segunda-feira, 18 de novembro de 2019

O governador Cortez Pereira inaugurando e Estádio Marechal Castelo Branco - Castelão, em 1972. ("Um poema de concreto"), que depois ver a ser denominado João Cláudio Machado - Machadão. Demolido para dá lugar ao estádio Arena das Dunas.
Crédito da foto: Aida Cortez

Jovem de Gravatá está desaparecida e família pede ajuda na internet



https://pernambuconoticias.com.br/

Uma adolescente de 14 anos, identificada como Maria Laura Xavier de Moura Barros (foto) está desaparecida desde o final da noite desta última segunda-feira (11).
Segundo informações repassadas por colegas da garota, ela teria dito que iria inicialmente para João Pessoa (PB) e depois para Fortaleza, capital do Ceará.
Qualquer informação que possa ajudar na localização da vítima deve ser repassada para os seguintes contatos: (081) 99999-0289 (Larissa), (081) 98805-1005 (Moura), (081) 98880-2133 (Andréa), ou para a polícia de sua cidade.

Quando eu era pequeno,
Desejava possuir,
Quando fosse grande,
Uma caneta tinteiro,
Um relógio, um anel,
Não sei quantas coisas mais,
Hoje que estou grande,
Que já possuo o que desejava
Quando era pequeno,
Hoje que estou grande,
Desejo ardentemente,
Desejo em vão,
É possuir o que perdi
E que não achei mais,
E o que possuía quando era pequeno.
Hoje que estou grande
Desejo rever
O que possui e que perdi
E que hoje, que já estou grande
Não posso mais.

Pe. Alfredo Simonetti, potiguar de Assu

CASA SUSTENTÁVEL DE PAPELÃO FICA PRONTA EM 24H E DURA 100 ANOS

 Vista do projeto: parece ótimo morar nessa casa, não é mesmo?



CASA SUSTENTÁVEL DE PAPELÃO: EXISTE MESMO?

Sim, e o responsável por isso é o estúdio de design holandês Fiction Factory. Embora existam apenas 12 unidades fabricadas atualmente – todas na Europa – os responsáveis querem popularizar o conceito para o mundo inteiro.

Com durabilidade de 100 anos e garantia de 50, essa casa é três vezes mais sustentável que as populares de alvenaria, e tem um baixo custo, cerca de 25 mil euros (91 mil reais). Além de móvel, ela é montada em blocos passo a passo e fica pronta em cerca de 24 horas. O tamanho é variável e ela ainda pode ser desmontada sem problemas.

Mas como ela pode durar tanto tempo sendo de papelão? Segundo os desenvolvedores, o segredo para a casa sustentável resistir a ventos e chuvas é uma supercola que une as diversas camadas do material, coberto posteriormente com madeiras ou outra opção mais resistente à escolha do proprietário.

E para quem pensa que o imóvel é desconfortável, está muito enganado: é possível fazer tudo dentro da casa, tarefas normais do dia a dia como tomar banho e descansar. O vídeo a seguir mostra um pouco do seu processo de produção:

Dê uma olhada nestas fotos e conheça mais sobre essa proposta inspiradora:



                          casa sustentável de papelão blog da arquitetura
                         O interior da casa é bem bonito e aconchegante



casa sustentável de papelão blog da arquitetura como é
       A casa sustentável de papelão é móvel e pode ser desmontada facilmente

casa sustentável de papelão blog da arquitetura fiction factory
                 Dá para trabalhar, dormir e viver normalmente na casa de papelão
                  
Gostou? Para saber mais, vale a pena consultar o site do projeto.

*NOSSAS LIMITAÇÕES NOS TORNAM DEPENDENTES DE DEUS*

Garrincha, "o anjo de pernas tortas", com seus dribles desconcertantes, era um espectáculo à parte num jogo de futebol. O título de “O anjo de pernas tortas” não surgiu do nada. Como consequência da pólio que o atingira na infância, seu pé esquerdo era curvo para fora. Também tinha a perna esquerda 6 centímetros mais que a outra. Com esta deformação já era um milagre que andasse. Menos ainda que viesse a jogar futebol. No entanto, Mané Garrincha se tornou a grande lenda do futebol brasileiro. Estreou pela seleção em 1955 e três anos depois, ajudou o Brasil a conquistar o primeiro mundial. No Chile, em 1962, levou o Brasil ao "bis", sendo eleito o melhor jogador do Mundial. 

Não apenas Garrincha, mas quantos de nós, em alguma medida, também não trazemos nossas próprias limitações? Sentimo-nos fracos e impotentes diante dos desafios que a vida nos impõe. Nós também temos as “nossas pernas tortas”.

Mas é exatamente em situações quando nos sentimos tão impotentes, é que podemos experimentar a suficiência de Deus. Quando chegamos ao fim de nós mesmos e dos nossos recursos, podemos reconhecer o quanto precisamos dEle na nossa vida. As dificuldades que encontramos no nosso dia de trabalho, aquele assunto que não conseguimos resolver, a crise que atingiu a nossa casa ou a responsabilidade que assumimos sem avaliar bem as nossas limitações, apenas revelam que não somos autossuficientes.

Para ter sido o grande jogador que foi, Garrincha precisou passar por algumas cirurgias de reparação. Da mesma forma, nós também precisamos nos colocar nas mãos de Jesus e pedir que Ele trabalhe em nós. Quando as forças nos abandonam e olhamos para a nossa insignificância, tornamo-nos mais conscientes da nossa total dependência dEle. Através das nossas “pernas tortas” Deus está constantemente procurando ensinar-nos a dependência, e procurando conter-nos inteiramente em Sua mão e confiados ao Seu cuidado.
Pense nisso!

Rev. Gildásio Reis
Pastor da IP do Parque São Domingos, São Paulo, SP

(Enviado por Clênio Caldas)

domingo, 17 de novembro de 2019

Gabriel Veron, da Seleção Sub-17: potiguar, palmeirense e ex-vaqueiro

16/10/2019 às 14:21 | Seleção Masculina de Base

Único representante do Rio Grande do Norte na Seleção Sub-17, atacante do Palmeiras foi campeão mundial de clubes e agora quer título com o Brasil
Ensaio Fotográfico da Seleção Masculina Sub-17. Gabriel Veron
Créditos: Alexandre Loureiro/CBF
Nome: Gabriel Veron Fonseca de Souza
Nascimento: 03/09/2002
Cidade natal: Assu (RN)
Clube: Palmeiras
Seleção Brasileira Sub-17: 18 jogos (4 gols)
Era junho de 2018. Na Espanha, o Palmeiras Sub-17 enfrentava o Real Madrid na final do Mundial da categoria. Com apenas 15 anos de idade, o atacante Gabriel Veron deixou sua marca na vitória do Alviverde por 4 a 2, que consagrou o Verdão naquela tarde em Fuenlabrada. Mais de um ano se passou e agora Veron quer ser campeão mundial com a Seleção Brasileira. O atacante é uma das esperanças do Brasil na disputa da Copa do Mundo Sub-17, que será disputada no país.

Conheça Gabriel Veron, atacante do Palmeiras e da Seleção Brasileira Sub-17


Um heróiHomem-Aranha
Um ídolo
Deus
Uma frase
"Deus não dá o que você quer, Deus dá o que você precisa"
Um sonho
Ser campeão do mundo
Uma saudade
Meu avô
O que gosta de fazer na concentração?Jogar videogame
Um livroO Diário de um Banana
Série ou filme?
Série
Então, uma série...
Ponto Cego e O Atirador
Cantar ou dançar?
Dançar
Um estilo musical
Brega bregoso
Um cantor
Projota
A música que não sai da sua playlist
Hino da Vitória - Cassiane
Se não fosse jogador, seria...
Nunca pensei em outra profissão
Um jogo inesquecível
Palmeiras x Real Madrid, final do Mundial de Clubes Sub-17. Ganhamos por 4 a 2 e fomos campeões do mundo.
O que as pessoas não sabem sobre você?
Já tentei ser vaqueiro
Ensaio Fotográfico da Seleção Masculina Sub-17. Gabriel VeronGabriel Veron foi campeão mundial pelo Palmeiras com apenas 15 anos
Créditos: Alexandre Loureiro/CBF
Ensaio Fotográfico da Seleção Masculina Sub-17. Gabriel VeronAtacante é o único representante potiguar do elenco da Seleção Sub-17
Créditos: Alexandre Loureiro/CBF
https://www.cbf.com.br/
Tudo vale a pena 
Se a alma não é pequena."
- Fernando Pessoa, do poema "Mar Português"

Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo. Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros).
Sinto crenças que não tenho. Enlevam-me ânsias que repudio. A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me aponta traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha, nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo. Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore [?] e até a flor, eu sinto-me vários seres. Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente, como se o meu ser participasse de todos os homens, incompletamente de cada [?], por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço.
- Fernando Pessoa, "Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação. Fernando Pessoa". Lisboa: Ática, 1966.  p. 93.
Não sei se é amor que tens, ou amor que finges,
O que me dás. Dás-mo. Tanto me basta.
Já que o não sou por tempo,
Seja eu jovem por erro.
Pouco os deuses nos dão, e o pouco é falso.
Porém, se o dão, falso que seja, a dadiva
É verdadeira. Aceito,
Cerro olhos: é bastante.
Que mais quero?

(Fernando Pessoa)
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De volta para o futuro: única torre de Zeppelin do mundo fica no Jiquiá

Por  08/01/2019
https://poraqui.com/
Em 2018, faz 88 anos, daqui a pouco, 100. Ou seja, o Recife está há um século de distância do futuro, só que, neste caso, o futuro ficou pra trás. Em 22 de maio de 1930, cruzava o Oceano Atlântico, vindo da Europa, o Graf Zeppelin. O céu do Recife ganhava ares de ficção científica.

O Zeppelin, de fabricação alemã, tinha dimensões colossais: 236 metros de comprimento. Era chamado de o “charuto voador” e carregava cerca de 35 passageiros, além de correspondências transcontinentais.
Nunca mais o céu do Recife seria o mesmo. O “balão”, que em sua segunda versão – o Hindenburg – chegou a pesar 200 toneladas, não fez uma viagem apenas ao Brasil (do Recife, seguia para o Rio de Janeiro, mas chegou a passar por Blumenau, Curitiba, São Paulo), mas 20!
Nos primeiros anos, o ponto final do Zeppelin no Brasil era o Recife. Os passageiros vindos da Europa desembarcavam no Campo do Jiquiá e seguiam para o Rio de Janeiro de avião mesmo. Será o primeiro desafio intermodal que se tem notícia? ?
Zeppelin é uma homenagem ao conde alemão Ferdinand Von Zeppelin, pioneiro no desenvolvimento de dirigíveis rígidos no início do século XX.
E sabe essa brisinha que faz com que, em boa parte do ano, o Recife tenha um clima relativamente ameno? Ela foi essencial e estratégica para que o Zeppelin arranhasse nossos céus e fizesse parada por essas bandas, mais exatamente no Jiquiá, onde, até hoje, fica a única torre de amarração do Zeppelin do mundo!Por quê? O tempo estável facilitava a atracação. O Recife também almejava entrar na rota aérea internacional, então o governo facilitou um pouco, com a construção da torre, com fornecimento de gás para o Zeppelin.
Tripulação do Zeppelin com crianças da comunidade do Jiquiá
Lá em 22 maio de 1930, quando o Zeppelin aterrissou pela primeira vez no Brasil, no Recife, no Jiquiá, o prefeito da cidade decretou feriado municipal e cerca de 15 mil pessoas estiveram no Campo do Jiquiá, que hoje, apesar do que se disse, não virou museu, nem espaço ecológico.
Torre do Zeppelin é a única do mundo (Foto: Paula Melo/PorAqui)

Graxa e o Zeppelin

O músico Graxa, de batismo Ângelo Souza, nascido e vivido na Zona Oeste, e conhecido como o “cronista do Jiquiá”, foi com o PorAqui até o Campo do Jiquiá, onde fica a torre do Zeppelin e falou um pouco sobre o “charuto voador” em vídeo que você pode ver agorinha mesmo:
O Zeppelin atracou no Recife durante sete anos, mas na nossa memória afetiva ele nunca saiu daqui. O futuro foi nosso um dia, ou não?
Portugal cool
Elevador de Santa Justa - Lisboa
Foto: Portugal cool
"Quem puxa saco também puxa tapete".

FUTEBOL Assuense Veron brilha mais uma vez e Brasil vira sobre a França e vai à final da Copa do Mundo Sub-17


http://souzajrdivulgacoes.blogspot.com/

A Seleção Brasileira está classificada para a grande decisão da Copa do Mundo Sub-17. Em uma partida emocionante, o Brasil virou em 45 minutos a desvantagem de 2 a 0 para 3 a 2 e eliminou a França na semifinal do Mundial. Kaio Jorge, Gabriel Veron e Lázaro marcaram os gols da Canarinho, todos no segundo tempo de jogo. Diante do México, que passou pela Holanda, o Brasil entrará em campo para a decisão no próximo domingo (17/11), às 19h. O Estádio Bezerrão será o palco da partida final do Mundial Sub-17.
O jogo
A Seleção Brasileira começou o primeiro tempo vendo os franceses tomarem conta das primeiras ações ofensivas. Aos seis minutos de jogo, Kalimuendo-Muinga recebeu bom passe, saiu de cara para o goleiro Matheus Donelli, que nada pôde fazer: 1 a 0 para a França. Passados mais seis minutos, foi a vez de Mbuku marcar. O camisa 11 fez ótima jogada e bateu na saída do camisa arqueiro brasileiro, ampliando a vantagem. A partir daí, o time de Guilherme Dalla Déa cresceu na partida e se lançou ao ataque em busca dos gols para empatar a partida.

A melhor oportunidade aconteceu aos 23 minutos, quando o Assuense Gabriel Veron invadiu a área driblando e bateu para o gol, mas viu a bola sair pelo lado. Aos 43, a arbitragem chegou a assinalar pênalti para o Brasil, sofrido por Yan Couto. Mas, após a checagem no VAR, voltou atrás na decisão e anulou o tiro livre. Depois da conversa nos vestiários, a Canarinho voltou para a etapa final disposta a buscar o resultado. Comandando a posse de bola, a Seleção finalmente estufou as redes aos 16 minutos. Em cobrança de escanteio, a zaga francesa não conseguiu cortar, Henri tocou para o meio, e Kaio Jorge completou para o gol. Quarto tento marcado no torneio pelo camisa 9. Se lançando ao ataque, o Brasil chegou ao empate aos 30 minutos. Daniel Cabral puxou ótima jogada pela esquerda, cruzou antes da bola sair pela linha de fundo e encontrou Yan Couto, que bateu para a defesa do goleiro Zinga. No entanto, no rebote, o Assuense Gabriel Veron apareceu para encher o pé de primeira e igualar o marcador no Bezerrão: 2 a 2. E o que parecia impossível no intervalo, aos 43 minutos, Lázaro tornou realidade. O goleiro Matheus Donelli cobrou impedimento rápido, lançando o atacante brasileiro. O camisa 20 dominou, cortou para o meio e com uma bomba fez um golaço para colocar o Brasil em vantagem e garantir a ida para a decisão da Copa do Mundo Sub-17: 3 a 2 de virada.
BRASIL: Matheus Donelli; Yan Couto (Sandry), Henri, Luan Patrick e Patryck; Daniel Cabral, Diego Rosa (Lázaro) e João Peglow; Gabriel Veron, Kaio Jorge e Pedro Lucas (Gustavo García) – Técnico: Guilherme Dalla Déa

GOLPE QUE DERRUBOU DOM PEDRO II

Do acontecimento emblemático ao golpe de 1964, os militares estiveram sempre a postos para tomar o poder

MÁRCIO SAMPAIO DE CASTRO PUBLICADO EM 15/11/2019, ÀS 00H00



Quadro ilustra o momento em que a República foi proclamada
Quadro ilustra o momento em que a República foi proclamada - Wikimedia Commons

"Sigam-me os que forem brasileiros!” De espada em punho, o comandante das tropas do Brasil na Guerra do Paraguai, Luís Alves de Lima e Silva, abandona sua confortável posição na retaguarda e, do alto de seus 65 anos, lidera a conquista da ponte do rio Itororó, defendida com unhas e dentes pelos paraguaios.
A batalha daquele 6 de dezembro de 1868, que antes desse ato de heroísmo parecia perdida, foi decisiva para a vitória na guerra, que acabou em 1870. O conflito deu grande poder e prestígio para o Exército brasileiro – do qual Silva, depois nomeado duque de Caxias, viraria patrono.
Apenas 21 anos após a batalha de Itororó, aqueles que eram brasileiros tiveram que seguir os militares em outra manobra arrojada: a proclamação da República. Foi o início de um período de quase 100 anos em que os civis alternaram o poder com os militares. Muitos destes se candidatavam em eleições, é verdade. Mas, sempre que pintava um período de instabilidade política, havia a expectativa de que os militares sairiam dos quartéis e tomariam o governo na marra.
“Ao voltar da Guerra do Paraguai, os militares não queriam mais ficar submetidos à ordem civil. Nasceu aí um projeto de tomada do poder que se arrastaria por quase todo o século 20 e culminaria com o golpe de 1964”, diz Hernani Maia Costa, historiador da Universidade Estadual de Campinas.
Se o Exército foi protagonista da história brasileira em vários momentos da República, no Império a coisa não era bem assim. A corporação foi criada após a independência, junto com a Armada (antigo nome da Marinha). Mas, em vez de ser motivo de orgulho, atuar como soldado ou marinheiro em meados do século 19 era um castigo reservado a pobres acusados de delinquência ou vadiagem.
Foi a Guerra do Paraguai que obrigou o Império a valorizar o Exército. Quando voltaram do campo de batalha, os oficiais passaram a se envolver mais nos grandes debates da época – que incluíam o questionamento da própria monarquia.
No anoitecer de 14 de novembro de 1889, boatos diziam que o marechal Deodoro da Fonseca, herói no Paraguai, havia sido preso por desacatar o então primeiro-ministro, visconde de Ouro Preto. Reagindo a isso, soldados de vários regimentos saíram às ruas da capital, o Rio de Janeiro, na manhã do dia 15.
A notícia era falsa, mas o marechal aproveitou as tropas rebeladas para depor Ouro Preto, seu antigo adversário político. Enquanto isso, conspiradores militares e civis se apressaram em escrever, na Câmara Municipal, uma declaração dizendo que o Brasil deixava de ser um império para se tornar uma república. Deodoro, que estava doente e voltou logo para casa, só assinou o documento à noite.
Apesar de nunca ter sido republicano, o marechal havia saído de casa para derrubar um governo e acabou derrubando um regime. A proclamação da República se tornava, assim, o primeiro grande golpe militar de nossa história.
Conduzido à presidência, Deodoro não suportou as intrigas do poder e acabou cedendo o lugar ao seu vice. O também militar Floriano Peixoto assumiu e, quando teve que passar o cargo para o primeiro presidente civil, Prudente de Morais, em 15 de novembro de 1894, não apareceu. Decidiu ficar em sua casa de chinelos, regando o jardim.
A vez dos jovens
Nos anos seguintes, enquanto fazendeiros paulistas e mineiros se revezavam na presidência, os altos postos das Forças Armadas eram ocupados por oficiais eruditos, dedicados a esparsos trabalhos burocráticos. Na outra ponta da hierarquia estavam os jovens oficiais que tocavam as tarefas diárias nos quartéis.
A enorme distância que os separava dos velhos militares daria origem a um movimento com profundo impacto no país: o tenentismo. Ele surgiu em 1913, com a revista Defesa Nacional, lançada por tenentes que criticavam as condições precárias das Forças Armadas. Em menos de uma década, a insatisfação com os superiores e com a corrupta política brasileira levaria aqueles jovens a uma série de rebeliões.
Em 5 de julho de 1922, no Rio de Janeiro, um pequeno grupo tomou o Forte de Copacabana. Quase todos foram mortos. Entre os sobreviventes estava Eduardo Gomes, que participou do levante seguinte, ocorrido dois anos depois, em São Paulo. A cidade foi ocupada por quase um mês e os confrontos deixaram 500 mortos e 5 mil feridos.
Derrotados, os tenentistas fugiram para o sul. Revoltas parecidas ocorriam em todas as regiões do Brasil. No Rio Grande do Sul, o capitão Luís Carlos Prestes e seus homens escaparam das tropas federais e, com os rebeldes paulistas, iniciaram uma longa marcha por diversos estados, procurando seguidores e fugindo do governo. Em 1927, a Coluna Prestes, como ficou conhecida, entraria na Bolívia em busca de asilo político – havia percorrido cerca de 25 mil quilômetros.
A indignação nos quartéis continuava. Sob denúncias de fraude eleitoral, em março de 1930, Júlio Prestes foi eleito presidente, derrotando o gaúcho Getúlio Vargas. Com a ajuda dos tenentistas, surgiu uma conspiração para impedir que o paulista tomasse posse. Em 24 de outubro de 1930, o ainda presidente Washington Luís foi deposto, enquanto 3 mil soldados gaúchos, liderados pelo tenente-coronel Góis Monteiro, chegavam ao Rio de Janeiro. Vargas veio com eles e se firmou como líder da nação.
Prestes e Vargas / Crédito: Wikimedia Commons
Pouco a pouco, contudo, o novo governo foi excluindo os tenentistas do poder. Luís Carlos Prestes, que desde o início tinha se recusado a apoiar Vargas, tentou derrubá-lo com a Intentona Comunista, em novembro de 1935 – o levante, que ocorreu em Natal, Recife e Rio de Janeiro, foi sufocado rapidamente. Dois anos depois, usando como pretexto um suposto novo plano comunista de tomar o poder, Vargas conseguiu o apoio das Forças Armadas para dar um golpe e se consolidar como ditador. 
Quando explodiu a Segunda Guerra, em 1939, Vargas hesitou um bocado, mas acabou optando por mandar tropas para apoiar os aliados – a Força Expedicionária Brasileira, a FEB, desembarcou na Itália em 1944. Após o fim do conflito, os militares brasileiros ficaram numa situação estranha: haviam lutado contra o autoritarismo, mas, ao retornar à pátria, depararam com uma ditadura.
Vargas não poderia mais continuar no poder e, nos bastidores, foi convencido por militares a se retirar. Nas eleições de 1945, dois deles disputaram a presidência: o agora brigadeiro Eduardo Gomes e o general Eurico Gaspar Dutra, ex-ministro da Guerra. Dutra venceu e se tornou o segundo e último militar a ser eleito presidente do Brasil nas urnas – o outro fora o marechal Hermes da Fonseca, que ficou no poder entre 1910 e 1914.
Civis na corda bamba
A Segunda Guerra deu lugar à Guerra Fria, com a União Soviética e os Estados Unidos disputando áreas de influência ao redor do mundo. No Brasil, as Forças Armadas se alinharam aos americanos. Isso bateu de frente com o segundo governo de Vargas (que derrotara Eduardo Gomes na eleição para suceder Dutra, em 1951).
De acordo com seus críticos, como o jornalista Carlos Lacerda, o nacionalismo getulista era um sinal de simpatia pelos soviéticos. Em agosto de 1954, quando um atentado a tiros contra Lacerda matou o major da aeronáutica Rubens Vaz no Rio de Janeiro, a Força Aérea passou a se opor abertamente a Vargas. Sem o apoio das outras armas e desmoralizado por ser ligado ao assassinato, o presidente recorreu ao suicídio.
Vargas se foi, mas a tal “ameaça soviética” continuava incomodando. Aos olhos de alguns militares, ela era encarnada por Juscelino Kubitschek, eleito presidente em outubro de 1955. No mês seguinte, parte das Forças Armadas, associada a Carlos Lacerda e ao presidente interino Carlos Luz, pôs em prática a Novembrada – uma tentativa de golpe para impedir Juscelino de tomar posse.
O general Henrique Teixeira Lott, defensor do resultado das urnas, soube do movimento e, em 11 de novembro, botou tropas nas ruas do Rio de Janeiro, conseguindo a renúncia de Luz. O general havia dado um golpe para evitar outro.
Nas eleições de 1960, Lott se candidatou à presidência. Perdeu para o imprevisível Jânio Quadros, que acabou renunciando em 24 de agosto de 1961. Seu vice, João Goulart, o Jango, estava em viagem na Ásia. Os ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica logo divulgaram um manifesto em que afirmavam categoricamente a “inconveniência” do retorno de Jango – considerado esquerdista demais – ao Brasil.
Surgiu um clima de tensão poucas vezes visto no Brasil. Assim como Lott garantira a posse de Juscelino, o general Machado Lopes, sob influência do governador gaúcho Leonel Brizola, ameaçou colocar o Terceiro Exército em combate para levar Jango ao poder. Deu certo. Os comandantes das Forças Armadas recuaram e permitiram o retorno do presidente, que assumiu em 7 de setembro de 1961.
Durante seu governo, Jango propôs reformas econômicas e comprou brigas com militares e com civis. Em 13 de março de 1964, durante um comício, assinou o decreto da reforma agrária – sinal de que ele estava mesmo disposto a mexer com os grandes proprietários.
Longos 21 anos
Rapidamente espalhou-se o boato de que Jango daria um golpe para se tornar ditador. Mas quem deu o golpe foram os militares – e, desta vez, nenhum deles se ergueu para defender a “legalidade”. A mobilização começou tímida, na tarde de 31 de março, com a quartelada de uma divisão de infantaria na cidade mineira de Juiz de Fora.
Enquanto o governo hesitava, militares que não acreditavam num golpe começaram a aderir ao movimento. Não houve resistência. Na noite de 1º de abril, Jango se conformou de que aquilo tudo não era mentira: deixou o cargo e partiu para Porto Alegre, seguindo para o exílio no Uruguai.
O general Humberto de Alencar Castello Branco, um veterano da FEB, assumiu a presidência em 15 de abril de 1964. Para acabar com a oposição, o novo governo destituiu de seus cargos centenas de juízes, políticos eleitos e militares. Ainda assim, havia a impressão de que a democracia poderia voltar logo.
“A presença militar, que na política sempre se apresentou para restabelecer a ordem, poderia ter terminado ainda nos anos 60”, diz o general Sérgio Augusto de Avelar Coutinho, diretor do Clube Militar.
Segundo ele, acontecimentos como o fracassado atentado a bomba de 1966 contra o então ministro da Guerra, Artur da Costa e Silva, em Recife, deram argumentos para quem se opunha ao fim rápido do regime. “Ações terroristas como essa acabaram reforçando uma corrente messiânica dentro das Forças Armadas, que só deixaria o poder muito tempo depois.”
Essa “corrente messiânica” era composta por oficiais que acreditavam que o comunismo era uma ameaça constante e devia ser aniquilado a qualquer preço – por meio de espionagem, tortura e perseguição política. Costa e Silva, que sucedeu Castello em 1967, era um legítimo membro dessa estirpe, conhecida como “linha dura”.
Em dezembro de 1968, ele assinou o Ato Institucional número 5, o AI-5, que suspendeu direitos jurídicos dos cidadãos e abriu caminho para que atrocidades fossem cometidas sem que o regime tivesse que responder por elas. Emílio Garrastazu Médici, que assumiu a presidência em 1969, endureceu ainda mais o regime.
Novos ares
A situação começaria a mudar em 1974, com a chegada do general Ernesto Geisel ao poder. Com o apoio do general Golbery do Couto e Silva, chefe da Casa Civil, ele criou um plano para a volta à democracia, anunciado como uma “lenta, gradativa e segura distensão”. Estudiosos argumentam que a principal razão da abertura teria sido o medo de perder o controle do regime.
Essa ameaça ficou clara durante o governo Geisel. Mesmo que ele tentasse conter a violência dos militares, os assassinatos políticos não pararam (como o do jornalista Vladimir Herzog, em outubro de 1975).
A insubordinação dos militares contrários à abertura fez Geisel demitir seu ministro do Exército, Sylvio Frota, em outubro de 1977. A medida tirou do governo o mais graduado linha dura e indicou que o fim da ditadura estava próximo. Outro sinal foi a revogação do AI-5, em janeiro de 1979. Dois meses depois, o general João Baptista Figueiredo assumiu o poder e teve que se acostumar às manifestações populares que contestavam o regime, culminando com a campanha pelas eleições diretas, em 1984.
Após a morte de Tancredo Neves, Sarney chegou à presidência, no ano seguinte, a transição estava completa. Na última entrevista que deu antes de sair do poder, Figueiredo deu um recado ao povo brasileiro: “Me esqueçam”. E, repetindo o gesto de Floriano Peixoto no século 19, ele também não foi à posse de seu sucessor civil.
Com o desgaste dos militares em decorrência da ditadura e o amadurecimento da democracia, a situação deles mudou bastante na época. 

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1889: A República Não Esperou o Amanhecer, Hélio Silva, Civilização Brasileira, 1972 - https://amzn.to/32KoMZl
As Ilusões Armadas – A Ditadura Envergonhada, Élio Gaspari, Cia. das Letras, 2002 (Kindle) - https://amzn.to/375uxEj

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...