sábado, 18 de setembro de 2021

AS FLÔ DE PUXINANÃ - ZÉ DA LUZ


Severino Andrade da Silva é o nome de batismo do famoso bardo paraibano de Itabaiana, nascido no ano de 1904 e falecido no Rio de Janeiro em 1965 apelidado Zé da Luz . O seu célebre poema intitulado As flô de Puxinanã (Puxinanã é um pequeno municipio do Estado da Paraíba) está espalhado Brasil afora. Conta-se que é uma paradódia de As flô de Gerematáia, poema de autoria do poeta e jornalista cearense de Uruburetama, Ceará, Napoleão Meneses (1903-33). As flô de Puxinanã é uma história (irònica e satírica) sobre três irmãs. Senão vejamos para o nosso deleite: 

 

Três muié ou três irmã,

três cachôrra da mulesta,
eu vi num dia de festa,
no lugar Puxinanã.

A mais véia, a mais ribusta
era mermo uma tentação!
mimosa flô do sertão
que o povo chamava Ogusta.

A segunda, a Guléimina,
tinha uns ói qui ô! mardição!
Matava quarqué critão
os oiá déssa minina.

Os ói dela paricia
duas istrêla tremendo,
se apagando e se acendendo
em noite de ventania.

A tercêra, era Maroca.
Cum um cóipo muito má feito.
Mas porém, tinha nos peito
dois cuscús de mandioca.

Dois cuscús, qui, prú capricho,
quando ela passou pru eu,
minhas venta se acendeu
cum o chêro vindo dos bicho.

Eu inté, me atrapaiava,
sem sabê das três irmã
qui ei vi im Puxinanã,
qual era a qui mi agradava.

(fernandocaldas110@gmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário

EM DELÍRIO Por que é que nós vivemos tão distantes, Si estamos neste sonho todo incerto: - Eu ao teu lado em pulsações vibrantes, E tu, long...