quarta-feira, 8 de novembro de 2023

 Natal não há tal

Banca Tio Patinhas na Avenida Rio Branco, Cidade Alta, defronte ao antigo Cinema Rex, depois "Casas Pernambucanas". Vendida pelo antigo proprietário, teve sua denominação modificada.
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segunda-feira, 6 de novembro de 2023

A Atenas Potiguar
Por Redação Tribuna do Norte
30 de julho de 2017

Alex

Ramon Ribeiro
Repórter
Uma das cidades mais antigas do Rio Grande do Norte, Assu é conhecida como terra de muitos poetas. E de tantos poetas que nasceram no município ou passaram por lá deixando suas contribuições, um assuense baixinho, magricela, de olhar desconfiado, mas bastante esperto, soube como ninguém aprender as manhas da cantoria, do repente, da poesia, dos temas, dos cenários, dos costumes, enfim, de tudo que envolve a cultura popular nordestina. Aos 53, o poeta Paulo Varela leva o nome da cidade em para todos os cantos do Brasil em que é convidado a se apresentar. E gosta de falar com orgulho da sua cidade.
Paulo Varela traz em suas raízes do oeste potiguar a inspiração para expressar sua arte “Assu é uma terra muito bonito. Tenho paixão pela cidade. As pessoas a chamam de Atena norte-riograndense”, diz Varela, que além de poeta, é escultor, cenografista, xilogravurista, canta côco, dentre muitas outras atividades que ele se dedicou de cabeça após encher o saco de seu antigo trabalho no ramo das telecomunicações. “Viajei todo o país como técnico, construindo redes telefônicas. Passei por todos os setores das telecomunicações, tive minha empresa, ganhei dinheiro, mas há 22 anos, parei. Vi que o dinheiro não era tudo e entrei de cabeça na literatura”.
Caçula dos 22 filhos de Joana Varela e Domingos Canuto, Paulo Varela viveu até os 11 anos em Assu, depois teve que ir para Natal estudar e acompanhar os irmãos mais velhos. Mas todo ano retornava para a cidade no Oeste Potiguar, afinal, toda sua família é de lá. Na década de 90, casado, retorna para morar no município. É quando encontra a região arrasada culturalmente e decide implementar suas ideias culturais. É descoberto como autêntico poeta popular e desde então vive da poesia, disseminando seus versos e de norte a sul do país. “Sou um dos raros poetas aqui do Estado que tem um espetáculo, o ‘Sertão in verso’”, comenta o artista, que dos cinco filhos, dois são nascidos em Assu e com o termo assuense no nome.
Muito reconhecido também pelos causo matutos que narra como poucos, esse assuense tem atualmente levantado casas de taipa em feiras pelo interior. Na Festa do Boi, há anos é ele e sua esposa que comandam a casa na fazendinha do povo. Outra de suas ação populares é a Vila da Cultura, uma cidadezinha cenográfica que ele instala por todo o nordeste, abarcando em seu espaço, atividades socioeducativas, livraria, artesanato, arte popular, exposição folclórica, museu do cordel, além de atrações artísticas. “Vivo só de fazer cultura”, fala orgulhoso o poeta.
Atena potiguar
Na minha época de infância Assu era muito rica em cultura. A gente tinha bibliotecas, cinemas, teatros. Me lembro da passar em frente ao cinema e ver aqueles cartazes. Mas como eu era muito novo para ver alguns filmes e tinha que ajudar meus pais na roça, não cheguei a entrar no cinema. Na história do RN, também fomos a primeira cidade ter carnaval.
Terra de poetas
Lá tem duas famílias com tradição literária, a Caldas e a Wanderley. Mas nossos grandes nomes são João Lins, que foi um dos precursores do modernismo na literatura brasileira, Renato Caldas, Celso da Silveira. Assu é cheia de poetas. E a efervescência literária de antigamente passava para o cotidiano. Era comum ver as pessoas lendo livros nas pracinhas.
O fascínio pelas feiras de rua
Quando papai ia nas feiras comprar alimentos, eu ficava observando os cantadores de viola, os repentistas, o homem da cobra, os vendedores de raízes. Também cheguei a assistir Chico Daniel, nosso maior mamulengueiro. Essa era a atmosfera da feira e eu me encantava com aquilo. Os grandes cantadores passavam por Assu, como Patativa do Assaré, que tem registros na cidade. Mais velho, na década de 80, me encontrei com Patativa e ele disse que em poesia só respeitava Renato Caldas e Catulo da Paixão Cearense. Ele tinha apreciação por essas pessoas.
Rio Piranhas-Açu
Na década de 60, 70, nosso maior lazer era o rio Piranhas-Açu. Tudo era envolta dele, desde a agricultura até às brincadeiras.
Lembro das plantações dos meus pais na rasante do rio. Enquanto eles ficavam cultivando, a gente ficava brincando na água, dando cambalhotas, montando nas toras de madeira e descendo a correnteza. Também fazíamos cavalos de talo de carnaúba para brincar na rua. Brincávamos também de fazenda com os ossos de vaca, fazíamos também roladeira de lata de leite.
O retorno a Assu
Depois de viajar todo o país trabalhando no ramo das telecomunicações, eu decido parar e voltar para Assu. Era nos anos 1990. Encontro a cidade um caos, sem cinema, biblioteca, teatro, sem cinema. Me comprometi a movimentar as coisas por lá.
Casa da Poesia
Naquela época, aluguei um imóvel em Assu e chamei de Casa da Poesia. Começou as pessoas a aparecerem, os alunos da UERN iam lá. Nessa época surgiu a ideia de se abrir uma casa de cultura em Assu, o Solar da Baronesa. Eu fui o primeiro a entrar no espaço como representante da cultura popular. Eu abro um sebo no Solar da Baronesa e, a partir dele, sou descoberto pelo pessoal da comissão do folclore, que vê as coisas que eu tenho e ai eu começo me apresentar pelo Estado.
Em Natal
A partir das apresentações, venho para Natal e abro o primeiro espaço para o cordel no Rio Grande do Norte, o Encanto do Cordel.
Depois chamo Abaeté para participar comigo lá. E depois de uns sete anos ele abre a Casa do Cordel. E eu continuo até hoje com o Encanto do Cordel, só que itinerante, frequentando feiras culturais pelo Brasil.
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(Postado por Fernando Caldas)



Açu Ontem - Assú Hoje

Exposição de Pedro Otávio - Assú em Antiguidade


sexta-feira, 3 de novembro de 2023

O amor é finalmente
um embaraço das pernas,
uma união de barrigas,
um breve tremor de artérias.
Uma confissão de bocas,
uma batalha de veias,
um reboliço de ancas,
quem diz outra coisa é besta.

Gregório de Matos,

«Definição do amor»

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

 "quem ama não sofre e, mesmo sofrendo, ama o próprio sofrimento".

Santo Agostinho


 Edmilson SilvaNatal não há tal

 A moda entre as mulheres ainda era ditada na França – de dia, seda francesa e estampas florais, e musselinas para a noite. Laços drapeados e fricotes. As luvas ainda eram artigos indispensáveis. As mulheres usavam meias e as saias eram mais generosas. As mulheres mais jovens passaram a usar calças compridas, fruto da influência americana.

Cabelos frisados, batom, rouge e pó de arroz estavam na moda. As marcas poderiam ser Coty, Helena Rubinstein, ou a popular Royal Briar.

Por seu lado, os homens adotaram o “slack” (sileque), camisa de tecido bem mais leve.

3. Aconteciam brigas violentas constantemente entre brasileiros e americanos

O jogo e os cassinos funcionavam livremente. No Wonder Bar, na Rua Chile, aconteceram brigas violentas entre brasileiros e americanos, em quais o excesso de álcool sempre era o motivo das contendas.

4. O jazz e os blues tomaram conta da cidade

O jazz e os blues tomaram conta dos bailes nos clubes e tornaram-se populares, em virtude dos toca-discos existentes em todos os bares, predominantes da rua Dr. Barata. Ouvia-se Harry James, Glenn Miller, Tommy Dorsey e Benny Goodman.

5. O gosto pelo idioma inglês fez surgir vários professores

O gosto pelo inglês propagou-se e surgiram diversos professores e estudantes interessados no seu aprendizado.

6. Os natalenses colocaram no vocabulário várias expressões em inglês

O vocabulário de Natal foi enriquecido com palavras novas: “Fox/ show”, “yankees”, “money”, “drink”, “big”, “cocktail”, “short”, “boy friend”, “golf”, “relax”, “whisky on the rock”. Outras palavras eram mais usadas pela necessidade de uso constante: “blackout”, “all right”, “ok” e “slack”.

Henrique Araújo



 

Entre um e outro dia
Há uma noite no meio
Depois de um “aperreio”
Sempre surge uma alegria
Viva sempre essa magia
Buscando ir mais além
Procure fazer o bem
E as tristezas perecem
OS DIAS RUINS ACONTECEM
DIAS FELIZES TAMBÉM
Fábio Gomes, poeta assuense
A BELEZA DA VIDA
Por Fabrício Neto
Vamos parar um pouco
A nossa vida;
Vamos escutar, sentir
E viver o canto dos pássaros.
Vamos esquecer
O barulho ensurdecedor
Do silêncio.
Vamos aguardar
A noite chegar
E, com ela,
Admirar a beleza
De suas estrelas
Que, mesmo distantes,
Ilumina o nosso
Caminhar.
Vamos deixar o sol
Anunciar, um novo dia
E, com ele,
A beleza de uma flor do campo.
Vamos mudar a terra
Com o seu perfume,
Tornando-a, cada vez maior,
Sua grandeza,
E a beleza da própria vida.
Receba, pois,
A beleza que a mãe natura,
Refleta de amor,
Nos oferece:
A beleza de viver.
Natal, 12 de fevereiro de 2022



Assu Antigo

REGISTRANDO

Dia de sessão solene na Câmara Municipal do Assu (Palácio Ulisses Caldas), 16 de Outubro de 1985, quando o Assu completava 160 anos de cidade, antes Vila do Açu, de 22 de Julho de 1766, ganhou foros de Cidade do Assú (desnecessariamente com assento no U), através da Lei provincial n. 124, de 16 de Outubro de 1845 (Assu nunca foi emancipado, pois a sua história precisa ser reparada, equívocos concertados, injustiças as suas figuras também reparadas).

Por sinal, o Assu foi a primeira cidade criada no interior do Rio Grande do Norte. Ora, o Projeto de Lei que o Assu ganha predicado de cidade é n. 124, de 16 de Outubro de 1845. Já a cidade de São José de Mipibu que muitos Norte-rio-grandenses, asseguram São José de Mipibu ser a primeira cidade criada no interior do Rio Grande do Norte. O que descordo, apesar de não ser historiador, apenas um colaborador das coisas do Assu! O projeto de Lei que elevou São José de MIpibu a cidade é n. 125, de 16 de outubro de 1845, portanto o Assu é a primeira cidade do interior potiguar!

Na fotografia, da esquerda para direita: Ex-deputado Edgard Montenegro, vereador e presidente da Câmara Municipal do Assu (biênio 1985-86), prefeito Ronaldo Soares.

 


sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Assu Antigo

jeep de propriedade de Edmilson Lins Caldas, ano 1957. Comprado no Rio de Janeiro naquele ano, de fabricação Wiilys do Brasil (a pessoa da foto naquele veículo é Djalma Lins Caldas já falecido). Era um veículo (em 1957 fora o ano dos primeiros Jipes fabricados no Brasil) de tração nas quatro rodas, adaptável as estradas precárias do Nordeste brasileiro, bem como de muita utilidade para quem era proprietário rural, explorava a agricultura. A viagem Rio de Janeiro a Assu durou dez dias, com muita poeira.


Na fotografia podemos conferir a casa comercial de Francisco Assis da Cuinha - Chico Pacaré, que depois veio a ser o posto de gasolina de Ricarte Legítimo Barbosa (Ricarte da Bomba)que era distribuidor da Atlantic, Atualmente naquele local ainda funciona um posto de Gasolina, esquina da Senador Câmara com a Augusto Severo/Praça do Sal ou Rua Augusto Severo.

Daquele automóvel guardo uma boa lembrança, pois aprendi a dirigir aos dez anos de idade nas areias do rio Açu.

Em tempo: Esse Edmilson Lins Caldas é meu pai, que já encantou-se há poucos anos.

Fernando Caldas



Fernando Caldas

 


 


terça-feira, 24 de outubro de 2023

 


Ars Poetica

"...sou daqueles que acreditam que o muito está no pouco. A criança é pequena, mas encerra o homem; o cérebro é estreito, mas abriga o pensamento; o olho não passa de um ponto, mas abrange léguas.
(Alexandre Dumas Filho - In: "A Dama das Camélias")
Escultura: Gaelle Weissberg  - "We Were Proud", 2009.



"Política é exercício de poder, poder é o exercício do desprezível. Desprezível é tudo aquilo que não colabora para o enriquecimento do humano, mas para a sua (ainda) maior degradação. Como se fosse possível. Pior é que sempre é."
"E há também aquela outra política que os homens exercitam entre si. Uma outra espécie de política ainda menor, ainda mais suja, quando o ego de um tenta sobrepor-se ao ego do outro. Quando o último argumento desse um contra aquele outro é: SOU EU QUE MANDO AQUI."
(CAIO FERNANDO ABREU - In: "Divagações na Boca da Urna")
Arte: "Prime Time", 2006 - Laurie Lipton



segunda-feira, 23 de outubro de 2023

E O CRIME CONTRA O FORTE DOS REIS MAGOS? 44 DIAS DE SILÊNCIO DA POLÍCIA CIVIL E DOS MINISTÉRIOS PÚBLICOS ESTADUAL E FEDERA

 Imagem 22/10/2023

Eliana Lima

Fonte – https://bznoticias.com.br/noticia/e-o-crime-contra-o-forte-dos-reis-magos-44-dias-de-silencio-da-policia-civil-e-dos-ministerios-publicos-estadual-e-federal

O trabalho de limpeza do Forte dos Reis Magos, maior e mais antigo monumento histórico de Natal, está sendo concluído, por apenados do sistema prisional do estado.

Neste domingo (22) completa 44 dias do crime de pichação da Fortaleza e até hoje a Polícia Civil do RN não informou absolutamente nada sobre a investigação para se chegar aos autores do crime contra o patrimônio e ser feita a devida punição.

Sequer tem uma imagem. O BZN tentou por diversas vezes saber sobre a apuração, mas o máximo que conseguimos foi que a investigação estava em curso. Mesmo à insistência, não passou de “diligências sendo realizadas”.

Não acreditamos na investigação sobre essa mancha que deixa vermelha a história da capital dos magos-enganados.

Nem também no inquérito aberto pelo Ministério Público Estadual.

A seriedade exige resposta. O crime não pode ser compensado.

Enquanto a Polícia Civil do Rio Grande do Norte, o Governo do Estado e os Ministérios Públicos Estadual e Federal não derem uma satisfação ao público, estão desmoralizados perante a população.

Na manhã do dia 7 de setembro, a Fortaleza amanheceu pichada de vermelho em protesto ao PL 2903/23, que trata do marco temporal das terras indígenas – Fotos: Ricardo Morais.

VEJA TAMBÉM – A PIXAÇÃO DA FORTALEZA DOS REIS MAGOS – PASSARAM A BROXA PINTADA DE VERMELHO NA NOSSA CARA! – https://tokdehistoria.com.br/2023/09/12/a-pixacao-do-forte-dos-reis-magos-passaram-a-broxa-pintada-de-vermelho-na-nossa-cara/

 


EU...TU Eu sou doçura, Mas o mel és tu A imagem é minha, Mas a cor é dada por ti A flor sou eu, Mas tu és a fragrância Eu sou felicidade, Ma...