quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

 

20/01: DIA DO FARMACÊUTICO.
A FARMÁCIA DE ZELITO CALAÇA.
Na pharmácia de Calaça
Lembro drogas do passado,
Rememoro alguns remédios
Hoje está tudo mudado,
Eu não consigo entender
Meu coração tá apertado.
Emulsão Scott e iodo
Água inglesa e cibazol,
Biotônico Fontoura
Citrovit e cepacol,
Acnase e Almeida Prado
Cibalena e fosfosol.
Tussaveto e passa já
Xarope vick e gelol,
Regulador xavier
Pastilha Valda e mistol,
As pílulas doutor Ross
Melagrião e sadol.
Merthiolate e minâncora
Eparema e bactrin,
Tinha elixir paregórico
Aspirina e mesarin,
Sal de fruta e iodex
Sal amargo e pantelmin.
Anaseptil em pó
Cebion e eparex,
Lembro enteroviofórmio
Calcigenol e tetrex,
Gotas binelli e lavolho
Furacin e poliplex.
Acetin e fenergan
Modess e terramicina,
Suprassumo e chophitol
Mercúrio e tetraciclina,
O emplastro sabiá
Epocler e coristina.
Tinha barra de cacau
Rugol e benzetacil,
Leite magnésia phillips
Atroveran e bromil,
Band Aid e pepsamar
Algodão e benadryl.
O bom sulfato ferroso
Sacarina e melhoral,
Glucoenergan e éter
Saridon e sonrisal,
Colírio Moura Brasil
Tensil e urodonal.
Algarol e Alka Séltzer
Hipoglós e aspirina,
Veramon e beserol
Vitasay e penicilina,
Furacin e acarsan
Também cafiaspirina.
Isso e muito mais nesse cordel...
Marcos Calaça é poeta e defensor da cultura do velho torrão.
Na farmácia: Zelito Calaça e os viajantes Verçosa e Maia.
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terça-feira, 19 de janeiro de 2021

 


 Angicos de antigamente.


Foto de Geomar Mdeiros.

 


A menina de Acari (RN) que vendia cocadas em frente ao cinema e depois virou atriz famosa

No final da Segunda Guerra Mundial, em 1946, era inaugurado o famoso Cine São Luiz, cinema que ficava na Av. Presidente Bandeira (Avenida 2), no bairro do Alecrim. O São Luiz fez história em Natal com shows e filmes memoráveis.


Cinema São Luiz, em Natal antigamente

Era lá que uma menina natural de Acari, cidade que fica há 201 km de Natal, vendia cocadas e gostava tanto de cinema que gastava todo o apurado em ingressos para assistir os filmes dele.

Seu nome era Rejane Medeiros e ela chamava a atenção porque possuía uma beleza sem igual. Com o dinheiro

das cocadas ela assistia os filmes várias vezes. E depois disso, conta-se que ela ia pra casa e ficava imitando as atrizes em frente ao espelho.


Atriz acariense Rejane Medeiros

Rejane então foi embora para o Rio de Janeiro e lá rapidamente evoluiu se transformando numa estrela de cinema internacional. Ela já teve participação marcante em filmes como “Entre o Amor e o Cangaço”, “Tarzan, O Menino da Selva”, “Anita Garibaldi” e “Pecado Mortal”.

A atriz foi casada com o musicista Egberto Gismonti, que morreu em 1999, e com ele teve dois filhos: Alexandre Gismonti e Bianca Gismonti.


Foto do documentário para o Canal Brasil sobre a atriz Rejane Medeiros, em 2009. Foto Divulgação


No ano de 1979 ela foi condenada a dois anos de prisão por tráfico de drogas e depois foi liberada após declarações de seus advogados que ela era apenas usuária de cocaína, não tendo ligação com o tráfico.

Muito sucesso pra Rejane Medeiros! E se você gostou veja 8 novelas e filmes famosos com cenas no Rio Grande do Norte [lembra deles?]


De: https://curiozzzo.com/2021/01





segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

POUCAS E BOAS

Valerio Mesquita
mesquita.valerio@gmail.com
01) Chegou-me o causo do ex-vereador Adelson Martins de São Gonçalo que num almoço cerimonioso, espetou com um palito a manteiga do couvert. Com as palavras escorregando na boca apontou para o prato, chamando a atenção dos colegas: “Cuidado com esse troço, é manteiga”. A surpresa maior estava por vir. Quando pediram camarão à havaiana. O prato foi servido, como manda a praxe, dentro de um abacaxi. ““Qués” abacaxi Adelson?”. “Não. Vou esperar o camarão”. Conversa pra lá, conversa pra cá e lá pras tantas chamaram o garçom. “Amigo, esse almoço é de rosca?”. “A comida está servida. Tá dentro do abacaxi”, explicou o garçom pacientemente. Foi uma mancada geral.
02) Uma história de gemido. Contou-me o saudoso amigo Agnelo Alves, o nosso Neco, que Alcebíades que não é o de Santana do Matos, era um boêmio incorrigível. Nos porres homéricos, chegava em casa de madrugada e iniciava uma sessão de gemidos histriônicos provocados pelo quase estado de coma-etílica. As irmãs seriamente afetadas e preocupadas, impuseram um armistício a Alcebíades: “ou para com a bebedeira e os gemidos ou não dorme mais em casa”. Solteiro, dependente das manas indulgentes, aceitou as cláusulas impostas. Mas, estava escrito que, pelos descaminhos do mundo, o boêmio é um ser terrivelmente frágil. Numa alta madrugada, Alcebíades traiu-se e “cheio de mé”, soltou uns longos gemidos seguidos de uma frase pungente: “Ninguém pode mais nem gemer nessa casa, ai, ai, ai, ai, ai...”. A partir daí, igual a Maisa Matarazzo, o seu mundo caiu.
03) Viajar para conhecer um país ou uma cidade tem que ser de relativa duração. Sobre o assunto um grupo discutia uma agenda de viagens com o médico Ivis Bezerra na residência de um amigo comum, alcunhado de “o filósofo da Mor-Goveia”, pelas frases lapidares que profere. Lá pras tantas ouviu-se do filósofo essa sentença irrecorrível: “Para se conhecer bem uma cidade do exterior tem que se comer e se cagar nela”.

04) Mas turistas existem para todos os gostos. Conta-se que o major Theodorico Bezerra, grande viajor dos cinco continentes, quando retornou da Europa após percorrê-la inteirinha, ofereceu a um jornalista que o entrevistava, a seguinte impressão de viagem, com aquele sotaque inconfundível.: “Estive na Inglaterra no Palácio da Rainha e vi aqueles soldados com os seus cavalos bonitos e a coisa que mais me impressionou foi quando alisei o focinho do animal, todo lisinho...”.

 


Se Deus me desse o poder de colher

Todos os astros do céu

Eu colheria

Eu ti daria

Amor.


(Fernando Caldas)



 AMIGOS - Logo estará à venda esta preciosidade. Uma edição de luxo, capa dura, numerada de apenas 50 exemplares para colecionador. Mais uma edição da AZYMUTH - uma editora voltada 100% à memória documental do RN. Traz apresentação de Wandyr Villar com fotos e informações acerca dos autores [Wandyr Villar].

A imagem pode conter: texto que diz "ALMANACH LITTERARIO e HISTORICO DO MUNICIPIO DO ASSÚ PARA 1904 Palmerio Filhoe Moysés Soares AZYMUTH -Natal/RN taUR"

sábado, 16 de janeiro de 2021

Deus é o além
E que quem toca no além
Ninguém
Deus é o além
Que nos dá
Que venha do além
A Sua nesericórdia
Misericórdia Senhor.

(Fernando Caldas)

‘Coisas antigas’, uma crônica fabulosa de Rubem Braga

 

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Já tive muitas capas e infinitos guarda-chuvas, mas acabei me cansando de tê-los e perdê-los; há anos vivo sem nenhum desses abrigos, e também, como toda gente, sem chapéu. Tenho apanhado muita chuva, dado muita corrida, me plantado debaixo de muita marquise, mas resistido. Como geralmente chove à tarde, mais de uma vez me coloquei sob a proteção espiritual dos irmãos Marinho, e fiz de O Globo meu paraguas de emergência.

Ontem, porém, choveu demais, e eu precisava ir a três pontos diferentes de meu bairro. Quando o moço de recados veio apanhar a crônica para o jornal, pedi-lhe que me comprasse um chapéu de chuva que não fosse vagabundo demais, mas também não muito caro. Ele me comprou um de pouco mais de trezentos cruzeiros, objeto que me parece bem digno da pequena classe média, a que pertenço. (Uma vez tive um delírio de grandeza em Roma e adquiri a mais fina e soberba umbrella da Via Condotti; abandonou-me no primeiro bar em que entramos; não era coisa para mim.)

Depois de cumprir meus afazeres voltei para casa, pendurei o guarda-chuva a um canto e me pus a contemplá-lo. Senti então uma certa simpatia por ele; meu velho rancor contra os guarda-chuvas cedeu lugar a um estranho carinho, e eu mesmo fiquei curioso de saber qual a origem desse carinho.

©Leonid Afremov – under the rain

Pensando bem, ele talvez derive do fato, creio que já notado por outras pessoas, de ser o guarda-chuva o objeto do mundo moderno mais infenso a mudanças. Sou apenas um quarentão, e praticamente nenhum objeto de minha infância existe mais em sua forma primitiva. De máquinas como telefone, automóvel, etc., nem é bom falar. Mil pequenos objetos de uso mudaram de forma, de cor, de material; em alguns casos, é verdade, para melhor; mas mudaram.

O guarda-chuva tem resistido. Suas irmãs, as sombrinhas, já se entregaram aos piores desregramentos futuristas e tanto abusaram que até caíram de moda. Ele permaneceu austero, negro, com seu cabo e suas invariáveis varetas. De junco fino ou pinho vulgar, de algodão ou de seda animal, pobre ou rico, ele se tem mantido digno.

Reparem que é um dos engenhos mais curiosos que o homem já inventou; tem ao mesmo tempo algo de ridículo e algo de fúnebre, essa pequena barraca ambulante.

Já na minha infância era um objeto de ares antiquados, que parecia vindo de épocas remotas, e uma de suas características era ser muito usado em enterros. Por outro lado, esse grande acompanhador de defuntos sempre teve, apesar de seu feitio grave, o costume leviano de se perder, de sumir, de mudar de dono. Ele na verdade só é fiel a seus amigos cem por cento, que com ele saem todo dia, faça chuva ou sol, apesar dos motejos alheios; a estes, respeita. O freguês vulgar e ocasional, este o irrita, e ele se aproveita da primeira distração para sumir.

Nada disso, entretanto, lhe tira o ar honrado. Ali está ele, meio aberto, ainda molhado, choroso; descansa com uma espécie de humildade ou paciência humana; se tivesse liberdade de movimentos não duvido que iria para cima do telhado quentar sol, como fazem os urubus.

Entrou calmamente pela era atômica, e olha com ironia a arquitetura e os móveis chamados funcionais: ele já era funcional muito antes de se usar esse adjetivo; e tanto que a fantasia, a inquietação e a ânsia de variedade do homem não conseguiram modificá-lo em coisa alguma.

Não sei há quantos anos existe a Casa Loubet, na Rua 7 de Setembro. Também não sei se seus guarda-chuvas são melhores ou piores que os outros; são bons; meu pai os comprava lá, sempre que vinha ao Rio, e herdei esse hábito.

Há um certo conforto íntimo em seguir um hábito paterno; uma certa segurança e uma certa doçura. Estou pensando agora se quando ficar um pouco mais velho não comprarei uma cadeira de balanço austríaca. É outra coisa antiga que tem resistido, embora muito discretamente. Os mobiliadores e decoradores modernos a ignoram; já se inventaram dela mil versões modificadas, mas ela ainda existe na sua graça e leveza original. É respeitável como um guarda-chuva, e intensamente familiar. A gente nova a despreza, como ao guarda-chuva. Paciência. Não sou mais gente nova; um guarda-chuva me convém para resguardo da cabeça encanecida, e talvez o embalo de uma cadeira de balanço dê uma cadência mais sossegada aos meus pensamentos, e uma velha doçura familiar aos meus sonhos de senhor só.

Rio, novembro, 1957.

— Rubem Braga, no livro “Ai de ti, Copacabana”. Rio de Janeiro: Record, 2010.

De: https://www.revistaprosaversoearte.com/

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

INSS: aposentados que recebem mais de um salário mínimo terão reajuste

Publicado em: 12/01/2021 21:35



Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que ganham mais do que um salário mínimo terão reajuste de 5,45% neste ano. No ano passado, o reajuste tinha sido de 4,48%. Assim, o teto do INSS deve subir de R$ 6.101,06 para R$ 6.433,57. Segundo a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, o reajuste para os segurados do INSS com benefícios acima do piso previdenciário obedece a lei 8.213, de 1991.

Para definição do reajuste dos beneficiários, nesta terça-feira (12), foi divulgado que o índice usado para reajustar os benefícios acima do piso nacional é o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) acumulado em 2020 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os valores deverão ser confirmados em uma publicação no Diário Oficial da União.

Quem começou a receber a aposentadoria ou pensão a partir de fevereiro de 2020 terá aumento proporcional. Os índices variam conforme o mês de concessão do benefício, e ainda serão divulgados pelo governo.

O economista autônomo, Hugo Passos, comenta que diante da crise de Covid-19, aposentados e pensionistas têm como benefícios o PIS/Pasep, abono salarial extra, antecipação do 13º salário, 14º salário e acesso a créditos consignados mais baratos. “Vale ressaltar que alguns benefícios estão para aprovação”.

Para Hugo, o reajuste deveria se manter pelo INPC comparado ao IPCA, “pois o mesmo considera as famílias que são mais sensíveis às variações de preços dos produtos básico. No entanto, infelizmente, observamos alguns grupos com aumento muito significativo comparado com a médias de preços, por exemplo, o grupo de alimentos e bebidas que subiu 14,09% em 2020. Isso mostra que os aposentados e pensionistas desembolsaram a mais aproximadamente 8,64% em alimentos e bebidas”, afirma.

Poder de compra

Ricardo da Costa, advogado especialista em Direito Previdenciário, explica que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi criado pelo IBGE com o objetivo de orientar os reajustes de salários, corrigindo, assim, o poder de compra. “Os benefícios de até um salário mínimo, anualmente, sofrem reajuste maior que os benefícios de demais valores. Isso porque é utilizada variação, além do índice INPC. Ao final de 2020 havia proposta de R$ 1.087,84 através da Lei de Diretrizes Orçamentárias, o qual foi elevado para R$ 1.100,00 através da Medida Provisória nº 1.021. Fato é que hoje, após fechamento do INPC acumulado de 2020 em 5,45%, o reajuste do salário mínimo ficou aquém, podendo sofrer novo reajuste nos próximos dias”, explica.

O advogado ressalta que o reajuste anual busca manter o poder de compra dos beneficiários, em relação à inflação anual do último exercício. “Para o cálculo, são considerados nove grupos de produtos e serviços, dentre eles alguns essenciais, tais como: alimentação, educação, habitação, saúde, transporte, vestuário etc. Ao todo, são consideradas as variações de preço de 465 subitens”, ressalta.

https://www.diariodepernambuco.com.br/

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

POUCAS E BOAS

Valério Mesquita

mesquita.valerio@gmail.com

01) Corria o ano da graça de 1992. O então deputado federal Fernando Freire convoca ao Rio os deputados estaduais Nelson Freire, José Adécio e Carlos Marinho para uma importante operação de reengenharia política: transferi-los do PFL para o PDS. O trabalho de persuasão ficara a cargo do envolvente mister Paulo Maluf que saíra de São Paulo, sozinho, incógnito, a bordo de um Eletra da Varig para o Aeroporto Santos Dumount, aonde já o esperava Fernando. De lá para a casa de Freire, uma escala de Maluf no Copacabana Palace a fim de registrar-se e deixar a pasta de viagem. Ao caminhar até o apartamento o líder paulistano é surpreendido pela voz rouca e amistosa de um velho servidor do hotel: “Doutor Maluf, que prazer o senhor aqui”. Enfim, aquelas palavras amigáveis dos profissionais de hotel com os velhos conhecidos. Confiando e permitindo-se a mais intimindades, o decano recepcionista aventurou-se: “Doutor Paulo, se o senhor quiser companhia à noite é só falar comigo. Sou muito discreto e guardo segredo de tudo”. Maluf fez que não ouvia. Mas, o velho carioca estava com a corda toda: “Ademar de Barros, Juscelino, Carvalho Pinto sabem que sempre preservei o sigilo”. Maluf apenas riu e apressou-se a entrar no carro dirigido pelo deputado potiguar. Confessou que aprendera ali, que, tanto na política como nos hotéis, nada mais constitui segredo. E foi jantar, conversar e tocar piano até tarde para convencer e embalar Nelson, Adécio e Cacau. Só que os deputados potiguares não se renderam nem a Chopin revivido entre vinhos franceses através das mágicas e malufadas mãos do dr. Paulo.
02) Avelino Matias, vulgo “Meu Pai”, é uma das melhores figuras folclóricas da política potiguar. Dentre muitos causos de que foi protagonista, colhi um, ocorrido aqui em Natal. Estava em uma reunião fechada com mais umas dez pessoas ligadas à ex-Funabem quando, de repente, a sala foi invadida por um poluente, ou seja, um silencioso gás intestinal. Todos se entreolharam e procuraram disfarçar tapando discretamente o nariz. Mais alguns minutos, novamente, nova bufa sorrateira incomodou os presentes. E veio aquele constrangimento muito próprio nessa situação. Mas, aquela reunião em sala fechada parecia fadada à sabotagem. Com pouco tempo surgiu o terceiro e terrível flato ainda mais podre. De repente, ante os perplexos e circunstantes funcionários, levanta-se Avelino e sentencia em voz alta e pesarosa: “Meu pai”, “minha mãe”, eu sou um homem doente. Para não trazer mais problemas eu vou me retirar”. O alívio foi geral.
03) Antenor Rocha, ex-vereador macaibense, é mais conhecido como Agenor da Tripa. Certa noite, num comício em Cajazeiras, distrito de Macaíba, Agenor havia concluído o seu discurso quando foi procurar um local para urinar. Em muitas casas do interior a latrina é no quintal. Ao penetrar no escuro pela lateral do terreno, teve logo a má sorte de receber um banho d’água servida proveniente da cozinha, lá nos fundos da casa. Molhado mas consciente de que não foi casual, encontrou a “casinha” fechada. Como a vontade apertava entrou sítio adentro. Num local escuro começou “a verter a água do joelho”. De repente, quase morreu de susto: uma mulher estava agachada no mesmo serviço. ”Cabra sem vergonha, vá mijar a p.q.p!!”, gritou a mulher desesperada. Agenor saiu às carreiras para o local do comício. Assustado e todo mijado, me confessou gesticulando nervosamente: “Doutor, eu pensava que era um jumento, mas era uma “véia” braba como os seiscentos diabos”.
04) Jacaúna Assunção me contou esta, passada em sua Santana do Matos. A Câmara Municipal de Santana, em certo período, era presidida pelo vereador João Braz, brabo que nem siri em lata. O regimento interno era o grito no pé do ouvido de quem ousasse desafiar a ordem estabelecida. Mas, o vereador Manoel Bezerra “cantou de galo” em plena sessão e começou a fazer barulho. Não se contendo, o presidente João Braz, do alto de sua indignação, esbravejou em alto e bom som: “Silêncio, respeite esta merda!!!”
05) Comício de Ronaldo Soares em Açu. Povo doidão na praça. O locutor vibrante anuncia a palavra de Chico Galego, candidato a vereador, líder da Lagoa do Piató. Ao receber o microfone sem fio, assustou-se com o equipamento e tratou de reclamar: “Cadê a correia dele Lourinaldo, cadê a correia, esse bicho não vai falar de jeito nenhum!!!”. Aí a galera vibrou.

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...