Por Paulo Sérgio Martins, jornalista.
Parece até que o "capitão" Rodrigues Neto está fazendo escola. Questionado recentemente por um repórter Novo Jornal, o presidente da Fundação Capitania das Artes disparou que estava "cagando e andando" para os eventuais críticos de sua controvertida maneira de gerir a coisa pública. A partir daí a coisa desandou a feder e parece ter contaminado consideravel parte do borboletário verde da prefeita Micarla de Sousa.
Outra razão não há que justifique o escandaloso fato de a Prefeitura do Natal ter que desembolsar a "módica" quantia de R$ 221 mil pela apresentação do padre-cantor Fábio de Melo, na noite véspera do Natal, no estádio Machadão. Só para se ter uma ideia, o último show do cantor Roberto Carlos na cidade, este ano, custou à iniciativa privada a bagatela de R$ 150 mil. E olha que ele desembarcou aqui de "aero-rei" trazendo consigo todo o equipamento, pessoal de apoio e músicos, a hospedagem já incluída.
Em sua coluna na Tribuna do Norte, ontem, o jornalista Wodem Madruga - a pretexto de comentar o futebol - abriu um generoso parêntese para o momentoso assunto: "E por falar em futebol, o padre Fábio de Melo é o craque da semana. Cracão. Faturou, por menos de uma hora no Machadão, 221 mil reais. Dinheiro bancado pela Prefeitura de Natal, que tem saco maior que o de papai noel. Tardinha de ontem na calçada do Cova da Onça, mestre Gaspar fazia comparações:
- Adriano, o Imperador do Flamengo, tem salário mensal de 400 mil reais, apontado como o mais alto do futebol carioca e um dos maiores do país. Para botar toda essa grana no bolso, Adriano tem que jogar duas vezes por semana ou oito por mês. Isso quer dizer exatamente que cada vez que joga (e são 90 minutos com intervalo de 15) Adriano recebe 50 mil paus. O padre Fábio não cantou mais de 50 minutos e o seu cachê foi de 221 mil reais. Adriano bota no Maracanâ 80 mil pessoas; padre Fábio não conseguiu atrair ao Machadão nem 15 mil."
Batizado pelos internautas de "Fabioduto", o indecoroso cachê tem rendido para a verve popular até mais que as chuvas para o próprio Madruga, um incorrigivel perseguidor das nuvens. Observador atento de nossas mazelas culturais e políticas, o poeta Laélio Ferreira registrou o lamentável episódio em forma de versos sem medo de ser feliz:
Nas Boas-Festas abunda
a fama do sacerdote...
- O bonitão come brote,
Arranjou-se uma barafunda
e a coisa foi engrossando:
muito dinheiro rolando,
muita conversa-fiada...
- Proteja a traseira amada,
Padre Fábio está chegando!
O sacolejo natalino natalino da batina mais alegre e dispendiosa do Brasil tem rendido que não acaba mais. Na blogosfera, então, nem se fala. A começar pelo jornalista Ricardo Noblat, que traçou um comparativo dos mais altos cachês cobrados pelo shoow-business brasileiro e lançou desafio: "Você entregaria sua alma aos cuidados do padre Fábio?" Nem foi preciso responder. O borboletário verde ficou numa agitação que só vendo. Mas o lugar mais apropriado para quem quer inteirar-se do assunto, todavia, continua sendo o blog da jornalista Laurita Arruda Câmara.
Transformada involuntariamente no principal holofote do "Fabioduto", a titular do Território Livre foi publicamente desancada pelo bad boy Eugênio Bezerra, o controvertido "assessor especial" da prefeita Micarla de Sousa. Ele ameaçou detonar de seu twitter um suposto "babado forte" envolvendo a vida privada da moça, caso ela não parasse de abordar o escândolo, mas terminou por confirmar o adágio popular de que "cão que ladra não morde". Acovardou-se diante de enorme repercussão negativa da ameaça que fizera e que originou toda a polêmica.
Do blog de Laurita, aliás, extrai-se um comentário de fatura especulativa mas não menos interessante. Sobrescrito pelo internauta Elves Alves, eis o seu inteiro teor:
"Tá no prelo da Gráfica Manimbu, da Fundação José Augusto, um cordel curiosamente intitulado "A facada do padre e a cagada do capitão". (Grifo nosso) Uns especulam que trata-se do escândalo natalino conhecido como "Fabioduto", ou seja, o cachê escorchante de R$ 221 mil cobrado pelo padre Fábio de Melo à prefeitura de Natal; outros dizem que é sobre a doutrina filosófica ("Filosofia da vaca") instaurada pelo presidente da Capitania das Artes, o impávido "capitão" Rodrigues Neto, que disse estar "cagando e andando" para eventuais criticos de sua glamurosa gestão. Pelo sim, pelo não, prefiro apostar nas duas hipóteses, menos que o autor da obra venha a ser o cordelista Crispiniano Neto, presidente da FJA. Assim já seria demais, né...?
Ora, se é.
Incontinência fecal à parte, o "Fabioduto" tem lá a sua parte positiva. Na tentativa desesperada de represar a sua repercussão, fazendo valer até mesmo ameaças veladas e intimidações anacrônicas, os debochados mandarins do Palácio Felipe Camarão terminaram por revelar que, pelo menos na seara cultural, o seu modulos operandi é idêntico ao do Governo do Estado: secreto e guardado a sete chaves. Realmente é um governo que, se "andando" está, é num passo quase imperceptível, mas que está "cagando" copiosamente, disso não resta a menor dúvida.
Obs: O artigo transcrito acima fora remetido para este blog no dia 30 de dezembro último. O autor deste blog pede desculpa ao jornalista Paulo Sérgio Martins por não ter publicado na data enviada. Mas nunca é tarde para postar um artigo de boa qualidade como os que Paulo escreve.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
sábado, 2 de janeiro de 2010
SOBRE LIMA CAMPOS
Lima Campos um dos grandes nomes da literatura brasileira, conviveu na intimidade com o grande vate potiguar João Lins Caldas no seu tempo de Rio de Janeiro (1912-33). Ele se conheceram na afamada liraria Garnier, que ficava na Rua do Ouvidor, Centro daquela terra carioca. Aquela livraria já era naquele tempo o ponte de convergência da intelectualidade brasiliera. O escritor Campos sentindo que a morte lhe chegara (me contou a escritora Maria Eugênia que convivia diariamente com o poeta Caldas) teria lembrado e dito algo em referência a Caldas que um dia, saudos, escreveu em homenagem a memória daquele grande amigo, dizendo em forma de poema, de tal modo:
Quando na história do mundo se falar no que foi uma grande amizade
- Eu não sei o que foi a hitória do mundo mas sei o que foi uma grande amizade -
E a alma de César da Câmara de Lima Campos há de brilhar e florescer como talvez nenhuma outra alma no mundo.
Conta-se que quando Caldas comentava o seu relacionamento com Lima Campos embargava a voz com lágrimas nos olhos.
fernando.caldas@bol.com.br
Quando na história do mundo se falar no que foi uma grande amizade
- Eu não sei o que foi a hitória do mundo mas sei o que foi uma grande amizade -
E a alma de César da Câmara de Lima Campos há de brilhar e florescer como talvez nenhuma outra alma no mundo.
Conta-se que quando Caldas comentava o seu relacionamento com Lima Campos embargava a voz com lágrimas nos olhos.
fernando.caldas@bol.com.br
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
POEIRA DO CÉU
Poeira do céu é a segunda antologia póstuma do grande poeta potiguar João Lins Caldas editado pela EDUFRN, com organização, introdução e notas da professora de literatura Cássia de Fátima Matos dos Santos. Ao comparecer O lançamento no Museu Câmara Cascudo, em Natal, no última dia onze, recebi daquela professora um exemplar daquela coletânea com a seguinte dedicatória: "Para o Sr. Fernando Caldas, por sua incansável luta para fazer viva a poesia do nosso querido João Lins Caldas. Um abraço.
Nesta oportunidade quero agradecer aquela professora pela citação do meu nome que ela registra na sua apresentação, dizendo assim: (...) agradecemos ainda aos familiares do poeta, como Fernando Caldas, primo e admirador de João Lins, que também nos forneceu material para a pesquisa (...).
Aquela coletânea que, sem dúvida, engrandece as letras potiguares vamos encontrar belos sonetos, poema de diversos estilos e temas.
Num dia em que fui a verdade
E em que fui a beleza
E em que com os astros do céu fui todos os astros do céu,
Andava de braços dados
De um lado a verdade
De um lado a beleza
E ao lado comigo todos os astros do céu.
E esse outro:
Eu me acerquei do palácio que eram comigo o encanto e o prazer de todas as fadas.
Todas as rotas iluminadas
Todas as estradas iluminadas
Eu via comigo o rosto azul de todas as fadas.
Eu penetrei o palácio em que eram comigo todas as alegrias e todas as alvoradas.
Em que eram, comigo, as alvoradas comigo,
Em que eram comigo todas as estradas...
Eu habitei comigo o palácio azul das alvoradas e das fadas...
De todas as alvoradas
E das fadas
De todas as amadas...
Eu habitei todas as alvoradas e as amadas todas comigo...
Eu habitei todas as alvoradas,
Todas as amadas,
Todas as fadas...
Mas não habitei nunca em verdade comigo...
Não habitei nunca, em verdade, é verdade,
Nunca habitei comigo...
Eu estava só e só perpetuamente a minha soledade...
Eu via o céu azul, eu via o céu profundo de todas as alvoradas,
Eu via as estradas
Todas as fadas
Mas nenhuma das amadas, nenhuma das fadas estava mesmo comigo...
Eu estava só, na solidão azul de todas as estradas....
fernando.caldas@bol.com.br
Nesta oportunidade quero agradecer aquela professora pela citação do meu nome que ela registra na sua apresentação, dizendo assim: (...) agradecemos ainda aos familiares do poeta, como Fernando Caldas, primo e admirador de João Lins, que também nos forneceu material para a pesquisa (...).
Aquela coletânea que, sem dúvida, engrandece as letras potiguares vamos encontrar belos sonetos, poema de diversos estilos e temas.
Num dia em que fui a verdade
E em que fui a beleza
E em que com os astros do céu fui todos os astros do céu,
Andava de braços dados
De um lado a verdade
De um lado a beleza
E ao lado comigo todos os astros do céu.
E esse outro:
Eu me acerquei do palácio que eram comigo o encanto e o prazer de todas as fadas.
Todas as rotas iluminadas
Todas as estradas iluminadas
Eu via comigo o rosto azul de todas as fadas.
Eu penetrei o palácio em que eram comigo todas as alegrias e todas as alvoradas.
Em que eram, comigo, as alvoradas comigo,
Em que eram comigo todas as estradas...
Eu habitei comigo o palácio azul das alvoradas e das fadas...
De todas as alvoradas
E das fadas
De todas as amadas...
Eu habitei todas as alvoradas e as amadas todas comigo...
Eu habitei todas as alvoradas,
Todas as amadas,
Todas as fadas...
Mas não habitei nunca em verdade comigo...
Não habitei nunca, em verdade, é verdade,
Nunca habitei comigo...
Eu estava só e só perpetuamente a minha soledade...
Eu via o céu azul, eu via o céu profundo de todas as alvoradas,
Eu via as estradas
Todas as fadas
Mas nenhuma das amadas, nenhuma das fadas estava mesmo comigo...
Eu estava só, na solidão azul de todas as estradas....
fernando.caldas@bol.com.br
OSVALDO AMORIM
(A propósito do falecimento do saudoso jornalista Osvaldo Amorim em 16 de junho de 1971 o jornalzinho intitulado O Vaqueiro editado por um grupo de jovens inteligentes assuenses durante os festejos (novenário) do padroeira do Assu São João Batista, o escritor Francisco Amorim (primo de Osvaldinho como ele era mais conhecido) escreveu naquele periódico, edição de 20 de junho daquele ano, o que transcrevo adiante:
"É com imensa tristeza que registramos o falecimento de Osvaldo Amorim, ocorrido às 6.45, de 16 do mês em curso, no Hospital Barão de Lucena, em Recife, onde se encontrava, aos cuidados de especialistas, na esperança de recuperação do seu estado de saúde, últimamente abalado.
Se bem que esperada, dada a gravidade da moléstia, a notícia da sua morte repecutiu melencolicamente em meio da sociedade açuense, habituada a sentir na sua atividade, na sua movimentação, o estímulo e orientação para o grangeio de benefícios para a sua terra e para a sua gente.
Profundo conhecedor dos problemas rurais, estudioso das necessidas do meio rurícola, a sua constância se dirigia no sentido de desenvolver, acionar e multiplicar os instrumentos que se faziam precisos para que o homem do campo tivesse a assistência e, sobretudo, a educação agropecuária, fatores primordiais para o nosso desenvolvimento.
Daí, ninguém avaliar as dimensões que o vazio do seu desaparecimento causou, não só a sua família, à terra do seu nascimento, como à própria região do Baixo Açu.
Secretário da Comissão de Desenvolvimento do Vale do Açu (CODEVA) a sua agilidade intelectual, o seu dinanismo congênito, estiveram ao serviço do aprimoramento, não somente no setor da agricultura mas, também, no domínio educacional.
Presidente, por mais de um período, da Associação Comercial, Presidente do Lions Clube do Açu, Assessosr do Lions Internacional para Assuntos do Desenvolvimento do Nordeste, soube sempre desempenhar a contento as funções que foram atribuídas, gozando, pela eficiência no agir, a confiança e o prestígio que, antes de constituir vaidade, recebia as deferências como um prêmio ao seu desinteressado e altruístico labor.
Após a missa de corpo presente, na manhã seguinte, realizou-se o seu sepultamento. Incalculável multidão compareceu. Delegações de todos os estabelecimentos de ensino, com o seu pavilhão à frente estiveram presentes. À beira do túmulo usaram da palavra dr. Edgard Montenegro, em nome do Sr. Governador do Estado, da CODEVA e das Associações Comerciais de Açu e Natal; nosso companheiro Geraldo Dantas, em nome dos que fazem a poesia açuense; dr. Cascudo Rodrigues em nome da Universidade Regional do Rio Grande do Norte; dr. José Mariano, em nome do Instituto Pe. Ibiapina e do Centro Operário Açuense, e, por último, o professor José Anchieta, agradecendo em nome da família as palavras dos oradores. Sobre o seu ataúde via-se a bandeira do Lions Clube local, além de muitas grinaldas e coroas de flores em sua memória."
Em tempo: Transcrevo ainda um soneto de autoria do poeta Renato Caldas em homenagem a memória de Osvaldo Amorim intitulado O Sol, que diz assim:
Não se apaga do sol a realeza.
O sol é luz, é força e inteligência.
Ninguém pode ir de encontro á natureza.
Devemos nos curvar à providência.
Por que não respeitar essa beleza
Na hora triste da coincidência,
Se nós temos, da vida, uma incerteza
Nos momentos ditosos da existência?
Osvaldo foi na terra um operário
Que muito trabalhou conscientemente
Sem pensar na vileza do salário.
Sol que brilhou em sua trajetória
E há de ficar brilhando eternamente
Na beleza do céu da nossa história.
fernando.caldas@bol.com.br
"É com imensa tristeza que registramos o falecimento de Osvaldo Amorim, ocorrido às 6.45, de 16 do mês em curso, no Hospital Barão de Lucena, em Recife, onde se encontrava, aos cuidados de especialistas, na esperança de recuperação do seu estado de saúde, últimamente abalado.
Se bem que esperada, dada a gravidade da moléstia, a notícia da sua morte repecutiu melencolicamente em meio da sociedade açuense, habituada a sentir na sua atividade, na sua movimentação, o estímulo e orientação para o grangeio de benefícios para a sua terra e para a sua gente.
Profundo conhecedor dos problemas rurais, estudioso das necessidas do meio rurícola, a sua constância se dirigia no sentido de desenvolver, acionar e multiplicar os instrumentos que se faziam precisos para que o homem do campo tivesse a assistência e, sobretudo, a educação agropecuária, fatores primordiais para o nosso desenvolvimento.
Daí, ninguém avaliar as dimensões que o vazio do seu desaparecimento causou, não só a sua família, à terra do seu nascimento, como à própria região do Baixo Açu.
Secretário da Comissão de Desenvolvimento do Vale do Açu (CODEVA) a sua agilidade intelectual, o seu dinanismo congênito, estiveram ao serviço do aprimoramento, não somente no setor da agricultura mas, também, no domínio educacional.
Presidente, por mais de um período, da Associação Comercial, Presidente do Lions Clube do Açu, Assessosr do Lions Internacional para Assuntos do Desenvolvimento do Nordeste, soube sempre desempenhar a contento as funções que foram atribuídas, gozando, pela eficiência no agir, a confiança e o prestígio que, antes de constituir vaidade, recebia as deferências como um prêmio ao seu desinteressado e altruístico labor.
Após a missa de corpo presente, na manhã seguinte, realizou-se o seu sepultamento. Incalculável multidão compareceu. Delegações de todos os estabelecimentos de ensino, com o seu pavilhão à frente estiveram presentes. À beira do túmulo usaram da palavra dr. Edgard Montenegro, em nome do Sr. Governador do Estado, da CODEVA e das Associações Comerciais de Açu e Natal; nosso companheiro Geraldo Dantas, em nome dos que fazem a poesia açuense; dr. Cascudo Rodrigues em nome da Universidade Regional do Rio Grande do Norte; dr. José Mariano, em nome do Instituto Pe. Ibiapina e do Centro Operário Açuense, e, por último, o professor José Anchieta, agradecendo em nome da família as palavras dos oradores. Sobre o seu ataúde via-se a bandeira do Lions Clube local, além de muitas grinaldas e coroas de flores em sua memória."
Em tempo: Transcrevo ainda um soneto de autoria do poeta Renato Caldas em homenagem a memória de Osvaldo Amorim intitulado O Sol, que diz assim:
Não se apaga do sol a realeza.
O sol é luz, é força e inteligência.
Ninguém pode ir de encontro á natureza.
Devemos nos curvar à providência.
Por que não respeitar essa beleza
Na hora triste da coincidência,
Se nós temos, da vida, uma incerteza
Nos momentos ditosos da existência?
Osvaldo foi na terra um operário
Que muito trabalhou conscientemente
Sem pensar na vileza do salário.
Sol que brilhou em sua trajetória
E há de ficar brilhando eternamente
Na beleza do céu da nossa história.
fernando.caldas@bol.com.br
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
SEGREDO
Conta-se que na cidade de Parelhas, região do Seridó (RN) tinha um senhor chamado Manuel Vigílio do Nascimento que em 1967 já passava dos seus bons 80 anos de idade. Ele tinha o privilégio de ser amigo íntimo de Monsenhor Walfredo Gurgel que naquela época governava o Rio Grande do Norte. Aquele governador ao ver o velho amigo pelas ruas de Parelhas acompanhao de umas vinte crianças, indagou-lhe: "Manuel, e esses meninos são seus netos?" "Não, compadre! São meus filhos!" Para surpreza daquele governante. E Manuel sertanejo de fibra longa disse ainda, risonho: "O segredo é treinar, né, governador!"
Fernando "Fanfa" Caldas - 84.99913671
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
AMÉRICA DE NATAL - FUTEBOL DE SALÃO
Fotografia do time do América que participou e ganhou o primeiro campeonato de futebol de Salão (Taça Brasil de Fuitebol de Salão. Dois filhos do Assu fizeram parte daquela agremiação futebolística. Mais uma prova como diz o jornalista assuense Auideri Dantas: "O Assu é +". São eles Francica de Souza Junior (Juninho de Chico de Ernesto) agachado, o segundo da direita para esquerda e Edval Germano Martins (goleiro) o segundo da direita para esquerda. Juninhoátualmente é advogado e Edval atualmente é presidente em exercício da COPHAB. Aquele campeonato foi realizado em 1968, em Santa Catarina.
Dê um clique para melhor visualizar a imagem.
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fernando.caldas@bol.com.br
domingo, 13 de dezembro de 2009
POESIA
VOLÚPIA
Eu fui pertubar teu sono. Despertar a carne da tua mocidade.
Desgrenhar teu cabelo, dar febre ao teu sangue.
Perdoa, pela minha mocidade.`Pela tua mocidade.
O lençol revolvido,
O travesseiro molhado...
Se houve a tua a tremer, a minha cama na noite não soube também o que era ter sono.
João Lins Caldas
(Do livro Poeira do Céu, EDFURN, org. Cássia Matos, 2009).
fernando.caldas@bol.com.br
Eu fui pertubar teu sono. Despertar a carne da tua mocidade.
Desgrenhar teu cabelo, dar febre ao teu sangue.
Perdoa, pela minha mocidade.`Pela tua mocidade.
O lençol revolvido,
O travesseiro molhado...
Se houve a tua a tremer, a minha cama na noite não soube também o que era ter sono.
João Lins Caldas
(Do livro Poeira do Céu, EDFURN, org. Cássia Matos, 2009).
fernando.caldas@bol.com.br
sábado, 12 de dezembro de 2009
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
POESIA
Pago todos os dias com os meus olhos
O belo espetáculo que o céu me dá.
Pago todos os dias e nunca me canso de
Olhar as estrelas.
João Lins Caldas
fernando.caldas@bol.com.br
NOTA CONVITE
Poeira do Céu é o livro de poemas do bardo assuense João Lins Caldas editado pela UFRN, NCCEN e EDFURN, que será lançado amanha, 11 de dezembro, às 10h30, no Museu Câmara Cascudo/UFRN, Av. Hermes da Fonsêca, 1398, Tirol. Aquela coletânea tem organização da professora Cássia Matos dos Santos. Convido o povo potiguar, especialmente os assuenses paa comparecer aquele evento para prestiguiar o organizador daquele trabalho, especialmente a memória do grande poeta que engrandece as letras brasileira chamado João Lins Caldas.
fernando.caldas@bol.com.br
fernando.caldas@bol.com.br
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
DO ESPIRITUOSO CHICO DIAS
Chico Dias é uma figura irreverente e espirituosa do Assu. Já foi comerciário, empresário, lider estudantil, presidente de grêmio, cabo eleitoral, candidato a vereador por diversas vezes pelo município do Assu (RN). Pois bem, recentemente apresentei ele, Chico, a um advogado que se encontrava comigo na praça de alimentação do Hiper Bom Preço, em Natal. Aquele jusista ao escutar o seu sobrenome perguntou-lhe: "O senhor é primo do deputado estadual Àlvaro Dias, de Caicó. Chico deu uma de grande: "Não! Sou primo do senador Álvaro Dias, do Paraná. É o besta.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
OS TAPUIAS DO ASSU
Por Olavo de Medeiros Filho
Os indígenas que povoavam a Ribeira do Assu pertenciam ao grupo étnico-cultural TRAIRIÚ, o qual compreendia diversas tribos, conhecidas na nossa historiografia sob as denominações de Janduís, Ariús ou Pegas, Sucurus, Tucurijus, Arariús, etc. A chamada Nação Tarairiú habitava o Nordeste brasileiro, do rio São Francisco ao Ceará, tendo sido confundida com os Cariris, o que representa um equívoco.
O principal local de concentração dos Tarairús era a lagoa do Piató, no rio Assu, vizinho à cidade do mesmo nome. Para ali ocorriam, os tapuias Tarairiús, quando havia a presença de um inverno satisfatório.
No ano de 1579, o cartógrafo normando Jacques de Vaudeclaye elaborou um mapa, no qual retratava o Nordeste brasileiro. No local, hoje representado pela cidade de Assu, já figurava a Aldeia Tarara Ouasou, capaz de fornecer 800 homens aos franceses, na hipótese de se oferecer uma ocasião de guerra contra a presença portuguesa.
Tomada a Fortaleza dos Reis Magos pelos holandeses, em dezembro de 1633, pouco tempo depois, ali comparecia o centenário moioral Janduí, "rei" dos tapuias dos Assu. Janduí forneceu guerreiros aos seus novos aliados holandeses, dando assim vazão ao ódio que nutria contra os portugueses.
Os autores portugueses e flamengos que trataram da presença holandesa no nordeste (1630-1654), fornecem informações hitóricas e etnográficas sobre aqueles temíveis indigenas dos nossos sertões. Assim, os Tarairiús do sexo masculino eram de elevada estatura e de hérculea conformação física, sendo as mulheres baixas, gordas e bonitas de feições. Andavam praticamente nus. Atingiam uma idade muito provecta. Praticavam a poligamia. Viviam em estado nômade, sempre à procura de sua alimentação, baseada na caça, pesca, mel, abelha e frutos silvestres. Usavam com armas, a prancheta de arremesso de dardos, e machados de pedra. Praticavam o canabilismo. A linguagem falada pelo Tarairiús desapareceu, em virtude de não ter sido dicionarizado pelos missionários. Os tupuias praticavam uma espécie de espiritismo pragmático, através do qual encontravam os territórios melhor indicados para as suas atividades de caça e pesca.
Com a chegada dos primeiros curraleiros ao sertão, vinte anos depois da expulsão dos holandeses, os tapuias logo pressentiram os maléficos que lhes adviram de tal presença, pois a implantação das fazendas de gado impossibilitava os índigenas de obterem a sua alimentação costumeira. Foi então que teve início a chamada Guerra dos Bábaros, ou Levante do Gentio Tapuia, cujo epicentro foi então Capitania do Rio Grande, em especial, a ribeira do Assu.
Cerca de quatro décadas (1683-1725) durou aquela guerra, na qual chegaram a ser utilizadas tropas especiais, conhecidas como os Terços dos Paulistas. Resultou da guerra, que os tapuias foram destroçados. Os que não fugiram para o Piauí e Maranhão, foram vitimados pelas armas, escravisados ou coagidos a se refugiarem nas missões religiosas, onde passaram a viver uma existência completamente diversa daquela que lhes era costumeira.
No Rio Grande do Norte, os tapuias foram aldeados em Guagiru (hoje Extremoz); na lagoa do Apodi, de onde foram transferidos para a serra do Portalegre; nas missões de Guararairas (Arez) e Mipibu (São José de Mipibi).
A identidade indigena perdurou, no Rio Grande do Norte, até os meados do século passado.
fernando.caldas@bol.com.br
blogdofernandocaldas.blogspot.com
Os indígenas que povoavam a Ribeira do Assu pertenciam ao grupo étnico-cultural TRAIRIÚ, o qual compreendia diversas tribos, conhecidas na nossa historiografia sob as denominações de Janduís, Ariús ou Pegas, Sucurus, Tucurijus, Arariús, etc. A chamada Nação Tarairiú habitava o Nordeste brasileiro, do rio São Francisco ao Ceará, tendo sido confundida com os Cariris, o que representa um equívoco.
O principal local de concentração dos Tarairús era a lagoa do Piató, no rio Assu, vizinho à cidade do mesmo nome. Para ali ocorriam, os tapuias Tarairiús, quando havia a presença de um inverno satisfatório.
No ano de 1579, o cartógrafo normando Jacques de Vaudeclaye elaborou um mapa, no qual retratava o Nordeste brasileiro. No local, hoje representado pela cidade de Assu, já figurava a Aldeia Tarara Ouasou, capaz de fornecer 800 homens aos franceses, na hipótese de se oferecer uma ocasião de guerra contra a presença portuguesa.
Tomada a Fortaleza dos Reis Magos pelos holandeses, em dezembro de 1633, pouco tempo depois, ali comparecia o centenário moioral Janduí, "rei" dos tapuias dos Assu. Janduí forneceu guerreiros aos seus novos aliados holandeses, dando assim vazão ao ódio que nutria contra os portugueses.
Os autores portugueses e flamengos que trataram da presença holandesa no nordeste (1630-1654), fornecem informações hitóricas e etnográficas sobre aqueles temíveis indigenas dos nossos sertões. Assim, os Tarairiús do sexo masculino eram de elevada estatura e de hérculea conformação física, sendo as mulheres baixas, gordas e bonitas de feições. Andavam praticamente nus. Atingiam uma idade muito provecta. Praticavam a poligamia. Viviam em estado nômade, sempre à procura de sua alimentação, baseada na caça, pesca, mel, abelha e frutos silvestres. Usavam com armas, a prancheta de arremesso de dardos, e machados de pedra. Praticavam o canabilismo. A linguagem falada pelo Tarairiús desapareceu, em virtude de não ter sido dicionarizado pelos missionários. Os tupuias praticavam uma espécie de espiritismo pragmático, através do qual encontravam os territórios melhor indicados para as suas atividades de caça e pesca.
Com a chegada dos primeiros curraleiros ao sertão, vinte anos depois da expulsão dos holandeses, os tapuias logo pressentiram os maléficos que lhes adviram de tal presença, pois a implantação das fazendas de gado impossibilitava os índigenas de obterem a sua alimentação costumeira. Foi então que teve início a chamada Guerra dos Bábaros, ou Levante do Gentio Tapuia, cujo epicentro foi então Capitania do Rio Grande, em especial, a ribeira do Assu.
Cerca de quatro décadas (1683-1725) durou aquela guerra, na qual chegaram a ser utilizadas tropas especiais, conhecidas como os Terços dos Paulistas. Resultou da guerra, que os tapuias foram destroçados. Os que não fugiram para o Piauí e Maranhão, foram vitimados pelas armas, escravisados ou coagidos a se refugiarem nas missões religiosas, onde passaram a viver uma existência completamente diversa daquela que lhes era costumeira.
No Rio Grande do Norte, os tapuias foram aldeados em Guagiru (hoje Extremoz); na lagoa do Apodi, de onde foram transferidos para a serra do Portalegre; nas missões de Guararairas (Arez) e Mipibu (São José de Mipibi).
A identidade indigena perdurou, no Rio Grande do Norte, até os meados do século passado.
fernando.caldas@bol.com.br
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domingo, 6 de dezembro de 2009
COISA PRETA
Francisco Duca da Silveira mais conhecido como "Duquinha" foi prefeito de Areia Branca, região litorânea do Rio Grande do Norte. Resolveu fazer na cidade uma praia artificial. Autorizou o seu secretário de obras colocar no local desejado, carradas e mais carradas de areia, tantas quantas forem necessárias para conclusão daquela obra ousada. Cumprindo ordens, o secretário mandou brasa. Vendo que aquela construção gastaria o que a prefeitura não podia, resolveu ir ao gabinete do prefeito para advirtí-lo: "Prefeito, a coisa tá ficando preta!" Duquinha como um raio, respondeu: "Coisa preta quem viu foi Xuxa quando namorava Pelé. Obra pra frente, rapaz!
sábado, 5 de dezembro de 2009
ASSU ANTIGO
Para mim essa fotografia da antiga praça Getúlio Vargas (provavelmente do começo da década de sessenta) é um verdeiro poema. A foto é do arquivo de Renato Cabral (secretário legislativo da Cãmara dos Vereadores do Assu). Você que é bom assuense dê um clique na imagem e viva uma grande emação!
GLOSA
Lembrei minha mocidade
Toda Cheia de você,
Olhos chorando porque
Hoje eu pisei na saudade
Revi você que beldade!
Estrela loura ao luar,
Felicidade a me olhar
No seu vivido semblante,
Nosso amor de estudante,
Depois me pus a chorar.
Bonifácio Santos da Cunha
(Poeta assuense)
Toda Cheia de você,
Olhos chorando porque
Hoje eu pisei na saudade
Revi você que beldade!
Estrela loura ao luar,
Felicidade a me olhar
No seu vivido semblante,
Nosso amor de estudante,
Depois me pus a chorar.
Bonifácio Santos da Cunha
(Poeta assuense)
POESIA
ADIVINHAÇÃO
O que é que nasce esguia e altaneira,
Cresce raquítica se a terra é pobre,
Sempre exigente quer terreno nobre
E exige configuração linheira?...
Caracteriza o Vale, é pioneira,
Resiste pra que o caule nunca dobre,
Se já idosa é tão forte quanto o cobre,
Das árvores do Vale é a verdadeira?...
Seu fafalhar tem som audacioso
Mas já chega aos ouvidos bem gostoso
Como um sussurro amável, delicado.
Pelo seu pó macio qual veludo,
Pelo seu porte magestoso e por tudo
Quem do vale é o símbolo consagrado?...
Andiére "Majó" Abreu
fernando.caldas@bol.com.br
O que é que nasce esguia e altaneira,
Cresce raquítica se a terra é pobre,
Sempre exigente quer terreno nobre
E exige configuração linheira?...
Caracteriza o Vale, é pioneira,
Resiste pra que o caule nunca dobre,
Se já idosa é tão forte quanto o cobre,
Das árvores do Vale é a verdadeira?...
Seu fafalhar tem som audacioso
Mas já chega aos ouvidos bem gostoso
Como um sussurro amável, delicado.
Pelo seu pó macio qual veludo,
Pelo seu porte magestoso e por tudo
Quem do vale é o símbolo consagrado?...
Andiére "Majó" Abreu
fernando.caldas@bol.com.br
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
CASAS POPULARES - ASSU
Casas Populares - Bairro Dom Eliseu. O primeiro conjunto habitacional do Assu. Posteriormente comentarei mais sobre este assunto. A fotografia é do tempo em que aquele conjunto acabara de ser construído.
fernando.caldas@bol.com.br
fernando.caldas@bol.com.br
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
NOTA
Juscelino França é uma pessoa (blogueiro) folclórica e envolvente da política assuense. Ele é do partido PHS, pré-candidato a deputado estadual. Eu não poderia deixar de registrar uma nota (logo ele que posta com carinho os artigos que escrevo no meu blog, para o seu blog) sobre a sua apresentação domingo próximo no program "Sala de Redação", apresentado pelo nosso amigo e querido conterrâneo Lucílio Filho. Fica o registro.
fernando.caldas@bol.com.br
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
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