segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

CONFIRA NA ÍNTEGRA A MENSAGEM ANUAL DA GOVERNADORA DO RIO GRANDE DO NORTE ROSALBA CIARLINI


Rosalba começou a leitura falando sobre as dificuldades que encontrou no início da sua gestão
Fotografia: TN

Senhor Presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, Deputado Ricardo Motta,
Senhoras Deputadas,
Senhores Deputados,
Senhoras e Senhores Secretários de Estado e demais colaboradores,
Minhas senhoras e meus senhores,
Trago nessa mensagem de abertura dos trabalhos legislativos, que cumpro por dever e com satisfação, não somente uma protocolar prestação de contas a esta Casa. Mais do que isso, trago uma mensagem a todo o povo do Rio Grande do Norte, que ora tem a oportunidade de nos acompanhar por meio da TV Assembleia, importante e genuíno canal de transparência pública.
Como sabemos todos, essa caminhada de três anos à frente da gestão não foi fácil. Porém nunca esmoreci, não desanimei, não deixei de trabalhar incansavelmente – nem nossa equipe. Se não fosse a contribuição de tantos, talvez não tivéssemos conseguido fazer o que fizemos. E muito fizemos, muito há de ser feito, e muito ainda faremos.
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Nesses anos, procuramos, confiando em Deus e na força do povo, trabalhar com transparência, austeridade e, acima de tudo, honestidade.
Enfrentamos muitas barreiras. Lembro a todos que vivia o Governo do RN de várias crises; a de credibilidade era a mais grave. Porém, não nos deixamos abater, pois sabíamos que seria árdua a tarefa e penoso o caminho para resgatar, para o povo do Rio Grande do Norte, as condições de melhoria da qualidade de vida que todos merecem e almejam.
Resgatar a autoestima do povo potiguar, que muito sofreu por abandono, por descaso e por desinteresse. Ainda encontramos ecos desse período, que se traduziram na falta de credibilidade em muitos projetos que abraçamos, defendemos e realizamos.
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Basta citar a Copa do Mundo de futebol em Natal como exemplo. Poucos, inclusive nos meios de comunicação, acharam que seria possível; ou que, sendo possível, teríamos uma participação discreta, tímida, quase irrelevante, como que atraíssemos apenas jogos inexpressivos. A realidade se impôs de modo diferente e teremos grandes seleções, inclusive campeãs mundiais, em nossa Arena.
Acreditei na Copa, como acredito no povo potiguar, porque vi as oportunidades que esse evento traria para nosso Estado e, especialmente, para Natal. De fato, vislumbrei que a Copa era mais do que um estádio de futebol. A Copa era um meio para atingir outros fins, para encurtar caminhos. Para que nosso Estado pudesse, abreviando os anos, acessar investimentos em infraestrutura urbana e de mobilidade, de saneamento, de turismo e de segurança.
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Recursos para sanear 100% Natal já estão assegurados e as obras iniciadas; a construção do Museu da Rampa; reformar e ampliar o Centro de Convenções, retomar as obras do Pro Transporte, paradas desde 2007, reurbanizar a avenida Engenheiro Roberto Feire e concluir o prolongamento da Prudente de Morais – esses são legados palpáveis da Copa.
Vejam quanto a Prefeitura de Natal está podendo realizar porque encontrou projetos prontos e aprovados em função da Copa.
Para encontrar novas soluções, nunca estivemos sozinhos. Tivemos muita colaboração, muita parceria. Especialmente desta Assembleia Legislativa, que nunca faltou ao Governo do Rio Grande do Norte; todos os projetos que encaminhamos foram aprovados, após discussão séria e comprometida, para o bem de nosso Estado. Encontramos também acolhida na bancada federal. Nunca nenhum parlamentar nos faltou. A todos, desde já, como sempre fiz, destaco nosso reconhecimento e gratidão.
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Além da descrença, também enfrentamos a desorganização financeira do Estado, como reconheceu o Tribunal de Contas. Todos lembram que encontramos mais de R$ 800 milhões em dívidas. Isso ainda tem reflexos na administração. Verdade que não podemos ocultar.
Tivemos de fazer um imenso ajuste das finanças estaduais, o que resultou em muitas incompreensões. Mas tínhamos o sentimento da certeza de trilhar o caminho certo, de aplicar remédio amargo para curar o mal.
A confirmação veio com o reconhecimento do Tesouro Nacional, que aumentou a nossa margem de endividamento, porque demonstramos ter feito o ajuste fiscal. Fizemos o dever de casa.
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Dessa forma, pudemos avançar; pudemos obter novos empréstimos para tirar do papel tudo aquilo que o povo nos cobra, e esperou por anos, as vezes por décadas para ver acontecer.
Para ficar num exemplo, cito, por ora, a Barragem de Oiticica em Jucurutu. Muitos já estavam descrentes; outros fizeram até promessas se a vissem realizada; todos podem testemunhar o maciço sair do chão para acumular as sempre bem-vindas águas para irrigar o chão, aguar os canteiros e matar a sede. Quem fez promessas que as pague!
Oiticica será um oásis de esperança e desenvolvimento em meio aos rochedos do nosso querido Seridó.
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Mesmo com todas as dificuldades, que todos conhecem e lamentam, não nos deixamos abater e fizemos muito. Começamos enfrentando o dilema das contas públicas, como já disse, que se agravou com a situação fiscal do país.
De fato, além do comprometimento das finanças estaduais com dívidas diversas, com a farra da gastança sem planejamento e da tentativa eleitoreira, porque desprogramada, de ludibriar os servidores públicos com planos infactíveis, enfrentamos um quadro ainda não resolvido de diminuição dos repasses federais do FPE – Fundo de Participação dos Estado, em razão da isenção do IPI, numa tentativa de não deixar a Economia nacional à deriva.
Também os municípios enfrentaram inúmeras dificuldades, pelo mesmo motivo. Não fossem os repasses regulares do ICMS, que também se encontra aquém de sua capacidade, a situação das Prefeituras estaria pior; especialmente nessa quadra de seca inclemente.
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Senhoras Deputadas, Senhores Deputados,
Convido a todos, com a licença de Vossas Excelências, para assistirmos em vídeo, como prova do que já pudemos fazer até agora, apesar de todas as dificuldades.
Após o vídeo, voltaremos a leitura da mensagem para enfocar outros pontos.
Neste momento foi exibido um vídeo com duração de 12 minuto
Senhoras Deputadas, Senhores Deputados,
Permitam-me retomar, para fim de resgate, alguns pontos. Distribuiremos a cada Parlamentar um documento com o resumo das nossas principais realizações, com números e indicadores. Para não cansá-los com a leitura desses dados, gostaria de destacar apenas alguns aspectos.
Inicialmente, apresento alguns elementos na área da Saúde. Temos todos a triste lembrança dos corredores do Hospital Walfredo Gurgel. O que era problema, quase característica do assim chamado “descaso da saúde”, foi agravado pelo colapso da saúde municipal de Natal. Os anos de 2011 e 2012 foram os mais complicados. Tivemos de decretar situação de calamidade e, com tal medida, acelerar e incrementar inúmeras ações.
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Iniciamos a reforma em 12 unidades hospitalares, abrimos 115 leitos, dos quais 45 são de UTI. Em 30 dias, mais 60 leitos, sendo 30 de UTI. Até o final de 2014, mais 128 de clínica médica. Gostaria de lembrar, que há exatos seis meses o corredor de politrauma do Walfredo Gurgel se encontra regularizado. Acabou-se a situação vexatória dos corredores entupidos no maior pronto-socorro do estado.
Fizemos mutirões de cirurgias ortopédicas e oftalmológicas. Reestabelecemos os transplantes de órgãos, com destaque no Nordeste. Conclamamos todos os profissionais para o engajamento, para trabalharmos, para superar as dificuldades.
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De modo respeitoso, mas firme, reestabelecemos as escalas de plantão, agora disponíveis na internet. Estamos implantando o ponto-eletrônico, que para nossa surpresa, implicou no pedido de demissão de alguns que não tinham tempo para o serviço público.
Abrimos o Hospital da Mulher, em Mossoró, cujo atendimento em obstetrícia estava comprometido, obrigando mulheres da região Oeste do Estado a dar à luz em Russas, no Ceará. Hoje nossas irmãs potiguares têm seus bebês em instalações dignas, com suporte de UTI para si e para seus filhinhos, se for necessário; lá são realizados mais de 300 partos por mês.
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Somos um dos estados nordestinos que mais investe em Saúde, cumprindo com folga sua obrigação constitucional de gasto mínimo – 13% da receita de impostos. Parece pouco, mas não é.
Convocamos mais de mil novos profissionais de saúde (médicos, técnicos, auxiliares) para recompor equipes, aumentar efetivo e prestar novos serviços. O Estado é o maior prestador de serviço público de saúde. Por falta de compreensão técnica, muitos confundem as categorias econômicas de investimento e de custeio, e acham que não despendemos recursos em Saúde. Os gastos do Tesouro Estadual superam R$ 1 bilhão por ano, com funcionários, custeio e investimentos.
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Senhoras e senhores deputados,
Educação de qualidade se faz com planejamento, investimento e aula. Temos trabalhado nessa linha de pensamento, a fim de garantir ao aluno a educação que ele merece, que é direito seu. Implantamos sistemas de gestão que permitem acompanhar o aluno desde a matrícula, bem como todo o trabalho do professor.
Passou o tempo em que se mudava a Secretária de Educação a cada dez meses, ao sabor das conveniências políticas, desprezando a gestão educacional e os alunos.
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Para o professor, implantamos o Piso Nacional, ainda em 2011, com preservação da estrutura de sua carreira. Isso resultou, durante nosso governo, em 91,5% de aumento salarial em três anos. Todos os professores em sala de aula podem aferir isso em seus contra-cheques comparando o salário de fevereiro de 2011 com o de fevereiro de 2014.
Também trabalhamos para resgatar a progressão na carreira, há muitos anos abandonada, negada e negligenciada por outros governos. Mais de 3 mil professores puderam, então, requerer – e tiveram garantida – sua aposentadoria. Após dez anos, fizemos em 2011 um concurso público e já convocamos 3 900 professores efetivos, deixando os professores temporários exata e tão somente para as situações excepcionais.
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Para o aluno, além da garantia do material didático, investimento na compra de ônibus, para transportá-los com segurança e dignidade. E estamos garantindo e garantiremos, de toda a maneira, que o calendário escolar seja cumprido, garantindo-lhe seu direito inalienável de ter aula, de ter educação.
Embora quase todos os Governos falem de compromisso com a Educação, poucos, como o nosso, demonstraram com ações concretas esse compromisso. E essas ações verdadeiras se traduzem em prêmios nacionais e internacionais que nossos alunos, professores e diretores receberam ao longo dos últimos três anos.
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Nossos alunos brilharam em feiras de ciências em São Paulo, na Turquia, no México, no Peru, nos Estados Unidos e na Espanha. Uma instituição séria como o UNICEF escolheu um projeto pedagógico na área de comunicação da nossa rede como o melhor do Brasil, entre 2 700 inscritos. Sete estudantes da nossa rede estadual chegaram à final das Olimpíadas Brasileira de Língua Portuguesa e outros sete, na de Matemática.
A Escola Estadual Terezinha Carolino, de Jaçanã, ficou entre as cinco escolas estaduais de melhor gestão do país em 2013. Em 2012, a escola estadual Presidente Kennedy, de Natal, também ficou entre as seis melhores do país e conquistou destaque nacional.
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O resultado do PISA, avaliação internacional da OCDE, revelou que nos últimos três anos, a média do Rio Grande do Norte nas áreas de Leitura, Matemática e Ciências avançou 16 pontos, enquanto a média brasileira subiu apenas um ponto. No ENEM, crescemos 6 pontos entre 2011 e 2012.
No ranking nacional, deixamos de ser lanterninha e passamos para o 15º lugar, empatado com o Ceará e à frente de Pernambuco. Tudo comprova que a educação pública no Rio Grande do Norte deu um salto de qualidade nos últimos três anos. Essa é a avaliação que interessa a quem tem compromisso com a vida pública.
No âmbito da Segurança Pública, que se tornou preocupação nacional na última década, muito também fizemos. A raiz nefasta do avanço da criminalidade é a disseminação das drogas, especialmente do crack. Como medida de enfrentamento, aderimos ao Programa “crack, é possível vencer”, ampliamos o PROERD, levando-o para o interior, e criamos o RN VIDA, trabalho de prevenção com a juventude. Conseguimos antecipar a adesão do Rio Grande do Norte ao Programa Brasil Mais Seguro do Ministério da Justiça; esse programa apoia os Estados com recursos financeiros e logísticos.
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Antes, porém, fizemos nosso dever de casa: recuperamos a remuneração dos Policiais e Bombeiros Militares, resgatando um sonho de 20 anos. Adquirimos pistolas, com recursos próprios e em parcerias, dotando cada policial ativo de arma, munição e colete. Compramos viaturas. Convocamos Delegados, Escrivães e Agentes de Polícia Civil e, em breve, inaugararemos a Divisão de Homicídios. Determinamos o retorno às atividades policiais todos que estavam em desvio de função.
Mas o combate à violência não se resolve isoladamente. Investimos em inteligência policial e combate efetivo às causas e efeitos da criminalidade. Aumentamos a resolutividade dos casos, resultado do esforço e dedicação dos policiais militares e civis. Implantamos o novo CIOSP e vamos instalar mais de 300 câmeras de segurança. A ação policial será mais rápida e efetiva.
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Estamos num profundo trabalho de restauração física e funcional do ITEP, de modo a que ele possa prestar com mais eficiência os trabalhos de perícia e apoio às investigações policiais. Também para que possa fazer, com mais agilidade e comodidade, a identificação civil.
Por outro lado, ações de cultura e de esporte também estão se consolidando cada vez mais no nosso estado. De 2011 para cá, atraímos nada menos do que 12 competições internacionais, inclusive megaeventos, e hoje contamos um Plano Estadual de Desenvolvimento de Esporte, com atividade sendo realizadas em todas as regiões.
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Na aera do esporte educacional, retomamos os JERNS, que já envolve mais de 30 mil atletas.
Na cultura, muitas ações, obras e atividades estão sendo executadas, com destaque para conclusão da reforma da Cidade da Criança, da Biblioteca Câmara Cascudo, do Museu da Rampa e do Aviador, em Natal; da construção do teatro de Assu, das reformas dos Teatros de Caicó e de Mossoró e outras atividades que estão listadas no relatório a ser entregue no final desta leitura.
Estamos no terceiro ano de seca – seca das maiores em setenta anos. Mas não nos esmorecemos. Uma de nossas primeiras providências foi criar um comitê, que realmente trabalha, composto por representantes dos três níveis de governo, da sociedade civil, das igrejas e de técnicos para sugerir e acompanhar ações. E realizamos juntos.
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Tudo de forma transparente, com acompanhamento e participação popular.
Além da barragem de Oiticica, sonho secular de todos os seridoenses e arrancado do chão por nosso Governo, fizemos muito – e muito ainda há por fazer. Oiticica era um dos projetos alimentados apenas por discursos, mas sem projeto viável, questionado e barrado pelo Tribunal de Contas da União, por suspeita de superfaturamento.
Tivemos de refazer algumas partes, defender sua viabilidade e necessidade e demonstrar que os erros foram corrigidos. Agora é uma realidade, a obra iniciou e será concluída. Além de Oiticica, nosso plano de barragens inclui, também, a barragem de Umarizeira, em Umarizal, já licitada; Poço de Varas, em São Miguel; Açude Pedra Branca, em Angicos; Alívio, em Lages; São Vicente, em Fernando Pedroza; e Bujari, em Nova Cruz, projetos apresentados e aguardando recursos do Governo Federal para início.
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Contando com as atuais e as futuras barragens, já começamos um estudo de interligação de bacias, que dotarão o Rio Grande do Norte de um verdadeiro cinturão de águas, assegurando, em definitivo, as condições de convívio com a seca no semiárido.
Na próxima quinta-feira, estaremos mais uma vez no Ministério da Integração, com toda a equipe técnica, em reunião com o Ministro para, mais uma vez, pedir agilidade para dar continuidade a esse projeto fundamental para o Rio Grande do Norte.
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Esses investimentos em barragens de acumulação de água se complementam com os investimentos em mais adutoras que estamos implantando em Santa Cruz / Mossoró, Carnaúba dos Dantas / Parelhas, Umari / Campo Grande (em licitação), Pendências / Macau, São José do Seridó, a nova adutora de Caicó, Barragem de Santa Cruz para 25 comunidades rurais de Apodi, Brejinho, São José de Campestre, entre outras, além da ampliação do sistema adutor Monsenhor Expedito, já em fase de testes, levando mais água a 30 municípios entre Nísia Floresta, onde ela sai, até São Paulo do Potengi. Lembro também de Barra de Espingarda, Palma e Lajinha, todas em Caicó.
E estamos concluindo as adutoras do Alto e Médio Oeste, que encontramos paralisadas.
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Aprovada no PAC está a nova adutora de Natal, que sairá de Barra de Maxaranguape e vai garantir segurança hídrica à nossa capital e região metropolitana pelos próximos 30 anos.
Até o final do ano, mais de 700 km de adutoras estarão concluídos. E, em situação emergencial, vamos iniciar a construção da adutora de engate rápido de Pau dos Ferros nos próximos dias. Essa foi uma luta pessoal que empreendemos junto ao Ministro da Integração.
Além disso, estamos universalizando a construção de cisternas. Seremos, nas palavras da ministra do desenvolvimento social, Tereza Campello, o primeiro estado brasileiro a universalizar o uso de cisterna no combate à seca. 3 100 já estão prontas.
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Do programa de barragens submersas, que é o aproveitamento de leitos de riachos e córregos para acumulação de água em subsolo para aproveitamento em projetos de irrigação, 1 100 já estão prontas e 2 600 em andamento.
Encontramos cerca de mil poços perfurados e sem instalação no governo passado. Já equipamos mais de 300, porque entendemos que é um desperdício de dinheiro público apenar furar um poço e não equipá-lo.
Distribuímos milhares de toneladas de forragem, ração e milho para manter a alimentação animal, para segurar o rebanho e, assim fazendo, mantemos as pessoas no campo produzindo, se sustentando com seu trabalho. Mais de uma centena de cidades estão sendo assistidas com carro-pipa.
Apesar de tudo, não vimos, graças a Deus, o abandono do campo nem as cenas de gente desesperada por água para beber nem de grãos para comer.
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Propusemos, em reunião dos Governadores na SUDENE, com a presidenta Dilma Rousseff, um reforço no Seguro Safra e no Bolsa Família. Ideia acatada por todos, o Governo federal criou a assim chamada “Bolsa Estiagem”. Esse alento foi decisivo para que as pessoas tivessem acesso à comida comprada com seu dinheiro, fazendo a economia girar, sem interferência política. De nossa parte, ampliamos a cobertura do Seguro Safra de 20 mil para 49 mil agricultores beneficiados.
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Senhoras deputadas, senhores deputados, minhas senhoras e meus senhores.
Pensando o Estado para o presente e para o futuro, trabalhamos em outras obras fundamentais que irão garantir a infraestrutura necessária para o desenvolvimento do nosso estado.
O Sanear RN é um conjunto de obras que será, indiscutivelmente, um verdadeiro divisor de águas, com reflexos na saúde, no meio ambiente e na qualidade de vida.
O nosso Governo trabalha para deixar Natal 100% saneada, com obras iniciadas em diversos bairros da capital. E no Estado as ações de saneamento beneficiarão 80% da população.
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No tocante às obras viárias, destaco o Pró-Transporte, em Natal, paralisado desde 2007 e retomado pelo nosso governo. Em Mossoró, retomamos a obra do Complexo Viário da Abolição, que estava paralisada por falta de pagamento. Já entregamos um dos cinco viadutos e a duplicação da ponte; e será todo liberado até o final de 2014.
A obra da BR 226, paralisada desde 2009, está sendo concluída neste ano no trecho Alto Oeste, divisa com o Ceará. Recuperamos 2 900 quilômetros de estradas e construímos outros 300 novos quilômetros.
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Colocamos em funcionamento o aeródromo de Pau dos Ferros e concluímos a reforma do de Caicó. O Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, que, em justa homenagem, se chamará Aeroporto Governador Aluísio Alves, foi viabilizado. Apesar das carpideiras do atraso ridicularizarem este portento, como tentaram fazer com a Arena das Dunas, chamando-o de “aeroporto ilha”, tivemos a tranquilidade de responder com ações: as obras que nos cabem estão no prazo, os acessos estão ficando prontos e o aeroporto será uma realidade a partir do mês de abril.
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Conseguimos inserir no plano nacional de desenvolvimento regional mais dois aeroportos para o nosso estado: Mossoró e Caicó, com recursos estimados em mais de 300 milhões de reais.
As obras federais já em execução e outras que já são anunciadas são frutos de um trabalho persistente e determinado do nosso governo, juntamente com a bancada federal, para que começassem a sair do papel, tais como a duplicação da BR 304, a construção das pontes e viadutos na entrada de Natal, na BR 101, o viaduto do Gancho, em Igapó e, com otimismo, acreditamos que também a Estrada do Cajueiro, ligando Mossoró e Baraúna com o estado do Ceará.
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Isso demonstra que está no passado o tempo em que apenas assistíamos aos estados vizinhos conseguirem as coisas e o Rio Grande do Norte ficar a ver navios – os navios que veremos serão aqueles que atracarão no novo Porto de Natal. Hoje, com apoio deste plenário, da bancada federal, de prefeitos e lideranças e dos outros poderes constituídos estamos conseguindo trazer ações do governo federal, que também são frutos dos impostos pagos pelo povo potiguar.
Ressalto que a relação que mantemos com a Presidenta Dilma Rousseff é a mais respeitosa e estreita possível. Não fosse o empenho direto da Presidenta e de seus principais ministros e ministras, talvez não tivéssemos conseguido tanto. Agradeço, por dever e por merecimento, à nossa Presidenta.
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Quisemos tirar o RN das páginas negativas da história brasileira, dos indicadores vergonhosos. E intuímos que não faríamos isso sem enfrentar os obstáculos que uma administração pública emperrada e viciada impõe.
Sabíamos, também, que seria preciso fazer um amplo aporte de investimentos para os setores produtivos, pois somente com o trabalho se constrói o futuro. Tínhamos de viabilizar os arranjos produtivos de nosso estado e prepara-los para o porvir; e investir mais na Educação, na Saúde e na Segurança Pública.
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Para tanto, buscamos, mesmo antes da posse, o Banco Mundial. Após laboriosos dois anos, tivemos nosso projeto aprovado e elogiado, com um diferencial fundamental: um componente de gestão pública. É o maior financiamento já obtido pelo Estado do Rio Grande do Norte ao longo da sua história: são 540 milhões de dólares.
Isso comprova o reconhecimento, a confiança e a credibilidade do nosso Estado junto a uma das instituições financeiras mais sérias e criteriosas do mundo.
Já lançamos vários editais e as coisas estão começando a acontecer. Mas partiremos do diálogo sério e transparente com os prefeitos e as lideranças comunitárias do campo e das cidades para viabilizar o RN Sustentável.
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As obras que realizaremos com os recursos que conseguimos junto ao Banco Mundial e a outras instituições de crédito, permitirão ao Estado resgatar muito da dívida social e econômica que tem para com seu povo. Já criamos 30 mil empregos de carteira assinada nos últimos 3 anos. 17 novas indústrias já foram implantadas e outras dezenas estão em vias de implantação. Isso tudo foi possível graças aos incentivos do PROADI e do PROGAS. A Potigás ampliou sua carteira de mil para dez mil clientes. Aos pequenos empreendedores garantimos apoio e crédito com o Programa “Mão Amiga”. Hoje o RN tem mais de cem mil microempresas formalizadas.
No próximo dia 21, vamos autorizar as obras da zona de processamento de exportação, em Macaíba. O Rio Grande do Norte caminha para abrir novas fronteiras econômicas e a criação de novos distritos industriais como os de Baraúna e de Parelhas.
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Estão em fase de implantação os de Goianinha e de Monte Alegre. Caicó, Assu e Caraúbas já despontam como potenciais endereços de novos distritos industriais.
São José de Mipibu, Pau dos Ferros, Currais Novos, João Câmara, Apodi, Maxaranguape e Arêz terão também seus distritos.
Nos próximos dias, daremos a ordem de serviço para a realização do esgotamento sanitário do Distrito Industrial de Macaíba, região importante que abriga 39 empresas e necessita desse benefício.
Para fomentar o turismo, a indústria sem chaminés, damos isenção total do ICMS do querosene de avião dos voos internacionais e 50% de isenção na energia elétrica consumida por onze hotéis da Via Costeira. Atraímos e apoiamos eventos, congressos e feiras em diversos segmentos para garantir turistas nos visitando o ano todo. E a Copa será a maior vitrine mundial que já tivemos com reflexos positivos para o nosso turismo.
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Senhoras e Senhores Deputados e demais cidadãos norte-rio-grandenses,
Ainda há muito trabalho pela frente. Temos projetos e temos planejamento. Temos desafios e temos metas. Temos, também, aquilo que julgamos os mais importantes: a capacidade de trabalhar, as mãos e o coração limpos, a mente tranquila e o espírito aberto. Continuaremos a lutar para levar ao povo do Rio Grande do Norte o que de melhor ele merece e anseia. Desistir? Jamais!
Muito trabalho há de se fazer e a continuação desse trabalho não se desviará do propósito maior do nosso Governo, que é o de bem servir.
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Deixo a Vossas Excelências, mais uma vez, meus agradecimentos. Agradecimentos porque sei a colaboração que tive; que nunca me faltou.
Ainda há projetos em trâmite nesta Casa, submetidos à deliberação de Vossas Excelências, pelos quais o povo potiguar anseia a aprovação. Lembro em especial do Hospital Metropolitano de Trauma de Natal, a nova operação de crédito com o Banco do Brasil que viabilizará, dentre outros, a implementação do Fundo Municipal de Infra-Estrutura.
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Ainda temos muito a fazer, muitos frutos a colher e tantas sementes a plantar. Sementes que vão fazer o Rio Grande do Norte Maior, Melhor e Mais Justo. O tempo, senhor da razão, mostrará o que esta mensagem anual listou.
O Rio Grande do Norte é maior do que todos nós.

Muito obrigada e que Deus nos proteja, ilumine e abençoe.

A TRISTE SITUAÇÃO DA CASA DO SABE MUITO

Publicado em 15/02/2014

A Casa do Sabe Muito, Caraúbas, Rio Grande do Norte
A Casa do Sabe Muito, Caraúbas, Rio Grande do Norte
Autor – Rostand Medeiros
Quando fiz pela primeira vez uma viagem para a região Oeste do Rio Grande do Norte foi no ano de 1985. Fui montado em uma valente e resistente moto Yamaha DT-180, com a carteira de motorista/motociclista recém-saída do DETRAN e com muita vontade de conhecer algo mais da minha terra.
Segui para casa de amigos na cidade de Janduí. Em meio a um momento de fantástica receptividade sertaneja, ao chegar o momento de retornar para Natal, decidi seguir mais adiante e acabei dando uma longa volta até Apodi, depois passei por Mossoró e finalmente voltei para casa.
O caminho me levou pela rodovia estadual RN 223, que liga os municípios de Caraúbas e Apodi e na época ainda uma estrada de barro. A paisagem era muito interessante. Mesmo sendo árida, seca, possuía visuais amplos, com cores contrastantes, maravilhosos cenários e muita luz. De longe era possível avistar o contorno da Bacia Potiguar, onde embaixo fica a cidade de Apodi e na parte superior o conhecido Lajedo de Soledade, com seus interessantes painéis com antigas pinturas rupestres. Naquele momento eu não sabia que em 1992 viria a participar, como membro do CERN-Clube de Espeleologia do Rio Grande do Norte, de um trabalho de catalogação e mapeamento das cavidades naturais desta futura área preservação. Este trabalho foi na época financiado pela PETROBRÁS, sob o comando do falecido geólogo Eduardo Bagnolli e com a participação dos amigos amigo Francisco Willian da Cruz Junior (o grande Chico Bill), também geólogo, Lisandro Juno e Vladir Quintilhiano, ambos biólogos. Época boa!
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Mas naquele 1985, ao chegar a um ponto mas elevado na estrada, vislumbrei na direção oeste uma casa muito ampla, que se destacava na paisagem e que chamava a minha atenção conforme me aproximava dela. Era um casarão diferente do que havia visto ao longo do trajeto de 300 quilômetros que realizava desde Natal. Era a casa do sítio Sabe Muito, ou Casa do Sabe Muito, na zona rural do município de Caraúbas.
Localizada a 13 quilômetros da área urbana de Caraúbas, consta que foi construída em 1868. A sua estrutura possui 27 portas, 16 cômodos, 11 janelas e nas medidas da época possuía “11 palmos de frente, 133 de fundo e 52 de altura”. É considerada a maior casa de Caraúbas, já possuiu em seu interior uma casa de farinha e ainda tem em suas terras uma fonte de água potável, ou como dizemos por aqui, um olho d’água.
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Conforme podemos ver acima, nas páginas do Censo Agrícola de 1920, temos na cidade de Caraúbas, duas indicações de propriedades com o denominativo Sabe Muito
Conforme podemos ver acima, nas páginas do Censo Agrícola de 1920, temos na cidade de Caraúbas duas indicações de propriedades com o denominativo Sabe Muito
Esta casa pertenceu ao casal Antônio Fernandes Pimenta (Capitão) e Francisca Romana do Sacramento, casal que fez a união das famílias Fernandes e Carneiro em Caraúbas e adjacências. Contam também que a construção do casarão do Sabe Muito foi uma disputa entre dois irmãos que tinham muitos escravos e decidiram ver quem faria a maior casa. Um construiu a sua moradia no sítio São Vicente e o outro nas terras do Sabe Muito, próximo ao olho d’água comentado anteriormente e que seria conhecido pelos indígenas que outrora habitaram a região.
Na minha singela opinião não sei qual é a mais interessante (Acho que as duas). Mas sei que o casarão do sítio São Vicente foi um dos locais atacado pelo bando do cangaceiro Lampião, quando de sua passagem pelo Rio Grande do Norte no ano de 1927. Eu conheci o São Vicente em 2010, quando percorri de motocicleta o mesmo caminho trilhado por Lampião no Rio Grande do Norte (Ver –http://tokdehistoria.wordpress.com/2011/08/15/trilhando-o-mesmo-caminho-de-lampiao-no-rio-grande-do-norte/ ).
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Apesar da casa do Sabe Muito ser um local interessante, uma referência regional do poder que outrora os grandes fazendeiros possuíam no interior potiguar, infelizmente a antiga vivenda está fadada a se transformar em ruínas.
Recentemente, através do amigo Francisco Veríssimo de Souza Neto, da cidade de Apodi, tomei conhecimento que o jornalista Assis Oliveira, nascido em Caraúbas e há muitos anos morando na cidade de Corumbá, Mato Grosso do Sul esteve na sua terra depois de 16 anos de ausência. Entre os locais por ele visitados na sua cidade natal estava a interessante Casa do Sabe Muito. Acredito que aquilo que ele viu e fotografou, como um dileto filho da terra, deve tê-lo deixado muito triste. Pois eu que nem sou de lá, nem tenho sequer parentes na região, fiquei impressionado quando vi suas fotos (Que gentilmente ele cedeu para serem utilizados neste texto).
O local vem ruindo já há algum tempo. Blogs da região Oeste Potiguar apontam que parte do telhado caiu e o restante pode desabar durante o próximo inverno. Existe a afirmação que a estrutura é tombada pela Fundação José Augusto, hoje transformada em Secretaria Extraordinária da Cultura e pertenceria ao espólio do casal Joana Eulália de Oliveira e Jonas Armagíldo de Oliveira.
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Mas o que fazer?
Esta situação de abandono e destruição lenta e paulatina destes patrimônios históricos não é exclusividade de terras potiguares. Pelo Brasil afora antigas casas grandes de fazendas históricas, igrejas seculares e até prédios públicos tombados estão vindo abaixo por falta de conservação. Sei que, diante da situação complicada que se encontra a agropecuária no Rio Grande do Norte, manter de pé uma casa destas não é fácil e nem barato. Não é a toa que o salvamento destes patrimônios por iniciativa privada são raros. Mas existem! (Ver - http://tokdehistoria.wordpress.com/2011/11/23/a-restauracao-do-engenho-machado-um-exemplo-a-ser-seguido/ ).
O que o poder público dentro das esferas federal, estadual e municipal pode fazer para salvar este patrimônio? Se ele já é tombado a nível estadual, pelo que percebi nada acontece.
Se ao menos a gestão turística governamental no Rio Grande do Norte fosse uma coisa levado a sério pelos gestores e houvesse sido desenvolvido na prática a integralização turística potiguar, a Casa do Sabe Muito poderia ser um ótimo ponto de apoio para os turistas que se deslocam de Natal para visitarem as belas pinturas rupestres localizadas no Lajedo Soledade. Este ponto de apoio s margens da RN-223 poderia ser associado a um museu que mostrasse a história e cultura da região.
Assis Oliveira no Sabe Muito
Assis Oliveira no Sabe Muito
Mas já que o turismo não anda lá estas coisas aqui no nosso estado e aproveitando a ideia da histórica casa ser um ponto de preservação da memória regional, creio que seria possível criar um projeto de recuperação e utilização pública. Mas com destinação prioritariamente educacional, com a finalidade principal de manter viva junto à comunidade caraubense, principalmente os mais jovens, a história da sua terra. Mas escrevo isso sem conhecer totalmente a atual realidade local.
Não tenho a ilusão que isto é fácil, Mas sei que só com a união da comunidade é que este patrimônio poderá ser salvo e melhor utilizado.

CHURCHILL, O HUMORISTA

Publicado em 15/02/2014

Winston Leonard Spencer Churchil, ou simplesmente, Sir. Winston Churchill, como ficou mundialmente conhecido este brilhante político britânico. Nasceu em 1874 e veio a falecer em 1965, ficando mundialmente conhecido pelo seu trabalho e liderança junto aos países aliados no combate aos nazistas e fascistas.
Winston Leonard Spencer Churchil, ou simplesmente, Sir Winston Churchill, como ficou mundialmente conhecido este brilhante político britânico. Nasceu em 1874 e veio a falecer em 1965, ficando mundialmente conhecido pelo seu trabalho e liderança junto aos países aliados no combate aos nazistas e fascistas.
Nem só de gente carrancuda se faz a História.
Winston Churchill foi, sem dúvida, uma das maiores figuras de todos os tempos.
Mas Churchill não era só um político genial e um orador incomparável. Era também um sujeito extremamente bem humorado.
Rápido no raciocínio, cáustico nas respostas, era um interlocutor temido.
Certa vez, no seu aniversário de 80 anos, um fotógrafo com menos de 30 aproximou-se e disse:
“Sir Churchill, espero estar aqui novamente para fotografá-lo nos seus 90 anos”.
Churchill respondeu:
“E por que não, meu jovem? Você me parece bastante saudável”.
O presidente dos Estados Unidos Franklin Roosevelt e Winston Churchill na Conferencia de Casablanca, Marrocos, em janeiro de 1943. Em pé, da esquerda para direita, temos o general Henry H. Arnold, o almirante Ernest King, o general George Marshall,  o almirante Sir Dudley Pound, o general Sir Allen Brook e o marechal do ar Sir Charles Portal. Foi depois deste encontro na África que Roosevelt veio se encontrar com o presidente Getúlio Vargas em Natal.
O presidente dos Estados Unidos Franklin Roosevelt e o primeiro ministro Winston Churchill na Conferência de Casablanca, Marrocos, em janeiro de 1943. Em pé, da esquerda para direita, temos o general Henry H. Arnold, o almirante Ernest J. King, o general George C. Marshall, o almirante Sir Dudley Pound, o general Sir Allen Brook e o marechal do ar Sir Charles Portal. Após este encontro na África Roosevelt veio a Natal e aqui se encontrou com o presidente Getúlio Vargas.
Em outra ocasião, George Bernard Shaw, um dos maiores dramaturgos e escritores ingleses de todos os tempos,   resolveu convidá-lo para a estreia de uma peça sua. Como era daqueles que perdia o amigo, mas não perdia a piada, Shaw mandou-lhe um bilhete com os dizeres:
“Tenho o prazer e a honra de convidar Sua Excelência, o Primeiro-ministro, para a primeira apresentação da minha peça Pigmaleão. Venha e traga um amigo, se tiver”.
Churchill enviou-lhe um telegrama em seguida:
“Agradeço ao ilustre escritor o honroso convite. Infelizmente, não poderei comparecer à primeira apresentação de sua peça. Mas prometo que irei à segunda, se houver”.
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Em 1940, entre o dramático episódio da Retirada de Dunquerque e a épica a Batalha da Inglaterra, Churchill realizou um memorável discurso no Parlamento Britânico. Andrew Roberts comenta no seu livro Tempestade da guerra – Uma nova história da Segunda Guerra Mundial, que após Churchill proferir este discurso, enquanto ainda era intensamente ovacionado, sentou ao lado do ministro conservador Walter Elliot e lhe cochichou preocupado no caso dos alemães atravessarem o Canal da Mancha:
“Não sei como vamos combatê-los – creio que teremos de quebrar suas cabeças com garrafas – as vazias, é claro”.
Em outra oportunidade, durante uma sessão do parlamento, a primeira mulher eleita para a Câmara dos Comuns, Nancy Astor. Apesar de amigos, Nancy Astor alterou-se durante uma discussão. Aos berros, afirmou:
“Se Sua Excelência fosse meu marido, eu colocaria veneno no seu café”.
Ao que Churchill respondeu:
“Pois se eu fosse marido de Vossa Excelência, eu tomaria o café”.
Agora, a melhor de todas.
Ao lado de Winston Churchill vemos o Marechal Bernard Law Montgomery, 1º visconde Montgomery de Alamein
Ao lado de Winston Churchill vemos o Marechal Bernard Law Montgomery, 1º visconde Montgomery de Alamein
Bernard Montgomery foi um dos comandantes das forças aliadas na Segunda Guerra Mundial. Fez fama por bater o general alemão Erwin Rommel, a Raposa do Deserto, nas batalhas pelo Norte da África. Mas – dizem as más línguas – não era assim tão bom quanto diziam. Além disso, era um certinho a toda prova, caxias mesmo. Ainda assim, Monty, como era chamado pela imprensa, ficou se achando o máximo após o fim da guerra.
Certo dia, durante uma celebração qualquer, Monty foi discursar sobre sua experiência na guerra. Disse ele:
“Eu não fumo, não bebo e não prevarico. Por isso, sou herói de guerra”.
Na plateia, Churchill emendou para um colega que estava ao seu lado:
“Já eu fumo, bebo e prevarico. Por isso, sou chefe dele”.

O RIO ANTES DO RIO

Publicado em 15/02/2014

Foto: Iluminata Produtora de Imagens
Foto: Iluminata Produtora de Imagens

Rio de Janeiro sem os cariocas

Apesar da região ter sido visitada explorador português Gaspar de Lemos em 1502, a cidade do Rio de Janeiro só foi fundada, você sabe, em 1º de Março de 1565 por Estácio de Sá.
A Iluminata Produtora de Imagens  https://www.facebook.com/IluminataProdut…] resolveu imaginar como seria o Rio de Janeiro visto pelos primeiros europeus.
O resultado é um colírio para os olhos e foi até destaque do site abduzeedo.com.
Foto Iluminata Produtora de Imagens
Foto Iluminata Produtora de Imagens
Primeiro, a enseada de Botafogo, que foi batizada assim em 1590, quando Antônio Francisco Velho vendeu as terras para João Pereira de Sousa, chefe da artilharia do Galeão Botafogo.
Foto Iluminata Produtora de Imagens
Foto Iluminata Produtora de Imagens
Depois, a orla das Praias de Ipanema e Leblon, chamada pelos portugueses desbravadores de Costa Brava ou Praia Brava, e a entrada da Lagoa Rodrigo de Freitas, hoje Jardim de Alá, que na época era habitada pelos índios Tamoios.
Eles a chamavam de Piraguá, junção de pirá (peixe) com kuá (enseada).
Acabamos com a festa e tomamos a ferro e fogo a terra dos nativos – o primeiro movimento de ocupação ilegal começou há mais e 500 anos.
O Rio de Janeiro continua lindo.
Mas já foi bem mais.
FONTE - http://blogs.estadao.com.br/marcelo-rubens-paiva/rio-de-janeiro-sem-os-cariocas/

PORTO DO MANGUE

Na orla do rio das Conchas se percebe a transformação que passa o lugar.
Ontem, os moradores de Porto do Mangue que lotaram o auditório da Câmara Municipal puderam ter ideia da magnitude do projeto de um terminal privado na cidade. A obra é estratégica, de enorme visibilidade, mas um fato que merece ser anotado é que desde 2009, quando o prefeito Titico assumiu o cargo, a realidade vem sendo transformada.
Conjunto residencial Renascer, um sonho da população.
Onde antes era a rua da Areia, tomada por mato e barracos, hoje se avista um belo conjunto habitacional com praça e ginásio poliesportivo. 

Na educação, saúde e assistência social, entre outros setores, revelam indicadores positivos, merecendo reconhecimentos da população e dos órgãos oficiais.

Terminal marítimo mudará de vez realidade local 
E em breve será ponto de embarque da produção do RN, seja da mineração, frutas e outros produtos em escala de exportação, o que representará um ciclo de desenvolvimento acelerado e duradouro.
Prefeito Titico vê no porto grande oportunidade para redenção do município nos próximos anos. O prefeito portomanguense afirmou que colocará o edital de chamamento das empresas para consulta pública nos próximos dias. 

Posteriormente será apresentado à população, com detalhes, os avanços obtidos com aprofundamento dos estudos técnicos ambientais.

A obra deste porte irá gerar um impacto, mas segundo o prefeito, tudo será seguido de acordo com a legislação, inclusive, no lado social, algumas contrapartidas estão previstas como a utilização de 10 hectares da área cedida para a construção de equipamentos de lazer, esporte e educação.

Postado por Toni Martins.

Do blog Assu na ponta da língua, de Ivan Pinheiro

domingo, 16 de fevereiro de 2014

MARTHA WANDERLEY SALEM
29/08/1911 - 28/08/2009

Martha de Sá Leitão Wanderley. Assim se chamava a menina que nasceu numa terça-feira, 29 de agosto de 1911, no vilarejo do Açu, sertão do Rio Grande do Norte, filha de Minervino Wanderley e Carlota de Sá Leitão Wanderley.

Já na infância, Martha mostrava seu espírito através da doçura do olhar e o sorriso franco. Inquieta e simpática encantava a todos, o que deixava os pais com a certeza de que daquela diminuta criatura muita coisa boa viria. Martha ficou como filha única até seus doze anos, quando nasceu sua única irmã, Bertha de Sá Leitão Wanderley, em 11 de dezembro de 1933.

Martha começou a ter as suas primeiras aulas no Colégio Nossa Senhora das Vitórias, administrado por religiosas austríacas, que logo descobriram naquela menina um grande desejo de aprender. Tamanha avidez por conhecimento ficou evidenciada nos bancos escolares, quando fez parte da primeira turma de alunas do tradicional Colégio, trazendo na precoce bagagem o aprendizado de três idiomas, o alemão, o inglês e o francês.

Moça de muitos dotes, encontrou no comerciante Emílio Salem Dieb, de descendência árabe, o seu amor, casando-se em 17 de dezembro de 1938, passando a chamar-se Martha Wanderley Salem. Após suas núpcias, fixou residência em Mossoró, local no qual Emílio tinha negócios. Ficou até 1947, quando passou a residir em Natal, na Ribeira, numa bela casa ao lado da praça que hoje leva seu nome: Praça das Mães Professora Martha Salem. Morou também na Rua Princesa Isabel, Trairi, Rodrigues Alves, Coronel Estevam e Praça Marechal Deodoro. Teve seis filhos: Emilio Filho (falecido), Marta Maria, Caio, Margarida, Elizabeth (falecida) e Minervino.

Em meados da década de 1950, Emílio começou a ter sérios problemas coronarianos. Ela, como era do seu feitio, ficou ao lado do seu amado até sua partida, em dezembro de 1960.

Começava, então, uma nova era para Martha. Com seis filhos, o mais velho, Emílio, com vinte anos, ela tomou as rédeas da casa e, para colocar comida para os filhos e mantê-los em bons colégios, passou a dar aulas de pintura. Sua veia artística se destacava a cada pincelada. As alunas se fascinavam e, logo, formou uma grande turma que se transformou em um enorme grupo de inseparáveis amigas.

E assim, Martha foi tocando a vida. A casa sempre cheia de amigos. Fossem dela ou dos filhos, formavam uma turma grande, unida e, inspirados por ela, sempre dispostos a praticar o bem. Sua alegria e disposição para a vida, refletida nos gestos, cada vez arrebanhava mais admiradores. E nesse misto de esforço e prazer, Martha formou os filhos para vida.

Tinha cumprido seu dever de esposa e de mãe. Mas a história de Martha não ficaria por aí. Muita coisa ainda estava por vir. Martha mostrava que, além de sua enorme bondade, simpatia contagiante e do seu espírito solidário, era uma apaixonada pela vida.

Nesse momento, já sem a obrigação de angariar fundos para a manutenção da casa e dos filhos, iniciou uma atividade singular: com receio de esquecer os idiomas aprendidos, já que, naquela época, não era comum encontrar pessoas poliglotas, ela resolveu dar aulas de línguas de forma gratuita. “Eu não esqueço e as pessoas aprendem”, justificava.

Em 1980, em meio a essa nova missão, Martha sofreu dois grandes abalos com as mortes de dois filhos, Elizabeth, em janeiro, e Emilio Filho, em novembro. Parecia que o mundo desabava sobre Martha. Porém, sua fibra falou mais alto e ela se reergueu. Concentrou-se nas artes e, contando com a ajuda do seu inumerável grupo de amigos, retomou o prazer pela vida. Os percalços serviram de molas para que ela saltasse à frente e, mais uma vez, olhasse a vida de forma serena e com perspectivas. Era de uma força admirável!

Com o tempo, ficou evidenciado que sua grande paixão era o alemão. Estudou o país e especializou-se naquele idioma. Para que se possa ter ideia do seu conhecimento, passou a ensinar português a alemães que por aqui passaram. Essa troca de experiências culturais tomou conta de muitas conversas entre intelectuais e culminou com a publicação de inúmeras reportagens nas diversas mídias, tanto daqui, quanto da Alemanha. Para coroar essa estreita relação, o governo alemão, num gesto de reconhecimento, condecorou-a com uma comenda pelos serviços que prestou na difusão da cultura daquele país. Paralelo a isso, foi-lhe concedido o título de Cidadã Natalense pela Câmara Municipal.

Foi uma vida marcada pelos mais puros sentimentos. Uma mulher digna, honrada, querida, solidária, amiga, cúmplice, irmã, filha, esposa e mãe sem igual. O Rio Grande do norte precisa de mais pessoas da estirpe de Martha Wanderley Salem.

Abaixo, alguns depoimentos de amigos.

Ignez Motta:

“Falar sobre Martha é muito difícil. Não só pela importância que ela teve na minha vida, mas pelo que ela representou para várias gerações. Foi uma amiga singular, confidente, uma professora da vida. Uma mãe na mais sublime definição. Aprendi muito da vida com ela. As lembranças ainda são vivas nos meus pensamentos. Obrigado, querida!”

Maria Luísa Medeiros:

[…] Não sou afeita a homenagem póstuma, mas, no caso de Dona Martha, é necessária. Seu estilo de vida precisa sempre ser lembrado. Quando pessoas como ela se vão, nossa responsabilidade aumenta.[...]

[...] Tenho em minha casa uma recordação, um presente, uma jóia. Meu quadro favorito de Renoir pintado por suas mãos: "La Première Sortie" ou "A Primeira Saída", de 1876. O original está em Londres, mas o de Dona Martha está sempre comigo. [...]

[...] Agora que termino esse texto, 15h47, toca na rádio universitária "Eduardo e Mônica", de Renato Russo, música que também me motivou a estudar alemão. Descanse em paz, Dona Martha. Você fez muito. Agora é com a gente, seus alunos.[...]

Franklin Jorge:

[…] Martha Wanderley Salém, assuense de velha estirpe, prima em segundo grau da Baronesa de Serra Branca, D. Belisária, primeira grande proprietária rural potiguar a libertar seus escravos e a recepcioná-los com um jantar em que, vestida de touca e avental, os serviu solenemente da mesma maneira como se acostumara a ser servida.[...]

[…] Ainda menina, o pai a levou para conhecer a prima baronesa em seu solar, atualmente a Casa de Cultura do Assu. Uns setenta anos depois, D. Martha me contava que ficara decepcionada, pois esperava encontrar uma grande personagem, luxuosamente vestida e coberta de joias, cercada de serviçais, e deparara com uma mulher simples, falando pouco e baixo, curiosa acerca dos familiares, modestamente vestida… Era D. Belisária uma dama ascética e piedosa, sendo o seu único luxo a carruagem puxada por duas imponentes parelhas de cavalos puro sangue que a transportava do Assu aos seus domínios de Serra Branca, em Santana do Matos. Dona Martha a descrevia como uma mulher “quase sem carnes, chochinha e sem graça…”[...]

Woden Madruga:

“Neste 29 de agosto de 2008 a professora Martha Wanderley Salem está fazendo 97 anos de idade. Beleza! Artista plástica, ensinou pintura e línguas, incluindo nesse cabedal o alemão. Recebeu comenda do governo da Alemanha pelos serviços que prestou na difusão da cultura daquele país. Viúva de Emílio Salem Dieb, dona Martha teve seis filhos: o sempre saudoso Emílio Salem Filho, médico, Martha Maria, Caio Salem, médico, Margarida, Elizabeth (falecida) e Minervino Wanderley, jornalista. Fazem um dos melhores quadros da paisagem natalense.”

Minervino Wanderley Neto
Natal(RN), maio de 2013

O POETA RENATO CALDAS NA CAPITAL CARIOCA

Renato Caldas (1902-1991) era um afamado poeta popular potiguar de Assu, conhecido em todo o Brasil. Além dos versos que produzia (estilo Patativa do Assaré, Catulo da Paixão Cearense, Zé da Luz), tinha o dom do repente, de dizer ditos espirituosos que tinha sempre na ponta da língua, para qualquer ocasião. Pois bem, em 1960, era governador da Guanabara, hoje Rio de Janeiro, o agitador político carioca Carlos Lacerda que teria lançado no seu no seu governo uma Campanha para conseguir recursos em favorecimento dos flagelados da seca que castigava o povo do sertão nordestino,  que tinha como lema “Ajuda teu irmão”. Renato então regressou aquela capital onde antes havia morado para ver se conseguia com aquele governante, uma ajuda para publicar a segunda edição do seu já afamado livro de versos em linguagem matuta intitulado de “Fulô do Mato”. Ao chegar ao Rio, com pouco dinheiro, hospedou-se numa pensão de quinta categoria da Lapa, bairro da boêmia carioca. Logo fora advertido pelo proprietário daquela hospedaria: “Moço. Aqui o banheiro é coletivo”. Renato não deu muita importância. Prevenido, deixou sua bagagem no quarto daquela pensão, deu uma saída para comprar um pinico (utensílio doméstico de ágata muito usado em quartos até mesmo nos grandes centros urbanos). Ao pegar naquele objeto, perguntou ao vendedor: “Moço. Quanto é esse pinico”. “O nome disso aí não é pinico, não! O nome certo disso aí é “Nordestino”. Disse o vendedor. Renato que não perdia as oportunidades para dizer um repente, respondeu: “Pois eu quero comprar esse “Nordestino” pra hoje à noite encher de carioca”.

No dia seguinte Renato se dirigiu ao Palácio do Governo do Rio. Levou um chá de cadeira, não conseguiu falar com Lacerda, deixou com a secretária daquele governador um bilhete rimado em forma de sextilha, dizendo assim:

Amigo Carlos Lacerda
Que inventou essa ‘merda’
De “Ajuda teu irmão”.
Ajude o velho Renato
Publicar “Fulô do Mato”
Poeta lá do sertão!

A sextilha acima logo se espalhou pela cidade do Rio de Janeiro. Foi quando certo amigo lhe perguntou: “Renato”. Você não tem outro nome além daquela palavra indecorosa para rimar com o nome do governador, não? ”Renato não se fez de rogado: ‘Merda', foi o único nome que encontrei para rimar com Lacerda.”

E a segunda edição do livro referenciado acima de Renato Caldas veio a ser publicado com ajuda de Carlos Lacerda que se tornou  amigo e admirador daquele bardo Norte-riograndense que o Brasil consagrou com muita justiça.

Fernando Caldas



MANOEL CALIXTO CHEIO DE GRAÇA E quem não se lembra de Manoel Calixto Dantas também chamado de "Manoel do Lanche?" Era um dos nosso...