quinta-feira, 2 de março de 2023

 Agatha Rabelo


Alecrim: A erva é conhecida por ser um alimento completo. De aroma peculiar, o alecrim pode estar presente em sucos, molhos, sopas e águas aromatizadas. Segundo Thaís Leopoldo, é um alimento com propriedades antifúngicas e anti-inflamatórias, além de ser um relaxante muscular e cicatrizante. Por ser rico em vitaminas do complexo B e minerais como ferro e cálcio, seu consumo atua também na prevenção da anemia, no fortalecimento e desenvolvimento de ossos e músculos.
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Fernando Caldas

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

 Sofá mata?

Curiosamente, 50% dos ossos de uma pessoa e 50% dos músculos estão nas duas pernas.
 Anda

 ▪️As maiores e mais fortes articulações e ossos do corpo humano também estão nas pernas.
 3-7k passos/dia

 ▪️Ossos fortes, músculos fortes e articulações flexíveis formam o Triângulo de Ferro que carrega a carga mais importante, ou seja, o corpo humano."

 ▪️70% da atividade humana e queima de energia na vida é feita pelos dois pés.

 ▪️Você sabe disso?  Quando uma pessoa é jovem, suas coxas têm força suficiente para levantar um carro pequeno de 800 kg!

 ▪️O pé é o centro de locomoção do corpo.

 ▪️Ambas as pernas juntas têm 50% dos nervos do corpo humano, 50% dos vasos sanguíneos e 50% do sangue flui através deles.

 ▪️É a maior rede circulatória que conecta o corpo.
 Então caminhe diariamente.

 ▪️Somente quando os pés estão saudáveis, a corrente convencional do sangue flui suavemente, então as pessoas que têm músculos fortes nas pernas definitivamente terão um coração forte. Caminhe.

 ▪️O envelhecimento começa dos pés para cima

 ▪️À medida que uma pessoa envelhece, a precisão e a velocidade de transmissão de instruções entre o cérebro e as pernas diminuem, ao contrário de quando uma pessoa é jovem.  Por favor, caminhe

 ▪️Além disso, o chamado Adubo Ósseo Cálcio mais cedo ou mais tarde se perderá com o passar do tempo, tornando os idosos mais propensos a fraturas ósseas.  ANDAR.

 ▪️As fraturas ósseas em idosos podem facilmente desencadear uma série de complicações, principalmente doenças fatais como a trombose cerebral.

 ▪️Você sabe que 15% dos pacientes idosos geralmente morrem no máximo, dentro de um ano de uma fratura do osso da coxa !!!  
Caminhe diariamente sem falhar

 ▪️ Exercitar as pernas, nunca é tarde, mesmo depois dos 60 anos.

 ▪️Embora nossos pés/pernas envelheçam gradualmente com o tempo, exercitar nossos pés/pernas é uma tarefa para toda a vida.
 Andar 3000-7000 passos

 ▪️Somente fortalecendo regularmente as pernas, pode-se prevenir ou reduzir o envelhecimento.  Caminhada 365 dias

 ▪️ Por favor, caminhe por pelo menos 30-40 minutos diariamente para garantir que suas pernas recebam exercícios suficientes e para garantir que os músculos das pernas permaneçam saudáveis.

 Você deve compartilhar essas informações importantes com todos os seus amigos e familiares com mais de 40 anos", pois todos estão envelhecendo diariamente...
 
SOFÁ MATA.
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Do WhatsApp de um amigo.

No Vale do Açu. há muitos "profetas" de todas as classes sociais. Um deles merece destaque - Firmo Dantas - um velho babilônico, lá da Ponta Grande. Era alto, magro, cabelos brancos e ralos, barbs escassa, voz grave e profunda. Firmo Dantas usava termos engraçados. Chamava sua mulher de Sinhora Sim e ela a ele, de Senhor Não. Firmo só conversava sorrindo, u8sando uma linguagem ainda do século em que nascera, nos idos de 1882. Aprendera as primeiras letras, com muito sacrfício, queimando pestanas à luz das lamparinas e piracas. Era professor de crianças e adultos da fazenda, sendo nuito respeitado como o Mestre Firmo. Possuia um Lunário, herança do pai, por ter sido ele o único filho que se interessavs pela cartilha do abecê. Em plena mocidade, fora atingido por extranho mal. Manquejava. Só viajava em animais, quando de suas idas a Casa Grande. Amava a sua burra - a Pag^- e chorava de saudades da Figueira, a burrinha querida dos tempos da mocidade.

Na escola do Mestre Firmo a Palmatória reinava absoluta. Os meninos soleravam, cantando e balançando os pés, numa cadência sonolenta, esta estranha cartilha:

"Um cê com a é um ceacá

Um cê com e é um ceecé

Um cê com i é um ceici

Um cê com o é um ceocó

Um cê com u num digo Sinhô não".


Maria Eugênia.

_________________Em, Lembranças e Tradições do Açu, 1978

Postado por Fernando Caldas

sábado, 25 de fevereiro de 2023

RUMO AO AÇU

A viagem começa com os claros da manhã. Um grupo de amigos que, á maneira do soneto celebre, vão á caça. As primeiras conversas. O desenfado do sono. As claridades de Natal se despedindo, enquanto o carro come distâncias. Vai em nossa companhia um "companheiro" de Teodoro Cavalcanti. A viagem está garantida... apenas, como diria Severino. O fotografo é Célio, com a pior máquina fotográfica do mundo, tanto assim que para agir nessa aventura teve de ser "lixada". Lauro é mais o observador, o 'espia' de mulher, no que não deixa de ser profissão das mais nobres. Tio Vitor vai de "patrão", cargo que bem merece por antiguidade de posto. E assim nos adentramos, sertão afora. Os verdes, os azuis, o cheiro agreste que ressuma de tudo. E adeus, cidade! Pra que te quero, se já agora são os campos do grande sertão que enveredamos?

Logo, uma parada e um prato de marrecas. Mais à frente, os campos gerais de Bela Vista ´- terra da minha infância, pátria dos meus, gerais de minhas andanças e alumbramentos;  céus altos que me deram as grandes lições de voar, sair, aparecer. Mesa com queijo fresco, as lembranças pelos quatro cantos da casa. O doce da vida que esvai, lento, moroso e por isso magoa tanto. Mas, em compensação, as outras novas presenças e amizade dos primos e alegrias que parecem renascer com as cheias, com a safra, com o cheiro forte da comida sertaneja que borbulha no fogão grande. E outra vez  viagem se desenrola. As serras, os lajeiros. Aqui, o cigano Bela Verde me contou estórias para um conto. Ali, o rio encheu tanto, certa noite, que tivemos  de nos arranchar nas margens, fazendo um fogacho, enquanto as águas desciam e houve prosa e cachaça da boa. Vamos, então seguindo. O Cabugi se perde, se esfuma, dá lugar a outras cumeadas. Nunca esquecerei, cada vez que por aqui ando, o sabor tão humano e forte de uma conversa de Aluizio Alves, quase um sililóquio, sobre evocações de sua meninice. Iamos em demandas política. Mas, aqui nestes rumos de caatinga, o político se deixou vencer pelo memorialista fabuloso e a prosa evocativa deveria ter sido gravada. Página assim do sabor de uma Massagana de Joaquim Nabuco.

Já, nessas alturas Severino anuncia os limites do Açu. Logo mais a festa. A vaquejada, os alfenins, os amigos, a terra boa, dadivosa, eterna. Renato Caldas - sim RENATO CALDAS, um capítulo aparte, que logo mais vai ser meu compadre diante de uma fogueira que ficou célebre, acendida pelas mãos amigas de Mariano. E eis, a ponte - pontão, largura de cimento se equilibrando sobre o rio que já andou botando de margem à margem. Olhamos extasiados a paisagem, com olhos de Celso da Silveira, João Lins Caldas, Edgard Montenegro, Machado, Nazareno e tantos outros queridos açuenses que me ensinaram melhor a olhar o seu belo rio. Sobretudo o olhar longínquo terno, aguado, perdido em trevas do nunca mais, do meu sempre querido Romulo Wanderley. E, então chegamos! E aqui, lembranças que também cansam e magoam. Depois vem mais.

- Se desapei, compadre! "Foi o que fizemos, recebendo a primeira ordem ao som da "furiosa" municipal que, (quem sabe?) não fazia parte da recepção?"

Newton Navarro

Em, O Poti, 8 de julho de 1972

Postado por Fernando Caldas

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

6 opções de chá para estufamento para reduzir o desconforto abdominal

                                       

Dentre os chás para estufamento, algumas boas opções para reduzir o inchaço são o de camomila, boldo e erva-doce


Quem nunca recebeu da mãe ou avó aquele chazinho quando estava com dores, que atire a primeira pedra! Os chás de ervas são ótimas opções naturais e caseiras para reduzir dores e desconfortos de qualquer natureza, principalmente na região abdominal, além de serem deliciosos e saudáveis. Desvende essa sabedoria que ultrapassa gerações e conheça 6 alternativas de chás para estufamento que vão reduzir a sensação de incômodo na barriga.

1. Chá de boldo

chá de boldo é conhecidíssimo por seus efeitos poderosos sob o sistema digestivo como um todo: além de bom para cólicas de fígado, é diurético, melhora a digestão e até ajuda quem sofre com gastrite. O boldo também possui propriedades antibióticas e antifúngicas e regula o funcionamento intestinal. E não é só: ele também reduz o estresse, ajuda a dormir e melhora a ressaca.

2. Chá de erva-cidreira

O chá de erva cidreira é perfeito para quem sofre com gases e desajustes gastrointestinais como um todo, como dores de estômago, náuseas e cólicas de fígado. Seus efeitos antiespasmódicos também são eficazes contra as cólicas menstruais e os sintomas da TPM como um todo. A erva cidreira também é anti-inflamatória, ajuda a combater a insônia e o estresse e diminui dores de cabeça.

3. Chá de erva-doce

O sabor doce e característico dessa erva muito usada nos bolos de fubá também esconde um poderoso remédio natural contra o estufamento. A erva-doce é facilitadora da digestão e também combate a dor de barriga e a diarreia. Ela também melhora cólicas e dores de cabeça, fortalece o sistema imunológico, os ossos e ajuda na perda de peso.

4. Chá de hortelã-pimenta

Um chá muito apreciado pelo seu sabor delicioso é o de hortelã-pimenta. Essa erva, além de gostosa, também pode ajudar nos desconfortos abdominais. Seu chá tem propriedades que ajudam nos desarranjos intestinais, dores de estômago e gastrite, além de eliminar os gases e o estufamento. Ele também é anti-inflamatório, fortalece o sistema respiratório e é bom para tomar em casos de enxaqueca, inflamações bucais, aftas e para combater o mau hálito.

5. Chá de camomila

O chá de camomila tem propriedades calmantes e relaxantes que são bem famosas, sendo usado como tratamento auxiliar da ansiedade e da insônia. Porém, os benefícios da camomila não param por aí. Ela colabora com a digestão, alivia cólicas menstruais, náuseas e enjoo. A camomila também possui efeito anti-inflamatório e é ótimo para acalmar e refrescar a pele.

6. Chá de funcho

O funcho é uma erva com incríveis propriedades medicinais. Ele diminui o desconforto causado por náuseas e vômitos, aliviando dores de estômago. Também combate a flatulência, ajudando a soltar gases e a reduzir a sensação de estufamento. O funcho também é bom para cólicas, tanto menstruais quanto intestinais, tem efeito vermífugo e detox. Além disso, a erva ainda combate infecções urinárias e diarreias e ajuda a emagrecer.

Decocção e infusão: como preparar o chá

Os chás de ervas podem ser preparados de duas maneiras: por decocção ou infusão. Na decocção, as folhas e flores são fervidas junto com a água, liberando suas substâncias no processo de fervura. Já na infusão, é utilizado o método de "abafamento", colocando a água quente sobre o recipiente com a erva e tampando por alguns minutos.

https://www.conquistesuavida.com.br/




quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Conta-se que João Tereza, que foi prefeito do Alto do Rodrigues, acho que na decida de setenta, município localizado na região do Vale do Açu, no Rio Grande do Norte. Pois bem, Tereza detestava discursar nas concentrações públicas, aliás, em qualquer circunstância. Certa vez, concentração política na praça pública daquela terra alto-rodriguense, povão na rua, João Tereza fora incentivado por amigos presentes no palanque, para que levasse sua mensagem ao povo. Dito e feito, pegou no microfone e, nervoso e desajeitado, mandou o verbo: – Trabalhadores do Campo e trabalhadores rural (sic) E papo encerrado. Certo amigo se dirigiu a Tereza e foi logo indagando: - “João Tereza, o que você entende por dizer: “trabalhadores do campo e trabalhadores rural”? – Tereza não se fez de rogado: - “Ora, meu amigo. Trabalhadores do campo é quem trabalha no roçado, e trabalhador rural é quem trabalha na rua.”

(Fernando Caldas)

 

 

De: IS

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Já não posso correr só de cueca
Nas calçadas da rua onde resido.
Aí me lembro de um tempo esquecido
De cavalo de pau e de peteca
Com o passar do tempo a gente peca
E os anos passam sem a gente ver
Porém quando se pode perceber
Já não há mais perfume, nem fragrância
HOJE SINTO SAUDADE DA INFÂNCIA
QUANDO O MAIOR DESEJO ERA CRESCER
Fábio Gomes
· 

Compartilhado com Seus amigo
Esta tarde meus olhos estão cansados de te esperar
E de te desejar na tranquila paisagem do porto,
Onde os barcos balançam mansamente sob o crepúsculo.
Esta tarde eu te ouço no murmúrio das águas, no voo
Da gaivota, quando desfalece em mim a visão da retirada ilha.
Esta tarde meu coração adormece docemente em tuas mãos
E penso no silêncio das estrelas e dos teus olhos.

Walflan de Queiroz


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

 Robert Hudson - Caetano//

O Ford Model A foi o primeiro modelo da marca, tendo sido desenvolvido, pela primeira vez, em 1903.

Pode ser uma imagem de texto que diz "O primeiro Ford na história. Sord BS837 Robert Hudson Salvador Caetano"
Todas as re

Parabéns Mossoró (que já fora Distrito do Assu), cidade de povo empreendedor. 



CARNAVAL

Gritos se agitam fora... E' a mascarada
- Uma sombra, outra sombra se insinua
Momo de guiso e os arlequins na rua...
E tudo rola pela desfilada...
Dizer tudo é não dizer de nada...
E' a verdade mais negra, esta mão crua
E' tudo ver por uma só calçada,
Tudo nos raios de uma mesma lua...
Ouço fora e lá dentro... Que se olha
Há, gigantesco, no perfil que avulta
Um portentoso vulto que encandeia...
Traço por traço, o coração retalha...
... E enquanto o gênio como um sol trabalha
A multidão lá fora cambaleia...
(Soneto de autoria do poeta assuense João Lins Caldas publicado em 'O Correio da Manhã', importante jornal do Rio de Janeiro, 1924).



 Mossoró RN

Famosa pedra da galinha choca, Ceará,
Pode ser uma imagem de lago, montanha e natureza


O importante escritor brasileiro que foi “embranquecido” pela elite

 MARIA FERNANDA GARCIA HISTÓRIANOTÍCIAS

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Machado de Assis era afrodescendente e escreveu diversas obras com críticas à escravidão e à pobreza que atingia o povo negro. Mesmo assim, a elite de sua época fingia que ele era branco



Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839, e foi um importante escritor brasileiro, considerado por muitos críticos, estudiosos, escritores e leitores um dos maiores nomes da literatura do Brasil.

Escreveu obras de praticamente todos os gêneros literários, sendo poeta, romancista, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista e crítico literário.

Testemunhou a Abolição da escravatura e a mudança política no país quando a República substituiu o Império, além das mais diversas reviravoltas pelo mundo em finais do século XIX e início do XX, tendo sido grande comentador e relator dos eventos político-sociais de sua época.

Era filho de um pintor de paredes e de uma imigrante portuguesa que trabalhava como lavadeira. Ele e seu pai sofriam o preconceito da época por serem “mulatos” (termo usado na época para pardos). A escravidão só foi abolida 49 anos após o seu nascimento.

Ao completar 10 anos, Machado tornou-se órfão de mãe. Mudou-se com o pai para São Cristóvão, também no Rio de Janeiro, e logo o pai se casou novamente, com Maria Inês da Silva. Ela cuidou de Machado mesmo quando seu pai morreu algum tempo depois.

Machado de Assis teve aulas no mesmo prédio que a madrasta trabalhava como doceira, enquanto à noite estudava língua francesa com um padeiro imigrante.

Em 1854, publicou seu primeiro soneto, dedicado à ‘Ilustríssima Senhora D.P.J.A’, assinando como “J. M. M. Assis”, no Periódico dos Pobres.

No ano seguinte, passou a frequentar a livraria do jornalista e tipógrafo Francisco de Paula Brito. Paula Brito era um humanista e sua livraria, além de vender remédios, chás, fumo de rolo, porcas e parafusos, também servia como ponto de encontro.

Aos dezessete anos, Machado de Assis foi contratado como aprendiz de tipógrafo e revisor de imprensa na Imprensa Nacional, onde foi protegido e ajudado por Manuel Antônio de Almeida, que o incentivou a seguir a carreira literária.

Machado trabalhou na Imprensa Oficial de 1856 a 1858. No fim deste período, a convite do poeta Francisco Otaviano, passou a colaborar para o Correio Mercantil, importante jornal da época, escrevendo crônicas e revisando textos.

Em 12 de novembro de 1869, Machado de Assis casou-se com a portuguesa Carolina Augusta Xavier de Novais, a contragosto da família da noiva, por ele ser afrodescendente.

Machado de Assis só se tornou um escritor conhecido a partir de 1872, com a publicação do romance ‘Ressurreição’.

Ele foi fundador e eleito o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras. O livro ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’, publicado em 1881, é considerado sua maior obra e uma das mais importantes em língua portuguesa.

Obras notáveis, como ‘Memorial de Aires’, a crônica ‘Bons Dias!’ (1888) e o conto ‘Pai Contra Mãe’ (1905) expõem explicitamente as críticas à escravidão. Esta última obra começa da seguinte forma: “A escravidão levou consigo ofícios e aparelhos […]”. Um destes ofícios e aparelhos a que Machado refere-se é o ferro que prendia o pescoço e os pés dos escravos e a máscara de folha-de-flandres. O conto é ainda uma análise de como o fim da escravidão levara estes aparelhos para a extinção, mas não levou a miséria e a pobreza.

Machado de Assis era considerado pela elite carioca como um homem branco, pois na época seria uma ofensa chamá-lo de mulato. Um trecho de carta escrita por Joaquim Nabuco a José Veríssimo, após a morte de Machado de Assis, revela o preconceito mascarado:

“ Mulato, ele foi de fato, um grego da melhor época. Eu não teria chamado Machado de Assis de mulato e penso que lhe doeria mais do que essa síntese. (…) O Machado para mim era um branco e creio que por tal se tornava”(…)

Machado de Assis morreu em 29 de setembro de 1908. O escrivão Olimpio da Silva Pereira escreveu “homem branco” em seu atestado de óbito.

Fontes: Wikipédia, BBC News Brasil e Geledés.

De: https://observatorio3setor.org.br/

Carnaval 2023 em Assu - Banda Grafith no trio

 Belos Poemas Que Viraram Músicas – Fanatismo.

Da série “Belos Poemas Que Viraram Música” o destaque de hoje é Fanatismo, soneto da poetisa portuguesa Florbela Espanca. O poema foi musicado por Fagner e gravado no disco Traduzir-se de 1981.

Fanatismo é um soneto (dois quartetos e dois tercetos) publicado pela primeira vez no “Livro de Sóror Saudade”, uma coletânea de 36 sonetos, editado em janeiro de 1923, cuja primeira edição de 200 livros esgotou-se rapidamente.

 O poema foge, um pouco, dos argumentos melancólicos da maioria das suas poesias, embora também se perceba componentes de dor e sofrimento. Desta vez, a poetisa optou por escancarar todo o seu amor e lirismo.

A paixão, nesta poesia, é levada ao extremo ("[...] Podem voar mundos, morrer astros, Que tu és como Deus: princípio e fim”), justificando, plenamente, o título. O amor de Florbela, em fanatismo é arrebatador. É tratado de forma hiperbólica, possessiva e, ao mesmo tempo, submissa, resultado, talvez, da eterna procura de um amado (“[...] a mesma história tantas vezes lida [...]”). 

Desde jovem, Florbela já dava sinais de onde iria buscar suas inspirações: as coisas da alma e seus conflitos internos, decorrência de uma vida marcada por desilusões, decepções e tragédias pessoais, temas que foram transportados de forma comovente para suas obras. Sua mãe, Mariana Toscana, não podia ter filhos. Florbela e Apeles, seu irmão mais novo, embora criados por Mariana Toscana, são frutos do relacionamento extraconjugal do pai, João Maria Espanca, com Antônia da Conceição Lobo. 

Florbela de Alma Conceição Espanca, (1894-1930), nasceu em Vila Viçosa e faleceu tragicamente em Matosinhos - Portugal: cometeu suicídio ainda jovem, no dia do seu aniversário, 8 de dezembro. A trajetória da, talvez, maior sonetista de Portugal não foi comum: sua mãe de criação morreu jovem aos 29 anos. O irmão querido, Apeles, faleceu em um trágico desastre de avião. A curta vida da escritora, ainda foi marcada por vários casamentos desfeitos. 

Tantos acontecimentos em tão pouco tempo de vida, aliado a um estilo literário único e comportamento não usual para a época, transformaram a poetisa portuguesa em um verdadeiro mito, chegando a se tornar símbolo de movimentos feministas. 

Na verdade, Florbela era poetisa de extremada sensibilidade, jovem triste que falava da dor e do amor sem economia na criatividade dos versos. Ser poeta, para Florbela, “é ser mais alto, é ser maior dos que os homens...” como ela deixa claro no soneto “Ser Poeta”.

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

Já o autor da música, o cantor e compositor Fagner, é um mestre em musicar poemas. A grande maioria das belas poesias musicadas pelo cearense se tornou grande sucesso. Já passaram pelo seu violão, por exemplo, poemas da lavra de Cecília Meireles, Patativa do Assaré, Ferreira Gullar, dentre outros grandes nomes. Um dos Posts desta série, por sinal, remete a outra poesia musicada por Fagner: o poema “Traduzir-se” de Ferreira Gullar (acesse aqui).

Uma curiosidade: em Fanatismo, ao final da música, o compositor acrescentou trechos de Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo, música que Roberto Carlos fez para o pai, uma licença poética para homenagear o Rei. O disco Traduzir-se foi gravado na Espanha por sugestão de Joan Manuel Serrat. Sobre a inclusão de Fanatismo no disco o cantor declarou:

“[...] é um disco que marcou demais. Até hoje o pessoal do mundo do disco fala dele [...] foi disco de ouro, lançado no mundo inteiro. [...] Este disco tinha uma idéia fechada, onde coube o 'Fanatismo' porque, na época, eu tinha que ter uma música em português.

A gravadora não entendeu e eu sabia que 'Años' iria tocar (música em espanhol que teve a participação de Mercedes Sosa), como aconteceu. Me pediram para gravar uma música só comigo cantando em português. Foi onde conheci o trabalho da Florbela Espanca, o Fausto me deu um livro lá em Portugal na volta desta viagem da Espanha. Fiz estas músicas, cheguei aqui e gravei. Deu para acoplar ainda no disco. Mas também foi uma música feita com a influência das coisas da região, veio no clima, não se afastou muito da idéia deste disco''
. (*)
(*) trechos de entrevista publicada em Http://www.nordesteweb.com/not01_0304/ne_not_20040305d.htm

Clique no marcador "Belos poemas que viraram músicas", à direita, para ver outros post sobre poemas musicados.  

Fanatismo

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver !
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida !

Não vejo nada assim enlouquecida ...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida !

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa ..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim !

E, olhos postos em ti, digo de rastros :
"Ah ! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus : Princípio e Fim ! ..."

Livro de Soror Saudade (1923)

Fonte:http://www.drzem.com.br/

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

João Felipe da Trindade

De Fábio Arruda recebo notícias do testamento de um neto do mártir de Uruaçu Antônio Vilela Cid. Na época do massacre Pedro Vilela Cid estava fora do Rio Grande do Norte.


De Fábio Arruda recebo notícias do testamento de um neto do mártir de Uruaçu Antônio Vilela Cid. Na época do massacre Pedro Vilela Cid estava fora do Rio Grande do Norte.



VOLÚPIA

Eu fui perturbar teu sono. Despertar a carne da tua mocidade.
Desgrenhar teu cabelo, dar febre ao teu sangue.
Perdoa, pela minha mocidade.
O lençol revolvido
O travesseiro molhado...
Se houve a tua a tremer, a minha cama na noite não soube também o que era ter sono.

(Caldas, poeta potiguar)





PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...