quinta-feira, 16 de abril de 2009

ASSU ANTIGO

Praça Getúlio Vargas na década de sesenta. A fotografia podemos observar que foi tiurada de frente para o Mercado Público.
Antigos casarões que ficava de frente para a praça Pedro Velho que deu lugar a um parque de diversão nos anos sessenta e depois o Banco do Nordeste até hoje, A esquerda podemos ver o sobrado de Sebastião Cabral (como chamam os mais antigos do Ass) onde hoje está instalado a Betys Boutique. A fotografia é possivelmente da década de 20.

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quarta-feira, 15 de abril de 2009

SOBRE O ASSU DE ANTIGAMENTE

Gonçalo Lins Wanderley foi o primeiro proprietário de automóvel de luxo. Era um veículo de luxo, tinha segundo informações dos mais antigos assuenses cortinas de seda. Foi ele também o primeiro presidente da Câmara Municipal do Assu, ainda no regime monárquico quando a câmara dos vereadores tinha o poder de legislar e executar o município. A câmara foi o primeiro regime de governo local do Assu.

A poetisa e educadora sinhazinha Wanderley conta que em Assu existiu um pequeno museu com aves e cobras descecadas, além de um pedaço do osso do cangaceiro Jesuíno Brilhante.

As primeiras iluminações públicas eram feitas de vela de cera de carnaúba, de azeite de peixe dentro de um caco e, depois, com clássicos lampiões a querosene. A iluminação era no casarões dos velhos coronéis (da cera de carnaúba).

O primeiro poço tubular fora instalado na propriedade denominada "Arranhenta" de propriedade de Luiz Gomes de Amorim. Luiz adquiriu o equipamento nos Estados Unidos, fabricado pela Aermotor Campany, de Chicago. Chegou no Assu a 11 de fevereiro de 1916, depõe Francisco Amorim.

O telégrafo fora instalado a 11 de dezembro de 1890, na então rua São Paulo, atual Minervino Wanderley.

O primeiro cinema foi o Cine Theatro Pedro Amorim, trazido por Luiz Correia de Sá Leitão com a colaboração do Cel. Francisco Martins Fernandes que foi em terras assuenses, comerciante bem sucedido e agente do Banco do Brasil.

O primeiro avião a pousar no Assu foi um C-30 militar, no dia 24 de agosto de 1938. Tinha a denominação de "Mucuripe".

O primeiro Vigário do Assu foi Manuel de Mesquita e Silva, em 1726.

O primeiro promotor público do Assu foi o Manuel da Silva Ribeiro.

O primeiro tabelião público do Assu foi Manuel de Melo Montenegro Pessoa, avô do dr. Edgard Borges Montenegro.

O primeiro médico do Assu e do Rio Grande do Norte foi Luiz Carlos Lins Wanderley, formado na Bahia. Além de ter sido o primeiro romancista do Rio Grande do Norte. E, se não foi o primeiro foi um dos primeiros poetas do Assu.

O primeiro farmacêutico do Assu foi Pedro Soares de Araújo Amorim, diplomado na Bahia em 1857.

O primeiro dentista do Assu foi Francisco da Câmara Caldas, formado na Bahia, em 1929.

O primeiro engenheiro civil do Assu foi Raul de Sena Caldas, formado no Rio de Janeiro para onde, ainda jovem, na década de trinta, regressou aquela terra carioca. No Rio, Raul Sena era engenheiro do Departamento de Águas e Esgotos e, ainda naquela década, fora convidado pelo Conselho Britânico a conhecer a Inglaterra. Raul era proprietário de terras no município de Ipanguaçu.

O primeiro professor normalista do Assu foi o dr. Luiz Antônio Ferreira Souto dos Santos Lima.

O primeiro bairro habitacional do Assu é o bairro dom Eliseu.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

NOTA

Meu caro leitor Leônidas Neto: Li o seu comentário neste blog referente a minha matéria intitulada "Um Pouco da História da Cerval". Se você ler novamente vai encontrar sim, o nome do nosso José Maria Macedo Medeiros como um dos presidentes daquela cooperativa. Zé Maria para mim é uma pessoa de minha amizade e admiração. Não teria razões para omitir o seu nome. Quanto ao nome do grande João Leônidas não constar como sócio fundador da CERVAL naquele artigo de minha autoria, não foi omissão de minha parte, não. Até porque para que o texto não ficasse enfadonho, eu citei apenas alguns sócios fundadores daquela instituição,não me veio na memória naquele instante em que eu produzia a referida matéria, o nome de João Leônidas. Afinal, eu falei apenas "um pouco da Cerval". Na proxima matéria que eu escrever sobre aquela cooperativa vou lembrar o nome do seu avô João Leônidas de Medeiros. Por sinal, quando eu fui vereador pelo nosso querido Assu, eu votei a favor para que o nome de João Leônidas fosse dado a uma praça da nossa cidade, em reconhecimento pelos seus relevantes serviços prestados ao Assu e região.

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sexta-feira, 10 de abril de 2009

ASSU ANTIGO


Assu na década de trinta. A fotografia é do acervo do engenheiro Tarcísio Amorim. Dê um clic na fotografia.
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GETÚLIO VARGAS NO ASSU

Em 1933, o presidente Getúlio Vargas, de passagem para Mossoró/Rn esteve na cidade de Assu. Ezequiel Fonseca Filho era  intendente/prefeito daquele município. Ezequiel mandou embandeirar a Rua Frei Miguelinho até a sua residência (Sobrado da Baronesa onde atualmente funciona a Casa de Cultura e a Academia Assuense de Letras). Getúlio colocou o chapéu na chapeleira, tomou champanhe e prosseguiu viagem para Mossoró, importante cidade do oeste potiguar. Na fotografia acima, podemos conferir aquele estadista (com uma taça na mão) ao lado de Dix-sept Rosado. entre outros. Há informações que o presidente Vargas exigia que em todas as cidades brasileira fosse dado o seu nome, a um um logradouro (praça). Naquele instante fora reivindicado por Ezequiel Fonseca, a construção da Ponte Felipe Guerra sobre o Rio Piranhas/Açu. Fica o registro.

Fernando Caldas

ASSU BICAMPEÃO

Quando o Assu foi bicampeão de futebol de salão (hoje futsal), em 1966, no Palácio dos Esportes, em Natal. Vejamos a taça (daquele campeonato interiorano) erguida por Nazareno Tavares "Barão". E a festeira cidade de Assu virou carnaval. Lembro-me bem de uma modinha que os assuenses cantavam naquele dia festivo, que diz assim: "Assu bicampeão, do litoral até o sertão (...). Era tecnico daquela seleção Edson Queiroz que foi funcionário do Banco do Brasil, agência de Assu. Seus jogadores se não falha a memória eram Rui, Anchieta, Leleto, Mazinho, Lambioi, Maninho, Mauro e Agapito que eram cearenses. Fica esse registro de muita importância para o esporte assuense. L

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DURVAL SOARES DE MACEDO

Durval era tipo baixo, voz rouca, bom de copo. Eu era ainda menino quando o conheci pelas ruas do Assu vendendo cabo de vassoura, espanador e outros utensílios domésticos que fabrica na sua casa. Certa vez, se dirigiu a casa do médico Ezequiel Fonseca Filho, seu cliente. Ao chegar na residência daquele clínico, declamou de improviso estes versos adiante transcritos:

Quem tiver cavilação
Se apodera de doente
Dizendo pra toda gente
Não tenho melhora, não.
Mande fazer meu caixão
Cavar minha sepultura
Me disse uma criatura
Foi dia da Conceição
- A medicina não cura
- A dor da separação.

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quinta-feira, 9 de abril de 2009

"O RIO DE MINHA ALDEIA" I


O título acima é de um poema de autoria do poeta portugues Fernando Pessoa. Este blog vai postar a partir de hoje, com ilustração do poeta fotojornalista Jean Lopes (com a sua permissão) poemas produzidos pelos bardos assuenses sobre o Rio Piranhas (também chamado antigamente de Rio do Peixe) ou Assu. Começamos com João Celso Filho com o poema intitulado "O Rio" que numa feliz inspiração escreveu:

Qual uma enorme jibóia
o rio ondula na areia,
espuma,
e a espuma que boia,
serpenteia...

E cheio o rio... pragueja!
Infla-lhe o ventre das águas
e é quando então,
rumoreja,
duras mágoas...

Imprecauções, gritos loucos,
soluça o rio, soluça
e pelas margens,
aos poucos,
se debruça.

E rola e cai e se arrasta
e as águas solta, esparze-as
pela terra,
que se afasta
pelas várzeas.

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quarta-feira, 8 de abril de 2009

ASSU ANTIGO

Antiga Casa Paroquial. Demolida para alargar a rua chamada popularmente como "Beco do Padre", hoje Rua Fernando Tavares. Visinho a casa da escritora Maria Eugênia. Monsenhor Júlio Alves Bezerra (que é nome de rua na cidade de Assu) morou naquela casa onde funcionou também a Divulgadora Assuense (organização de Herval Tavares), a Casa do Estudante e a central telefônica que pertencia a paróquia de São João Batista. Aquela casa foi demolida no início do no de 1983. Era prefeito Ronaldo Soares.

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CASARÃO

Casarão rural. Distrito de Banguê - Assu.

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terça-feira, 7 de abril de 2009

A CIDADE

"A Cidade", jornal do Assu, que circulou ininterupitamente durante 25 anos. Era seu diretor, redator e gerente, os irmãos Francisco, Palmério e Otávio Amorim., respectivamente. A edição abaixo é data de 13 de dezembro de 1925, número 581. A fotografia acima é do governador José Augusto, e logo abaixo, a direita, vejamos o Cel. Francisco Martins Fernandes que foi auto comerciante em Assu. Aquela edição está publicado uma matéria sobre a inauguração da luz elétrica na cidade de Assu, que era pública e particular, convênio celebrado entre o Cel. Francisco Martins e a Intendência Municipal (hoje prefeitura). Clique na fotografia para uma melhor visualisação.

LEMBRANÇAS DA POLÍTICA III

Tenho o prazer (não é para promoção pessoal, não) de informar que a propaganda política abaixo (do autor deste blog) serviu de comentário quando José Agripino esteve pela primeira vez na cidade de Assu, em campanha para o governo do Rio Grande do Norte, em 1982. Foi a primeira propaganda que circulou na terra potiguar com o JA (de José Agripino), segundo ele próprio informou a Raimundo pontes (da Sinwal) que recepcionava na sua casa o hoje senador José Agripino. E lá se vão 29 anos.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

"ASSUENSE PREMIADO NA NOVA ZELÂNDIA"


"Jean Lopes conquista prêmio internacional"
"O fotógrafo assuense Jean Lopes é finalista num concurso internacional de fotografia na Nova Zelândia. Promovido por uma editora e com temática voltada para a amizade, família, amor e risos, o concurso M.I.L.K. selecionou 150 trabalhos do mundo todo. Cada um dos finalistas receberá quinhentos dólares e disputará o prêmio de 5oS$ mil. O resultado final sai no dia 31 desse mês, e será escolhido por Elliatt Erwett, fotógrafo da lendária agência Magnum de fotografia, um dos organaizadores do prêmio.
As fotos premiadas serão impressas numa edição luxuosa e ainda farão parte de uma exposição itinerante.
Na primeira edição, realizada há dez anos, disputaram o concurso mais de 17 mil fotógrafos, incluindo 4 fotojornalistas consagrados com o Pulitzer Prize o mais importante da imprensa americana. Na ocasião, foram mais de 40 mil trabalhos, provenientes de 160 países. Os números desse ano ainda não foram divulgados.
Flagrante em dia de laser
Jean Lopes conta que estava na praia de Ponta do Mel, em Areia Branca. Percebeu que um grupo de crianças se divertiam brincando com um cachorro. Elas corriam, e o cacchoro coria atrás. "Uma hora, a garotinha se distanciou do grupo", conta o fotógrafo, "e acabou alcançada pelo animal". O flagrante lembra um antigo anúncio da Coopertone e é o resultado de um olhar apurado e a paixão pelo ofício. Era o último dia de 2005 e Jean ia passar o reveillon na praia. Encontrou o grupo e percebel alí uma foto em potencial. "E como já disseram: é preciso crer para ver", diz o fotógrafo, reforçando uma das características mais marcantes de todo bom fotojornalista, a capacidade de antever a situação."
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domingo, 5 de abril de 2009

LEMBRANÇAS DA POLÍTICA II

Fernando Caldas (Fanfa) cumprimentando o então governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães (1927-2007)que era chamado pelos seus ferrenhos adversários como "Toninho Malvadeza" e pelos seus correligionários como "Toninho Ternura". A fotografia acima fora tirada no Centro de Convenções da Bahia, em 1985. Naquele instante disse-me aquele governante baiano: "Quando se encontrar com José Agripino dê um forte abraço nele." E eu tive o prazer de dar aquele abraço no governador José Agripino quando estive em seu gabinete no Palácio Potengi em companhia do prefeito Ronaldo Soares. Antônio Carlos era egresso da velha UDN, ARENA, PDS (partido pelo qual elegi-me vereador do Assu, 1983-88), PFL e Democratas, sua última agremiação partidária. É o Assu "em evidência", no dizer do meu conterrâneo Junior Soares.

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sábado, 4 de abril de 2009

UM POUCO MAIS DE CHICO TRAIRA

Francisco Agripino de Alcaniz era o nome de registro de um dos maiores cantadores de viola que o Nordeste já teve. Nasceu no sítio Pau de Jucá, distrito de Ipanguçu e considerava-se assuense de coração. Na fotografia acima (praça do Rosário, de Assu), data de 28 de junho de 1979, vejamos o poeta cordelista com o olhar distante, preocupado com os destinos do Vale do Assu, antes da Barragem Armando Ribeiro, também chamada Barragem do Assu. Desencantado com o seu vale, escreveu naquele ano:

O Vale do Baixo Açu:
Frase tão pronunciada...
De riqueza? não tem nada.
Existe o vale, no nome.
Gritam: terra dos poetas.
Dos verdes carnaubais,
Só há isso, e nada mais
E o povo passando fome.

O Vale possui riqueza?
O vale possui riqueza:
Mas usando de franqueza
Que o povo aos poucos descobre,
Pois se assim continuar
Uma coisa eu cientifico:
O rico fica mais rico.
E o pobre fica mais pobre

Por que quizeram entravar
Tão grande empreendimento?
Aqui só há sofrimento,
Nudez, desemprego e fome;

Pois com o nosso clima incerto
Fartura não se constroe:
Num ano, a seca destroi,
No outro, a enchente come.

Há tempos vem esta terra
Á tecnica desafiando;
Os anos vão se passando
E os dias ficam mais criticos.
E para que serve este Vale,
Sem trabalho, sem recursos?
Sóm para enfeitar descursos
Dos repetidos políticos?...

E agora como está o nosso decantado Vale do Assu?

sexta-feira, 3 de abril de 2009

POEMAS

A ESPERADA

A esperada não veio. A esperada na vida
é o belo sonho para me inflamar.
Que ela não chegue, a bela comovida...
Que teria eu depois para ainda esperar?...

POEMA

À vida pedí como quem pede um beijo na face,
Que ela, a vida, não me negasse...
Passou a vida, não me quis ver...

Ora morrer!

Morrer é a vida de que se nasce...

João Lins Caldas

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PALMÉRIO FILHO

O assuense Palmério Filho (1874 - 1958) "sem nunca ter saído de sua cidade natal, fez-se um dos mais primorosos jornalistas provincianos daqueles tempos.Assim depõe Ezequiel Fonseca Filho sobre aquele jornalista. Palmério foi tipógrafo na cidade de Assu, manteve vários jornais, além de ter fundado os jornais como "A Semana" (que circulava aos domingos), 1897 e "A Cidade", 1901. Este último era dirigido por ele e seus irmãos Otávio e Francisco Augusto Caldas de Amorim redator e gerente respectivamente. O jornal A cidade, circulou durante vinte e cinco anos.

Palmério era brilhante orador, poeta. Começou a versejar ainda adolescente. Dirigia a "Farmácia Amorim" de propriedade de seu pai. Naquela estabelecimento reuniam-se os intelectuais da terra assuense para uma conversa amistosa e declamação de poesias. É preciso que Palmério Filho (que em Assu, já foi nome de um Parque Infantil (onde hoje está assentado o Banco do Detentor) e de Biblioteca Pública Municipal, não caia no esquecimento como tantos outros ilustres do Assu. Ele é digno de tantas homenagens que nunca pediu, mas que tanto merece.

E com saudade da filha que perdera na morte, Palmério escreveu:

Senhor, a Fé - suma bondade
Que ao pecador contrito purifica.
Fé que nos transporta à Eternidade
E que as almas eleitas glorifica.

Dai-me, Senhor Deus, por piedade,
Essa Fé que encoraja e fortifica.
Filha do Céu, Irmã da Caridade,
Dai-me a resignação que santifica.

Afastai de meu peito o desalento,
Atendei a minha súplica, Deus clemente,
Elevai para o além meu pensamento.

E lá na Glória onde a luz mais brilha
Dai-me a graça, Senhor Onipotente,
De ver ainda um dia a minha filha.

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quinta-feira, 2 de abril de 2009

ASSU NA ÓTICA DE JEAN LOPES

A fotografia acima (de alguns casarões do Assu, no largo da Matriz de São João Batista, praça Getúlio Vargas), é de autoria do fotógrafo assuense (ganhador de muitos prêmios até internacional) Jean Lopes. No canto, a direita, vejamos o sobrado da Baroneza de Serra Branca onde atualmente funciona a Casa de Cultura daquela terra assuense, que a Fundação José Augusto reformou - governo Wilma de Faria.

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terça-feira, 31 de março de 2009

RENATO CALDAS NA HISTÓRIA DA MÚSICA POTIGUAR


Chico Elion (Francisco Elion Caldas Nobre) musicou e gravou no seu CD "Chico Elion e Vozes amigas, 1995, o poema de Renato intitulado "Saudes de Guarapari", outro músico potiguar chamado Guaracy Picado musicou e gravou um CD com o título "Guaracy Canta Renato Caldas e Outros", 2005. Leide Câmara no seu livro "Dicionário da Música do Rio Grande do Norte", diz que Jarlene Maria musicou e gravou os poemas de Renato como "Reboliço ("LP Reboliço") e em parceria com Mirabô o poema "Fulô do Mato" ("LP Ponta de Mel"), além de "Mulata" que segue adiante:

"Mulata da minha terra"
Qui nasceu num pé de serra
Desta nação brasileira,
A tua boca encarnada,
Só parece uma taiáda
De goiabada pesqueira.

Só quero qui você deixe,
Qui você deixe mulata:
Qui eu fique quinem o peixe
Qui enfeite as tampa da lata.
Me deixe pro dó, pru pena,
Pru desejo, ou compaixão,
Qui eu enfeite as tampa morena,
Qui cobre o seu coração.

O poema canção sob o título "Lua Cheia" (paródia) é uma das belas composições de Renato Caldas. Vejamos:

Logo de noite,
Quando vorto do trabáio,
Pego a viola e me espáio,
Coméço logo a cantá.
Enquanto a Lua
Tá no Céu dipindurada
Ouvindo a minha toáda
Com vontade de chorá.

Oh! Lua cheia, Oh! Lua cheia.
Não óie nas teia
Da casa de meu amô.
Pruquê se oiá,
Se espiá,
Cabô-se lua cheia
O teu furgor.

Eu tenho raiva
Quando vejo a lua cheia,
Espiando pelas teia
Da casinha do meu bem!
Eu penso inté
Qu'essa lua tão marvada,
Qué levá a minha amada
pra uma casa que ela tem.

Mas, se eu pegasse
A lua pelas guéla,
Dava tanta tapa nela
Qui nem é bom, se falá...
Qui me importava
Qui o mundão escurecesse,
Ou qui ela se escondesse,
Só com medo de apanhá.
Se Deus deixasse
Se Deus aconsentisse,
Qui pro céu assubisse
E fosse lua também...
Passava a moite,
Lá no céu dipindurado, oiando pulo teiádo
Da casinha do meu bem.

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segunda-feira, 30 de março de 2009

AINDA SOBRE RENATO CALDAS

Renato Caldas esse excepcional artífice da poesia matuta brasileira que um dia Doryan Jorge Freire o chamou de "monstro sagrado", fora no ano de 1964 convidado, salvo engano, por Francisco Alves de Athaíde quando governador do Estado do Espírito Santo, para que ele, Renato, fizesse uma temporada na cidade de Vitória, capital daquele estado. No que aceitou o convite (a sua estadia naquela cidade fora custeado pelo governo daquele estado), apresentou o seu trabalho, a sua arte e, dias depois, já estando no Rio Grande do Norte, escreve o poema em homenagem a uma das praias daquele litoral capixaba sob o título "Saudades de Guarapari", que o compositor potiguar assuense, sobrinho de Renato chamado artisticamente como "Chico Elion" (Francisco Elion Caldas Nobre autor da famosa canção "Ranchinho de Paia" interpretado por grandes músicos da Canção Popular Brasileira", como Reinaldo Calheiros, Trio Irakitan, Luiz Gonzaga, dentre outros) musicou e gravou no seu CD intitulado "Chico Elion e Vozes Amigas, 1995, bem como no CD também de sua autoria com o título "Chico Elion Canções e Amigos, 2007, volume II, interpretado por Guaracy Picado com arranjos de Franklin Novais. Vejamos o referido poema canção daquele bardo assunse, para o nosso deleite:

Guarapari é a pra da saudade
Onde a felicidade
Fez um ninho pra morar
À noite o eterno candeeiro
Ilumina seus coqueiros
Com alvos flocos de luar
Na praia branca o mar verde se dserrama
Tudo vive r tudo ama
Tudo nos fala de amor
Da triste lenda de um rancho no abondono
Que chora a falta do dono
Um valente pescador.
Guarapari, Guarapari, felicidade!
Quero lembrar com saudade
O bem que tive e perdi
Nas horas tristes que passar de ti distante
Eu direi a todo instante
Saudades Guarapari.

Fernando Caldas

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...