dois estarão presentes na Batalha de domingo aberta ao público. Mais informações em Programação Cultural.  

Colaboração de Yzadora Monteiro

Fonte: http://www.cultura.rj.gov.br/

Um cajueiro criou uma floresta

Como a história da vassoura no aprendiz de feiticeiro, um cajueiro desdobra-se formando uma verdadeira floresta - Dois mil metros quadrados de área, quarenta e cinco mil frutos em cada safra - Uma grande atração turística para o Nordeste...

  Texto de ÍTALO VIOLA  - Fotos de RUBENS AMÉRICO
O Cajueiro de Pirangi já se consagrou como ponto obrigatório de visita dos que chegam à cidade de Natal. Pirangi é o nome de uma praia, na divisa dos municípios de Natal e Nísia Floresta, na qual o cidadão Sylvio Pedrosa possui um sítio, onde se encontra o cajueiro a que nos referimos e que os moradores do local denominam de “O Polvo”.

Êste cajueiro, segundo os mais velhos habitantes da região, tem aproximadamente uns quarenta anos de existência. Do seu tronco original (um tanto difícil de distinguir para quem o vê pela primeira vez) saíram dezenas de galhos que, por sua vez, transformaram-se em outros verdadeiros troncos, lançando centenas de galhos em tôdas as direções, numa progressão geométrica, numa sinfonia inacabada. Se emendássemos todos êstes galhos e troncos, cobriríamos, com a maior facilidade, a distância de um quilômetro. A área dêste cajueiro, verificada pelo seu proprietário, é de 2.000 m2. Quando chega a época de cajus, “O Polvo” mostra a sua pujança e prodigalidade, oferecendo uma média de 500 cajus diários em uma safra de três meses, portanto 45.000 frutos.
 
Assis Chateaubriand, os Governadores Lucas Garcez, Juscelino Kubitschek, Amaral Peixoto, o escritor e sociólogo Gilberto Freyre, o ex-Embaixador da Espanha e inúmeras outras personalidades celebrizaram o cajueiro de Pirangi com suas visitas.

Num país que soubesse aproveitar as suas atrações naturais para fins turísticos, êste cajueiro estaria mundialmente conhecido, convergindo para êle uma legião de curiosos, tal a sua excentricidade, tal a sua beleza, tal o seu caráter de exemplar único em todo o mundo.

Este artigo foi retirado, na íntegra, da Revista O CRUZEIRO - de 08 de janeiro de 1955.

Edgard Montenegro, uma relíquia da política Norte-riograndense



Eu e meu pai tivemos Domingo último (9), o prazer de visitar uma figura importante da política do Rio Grande do Norte chamado Edgard Montenegro (a minha esquerda na fotografia abaixo, e ao lado direito de meu pai Edmilson Caldas). Doutor Edgard (engenheiro agrônomo formado pela Escola Superior de Agricultura de Lavras, sul de Minas Gerais) com 94 anos de idade, lúcido ainda, é meu primo próximo pelo lado dos Lins Caldas. Ele foi prefeito do Assu, minha terra natal querida, deputado estadual em várias legislaturas, secretário do governo Cortez Pereira, Diretor do DNOCS. Sua família tem tradição no parlamento estadual desde os tempos do Rio Grande do Norte província. Político de espírito público. Por sinal, ele é o chefe político mais antigo da terra potiguar. Brilhante orador. A sua voz tem o timbre que a circunstância exige. Afinal, sempre uma voz presente a favor do desenvolvimento da importante região chamada Vale do Assu - Terra dos Poetas e da Fruticultura, um exemplo de ética e decência na política e na vida comum. Fica a minha homenagem registradO sobre aquela figura de bem e para o bem chamado Edgard Montenegro.

Fernando Caldas
Tuas cartas

Relembro as tuas cartas uma a uma,
Em minha mente todas se gravaram
Não encontro uma só que não resuma
Tudo o que nossos lábios já trocaram.

Tu me escrevias sempre; vez nenhuma
A sua falta os olhos meus choraram.
Morria o sol do estio ... vinha a bruma,
— E as tuas cartas nunca me faltaram.

Hoje os dias se passam lentamente
Que me escrevas espero ansiosamente,
Mas com que mágoa vejo que emudeces...

Termina esse silêncio que crucia,
É que me vai trazendo dia a dia
A certeza cruel de que me esqueces!

Carolina Wanderley, poeta potiguar do Assu.

(Soneto publicado em A República, jornal de Natal, edição de 16.02.1917).

"Maria Carolina Wanderley (Assu/RN, 04.01.1891-Natal/RN,
25.08.1975). Professora, dramaturga, poeta e musicista, publicou dois livros de poemas: Alma em versos (1919) e Rimário infantil (1926). Musicou versos de OM, dentre esses os da famosa modinha “A
lice”. Foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras." (Laélio Ferreira de Melo, in Notas, "OTHONIEL MENEZES - Obra Reunida, Ed. UNA, 2011, Natal)


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Quem ama! É tão feliz
Que esconde as dores que tem.
E mesmo sofrendo, diz:
Sou mais feliz que ninguém.

Renato Caldas
 

HISTÓRIA DO ASSU

Início da construção da Matriz

Dos anos de 1755 a 1760, coordenou os trabalhos da Freguesia o padre Bernardo de Aragão Cabral. De 1760 a 1771 os paroquianos ficaram sob a orientação espiritual do padre João Saraiva de Araújo que deu início no dia 15 de julho de 1760, a construção da Matriz de São João Batista, no terreno doado por Sebastião de Souza Jorge (no ano de 1712) obedecendo ao projeto em estilo romano por dentro e por fora barroco. As primeiras pedras para edificação foram transportadas nos carros de bois. 

Em 06 de setembro de 1761, em um domingo, chegaram do Apodi alguns índios. Estes começaram a trabalhar nos serviços da Igreja, no dia 14 do referido mês. 
Matriz de São João - Foto anterior a ampliação da sacristia
A Matriz, desde a sua construção, passou por diversas reformas e ampliações. As arcadas medem trinta e três palmos de altura e as colunas, inclusive base e capitel, vinte e três palmos.

Na vigência do pároco Júlio Alves Bezerra, foi feita a ampliação dos fundos da Matriz, com a construção de um espaçoso salão que serve de sacristia e lugar de reuniões. 
Matriz de São João - atual - foto: Endson Esron
A Matriz de São João Batista é um dos mais antigos e suntuosos templos da Igreja Católica no Estado do Rio Grande do Norte. Do seu adro pode-se observar um acervo arquitetônico composto de garbosos palacetes, remanescentes de uma época áurea comercialmente, a qual ofereceu condições de vida confortáveis às famílias que ali residiram e que eram conhecidas em toda a região como possuidoras de “eira e beira”. Ou seja, cidadãos que tinham condições financeiras para construírem seus casarões de cumeeiras altas e fachadas de beirais bem trabalhados, com varandas e bicas, muitas vezes, caracterizando o símbolo da família ou representação de animais.
Fonte: Assu dos Janduís ao Sesquicentenário - Ivan Pinheiro

MANUEL MARIA BARBOSA DU BOCAGE


Bocage


Soneto do Pregador Pecador


Por Manuel Maria Barbosa du Bocage


Bojudo fradalhão de larga venta,
Abismo imundo de tabaco esturro,
Doutor na asneira, na ciência burro,
Com barba hirsuta, que no peito assenta:

No púlpito um domingo se apresenta;
Pregas nas grades espantoso murro;
E acalmado do povo o grão sussurro
O dique das asneiras arrebenta.

Quatro putas mofavam de seus brados,
Não querendo que gritasse contra as modas
Um pecador dos mais desaforados:

"Não (diz uma) tu padre não me engodas:
Sempre, me hé-de lembrar por meus pecados
A noite, em que me deste nove fodas"!

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...