segunda-feira, 20 de setembro de 2021

 

O PADRE QUE FRACASSOU

O Padre de um pequeno vilarejo chegou à igreja animado e motivado para realizar mais uma missa vespertina. A hora passava e o povo não chegava.

Depois de 15 minutos de atraso, entraram três crianças, depois de 20 minutos entraram dois jovens. Então o padre resolveu começar a missa com os cinco irmãos.

No decorrer da missa, entrou um casal que se sentou nos últimos bancos da igreja.

Quando o padre fazia a Homilia, entrou mais um senhor, meio sujo, com uma corda na mão.
Desapontado e sem entender o porquê da fraca participação dos fiéis, o padre conduziu a missa animado e pregou com dedicação e zelo.

Quando voltava para a casa foi assaltado e espancado por dois ladrões que levaram a sua pasta onde estavam sua Bíblia e outros pertences de valor.

Chegando na casa paroquial, fazendo os curativos das feridas, ele descreveu aquele dia como:
1) o dia mais triste da sua vida,
2) o dia mais fracassado do seu ministério,
3) o dia mais infrutífero da sua carreira.
Após cinco anos, o padre resolveu compartilhar essa história com a igreja. Quando ele terminava de contar a história, um casal de grande destaque naquela paróquia interrompeu-o e disse:

- Padre, o casal da história que se sentou no fundo éramos nós.

Estávamos à beira da separação em função de vários problemas e desentendimentos que havia no nosso lar. Naquela noite, decidimos por fim ao nosso casamento, mas, primeiro, decidimos vir à igreja para deixarmos as nossas alianças e depois cada um seguiria o seu caminho. Entretanto, desistimos da separação depois de ouvirmos sua homilia, naquela mesma noite.

Como consequência, hoje, estamos aqui com o lar e a família restaurados.

Enquanto o casal falava, um dos empresários mais bem sucedidos que ajudava no sustento daquela igreja acenava, pedindo para falar e ao lhe ser dada a oportunidade disse:

- Padre, eu sou aquele senhor que entrou meio sujo com uma corda na mão.

- Eu estava à beira da falência, perdido nas drogas, minha esposa e meus filhos tinham ido embora de casa por conta das minhas agressões. Naquela noite tentei suicidar-me, só que a corda arrebentou. Então decidi comprar outra. Quando me pus a caminho para comprar uma outra corda, vi a igreja aberta, decidi entrar mesmo sujo com a corda na mão.

- Naquela noite, a sua homilia perfurou o meu coração e saí daqui com ânimo para viver. Hoje estou livre das drogas, minha família voltou para casa e me tornei o maior empresário do vilarejo.

Lá na porta da entrada da sacristia, o Diácono gritou:

- Padre, eu fui um daqueles ladrões que o assaltaram. O outro morreu naquela mesma noite, quando realizávamos o segundo assalto.

Naquela sua pasta, havia uma Bíblia. Eu passei a lê-la sempre que acordava pela manhã. Depois de tanto ler, resolvi participar dessa igreja.

O Padre ficou em choque e começou a chorar junto com os fiéis.

Afinal aquela noite que ele considerava como uma noite de fracasso foi uma noite muito produtiva.

MORAL DA HISTÓRIA

1- Exerça o seu chamado(trabalho/ missão) com dedicação e zelo independente do número de participantes.

2- Dê o seu melhor todos os dias, pois a cada dia você é um instrumento do bem para a vida de alguém.

3- Nos piores dias da sua vida você ainda pode ser benção na vida de alguém.

4- O dia que você considera como o dia mais infrutífero da sua vida na terra, na verdade é o dia mais produtivo no mundo espiritual.

5- Deus usa as circunstâncias ruins da vida para produzir grandes vitórias.

6- Nunca diga:" hoje Deus não fez nada", só pelo fato de seus olhos nada
enxergarem!

 




https://cantinho.live/

A mandioca tem inúmeros e distintos destinos, como a fabricação de papel e celulose, panificação, têxtil, indústria fármaco e de cosméticos, fertilizantes, bom emprego em campos de petróleo e siderurgia e como alimento..

Nomeada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como alimento mais relevante do século, a mandioca poder ser consumida por pessoas, animais e usada para fabricação.  A mandioca tem inúmeros e distintos destinos, como a fabricação de papel e celulose, panificação, têxtil, indústria fármaco e de cosméticos, fertilizantes, bom emprego em campos de petróleo, siderurgia e como alimento, e ainda serve produtos básico para a fabricação de alimentos sem glúten, lactose e ativados.

A mandioca tem a composição rica em carboidratos especiais que, entre outras funções, conseguem liberar a glicose mais lentamente no organismo, garantindo que não haja picos de açúcar, que a digestão seja realizada de maneira mais fácil e, além disso, que o corpo mantenha os níveis de energia altos por mais tempo. Além desses benefícios, a mandioca também é rica em vitaminas A, B1, B2 e C e é muito indicada para a dieta de pessoas diabéticas, mesmo contendo muitos carboidratos que, quando metabolizados, transformam-se em açúcar. Isso porque os carboidratos presentes na estrutura não geram picos de glicemia, ou seja, produzem açúcar mais lentamente.

Hoje, a fabricação da mandioca é mais concentrada em países como a Nigéria, Tailândia, Indonésia, Brasil, República Democrática do Congo e Gana. De acordo com o última declaração exposta pela ONU para a alimentação e agricultura(FAO), a fabricação mundial  da raiz da mandioca resulta em cerca de 270,28 milhões de toneladas em 2014, permanecendo o Brasil na 4ª colocação com uma plantação de 23,24 milhões de toneladas.

Dessa forma, o Brasil concentra 3 grandes centro produtivos: o estado do Pará(alimentício), a região Sul (industrial) e o Mato Grosso. Resultados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) comprova que o Pará foi encarregado do total de féculas de mandioca fabricada no país no ano de 2015 – este número está estável a cada safra, sendo ainda o Paranavaí (PR) uma citado como mundialmente em cultivo e qualidade.

Este artigo foi publicado originariamente no site- Norteste Rural, e foi reproduzido adaptado por equipe do blog cantinho.



Há 50 anos, o Concorde cruzava o Atlântico pela primeira vez e seu destino era o Brasil

 

- https://www.aeroin.net/

 



Concorde em voo de demonstração em 1971 – BAE

No começo de setembro de 1971, o icônico jato supersônico Concorde inciava um tour comercial global com objetivo de ser apresentado a importantes companhias aéreas, dentre elas a brasileira VARIG. Assim, no dia 4 daquele mês, o avião decolou para sua primeira travessia do Atlântico e um dos destinos era o Rio de Janeiro.

Em matéria de 7 de setembro de 1971, os jornalistas do The New York Times enviados ao Brasil diziam assim:

“O avião supersônico francês-britânico Concorde pousou aqui hoje, completando sua primeira viagem transatlântica. Ele voou de Caiena, Guiana Francesa, a 2.100 quilômetros por hora, o dobro da velocidade do som”.

“O jato deixou a França na semana passada e parou nas ilhas de Cabo Verde e em Caiena. Autoridades disseram que ele não estava equipado com tanques de reserva de combustível, o que possibilitaria um voo sem escalas”.

“O avião será demonstrado a funcionários de quatro companhias aéreas sul-americanas – Varig do Brasil, Aerolineas Argentinas, Avianca da Colômbia e Viasa da Venezuela. Deve voar até São Paulo, principal polo industrial da América Latina, para uma feira industrial francesa que abre quinta-feira, e depois segue para a Argentina”.

O vídeo abaixo foi feito pela fabricante e mostra esse voo sobre terras cariocas. No final, nenhuma unidade foi vendida a empresas brasileiras, mas a aeronave voou regularmente ao Rio de Janeiro nas cores da Air France, a partir de 1976.

O Projeto

O Concorde foi um projeto franco-britânico lançado em 29 de novembro de 1962, entre a British Aircraft, a Rolls Royce e a Aerospatiale mais a SNEC-MA, que enfrentou diversos problemas desde seu início.

As empresas, British Aircraft Corporation e Sud-Aviation não se colocavam de acordo sobre as particularidades da aeronave. A British Aircraft Corporation apoiava um avião de longo alcance capaz de cruzar o Atlântico, enquanto a Sud-Aviation defendia uma aeronave de médio alcance à imagem e semelhança de seu famoso Caravelle.

Até o próprio nome do projeto foi motivo de desavença, entre “Concord”, à inglesa, e “Concorde”, à francesa. Em 1967, o britânico Tony Benn, secretário de Estado de Tecnologia, resolveu a questão dizendo que seria adicionado ao final um “e” de “excelência”, “England” (Inglaterra), “Europa” e “entendimento cordial”.

Para o que veio?

Muito mais do que sua aparência diferente à época, o Concorde veio para se tornar um ícone, exclusivamente para ricos e famosos, cruzando continentes numa velocidade que superava os 2.400 km/h e voando a mais de 20.000 metros de altura.

Podia-se ir de Paris a Nova Iorque em pouco mais de 3 horas, o que na época e até mesmo nos dias atuais causa espanto, tamanha rapidez e performance.

O supersônico ainda foi o primeiro jato de passageiros a dispor a sistema fly-by-wire, ou sistema de controle por cabos elétricos, e também foi a primeiro a empregar circuitos híbridos, com controles computadorizados do motor, e a usar a eletrônica de maneira tão extensiva.

Operações

Mesmo sendo uma maravilha tecnológica na época, o Concorde acabou sendo um fracasso comercial.

Com cerca de 100 unidades encomendadas no início do projeto, feitos por diferentes e importantes companhias aéreas, tais como Japan Airlines, Lufthansa, American Airlines, Qantas e TWA, acabou recebido apenas pelas duas companhias que faziam parte do projeto.

Depois de realizar seu primeiro voo em 1969, dois anos depois, em 1971, o protótipo 001 começou a realizar turnês de demonstrações pelo mundo, onde acabou acumulando cerca de 60 pedidos.

No entanto, diversos cancelamentos começaram a surgir devido a fatores como a crise na época, a alta do petróleo, adversidades financeiras por parte dos parceiros, etc. Por fim, apenas Air France e British Airways conseguiram manter os Concordes.

O Concorde no Rio em 1971

O fim

No dia 25 de julho de 2000, um Concorde decolava de Paris para Nova Iorque quando, ainda na corrida de pista, passou sobre um pedaço de metal que rompeu um dos pneus e foi arremessado em direção à asa, culminado na perfuração de um tanque de combustível.

A asa pegou fogo e o incêndio foi se ampliando nos instantes iniciais do voo, até o jato da Air France colidir com um hotel, matando 100 passageiros, nove tripulantes e quatro pessoas no chão.

O modelo ainda operou por poucos anos, até que o último voo comercial operado pela companhia Air France foi realizado entre Nova York e Paris em 31 de maio de 2003, enquanto a British Airways realizou seus últimos voos entre Londres e Nova York no dia 24 de outubro de 2003.

Depois do último voo comercial pela British Airways, o Concorde ainda fez alguns voos de traslado, sem passageiros, voando para alguns museus na Europa e nos Estados Unidos.

O Concorde ainda pode ser visto atualmente no Museu do Ar e Espaço, no aeroporto de Le Bourget, em Paris (França), no Museu do Voo, em Seattle (EUA), no aeroporto de Heathrow, em Londres e também no museu em Bridgetown (Barbados), que em breve poderá ser reaberto para as pessoas, como mostramos nesta matéria publicada anteriormente.





sábado, 18 de setembro de 2021

AS FLÔ DE PUXINANÃ - ZÉ DA LUZ


Severino Andrade da Silva é o nome de batismo do famoso bardo paraibano de Itabaiana, nascido no ano de 1904 e falecido no Rio de Janeiro em 1965 apelidado Zé da Luz . O seu célebre poema intitulado As flô de Puxinanã (Puxinanã é um pequeno municipio do Estado da Paraíba) está espalhado Brasil afora. Conta-se que é uma paradódia de As flô de Gerematáia, poema de autoria do poeta e jornalista cearense de Uruburetama, Ceará, Napoleão Meneses (1903-33). As flô de Puxinanã é uma história (irònica e satírica) sobre três irmãs. Senão vejamos para o nosso deleite: 

 

Três muié ou três irmã,

três cachôrra da mulesta,
eu vi num dia de festa,
no lugar Puxinanã.

A mais véia, a mais ribusta
era mermo uma tentação!
mimosa flô do sertão
que o povo chamava Ogusta.

A segunda, a Guléimina,
tinha uns ói qui ô! mardição!
Matava quarqué critão
os oiá déssa minina.

Os ói dela paricia
duas istrêla tremendo,
se apagando e se acendendo
em noite de ventania.

A tercêra, era Maroca.
Cum um cóipo muito má feito.
Mas porém, tinha nos peito
dois cuscús de mandioca.

Dois cuscús, qui, prú capricho,
quando ela passou pru eu,
minhas venta se acendeu
cum o chêro vindo dos bicho.

Eu inté, me atrapaiava,
sem sabê das três irmã
qui ei vi im Puxinanã,
qual era a qui mi agradava.

(fernandocaldas110@gmail.com

Uma escritora mineira no Assu

 

A partir deste 15 de agosto de 2021, Navegos presta homenagem à memória da escritora mineiro-potiguar que viveu mais de 70 anos de sua vida no Rio Grande do Norte, publicando uma antologia de bolso funcional © Feedback Livros.


*Da Redação

Nascida na antiga cidade de Lavras do Funil [Minas Gerais] em 1915, Maria Eugênia Maceira Montenegro radicou-se no Rio Grande do Norte em 1938, mais precisamente no município do Açu, onde faleceu em 2006, após longo sofrimento físico e moral. Escritora, artista plástica, poetisa, pertenceu à Academia Norte-rio-grandense de Letras e ao Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.

Exerceu o mandato de prefeita de Ipanguaçu, onde o seu marido, deputado Nelson Borges Montenegro, tinha a sua base eleitoral. Um pouco antes de falecer recebeu o título de “Cidadã Norte-rio-grandense”, por proposição do deputado Valério Mesquita, em reconhecimento aos inumeráveis serviços prestados ao povo e à cultura potiguares. Tendo estreado com um livro de memórias, através do qual contou sua história de menina, encerrou suas atividades literárias publicando as memórias de sua mocidade [“Lavras, terra de lembranças”].

O escritor Franklin Jorge [Ceará-Mirim, RN, 1952-] considera-se seu discípulo. Tendo convivido com a escritora por mais de 50 anos, de quem recebeu contínuos ensinamentos, desde a época em que tinha apenas 14 anos, reuniu em livro [“Paraísos de Papel”], ainda inédito, uma série de artigos e ensaios que escreveu sobre Maria Eugênia, do qual extraímos os fragmentos reproduzidos a seguir. As fotografias que ilustram esse material pertencem ao arquivo do autor e constituem parte do acervo do Museu Virtual de Literatura Norte-rio-grandense que está organizando, no momento e que a seu ver constitui a obra capital de sua vida dedicada à cultura e às letras.

Bibliografia resumida de Maria Eugênia Maceira Montenegro

Saudade, teu nome é Menina

Lavras, Terra de Lembranças [memórias da infância e da mocidade]

Alfar, a que Está Só [conto filosófico]

Azul Solitário [poesia]

Tradições e Costumes do Açu [ensaio etnográfico]

João Lins Caldas [ensaio]

(Do blog: Da esquerda para direita: Maria Eugênia Maceira Montenegro, Nelson Borges Montenegro, Edmilson Lins Caldas, José Caldas Soares Filgueira e Franklin Jorge Roque. Na Janela Ruan Montenegro)

 


sexta-feira, 17 de setembro de 2021

 

"Doer, dói sempre.
Só não dói depois de morto.
Porque a vida toda é um doer."

- Rachel de Queiroz, in "Dôra, Doralina:
romance". José Olympio Editora, 1984.
Rachel de Queiroz - a dama sertaneja das letras

De Clau Almeida


Conselho de María Sabina, uma curandeira e poeta mexicana.
′′ Cure-se com a luz do sol e os raios da lua. Ao som do rio e da cascata. Com o balanço do mar e o bajulamento dos pássaros. Cure-se com menta, neem e eucalipto. Adoce com lavanda, alecrim e camomila. Abrace-se com o feijão de cacau e uma pitada de canela. Coloque amor no chá em vez de açúcar e beba olhando para as estrelas. Cure-se com os beijos que o vento te dá e os abraços da chuva. Fique forte com os pés descalços no chão e com tudo que vem dele. Seja cada dia mais inteligente ouvindo sua intuição, olhando o mundo com a testa. Pule, dance, cante, para que você viva mais feliz. Cure-se a si mesmo, com amor bonito, e lembre-se sempre... você é o remédio."



 Por Renato Caldas*

Logo de noite,
Quando vórto do trabáio,
Pégo a vióla e me espáio.
Coméço logo a cantá.
Enquanto a lua
Tá no céo dipindurada
Ouvindo a minha toáda
Com vontade de chorá.
Oh! Lua cheia, oh! Lua cheia.
Não óie nas teia
da casa de meu amô.
Pruquê se oiá,
Se espiá,
Cabô-se lua cheia
O teu furgô.
Eu tenho raiva
quando vejo a lua cheia,
Espiando pelas teia
Da casinha de meu bem!
Eu penso inté
Qu'essa lua tão marvada,
Qué levá a minha amada
Pra uma casa que ela tem.
Mas, se eu pegasse
A lua pelas guéla,
Dava tanta tápa nela
Qui nem é bom se falá...
Que me importava
Que o mundão escurecesse,
Ou que ela se escondesse,
Só com mêdo de apanhá.
Se Deus deixasse,
Se Deus aconsentisse,
Que pro céo eu assubisse
E fosse lua também...
Passava a noite,
Lá no céo dipindurado,
Oiando pulo teiádo
Da casinha de meu bem.
(O bardo do Assu, Renato Caldas juntamente com o menestreu maranhense Catulo da Paixão Cearense, autor da famosa canção Luar do Sertão, além de Zé da Luz, foram os responsáveis pela introdução da poesia matuta na Literatura Popular Brasileira. O poema canção acima, está publicado na antologia de Renato intitulada Fulô do Mato, 1954).
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