MEUS DIAS
segunda-feira, 5 de agosto de 2024
quarta-feira, 31 de julho de 2024
ACADEMIA ASSUENSE DE LETRAS VISITA O CONSELHO ESTADUAL DE CULTURA
O Conselho Estadual de Cultura recebeu na tarde de ontem, 30 de julho, por ocasião da sessão ordinária, um grupo de imortais da Academia Assuense de Letras – AAL, que veio trazer as boas nova de Assu no campo da literatura e cultura. A AAL temc omo atual presidente, a jornalista Auricéia Antunes de Lima.
Além da presidente, os confrades Francisco das Chagas Pinheiro, Fernando Caldas, Maria do Perpétuo Socorro Wanderley, Raimundo Inácio da Silva Filho e Francisco Costa, integraram o grupo visitante.
O Conselheiro Presidente Valério Mesquita fez as honras da
casa e disse da alegria em receber a AAL, aqui presente. Lembrou os nomes de
assuenses que são patronos e outros acadêmicos na Academia Norte-Rio-Grandense
de Letras.
A presidente Auricéia Antunes, por sua vez, apresentou os
projetos que a AAL vem realizando em Assu, o que faz dessa arcádia uma instituição
operante e presente no seio da sociedade.
Um dos projetos mais destacados tem sido o “Academia de Letras nas escolas”, com edição 2023 e 2024.
A Presidente Auricéia Antunes de Lima disse que “esse
projeto acontece de forma integrada com o pedagógico das escolas visitadas,
nele trabalhamos não apenas a importância não apenas a importância do
conhecimento sobre a AAL, mas também a música, teatro e poesia”.
Todos os acadêmicos puderam se apresentar e os conselheiros
e Conselheiras também interagiram com os visitantes, fazendo desse encontro um
forte elo da cultura potiguas. O CEC preparou um kit cultural (três revistas do
CEC-RN, a mais recente da ANRL e a Revista Histórica do Natal – edição de
conhecimentos, a AAL presenteou o CEC com uma tela do artista plástico Gilvan
Lopes e livros dos autores acadêmicos.
Francisco Martins
Secretário do CEC-RN
https://franciscomartinsescritor.blogspot.com/
domingo, 28 de julho de 2024
domingo, 21 de julho de 2024
sexta-feira, 19 de julho de 2024
sábado, 13 de julho de 2024
O SOMBRA
Esse homem infeliz e sacrificado,
Os dias de sol que passaram sobre a sua cabeça,
As noites de chuva e tempestade,
As suas horas de esperança,
As suas horas de desespero,
Onde está ele, onde estão dele todas as suas tempestades?
O coração que lhe pulsa acelerado
De sangue, veia e veia, do seu corpo,
Seus nervos retorcidos, abalados,
Grisalho o seu cabelo, o olhar na noite,
A noite na sua alma, demorada,
Onde estão ele, a tempestade e a noite?
Sonâmbulos os passos, carregados,
Algidas as mãos de trémula brancura,
Tudo nele a sombria claridade..
Vejo, com vê-lo, nada ver no mundo.
Vejo, com vê-lo, já não ver mais nada.
Esse homem que se abriu um sepulcro no mundo.
A foto digitalizada, restaurada e com o aspecto original dessa imagem faz parte do acervo do Projeto Memória Potiguar, um repositório digital com mais de 50 mil itens entre fotos, vídeos e documentos das 167 cidades do RN, reunidos ao longo de 25 anos e que estará disponível em breve de forma virtual e gratuita no site www.memoriapotiguar.com.br.
quarta-feira, 10 de julho de 2024
sábado, 6 de julho de 2024
UM DECASSÍLABO SERTANEJO
domingo, 30 de junho de 2024
Salário de R$ 3 bilhões: Vinicius Júnior recebe proposta de última hora para deixar o Real Madrid
Momento
Vinicius Júnior, do Real Madrid, recebeu uma proposta para deixar o clube. Considerado por muitos como o melhor jogador do mundo na atualidade, o ponta segue focado na Copa América.
Ontem, o jogador foi o grande destaque da Seleção Brasileira na goleada por 4 a 1 sobre o Paraguai. Vinicius Júnior balançou as redes em duas oportunidades, ambas no primeiro tempo.
Porém, enquanto isso, o nome de Vini segue em alta também no futebol europeu. De acordo com um portal espanhol, o brasileiro recebeu uma oferta tentadora para deixar o Real Madrid.
Real Madrid vê Vinicius Júnior na mira de rival europeu
O Defensa Central revelou que o PSG ofereceu um contrato de seis anos para contar com o futebol do brasileiro. Além disso, o salário no período seria na casa de 500 milhões de euros – cerca de R$ 3 bilhões.
Entretanto, ainda de acordo com a publicação, Vinicius Júnior acabou recusando a investida dos franceses. O jogador entende que não seria positivo abandonar o projeto do Real Madrid neste momento.
Enquanto isso, o jogador segue focado na Seleção Brasileira. O próximo duelo será diante da Colômbia. Caso vença, o time de Dorival assumirá a liderança do grupo D.
Vinicius está com 23 anos de idade e somou 39 jogos pelo time espanhol na última temporada, tendo marcado 24 gols e fornecido outras nove assistências aos companheiros.
quinta-feira, 27 de junho de 2024
A FRUTILÂNDIA DO VALE
Desajeitado e cabreiro, a roupa já sem o vermelho da poeira das viagem no jipe, bando-de-cuia tomado na pensão de Chicó, na flor dos meus dezesseis janeiros, à porta da residência modesta, bati palmas e gaguejei o indispensável "ô de casa". Tinha uma obrigação, um dever sentimental, sagrado, uma promessa a cumprir no Assu, naquele ano dos anos 50. Visitar, saudar o dono da casa, mestre de muitos sonhos e senhor incontestável da mais úbere, abundante, edênica, maravilhosa e fértil gleba de todo o Vale´- a "Frutilândia". A incumbência me fora dada por meu pai, Othoniel, anos antes convidado solenemente, insistentemente, para ser sócio, meio a meio, de um colossal empreendimento de fruticultura. Redenção econômica de toda a região, gerando riqueza, justiça social, inovando a produção de frutas. legumes, hortaliças, tudo em grande escala, gigantescas proporções. Os pobres sairiam da miséria, teriam moradia, grandes vilas operárias, escolas, assistência médica, futuro. Largariam os barões da cera, que nada plantavam, viviam em Natal jogando baralho no Natal Clube, tomando uísque, enriquecendo Maria Boa, passeando no Rio de Janeiro - impecável ternos de linho branco, lustrosos, gordos como bispos. Moderníssimas máquinas, escavadeiras imensas, dragas descomunais - rebocada desde Roterdã - abririam largo e profundo canal, em linha reta, de Assu a Macau. Ali, mar adentro, plantar-se-iam modernos, imponentes, equipados cais, frigoríficos, grandes armazéns. Luzentes guindastes, esteiras rolantes, saciariam a fome das bocarras dos porões das grandes embarcações da própria Companhia, espalhando por Oropa, França e Bahia cajus, mangas, pinhas, araticuns, mangabas, romãs, laranjas-cravo, abacaxis, maracujás - os dúlcidos e tropicais produtos do gigante complexo agroindustrial da biliardária sociedade CALDAS & MENEZES... De volta ao Assu e à dura realidade, de novo bati palmas na soleira da casinha modesta do senhor da "Frutilândia", naquela rua do Assu, naquela era dos anos cinquenta. Apareceu o amigo do meu pai, o sócio do sonho tão sonhado, tão detalhado, idealizado nas conversas dos dois. Disse-lhe quem era, fez-me uma festa daquelas, passando, suavemente, a mão na minha cachola sonhadora. Era magro, gestos nervosos, rápidos. Dando o nó na gravata, convidou-me a entrar, risonho, gentil, hospitaleiro. Calçava, notei, uma daquelas botas de feira. Calça, camisa, colete - tudo amarfanhado, encardido. Guiou-me em direção à cozinha, por uma picada, uma vereda aberta numa mata fechada de ferro-velho, pacotes de amarelados jornais e uma imensidão de garrafas até o teto - um "caminho de Santiago" que, como peregrino, perpassei, com medo de lacraia e caranguejeira. Enquanto conversávamos, ferveu água e serviu-me um café saboroso, pegando fogo, coado de um pano que devia ter uns bons anos de uso diário e constante. Na minha idade, não tinha engenho, nem arte e nenhuma tendência para falar sobre poesia ou literatura com o idealizador de "Frutilândia". Mesmo que a minha casa, em Natal, vivesse, pululasse em certos dias, cheia de literatos e candidatos a poeta, aperreando Othoniel sobre coisas de metrificação, leituras, autores e outras milongas mais - alguns deles pedindo remendos em versos de pé-quebrado. Ficava só cubando, sem pigorar, quem era besta? Sem anuência ou conhecimento do dono da casa, tinha cometido, já, no Atheneu, algumas glosas sacanas e "burilado" uns três ou quatro sonetos decassílabos à moda de Augusto dos Anjos - coisas horrorosas... Na cozinha acolhedora, o cavaco, o bate-papo, limitou-se, pois, às notícias da capital, aos meus estudos, `saudação do "sócio" de Natal, à mutua e sincera admiração entre os dois, às amenidades. Nada sobre a "Frutilândia". Nada, também, acerca da razão social Caldas & Menezes". Ele entretanto, já na despedida - lembro bem - deu umas boas cutucadas nos políticos do Estado e de outras plagas, pilheriando, rindo com gosto, divertido. Sol descambando, da porta da sala, do início do labirinto de ferro velho, jornal e garrafa de todo tamanho e cor, veio o chamamento: "Seu João, tá na hora!" Saímos. Era um meninote, chapéu-de-couro atolado na cabeça grande, cara de janduí. O homem bom me pediu licença e retornou aos cafundós do seu tugúrio. Voltou lépido, brilho nos olhos, vestindo um paletó tão encardido quanto o restante da indumentária. Numa das mãos, um surrado bisaco de lona; noutra, uma lazarina impecável, ajeitada mesmo - oi cano brilhando mais do que espinhaço de pão doce, a coronha envernizada, bonita como os seiscentos. O Poeta João Lins Caldas, sublime sonhador, senhor de vaticínios para o seu Vale - o sócio do meu pai! - trancou a porta capenga da casinha. Apertou-me a mão, com calor, despedindo-se. Pediu desculpas pela pressa - ia caçar! Argumentou, cavalheiro, que aquela era a hora dos preás e das rolinhas, das nambus escondidas no panasco dourado. E lá se foi, engravatado, predador solene, feliz da vida - o sonhador. O curumiaçu, secretário e cúmplice, seguiu-lhe os passos ligeiros, no rumo - presumi - da "Frutilândia", procurando a presa miúda e saborosa..."Laélio Ferreia, crônica publicada em O Mossoroense, 2007
segunda-feira, 24 de junho de 2024
sábado, 22 de junho de 2024
O poeta assuense João Lins Caldas, autor compulsivo, foi o bardo potiguar que, penso eu, mais colaborou em importantes almanaques, revistas e jornais do Brasil, publicando poemas, contos, sonetos e pensamentos filosóficos. Nas minhas pesquisas sobre aquele vate, encontro em 'A Faceira', periódico carioca, que circulou no Rio de Janeiro entre 1911 a 1918, encontro esse belo soneto, publicado na edição de 1918 do citado periódico, classicamente metrificado, intitulado 'Rosa'.
(Clique na imagem para melhor visualizar).
Fernando Caldas
CELSO DA SILVEIRA CHEIO DE GRAÇA
"Merece também um lugar na imortalidade. Tem todos os méritos. Tem uma obra. Um trabalho digno de respeito. É um escritor, é um poeta, será o que quiser.".
Dorian Jorge Freire
"Confesso que não sei onde catalogá-lo como poeta ou como boêmio. Se é verdade que nem todo poeta é boêmio, mas todo boêmio é poeta, Celso da Silveira é um misto de poeta e boêmio.".
Ezequiel Fonseca Filho
"Inquieto agitador cultural que tão bem soube encantar populares e intelectuais com suas histórias desconcertantes e hilárias.".
Yuno Silva
Celso Dantas da Silveira (1929-2004) era assuense de boa cepa, garboso, bonachão, eloquente, prosador dos melhores. Eu tinha por ele uma grande admiração e simpatia. Sorriso franco, glutão famoso, boêmio.
Celso da Silveira carregava no seu corpo de média estatura pouco mais de cem quilos. Nasceu na aristocrática e poética cidade de Assu num antigo casarão neoclássico, mais habitualmente conhecido como "Castelo", da então Rua das Flores, que também já fora denominada Rua Pedro Amorim, Siqueira Campos e Floriano Peixoto, Das Flores, atual prefeito Manoel Montenegro, onde também nasceu o afamado poeta Renato Caldas .
Celso teve uma vida recheada de felicidades. Era um exímio contador de estórias pitorescas, tiradas de sua criatividade, além da capacidade criadora de outras figuras espirituosas da terra potiguar.
Menino irrequieto, cheio de peripécias e aventuras próprias da idade. Já metido a gente grande, Celso sempre acompanhava seus pais João Celso Filho e dona Maria Leocádia em noites de festas bailes realizadas em Assu. Pois bem, certa vez, num baile de carnaval realizado em certo local improvisado, Celso deu uma escapulida, foi cheirar lança perfume num armazém de compra e venda de algodão, vizinho ao local onde se realizava o baile momesco, da antiga rua São João, Centro da cidade de Assu. João Celso, sentindo falta do menino traquino, foi procurá-lo encontrando-o em porre, entre os fardos de algodão do citado galpão. Alucinado, soltou a frase denunciadora: "Não diga a papai, não!"
Certo dia, Celso fora a um centro espírita em Natal. O médium vidente lhe dirigiu a palavra para lhe fazer alusão a um espírito de luz que o acompanhava. E Celso então desejou saber daquele médium mais detalhes sobre a predileção daquele espírito para com ele. O médium então expôs o tipo do espírito: "O nome dele é Douglas, é padre, italiano, desencarnou em São Paulo". Celso não deixou para depois, dizendo com aquela graça que lhe era peculiar: "Será que esse Douglas é aquele que dirige o meu carro quando estou bêbado?"
Celso teve o privilégio de estudar no Colégio Militar Castelo Branco, da Arquidiocese de Fortaleza, antes no Colégio das Freiras de Assu, e São João, da capital cearense. Tempos depois regressou a cidade do Natal com o objetivo de estudar no Atheneu, da Junqueira Aires, depois voltou a sua terra natal onde lecionar na Escola Normal Regional de Açu e trabalhou num dos cartórios da Comarcada do Assu. Herdou dos seus ancestrais a arte da prosa e do verso, produzindo uma obra que enriquece as letras, o folclore norte rio-grandense.
Na terra assuense de tantas tradições Celso foi escoteiro, vereador, professor, ator, fundou o Jornal Advertência em parceria com João Marcolino de Vasconcelos, além de fundar o 1º Museu de Arte Popular no Brasil, bem como o Clube do Copo, que tinha a finalidade de realizar saraus, tertúlias literárias e serenatas.
Celso nos idos de cinquenta, deixou a convivência harmoniosa da Fazenda Camelo e Limoeiro, dos verdes carnaubais da sua terra, passando a residir na cidade do Natal, do "Potengi amado", como diz a canção de Othoniel Menezes. Naquela capital bacharelou-se em jornalismo e comunicação Social pela Faculdade de Jornalismo Eloy de Souza, trabalhou e colaborou em diversos jornais de Natal, como Tribuna do Norte e foi repórter da sucursal do Jornal do Commercio, do Recife, bem como foi chefe de gabinete do prefeito Djalma Maranhão.
Conviveu com grandes nomes das letras potiguares como Como João Lins Caldas, Câmara Cascudo (que ele conheceu através do poeta Renato Caldas), Veríssimo de Melo, Manoel Rodrigues de Melo, Sandoval Wanderley, Newton Navarro, Luis Carlos Guimarães, Sanderson Negreiros, Bosco Lopes, Myrian Coeli (com quem contraiu matrimônio), Andíère Abreu, dentre outros da velha e jovem guarda das letras Norte-rio-grandenses..
No dizer de Manoel Onofre Junior, Celso "vale por toda uma academia", pois a sua obra é constituída de "26 Poemas de Um Menino Grande", 1952 (seu livro de estreia que mereceu elogio e a influência do grande poeta modernista João Lins Caldas) , "Imagem Virtual", 1961, "Glosa Glosarum", 1979, "O Homem Ri de Graça", 1982, "Salvados do Assu", 1996 (que conta alguns fatos da história da terra assuense, seus casarões e aspectos do Vale do Açu), "Assu, Gente, Natureza, História", 1996, (livro didático), "Peido, o Traque Pum" - O Valor que o Peido Tem", 1989, "Anjos Meus, Aonde Estais", 1996, (que relembra algumas figuras da terra assuense).
É de autoria de Celso, a seguinte glosa:
O peido de um general
não pode ser comparado com
O peido de um soldado
Que em tudo é desigual
Tem gente que peida mal,
Há outros que peidam bem
Eu não conheço ninguém
Que ainda não tenha peidado
Mas o povo não tem dado
o valor que o peido tem.
Suas “conversas eram recheadas de muita ironia e humor... Ninguém ficava indiferente a sua presença."
Celso da Silveira está enterrado na cidade do Natal, terra que ele escolheu para viver até morrer. O seu sepultamento ocorreu conforme pedira aos seus familiares: "Sem choro nem vela, sem discursos, nem flores.".
Epitáfio é o título de um dos poemas do grande Celso Dantas da Silveira que eu conheci e convivi na intimidade. Vejamos:
Aqui jaz o poeta
e não o canto
que dele foi deflagrado
como a flecha de um arco.
Em cada intercessão
do trajeto alcançado
inércia e movimento
ganham o mesmo compasso.
Paro e passo, paripassu
o canto e o silêncio
para sempre viajado.
(Fernando Caldas)
SOB A TREVA Ontem de madrugada encontraram-se as duas, A minha e a tu'alma. Deserta rua entre as desertas ruas, Era a hora mais calma. S...
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Entre um e outro dia Há uma noite no meio Depois de um “aperreio” Sempre surge uma alegria Viva sempre essa magia Buscando ir mais além Proc...













