segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

 

O Crepúsculo Romântico

Quão belo é o sol quando no céu se ergue risonho,
E qual uma explosão nos lança e seu bom dia!
– Feliz quem pode com amor e ébria alegria
Saudar-lhe o ocaso mais glorioso do que um sonho!

Recordo-me! Eu vi tudo, a flor, o sulco, a fonte,
Murchar sob o esplendor dessa pupila que arde…
– Corramos todos sem demora ao poente, é tarde,
Para abraçar um raio oblíquo no horizonte!

Mas eu persigo em vão o Deus que ora se ausenta;
A irresistível Noite o seu império assenta,
Úmida, negra, erma de estrelas ou faróis;

Um odor de sepulcro em meio às trevas vaga,
E junto aos pantanais meu pé medroso esmaga
Inesperadas rãs e frios caracóis.

– Charles Baudelaire, 1862

Artista venezuelano cria mural com 200 mil tampinhas de plástico

Este é um ótimo exemplo de como a arte pode transformar as cidades e como o lixo pode ser reutilizado!

Ana Carolina Conti Cenciani
 

Oscar Olivares é um artista venezuelano de 23 anos que usa a arte como uma forma de reciclar produtos plásticos. “Mais do que estudar e usar técnicas diferentes, uso a arte para ser feliz e expressar meus sentimentos e ideias”, complementa o jovem artista.

Em associação com a organização ambiental local “OkoSpiri” e com o movimento Architecture for the Future, Oscar criou um mural gigantesco usando tampas de garrafas plásticas e outros recipientes. Foram necessários 3 meses de trabalho e 200.000 tampas.

O resultado é impressionante: um mural de 45 metros de largura e uma altura que varia entre 3,5 e 7,25 metros em pontos diferentes. A obra de arte fica na cidade de El Hatillo, na Venezuela.

O processo foi trabalhoso e envolveu a colaboração de diferentes pessoas e empresas locais que doaram materiais e ajudaram com o trabalho. “Estou muito feliz projetando e criando. O que mais quero é que as pessoas sintam essa mesma felicidade ao ver meus trabalhos”, diz Oscar.

Alegria e felicidade são, sem dúvida, impressas na composição que mudou o ambiente nesta região da cidade – o mural é composto por araras em seu habitat natural, com todas as suas cores e belezas.



Além das araras, o mural possui flores como girassóis, montanhas do Parque Nacional El Ávila, edifícios em uma paisagem verde e céu estrelado, além de outros elementos criados pelo artista.

Este é um ótimo exemplo de como a arte pode transformar as cidades e como o lixo pode ser reutilizado: em vez de poluir o meio ambiente, essas 200.000 tampinhas ajudaram a tornar a cidade mais bonita para todos.

Com informações de EcoInventos

De: https://www.contioutra.com/

domingo, 27 de dezembro de 2020

 

MORRE O HOMEM E A HISTÓRIA SEGUE CONTANDO SEUS EXEMPLOS

 

Desejo de forma resumida prestar um breve depoimento a respeito do professor, escritor varzeano Gilberto Freire de Melo, um pendenciense, que deixou com sua morte exemplar acervo de contos e relatos escritos pela lavra pujante de sua fértil inteligência.

Conheci Gilberto em 1960 quando fui residir e estudar em Pendências, sendo este vizinho do meu tio Mizael na rua José Ramos. 

Era na época funcionário dos Correios, vindo a ocupar cargo de confiança no governo de Absalão Pinheiro Maia.

Gilberto Freire sempre demonstrou um lado ideológico, sendo taxado por alguns conservadores de comunista.

Foi meu professor de português nos anos 70 no ginásio Monsenhor Honório, onde aprendi um pouco das regras gramaticais que me serve de balizamento até hoje para o que escrevo e publico.

Gilberto era bastante irreverente, hábil nas palavras e bastante extrovertido.

Casado em 1ª núpcias com Dona Terezinha Bezerra com quem contraiu uma prole de 3 filhos: Maristela, Leonor e Gilberto Júnior ( Jubinha), -  depois que enviuvou, terminou sua vida maritalmente com uma conterrânea nossa, filha de seu Luiz Preto, residente na comunidade de Jenipapeiro - zona rural de Carnaubais.

Gilberto Freire ´pertence a uma familia tradicional da pátria varzeana - Os Freires de Melo e Lemos: é sua base genealógica.

Gilberto com sua idade avançada vinha passando por complicações de saúde, sendo portador de Alzheimer, ultimamente foi acometido de covid- 19, responsável pela sua causa mortis.

Gilberto Freire se despediu do mundo aos 86 anos de idade, deixando um legado cultural de suma importância no contexto literário do universo das letras.

Suas principais obras foram: Absurdos Gramaticais, Santa Luzia do Meu Tempo, Alto do Rodrigues: "Uma História de Amor e Progresso, Cândio Cambão, Pendências de Cima e Manoel Torquato - Um Herói e  Vitima da Guerrilha.

Para finalizar lembro-me de um caso que aconteceu durante a enchente de 1960, sendo Gilberto Freire secretário Municipal, vendo a sede da prefeitura sendo tomada pelas águas, convocou alguns funcionários do municipio e começou a empilhar pastas documentais no madeirame superior da prefeitura, para evitar que fossem danificadas.

Eis que o prefeito Absalão que se encontrava em Natal, sendo chamado as pressas pra ver a realidade da sua cidade, ao chegar na prefeitura, vendo as imediatas providências do seu auxiliar - não se conteve largou um sono grito: Gilberto, você quer me enganchar com o Tribunal de Contas - Jogue essas merdas n'água! 

Obedecida a ordem, mandou em seguida um telegrama para o seu amigo Governador Dinarte Mariz, pedindo uma verificação in loco do TCE. 

Na mesma semana Romildo Gurgel que era o presidente do órgão fiscalizador estadual, veio á Pendências e após a constatação do desaparecimento das pastas, despachou uma declaração de isenção da responsabilidade do governante.

Este relato faz parte dos roteiros escritos pelo saudoso jornalista padre José Luiz Silva de quem fui seu colaborador em sua empresa de comunicação (FOLK), que ficava no 1º andar da Rodoviária da Ribeira em Natal.

 Aluizio Dias Lacerda

A CULTURA LITERÁRIA VARZEANA FICA MAIS POBRE COM A MORTE DO ESCRITOR BERADEIRO GILBERTO FREIRE DE MELO
Recebemos com bastante tristeza a noticia do falecimento do professor, escritor, servidor público federal aposentado Gilberto Freire de Melo, que nascido na ribeirinha do rio Piranhas/Açu, fez história no mundo da cultura literária, deixando um legado de 7 livros publicados, muitas crônicas e boa prosa a respeito da civilização varzeana.
Tive em Gilberto Freire - um pendenciense que admirava pelo seu conteúdo gramatical, figura que devo muito na aprendizagem da perfeita concordância verbal e outras figuras da linguagem, cujas metáforas nos deram expressivo nível de conhecimento.
Gilberto fez do espaço geográfico das Pendências de Cima, do Meio e de Baixo, o seu cartão de visita.
Tendo vencido o impacto do impaludismo, uma epidemia que ceifou muitas vidas no período do seu nascimento (1934), veio a óbito neste sábado 26 de dezembro com 86 anos de idade.
Como bem dizia meu tio Mizael - quem nasceu pra morrer de bala, não escapa do fuzil!
Gilberto Freire de Melo se rendeu ao famigerado virus do covid- 19, sendo sepultado nesta noite no cemitério Morada da paz em Natal, sem direito a velório, passando pelo castigo que é imposto a todos que morrem desta maneira.
Gilberto escreveu em sua coletânea o " Livro Santa Luzia do Meu Tempo - um referencial em louvor a padroeira de nossa cidade Carnaubais.
Nossa redação apresenta aos filhos deste ícone da literatura varzeana e demais familiares, nossos profundos sentimentos de pesar, nesta hora de aflições e saudades deste grande vulto contemporâneo.




sábado, 26 de dezembro de 2020

Manoel Dantas: um jornalista a serviço da educação pública

 Adriano Medeiros - Fatos e fotos de Natal Antiga

Manoel - ou Manuel como você poderá achar em alguns textos - foi advogado, juiz, educador, jornalista, político e precursor dos estudos de folclore em seu estado. No volume I de Patronos e Acadêmicos (referente à Academia Norte-Riograndense de Letras), Veríssimo de Melo diz que Manoel, “na juventude, foi um revoluciário. Abolicionista e propagandista da República. Defendeu com ardor suas idéias na tribuna popular, fazendo conferências e divulgando seu pensamento na imprensa”.
Ao reunir características específicas dos registros e da atuação de Manoel Dantas na Educação do RN, professando os princípios políticos do qual era defensor, este constituiu-se ao longo da história como uma figura de destaque no cenário educacional, cultural e histórico para o estado do Rio Grande do Norte tornando-se também representante dos valores professados por essa doutrina política de caráter histórico-filosófica positivista que defendeu durante sua vida pública. Macêdo (2012, p. 168):
A proposta fundamental que Manoel Dantas apresenta, para destruir a indiferença cultural do sertanejo pelo seu destino, passa, pois, pela educação d’O Povo. Para ele, nada poderia brotar em termos de superação dessa inércia no sertão, que não partisse primeiramente da mudança qualitativa dos costumes, eivada que se encontrava a culturasertaneja de formas atrofiadoras da potencialidade dos homens que habitavam os grotões do sertão.
Os redatores dos jornais, voltavam-se para questões importantes em seus artigos, e ao que refere-se à instrução pública, Manoel Dantas desenvolveu em seus artigos no periódico “A República” sua visão profunda a respeito da instrução do Rio Grande do Norte, analisando-a a partir de diferentes aspectos, desde as condições precárias a que encontravam-se alguns grupos escolares, o atraso do salário dos professores, até a análise da importância da educação para o sertanejo que era ativo e inteligente, bastava ter o incentivo e oportunidade para aprender.
Na foto Manoel Dantas aparece em seu cenário jornalístico. Em frente à sede do jornal A República, de posse de um exemplar do periódico, Dantas foi registrado, juntamente à outras pessoas que possivelmente também faziam parte do jornal, ou simplesmente apreciavam e acompanhavam os escritos publicados no referido jornal.
Legenda: Manoel Dantas segurando um jornal na sede do Periódico A República. Acervo Instituto Tavares de Lyra - Macaíba-RN.
Fonte: A atuação de Manoel Dantas na instrução pública Norte-rio grandense (1897-1924) / Isabela Cristina Santos de Morais. -Natal, 2018.
Seja um apoiador do projeto cultural do Fatos e Fotos de Natal Antiga. Acesse >>>https://bit.ly/fatosefotosdenatalantiga
Você, Claudio Caldas, Leide Camara e outras 150 pessoas
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POUCAS E BOAS

Valério Mesquita

Mesquita.valerio@gmail.com
01) Campanha de 1990, para senador e governador. Cenário: Praça Pública de João Câmara em plena feira multifária e multifusa. Os dois candidatos Garibaldi Filho e Lavoisier Maia iniciaram às 10 da matina o famigerado corpo a corpo. Gari, vagaroso no andar, verdadeiro “pé de chumbo”, caminha atrasado e na dianteira, disparado, vai Lavô, o famoso beijoqueiro. Lá na frente, Gari alcança Lavô. Compassadamente, Gari cumprimenta: “Doutor Lavô, nunca se cansa. Parou por quê?”. Disfarça Lavô: “Pra lhe esperar. Pois nessa pressa já beijei até um macho!!!”.
02) O saudoso ex-deputado Clóvis Mota era o vice-governador do Rio Grande do Norte nos anos 66, 67. Certa vez, bateu à porta de sua casa uma mulher que perguntava pela sua esposa dona Lourdinha Meireles Mota. A empregada doméstica foi atender e comunicou à patroa: “Dona Lourdinha, tem uma sujeita aí fora perguntando pela senhora!!”. Curiosa, dona Lourdinha foi até à porta e quase teve um troço: era a esposa do então comandante da Base Naval.
03) O deputado Targino Pereira era prefeito de Tacima/PB. Foi chamado a João Pessoa pelo governador a fim de agilizar o envio de um projeto de lei à Câmara Municipal com toda urgência. Era a implantação da energia elétrica em sua cidade. Rápido, Targino enviou um portador a Tacima com toda a documentação necessária. Porém, dia seguinte, teve a decepção de saber que o vereador Manoel Caboclo, presidente da Câmara, interceptara o andamento da mensagem. Incontinente, foi a Tacima. E lá ouviu a explicação de Manoel Caboclo, em tom calmo e arrastado: “Prefeito, o senhor tá querendo as coisas depressa demais. Isso é como mio. Tem que botar de môio para comer no outro dia!”.
04) Teté era o apelido carinhoso de um travesti lírico de Açu. Desestimulado pelo uso obrigatório da camisinha que os seus fregueses impunham, saiu-se com essa: “Camisinha, gente, é igual a banana com casca. Aqui em Açu não dou mais. Vou agora me mudar pra Trapiá onde o povo não usa isso!”. Não confundir: Trapiá fica perto de Mossoró.

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...