domingo, 19 de setembro de 2010
PARABÉNS TERRA DOS CARNAUBAIS
As nossas origens tem raizes seculares, nasceram nas aspirações legitimas dos nossos ancestrais, homens e mulheres que multiplicaram seus valores na permanente labuta de uma liberdade para o futuro de nossas gerações.
Hoje ao completar 47 anos de efetiva autonomia politico/administrativa, desejamos compartilhar do ufanismo maior da nossa sociedade, todos convictos de que a grandeza de um povo se dá pela solidariedade coletiva de seus habitantes.
Queremos nesta data magna, maior referencial da nossa recente história, saudar os precusores desta luta: aos primeiros habitantes, patriarcas da nossa colonização, do sentimento organizativo e empreendedeor do patrono Abel Alberto da Fonseca, somados ao idealismo do emancipador Olavo Lacerda Montenegro, dando ênfase, continuidade de progresso, desenvolvimento e ações praticadas em pró do bem comum por todos seus governantes.
Cada prefeito fez seu dever de casa, uns mais, outros menos, nem por isso deverão ser endeuzados nem subestimados, cada qual tem um quinhão de reconhecimento nestes 47 anos de glória do nosso povo.
Desejamos na condição de cidadão nativo, abnegado por este amado torrão, elevar nossos cumprimentos aos demais conterrâneos, certo de que o caminho percorrido ainda precisa muito de cada um de nós, para alcançar a trajetória do crescimento social, econômico e cultural que nossa gente luta para obter.
Nossos parabèns Carnaubais, pilastra, esteio, pedra basilar do nosso sentimento atávico com profundo respeito pelo seu passado, presente e futuro.
(blogdoaluíziolacerda)
DE CHICO XAVIER
Se eu morrer antes de você,
faça-me um favor:
Chore o quanto quiser,
mas não brigue com Deus
por Ele haver me levado.
Se não quiser chorar, não chore.
Se não conseguir chorar,
não se preocupe.
Se tiver vontade de rir, ria.
Se alguns amigos contarem
algum fato a meu respeito,
ouça e acrescente sua versão.
Se me elogiarem demais, corrija o exagero.
Se me criticarem demais, defenda-me.
Espero estar com Ele o suficiente para
continuar sendo útil a você, lá onde estiver.
E se tiver vontade de escrever
alguma coisa sobre mim,
diga apenas uma frase:
- "Foi meu amigo,
acreditou em mim!"
- Aí, então, derrame uma lágrima.
Eu não estarei presente para enxugá-la,
mas não faz mal.
Outros amigos farão isso no meu lugar.
Amizade só faz sentido se traz o céu
para mais perto da gente,
e se inaugura aqui mesmo o seu começo.
Mas, se eu morrer antes de você,
acho que não vou estranhar o céu...
"Ser sua amiga...
já é um pedaço dele..."
Chico Xavier
faça-me um favor:
Chore o quanto quiser,
mas não brigue com Deus
por Ele haver me levado.
Se não quiser chorar, não chore.
Se não conseguir chorar,
não se preocupe.
Se tiver vontade de rir, ria.
Se alguns amigos contarem
algum fato a meu respeito,
ouça e acrescente sua versão.
Se me elogiarem demais, corrija o exagero.
Se me criticarem demais, defenda-me.
Espero estar com Ele o suficiente para
continuar sendo útil a você, lá onde estiver.
E se tiver vontade de escrever
alguma coisa sobre mim,
diga apenas uma frase:
- "Foi meu amigo,
acreditou em mim!"
- Aí, então, derrame uma lágrima.
Eu não estarei presente para enxugá-la,
mas não faz mal.
Outros amigos farão isso no meu lugar.
Amizade só faz sentido se traz o céu
para mais perto da gente,
e se inaugura aqui mesmo o seu começo.
Mas, se eu morrer antes de você,
acho que não vou estranhar o céu...
"Ser sua amiga...
já é um pedaço dele..."
Chico Xavier
AÇUENSES FESTEIROS - RELEMBRANDO 1991
ASSU ANTIGO
Casa do Português João Cachina, atualmente de proprieda de Raimundo Lemos, na praça do Sal ou praça do Sequicentenário.
O POTIGUAR ORIGINAL
Meus amigos do RGnorte, meus conterrâneos do Açu. Se aproxima o pleito de 3 de outubro. Você carrega uma arma importante para mudar os destinos do seu estado, que é o seu voto. Ponha ele não sua mãe e decida com consciência, no pleito que se avizinha. Vote, mude para melhorar o seu estado, a sua comunidade. Afinal, me dê a oportunidade de servir com espírito público a terra potiguar e sua gente.
Com o abraço do,
Com o abraço do,
Fernando Caldas
sábado, 18 de setembro de 2010
DOM FREI MAGNUS É ASSUENSE
Fernando Caldas
Clique na imagem para visualizar melhor.
EX-ALUNOS DO MARISTA COMEMORAM 35 ANOS DO PRÉ-VESTIBULAR
Roberto Curioso, Carlos Cabral, Minervino Wanderley e Jorge Lira.
Acontecerão, no próximo dia 25, as festividades dos ex-alunos do Marista pela passagem dos 35 anos da turma de 1975.
Durante a confraternização, que terá buffet e churrasco regado a chope e muita música, haverá oportunidade de mostra de fotos antigas, relatos de fatos pitorescos, além de um campo de futebol, para que velhos craques revivam o passado.
É prevista a participação de cerca de 100 pessoas, dos quais 60 são ex-alunos, que irão acompanhados de seus familiares.
Programação:
- 11h: Missa na Capela do Colégio Marista, que será celebrada pelo Pe. Idalmo, também ex-aluno da turma de 1975;
- 12h: Descerramento da Placa Comemorativa;
- 12h30: Doações a entidades filantrópicas – prática já costumeira da Turma, vale a pena registrar;
- 13h30: Confraternização no Clube dos Funcionários da Caern, localizado no fim da av. Mor Gouveia, na entrada do Campus da UFRN.
Mais informações:
Carlos Cabral - 9955.0501
Jorge Lira - 9982.1012
Roberto Curioso - 9985.9889
Minervino Wanderley - 9134.4547
Na foto, Roberto Curioso, Carlos Cabral, Minervino Wanderley e Jorge Lira
Crédito: Divulgação
Minervino Wanderley (84) 9134.4547
Acesse: www.natalpress.com
Twitter: http://twitter.com/MinervinoWSalem
Acontecerão, no próximo dia 25, as festividades dos ex-alunos do Marista pela passagem dos 35 anos da turma de 1975.
Durante a confraternização, que terá buffet e churrasco regado a chope e muita música, haverá oportunidade de mostra de fotos antigas, relatos de fatos pitorescos, além de um campo de futebol, para que velhos craques revivam o passado.
É prevista a participação de cerca de 100 pessoas, dos quais 60 são ex-alunos, que irão acompanhados de seus familiares.
Programação:
- 11h: Missa na Capela do Colégio Marista, que será celebrada pelo Pe. Idalmo, também ex-aluno da turma de 1975;
- 12h: Descerramento da Placa Comemorativa;
- 12h30: Doações a entidades filantrópicas – prática já costumeira da Turma, vale a pena registrar;
- 13h30: Confraternização no Clube dos Funcionários da Caern, localizado no fim da av. Mor Gouveia, na entrada do Campus da UFRN.
Mais informações:
Carlos Cabral - 9955.0501
Jorge Lira - 9982.1012
Roberto Curioso - 9985.9889
Minervino Wanderley - 9134.4547
Na foto, Roberto Curioso, Carlos Cabral, Minervino Wanderley e Jorge Lira
Crédito: Divulgação
Minervino Wanderley (84) 9134.4547
Acesse: www.natalpress.com
Twitter: http://twitter.com/MinervinoWSalem
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
"O ASSÚ EM VERSOS DE UM FILHO SEU"
Rosivaldo Quirino é poeta açuense da nova geração. Ele atualmente é funcionário da Caixa Economica Federa, agênia de Açu-RN. Breve vou postar os versos deste livro que enriquece as letras açuenses.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
ASSU ONTEM
Movimento cívico (1970), concentração na praça do Sal. Realização do CREA - Centro Regional de Escoteiros de Açu, ainda no tempo que João Marcolino de Vasconcelos - Lou, tomava a frente daquela instituição. Aquele movimento cívico fora realizado (que os escoteiros saíram da cidade de Angicos até a cidade de Açu, correndo) para homenagear a passagem do aniversário de emancipação pólítica da terra açuense.
domingo, 12 de setembro de 2010
A PRIMEIRA DAMA DE NATAL
(José Correia Torres Neto)
Natal, década de 40 - A cidade fervilhava de militares americanos e brasileiros.
Aviões, hidroaviões, Catalinas e Jeeps patrulhavam a vida dos natalenses.
Instalava-se na cidade a paraibana de Campina Grande, Maria de Oliveira Barros
(24/06/1920 - 22/07/1997). Começava neste ínterim a história da mais conhecida casa
de tolerância do Estado (do país ou do mundo?).
Entre as movimentações na Ribeira, nas pedidas de Cuba Libre no saguão do Grande Hotel, nas
notícias pelas Bocas de Ferro, na Marmita, em Getúlio e em Roosevelt e na nova geração de meio
americanos e meio brasileiros, lá estava Maria Barros enaltecendo-se na Cidade do Natal como a
proprietária do melhor (ou maior) cabaré. Tornou-se conhecida como Maria Boa. Mesmo com pouco
estudo ela despertou o gosto por música, cinema e leitura. O seu "estabelecimento" era o refúgio dos
homens da cidade, com residência fixa ou, simplesmente, por passagem por Natal, e servia de
referência geográfica na cidade. Jovens, militares e figurões acolhiam-se envoltos nas carnes mornas
das meninas de Maria Boa. Muitas mães de família tiveram que amargar, em silêncio, a presença de
Maria Boa no imaginário de seus maridos em uma época de evidente repressão sexual. Vários fatos
envolveram a personagem. Um episódio muito comentado foi a pintura realizada pelos militares em
um avião B-25. Um dos mais famosos aviões da 2a Guerra Mundial, os B-25 eram identificados com
cores características de cada Base Aérea. Os anéis de velocidade das máquinas voadoras da Base
Aérea de Salvador eram pintados com a cor verde. Os aviões de Recife, com a cor vermelha, e os de
Fortaleza, com a cor azul. Para a Base de Natal foi convencionada a cor amarela. Os responsáveis
pela manutenção dos aviões em Natal imaginaram também que deviam ser pintados no nariz do avião,
ao lado esquerdo da fuselagem, junto ao número de matrícula, desenhos artísticos de mulheres em
trajes de praia. Autorizada pelo Parque de Aeronáutica de São Paulo, a idéia foi colocada em prática.
Pouco tempo depois, os B-25 de Natal surgiram na pista com caricaturas femininas e alguns até com
nomes de mulheres. Alguns militares da Base escolheram o B-25 (5079), cujo desenho se aproximava
mais da imagem de Maria Barros. Outras aeronaves também receberam nomes como "Amigo da Onça"
e "Nega Maluca". Quem custou a acreditar neste fato foi a própria Maria. Até que alguns tenentes
decidiram levá-la até à linha de estacionamento dos B-25 logo após o jantar, para não despertar a
atenção dos curiosos. Ela constatou o fato. As lágrimas verteram de seus olhos quando viu à sua frente,
pintada ao lado do número 5079, a inscrição "Maria Boa". O mito "Maria Boa rendeu trabalhos
acadêmicos: o de Maria de Fátima de Souza, intitulado: "A época áurea de Maria Boa (Natal-RN 1999)".
O trabalho aborda o "fenômeno da prostituição infanto/juvenil, suas conseqüências e causas no
desenvolvimento físico e psicossocial de crianças e adolescentes (...)". Com o aprofundamento dos estudos
percebemos o importante papel dos bordeis na prostituição, bem como o fechamento dos mesmos (...).
Chegamos então ao cabaré de Maria Boa, já fechado. Tivemos, assim, a oportunidade de conhecer um
pouco da saga da Sra. Maria de Oliveira Barros, uma profissional do sexo, com grande importância na
história da prostituição de adultos, ou ainda, tradicional; das histórias contadas a seu respeito chamou-nos
atenção para sua representação social, seu "mito" e sua ligação com o imaginário masculino. Com isso,
passamos a averiguar mais profundamente uma participação na sociedade da época e buscamos reconstruir
parte de sua história enquanto meretriz, cafetina, e proprietária da mais famosa casa de prostituição que o
RN já conheceu." O Professor Márcio de Lima Dantas publicou em 2002 o texto "Retratos de silêncio de
Maria Boa. (...) Para além da atitude ética de proteger sua família, o que faz parecer um jogo com a
hipocrisia da sociedade, penso que, na atitude de se manter reservada, se inscreve outro aspecto digno de
ser ressaltado. Falo do mito que entorna a personagem Maria Boa, de certa maneira, criada e ritualizada
por ela mesma, dimensão de fantasia para além do empírico vivenciado. (...) Astuciosamente se fez
conhecer por "Maria", o antropônimo mais comum no universo feminino, genérico e pouco dado a
divulgações semióticas. Ironicamente é o nome da mãe de Jesus... Quem não tinha conhecimentom no
Estado de uma proprietária de um requintado lupanar, e que se chamava Maria, a Boa. O mito, da
constituição do éter, era aspirado por todos, preenchendo necessidades, ocupando lugares no espírito,
imprimindo fantasias nos adolescentes, despertando em jovens mulheres as aventuras da carne, engendrando
adultérios imaginários. Integrava, assim, o patrimônio individual e coletivo. (...)" Eliade Pimentel, no artigo
"E o carnaval ficou na memória" destaca a presença de Maria Barros nos carnavais de Natal: Lá pela década de 50, os desfiles passaram a acontecer na avenida Deodoro da Fonseca. Maria Boa desfilava com Antônio Farache em carros conversíveis. "Em 2003 o cantor Valdick Soriano, quando entrevistado por Everaldo Lopes, registrou que quando esteve em Natal, pela primeira vez, cantou até para as meninas de "Maria Boa".
Maria Barros é história. Mesmo sendo paraibana é a Primeira Dama (ou anti-Dama) de Natal.
Impera nas lembranças dos seus contemporâneos e se faz presente nos prostíbulos que ainda resistem
nas periferias da cidade ou travestidos de casas de "drinks" nos bairros mais nobres. Ela é citada no filme
For All - O Trampolim da Vitória (vencedor do Festival de Gramado em 1997) de Luiz Carlos Lacerda
e Buza Ferraz. O filme retrata a cidade do Natal em 1943 quando a base americana de Parnamirim Field,
a maior fora dos Estados Unidos, recebe 15 mil soldados, que vão se juntar aos 40 mil habitantes da cidade.
Para a população local a guerra possuiu vários significados: A chegada dos militares americanos alimentou
fantasias de progresso material, romance e, também o fascínio pelo cinema de Hollywood. Em meio aos
constantes blecautes do treinamento antibombardeio, dos famosos bailes da base aos domingos, dos cigarros americanos, da Coca-Cola e do vestuário estavam os sonhos natalenses. Sem questionamentos, "Maria Boa" foi uma das principais atrizes no elenco desse belicoso teatro. A Primeira Dama Maria Boa...
CULINÁRIA REGIONAL: NO SERTÃO CABE O MUNDO (1)
Adriano Abreu
Nos últimos anos o preconceito de que a culinária regional, sertaneja, é atrasada e não desenvolvida vem sendo contrastado com o surgimento de uma cozinha etnográfica, isto é, uma culinária que faz da tradição um ingrediente fundamental
“O sertão é do tamanho do mundo”. Se nas palavras do cangaceiro Riobaldo, de “Grande Sertão: Veredas”, o sertão tem um valor mítico, no plano da culinária essa vasta região é um mundo ainda pouco conhecido. Mesmo Gilberto Freire, em seu Manifesto Regionalista, comparando as várias cozinhas brasileiras, escreveu: “Sertão: áreas caracterizadas por uma cozinha ainda agreste”, isto é, uma cozinha atrasada, não “desenvolvida” como a urbana do litoral.
Nos últimos anos o preconceito de que a culinária regional, sertaneja, é atrasada e não desenvolvida vem sendo contrastado com o surgimento de uma cozinha etnográfica, isto é, uma culinária que faz da tradição um ingrediente fundamentalNos últimos anos esse preconceito vem sendo contrastado com o surgimento de uma cozinha etnográfica (1), isto é, uma culinária que faz da tradição um ingrediente fundamental. Nesse sentido se insere o livro de Ana Rita Dantas Suassuna, “Gastronomia Sertaneja – Receitas que Contam Histórias” (São Paulo, Melhoramentos, 2010) que, agora, chega às livrarias: um livro com 125 receitas selecionadas com critério sólido.
Antes de ser um lugar determinado, sertão é uma palavra ampla e generosa. Os hábitos culinários variam nele, segundo a disponibilidade de cada ecossistema. Mesmo o hábito de comer carne de boi – sendo a pecuária o seu elemento comum (2) - varia nele. Variado e amplo, precisa ser recortado quando falamos dele: Dona Ana Rita Dantas Suassuna fala só do sertão de Pernambuco. Lá se come preferencialmente carneiro, cabrito, galinha e galinha d’Angola. Boi é também capital, não comida apenas comida. Uma ou outra carne de sol, para os mais recursados.
Dona Ana Rita classificou as receitas que coletou em categorias interessantes: bolos e biscoitos, papas e mingaus, rapadura e mel, doces, milho, tapioca e cuscuz, feijão, caças, galinha, carnes, peixes, farofas (3), arroz, verduras e legumes, culinária de ocasiões festivas. Isso permite uma aproximação do leitor que também é diferente do que está acostumado, quando as receitas são agrupadas segundo o ritmo da refeição. Mas todos os animais domésticos vêm depois das caças – modo de vida dos mais pobres. Os tatus, é claro, ainda se come. São abundantes. Sempre é possível tirar um da toca quando o Ibama não vê. Marrecos, patos, paturis, cágado-jabuti, rã, mocó já rareiam. As pombas (arribação) são muitas e não escapam. Delas, faz-se canja.
(FONTE: Tribuna do Norte, caderno TN Família)
Nos últimos anos o preconceito de que a culinária regional, sertaneja, é atrasada e não desenvolvida vem sendo contrastado com o surgimento de uma cozinha etnográfica, isto é, uma culinária que faz da tradição um ingrediente fundamental
“O sertão é do tamanho do mundo”. Se nas palavras do cangaceiro Riobaldo, de “Grande Sertão: Veredas”, o sertão tem um valor mítico, no plano da culinária essa vasta região é um mundo ainda pouco conhecido. Mesmo Gilberto Freire, em seu Manifesto Regionalista, comparando as várias cozinhas brasileiras, escreveu: “Sertão: áreas caracterizadas por uma cozinha ainda agreste”, isto é, uma cozinha atrasada, não “desenvolvida” como a urbana do litoral.
Nos últimos anos o preconceito de que a culinária regional, sertaneja, é atrasada e não desenvolvida vem sendo contrastado com o surgimento de uma cozinha etnográfica, isto é, uma culinária que faz da tradição um ingrediente fundamentalNos últimos anos esse preconceito vem sendo contrastado com o surgimento de uma cozinha etnográfica (1), isto é, uma culinária que faz da tradição um ingrediente fundamental. Nesse sentido se insere o livro de Ana Rita Dantas Suassuna, “Gastronomia Sertaneja – Receitas que Contam Histórias” (São Paulo, Melhoramentos, 2010) que, agora, chega às livrarias: um livro com 125 receitas selecionadas com critério sólido.
Antes de ser um lugar determinado, sertão é uma palavra ampla e generosa. Os hábitos culinários variam nele, segundo a disponibilidade de cada ecossistema. Mesmo o hábito de comer carne de boi – sendo a pecuária o seu elemento comum (2) - varia nele. Variado e amplo, precisa ser recortado quando falamos dele: Dona Ana Rita Dantas Suassuna fala só do sertão de Pernambuco. Lá se come preferencialmente carneiro, cabrito, galinha e galinha d’Angola. Boi é também capital, não comida apenas comida. Uma ou outra carne de sol, para os mais recursados.
Dona Ana Rita classificou as receitas que coletou em categorias interessantes: bolos e biscoitos, papas e mingaus, rapadura e mel, doces, milho, tapioca e cuscuz, feijão, caças, galinha, carnes, peixes, farofas (3), arroz, verduras e legumes, culinária de ocasiões festivas. Isso permite uma aproximação do leitor que também é diferente do que está acostumado, quando as receitas são agrupadas segundo o ritmo da refeição. Mas todos os animais domésticos vêm depois das caças – modo de vida dos mais pobres. Os tatus, é claro, ainda se come. São abundantes. Sempre é possível tirar um da toca quando o Ibama não vê. Marrecos, patos, paturis, cágado-jabuti, rã, mocó já rareiam. As pombas (arribação) são muitas e não escapam. Delas, faz-se canja.
(FONTE: Tribuna do Norte, caderno TN Família)
sábado, 11 de setembro de 2010
UM SONETO DE AMOR, DE VIRGÍNIA VITORINO
POESIA
QUERO COMO A MIM MESMO
Por Rômulo Gomes*
Quero
Quero sim
Quero por não deixar de querer
Quero muito
Quero
Quero hoje
Quero agora
Quero de verdade
Quero pra vida inteira
Quero descontroladamente
Quero
Quero porque quero!
Aaah, como quero...
Quero
Quero como quero a mim mesmo
Quero
Quero loucamente
Quero desesperado
Quro demais
Quero
Quero para sempre
Quero e quero!
Quero com todas as minhas forças,
Quero:
Você.
*Rômulo Gomes é santanense apaixonado por literatura, poesia. Está no 6. período do curso de letras/português - UERN?Assu e trabalha atualmente como vice-diretor numa escola do município de Santana do Matos/RN.
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
CANDIDATOS DEBATEM PROPOSTAS PARA A CULTURA
De um lado, a implantação de uma Secretaria de Cultura no estado e de outro, a criação do Fundo Estadual de Cultura foram as duas principais propostas para o setor, apresentadas pelos candidatos ao governo do estado, Carlos Eduardo Alves (PDT) e Rosalba Ciarline (DEM). As propostas foram divulgadas hoje, durante o debate promovido pelo núcleo dos Jovens Artistas e pela Revista Catorze. O atual governador, Iberê Ferreira (PSB), segundo a produção do evento, não compareceu ao debate por não haver espaço em sua agenda.
O debate foi mediado pelo jornalista Tácito Costa e contou com a presença de jornalistas, produtores culturais, músicos e demais seguimentos da cultura no estado, que lotaram o auditório da Casa da Ribeira. O debate foi apresentado em dois blocos. O primeiro, onde artistas e jornalistas previamente convidados fizeram as suas perguntas e o segundo contou com a participação da plateia.
Dentre as propostas mais debatidas, esteve a do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves, de implantação da Secretaria Estadual de Cultura e de um Plano Estadual de Cultura. “Ao criarmos a Secretaria estaremos garantindo pela primeira vez, o orçamento para a cultura. Paralelamente, convocaremos os artistas para discutirmos propostas e elaborar o Fundo de Cultura, que já existe”, disse Carlos Eduardo.
Em contrapartida, Rosalba afirmou que sua principal meta será a destinação de 1% do ICMS arrecadado no estado para a cultura, através do Fundo de Cultura, o que segundo ela, garantirá três milhões de reais por mês para o setor. “A lei de incentivo a cultura Câmara Cascudo reserva três milhões de reais por ano, para os projetos culturais. Este recurso será mantido, mas queremos ampliar, com o ICMS”, disse Rosalba.
O debate teve duração de uma hora e agradou a classe artística e o público em geral. “Achei o debate de alto nível. Na verdade fiquei surpreso tanto com a qualidade das perguntas, quanto a das respostas”, disse o produtor cultural e jornalista Henrique Fontes.
Fonte: Tribuna do Norte
O debate foi mediado pelo jornalista Tácito Costa e contou com a presença de jornalistas, produtores culturais, músicos e demais seguimentos da cultura no estado, que lotaram o auditório da Casa da Ribeira. O debate foi apresentado em dois blocos. O primeiro, onde artistas e jornalistas previamente convidados fizeram as suas perguntas e o segundo contou com a participação da plateia.
Dentre as propostas mais debatidas, esteve a do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves, de implantação da Secretaria Estadual de Cultura e de um Plano Estadual de Cultura. “Ao criarmos a Secretaria estaremos garantindo pela primeira vez, o orçamento para a cultura. Paralelamente, convocaremos os artistas para discutirmos propostas e elaborar o Fundo de Cultura, que já existe”, disse Carlos Eduardo.
Em contrapartida, Rosalba afirmou que sua principal meta será a destinação de 1% do ICMS arrecadado no estado para a cultura, através do Fundo de Cultura, o que segundo ela, garantirá três milhões de reais por mês para o setor. “A lei de incentivo a cultura Câmara Cascudo reserva três milhões de reais por ano, para os projetos culturais. Este recurso será mantido, mas queremos ampliar, com o ICMS”, disse Rosalba.
O debate teve duração de uma hora e agradou a classe artística e o público em geral. “Achei o debate de alto nível. Na verdade fiquei surpreso tanto com a qualidade das perguntas, quanto a das respostas”, disse o produtor cultural e jornalista Henrique Fontes.
Fonte: Tribuna do Norte
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
O BELO LIVRO QUE LEIDE CÂMARA ORGANIZOU
Esquerda para direita. Fernando Caldas (organizador deste bog), o afamado compositor potiguar do Açu (autor da famosa cançao Ranchinho de Paia (interpretado por grande nomes da Musica Popular Brasileira como Rinaldo Calheiros, Trio Irakitan, Luiz Gonzaga, dentre outros) Chico Elion - Francisco Elion Caldas Nobre a música Ana Nobre, pesquisadora e escritora Leide Câmara, Lindenor e Leneide Camara, no Palácio da Cultura, no ato do lançamento do livro organizado por Leide Câmara que comento adiante:
O livro organizado por Leide Câmara, pela passagem dos "50 anos da Bossa Nova", com o apoio do SESC/RN, conta a trajetória e a obra do potiguar de Macau que viveu no Rio de Janeiro chamado Hianto de Almeida, falecido em 1964, aos 40 anos de idade, em Natal. As suas produções foram gravadas por grandes interpretes da canção basileira, como Maysa Matarazzo, Angela Maria, Cauby Peixoto, Elizete Cardoso, Elza Soares, Miltinho, Moacyr Franco, Orlando Silva, Nana Cayme, Trio Irakitan, entre outros.
O livro tem o título de "A Bossa Nova de Hianto de Almeida", apoio cultural do SESC/RN. Para Marconi Marinho de Figuerêdo, diretor regional daquele órgão, diz que o livro sob o título "A Bossa Nova de Hianto de Almeida", "certamente atravessará fronteiras e servirá para compor o acervo de muitas e muitas bibliotecas pelo Brasil afora".
Chico Elion depõe que "a música de Tom Jobim tem o cheiro da música de Hianto de Almeida. O humorista Chico Anísio foi parceiro de Hianto em várias composições.
Eis, portanto, uma das marchas carnavalescas de Hianto de Almeida produzida em 1949:
O carnaval
é gostoso como o quê,
no "conforto" com você,
A gente ginga
Faz que vai mas não vai,
E do canto não sai.
Que coisa boa viver
Agarradinho a você
No carnaval
O que se faz está legal...
Por isso meu bem
Devemos aproveitar
Trataremos de nos atracar.
E estes versos intitulado "Conversa de Sofá", não é uma jóia e gostosa canção? Vamos conferir:
Por que é, que você não vem cá?
Por que é, não consigo saber,
- Ela vive a me perguntar
E eu sem dizer...
Por que não telefona pra mim?
E por que nem se quer diz "alô"?
- Ela vive a me perguntar
E eu... sem faltar!
Não direi o motivo qual é.
Não direi por que eu não vou lá,
Eu já sei o que é que ela quer,
Eu já sei o que há...
Ela quer amizade sem fim
E conversa fiada, sem sofá...
Isto é bom, mas é pouco pra mim
Pra que é que eu vou lá?
Por que é, que você não vem cá?
Por que é, não consigo saber,
- Ela vive a me perguntar
E eu sem dizer...
Por que não telefona pra mim?
E por que nem se quer diz "alô"?
- Ela vive a me perguntar
E eu... sem faltar!
Não direi o motivo qual é.
Não direi por que eu não vou lá,
Eu já sei o que é que ela quer,
Eu já sei o que há...
Ela quer amizade sem fim
E conversa fiada, sem sofá...
Isto é bom, mas é pouco pra mim
Pra que é que eu vou lá?
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