sexta-feira, 8 de julho de 2016
quinta-feira, 7 de julho de 2016
quarta-feira, 6 de julho de 2016
CCJ aprova reajustes de servidores e faz ressalvas a criação de cargos
Agência Senado - 06/07/2016
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou nesta quarta-feira (6) oito projetos que promovem reajustes salariais para servidores públicos civis e militares federais. A comissão fez ressalvas a dispositivos dos textos, criticados por vários senadores, que criam novos cargos. Além disso, foi adiada a apreciação do aumento para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que implicaria em elevação do teto do serviço público.
Os reajustes já aprovados beneficiam servidores da Câmara dos Deputados, do Tribunal de Contas da União (TCU), da Advocacia-Geral da União (AGU), da Polícia Federal, do Banco Central, da Educação, da Cultura, do Desenvolvimento Agrário e de ex-territórios federais, além de outras 40 carreiras (como agentes penitenciários e médicos e técnicos de hospitais públicos). Também foi reajustado o soldo dos militares. Os projetos ainda serão analisados pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) antes de irem para o Plenário.
Um dos textos aprovados (PLC 36/2016), que é destinado às carreiras jurídicas (advogados da União e procuradores federais, da Fazenda Nacional e do Banco Central), traz outro benefício além do reajuste. Os servidores foram contemplados com a regulamentação dos honorários advocatícios – que são um adicional pelas causas ganhas pelo profissional. Eles serão pagos na forma de frações de cotas de R$ 3 mil, às quais cada servidor fará jus na medida do seu tempo de serviço. Apenas advogados e procuradores com mais de quatro anos de exercício do cargo terão direito a cotas integrais.
Destaques
Um dos projetos (PLC 34/2016) continha dispositivos que criavam 14.419 novos cargos na administração pública federal. Esses pontos foram destacados do texto para serem apreciados separadamente nas próximas etapas da tramitação. A criação de cargos foi criticada pelos membros da CCJ, inclusive pelo líder do governo, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Outros dois projetos também receberam destaques pelo mesmo motivo.
Outro tema destacado no PLC 34 foi a transposição de carreiras – a mudança de servidores de carreiras de nível médio para carreiras de nível superior sem a realização de concurso. Também alvo de críticas, essa proposta foi igualmente separada do texto principal.
Teto
Ficou para a semana que vem a apreciação de três projetos que também promovem reajustes, devido ao “efeito cascata” que podem gerar. O principal deles (PLC 27/2016) eleva o teto remuneratório do funcionalismo público federal ao reajustar os subsídios dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que receberão R$ 39.293,00 a partir de 2017. Os demais membros do Judiciário têm suas remunerações vinculadas ao valor dos salários do STF, portanto o reajuste dos ministros implica também reajuste para juízes e desembargadores.
O procurador-geral da República e o defensor público-geral da União também estão na fila para aumentos. Os projetos relativos a eles promovem reajustes proporcionais dentro das carreiras do Ministério Público Federal e da Defensoria Pública da União.
LDO
A CCJ também votou as suas emendas ao projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2017 (PLN 2/2016). A comissão decidiu apoiar ações de fortalecimento do Ministério Público, de assistência a mulheres vítimas de violência, de demarcação de terras indígenas e proteção de povos isolados. O relator dessas emendas foi o senador Valdir Raupp (PMDB-RO).
Para o nosso deleite, esses versinhos amorosos muito antigo. Vejamos:
BONECA
Boneca bonita
Vestida de chita,
De renda, de fita
E de tentação
Teus olhos são duas
Estrelas... ou luar
Que iluminam as ruas
Do meu coração
Boneca querida
Pedaço de vida
Cansada e dorida
De um trovador
Que vivo cantando
Sorrindo e chorando
No peito guardando
A essência do amor.
Boneca eu te quero
Te amo e venero
Por te desespero
De louca paixão
Boneca morena
Tua boca pequena
Beijando envenena
A minha afeição.
Boneca bonita
Vestida de chita,
De renda, de fita
E de tentação...
Boneca... Boneca...
Que ama. Que peca
Que joga peteca
Com o meu coração.
Renato Caldas, poeta potiguar do Assu.
BONECA
Boneca bonita
Vestida de chita,
De renda, de fita
E de tentação
Teus olhos são duas
Estrelas... ou luar
Que iluminam as ruas
Do meu coração
Boneca querida
Pedaço de vida
Cansada e dorida
De um trovador
Que vivo cantando
Sorrindo e chorando
No peito guardando
A essência do amor.
Boneca eu te quero
Te amo e venero
Por te desespero
De louca paixão
Boneca morena
Tua boca pequena
Beijando envenena
A minha afeição.
Boneca bonita
Vestida de chita,
De renda, de fita
E de tentação...
Boneca... Boneca...
Que ama. Que peca
Que joga peteca
Com o meu coração.
Renato Caldas, poeta potiguar do Assu.
FLOR
DO MANDACARU
Linda
noiva das noites quentes,
visível em toda a escuridão
tamanha é tua brancura,
que faz de ti a mais bela do Sertão.
Perfumas maiores distâncias,
alivias espinhos vizinhos teus,
pena que morres a cada noite
para tristeza de quem pouco te leu.
Sim, és letra para poema,
soneto, livro e canção.
Muito pode-se falar
da flor que dá no coração.
A flor do mandacaru…
do coração nordestino…
visível em toda a escuridão
tamanha é tua brancura,
que faz de ti a mais bela do Sertão.
Perfumas maiores distâncias,
alivias espinhos vizinhos teus,
pena que morres a cada noite
para tristeza de quem pouco te leu.
Sim, és letra para poema,
soneto, livro e canção.
Muito pode-se falar
da flor que dá no coração.
A flor do mandacaru…
do coração nordestino…
Célia
Di Oliveira
Fonte: http://www.ambientelegal.com.br/
Noruega tem estrada que parece sumir no céu; conheça esta obra assustadora
Do UOL, em São Paulo
- XdMag/Creative CommonsA imagem da Storseisundet pode assustar muitos motoristas
Para quem não a conhece, a estrada norueguesa batizada de Rodovia do Oceano Atlântico oferece um trecho pra lá de assustador.
Ao chegar ao início da ponte Storseisundet (uma das oito pontes que compõem esta rota do país nórdico), o motorista se depara com uma subida em curva que, subitamente, parece desaparecer no céu.
A impressão é que, se continuar acelerando, o condutor irá projetar seu veículo rumo a um abismo que não pode ser visto no começo do trajeto, tal qual um dublê de filme de ação.
Jorgen Vik/Creative Commons
Apesar de assustadora, a ponte fica em uma linda região norueguesa
O cenário ao redor é lindo, com montanhas, braços de mar e vilarejos pitorescos. Mas o formato da ponte pode, sem dúvida, despertar uma certa ansiedade em muitas pessoas.
Por sorte, a imagem é apenas uma ilusão de ótica: a Storseisundet, que tem 260 metros de comprimento, continua como uma descida do outro lado e, se as regras de trânsito locais forem respeitadas, oferece condições seguras para os motoristas.
E, por ser tão inusitada, a ponte acabou virando um destino turístico na Noruega.
Iwoelbern/Creative Commons
A Rodovia do Oceano Atlântico tem um mirante para a Storseisundet
No começo de sua subida, há um estacionamento onde os viajantes podem parar os seus carros e tirar fotos, de um ótimo ângulo, do asfalto sumindo no horizonte.
A Rodovia do Oceano Atlântico, por sua vez, é uma das rotas mais lindas do território norueguês. Ela tem pouco mais de oito quilômetros de extensão, conectando diversas ilhas do país nórdico e oferecendo vistas para o oceano e as montanhas da região.
Um dos destinos alcançados pela estrada é a ilha de Averoia, cercada por fiordes como o Kornstadfjord e o Kvernesfjord, este com 22 quilômetros de comprimento.
Quando o tempo está ruim, porém, toda a estrada pode ser atingida por fortes rajadas de vento e até pelas ondas do mar.
Iwoelbern/Creative Commons
Vista de outro ângulo, a ponte não é tão ameaçadora assim
terça-feira, 5 de julho de 2016
]
Certa vez, o poeta Renato Caldas dançava num baile realizado nos arredores da cidade de Assu. Já embriagado, apertava a moça cada vez mais que a dança ia se prolongando. Aquela jovem não suportando mais os apertos daquele poeta boêmio, advertiu de tal modo:
- "Renato. Eu ainda sou moça!"
- "Porque quer, minha filha!" - Retrucou o mulherengo vate assuense.
Certa vez, o poeta Renato Caldas dançava num baile realizado nos arredores da cidade de Assu. Já embriagado, apertava a moça cada vez mais que a dança ia se prolongando. Aquela jovem não suportando mais os apertos daquele poeta boêmio, advertiu de tal modo:
- "Renato. Eu ainda sou moça!"
- "Porque quer, minha filha!" - Retrucou o mulherengo vate assuense.
segunda-feira, 4 de julho de 2016
INSPIRADO EM RECORDAÇÕES, ARTISTA POTIGUAR RETRATA COTIDIANO DO SERTANEJO
ROSTAND MEDEIROS 2 COMENTÁRIOS
‘Não podemos negar nossas origens’, diz o curraisnovense Assis Costa.
Para pintar, ele lembra das brincadeiras de criança e dos banhos de açude.
Para pintar, ele lembra das brincadeiras de criança e dos banhos de açude.
Nascido na cidade de Currais Novos, no Seridó potiguar, o artista plástico Assis Costa retrata o cotidiano do sertanejo através das próprias recordações. Prestes a fazer 40 anos, o pintor ainda lembra da sensação única de construir os próprios brinquedos, tomar banho de açude e subir em árvores.
O gosto pela arte começou cedo. “Quando eu era criança, comecei a experimentar e usar tintas, além de desenhar. Fiz um curso e, com 14 anos, comecei a vender minhas telas”, disse. Hoje, ele vive da venda das obras.
Com mais de 15 exposições durante a carreira, Assis tem uma preferida. Em 2012, fez uma mostra chamada ‘Seridós’. Ao portal G1, ele disse que foi uma maneira marcante de expor a cidade para quem não conhecia. “Quero ressaltar meu respeito pela cultura potiguar. O que eu vejo é que a religião é muito forte no interior, principalmente a católica. A fé, a paisagem e o povo sertanejo são minhas maiores inspirações”.
Os trabalhos sobre o Seridó continuam. “Minha memória reflete em tudo que produzo. Uma das minhas telas mostra como era quando um circo chegava a cidade. Era extraordinário. Toda a população assistia os espetáculos. E é esse o sentimento que procuro demonstrar”, relembrou.
Assis também lembra de situações engraçadas que serviram de inspiração. “Eu estava tomando vinho na casa de um amigo e ele me disse ‘rapaz, você está bebendo muito e daqui a pouco você não vai saber com o que está pintando’, e eu comecei a experimentar o vinho como tinta. E deu certo! Resultou em uma exposição chamada Dom Quixote de Las Manchas de Vinho”, emendou.
Não há dúvidas sobre o futuro. “Sempre fui artista e vou continuar sendo. Apesar de morar no interior, pretendo mostrar minhas obras para pessoas do Brasil inteiro, quem sabe até de outros países. Não podemos negar nossas origens. E é por isso que retrato minha cidade com tanto carinho”, afirmou Assis.
Lenda dos beijos
Dizem que os beijos na mão
Falam de amor e respeito
Nos olhos dizem paixão
Se dados com certo jeito
Nos cabelos incerteza
Ciúmes queixa e dor
Na testa dizem pureza
Se dados com certo ardor
Nos braços é liberdade
E no queixo é fingimento
Em vez se dados de má vontade
Em vez de gozo é tormento
Na boca volúpia imensa
São beijos cheios de dor
São beijos de muita crença
São beijos de muito amor.
Falam de amor e respeito
Nos olhos dizem paixão
Se dados com certo jeito
Nos cabelos incerteza
Ciúmes queixa e dor
Na testa dizem pureza
Se dados com certo ardor
Nos braços é liberdade
E no queixo é fingimento
Em vez se dados de má vontade
Em vez de gozo é tormento
Na boca volúpia imensa
São beijos cheios de dor
São beijos de muita crença
São beijos de muito amor.
NL
sábado, 2 de julho de 2016
DE ONDE SURGIU ESTA PONTE NO MEIO DA RIBEIRA?
Acontece que em meados do século XX Natal era uma cidade que tinha menos de 12 mil habitantes, quase não possuía áreas urbanizadas, e esta era uma delas. Então oRio Potenji criava lá um pântano tão grande que impedia das pessoas se deslocarem. Era difícil até para o comércio e para o desenvolvimento da cidade.
Foi então que Figueiredo Junior, ‘presidente da província’ na época, numa tentativa de amenizar a situação, decidiu fazer a primeira intervenção concreta no espaço, construindo um muro às margens do rio, e um aterro para preservá-lo da força das água. Isso permitiu uma melhor comunicação entre a Cidade Alta e a Ribeira.
Somente em 1904 o Governador Augusto Tavares de Lyra concretizou estas reformas, e o novo nome do logradouro, antes denominado Praça da República (1901), passou a se chamar Praça Augusto Severo.
A nova Praça Augusto Severo tinha recebido durante a grande seca do início do século XX, mais de 15 mil retirantes, o que fez a população da cidade dobrar. Os “barracões” montados na praça haviam deixado lembranças aterradoras: saques, epidemias, mortes, violências, deportações, desespero e fome.
Então, os retirantes foram contratados para ajudar na urbanização do espaço. Os natalenses fizeram doações de plantas como palmeiras imperiais, fícus benjamim e oitizeiros para ornarem os jardins. Assim as obras recomeçaram, e lá foram construídas galerias de escoamento, calçamento das ruas ao redor e até uma fonte.
Esta ponte portanto é o único elemento sobrevivente desta praça épica que já foi jardim botânico e que depois de um tempo foi reduzida para a construção do terminal rodoviário da Ribeira.
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Fonte: Brechando
Maior empresa exportadora de frutas do estado do CE se instala no Vale do Açu
Os primeiros testes com o melão já estão sendo feitos e foram considerados excelentes pelos técnicos da empresa
A maior exportadora de frutas do estado do CE, empresa Itaueira, acaba de se instalar em solo potiguar, nas terras que pertenciam à empresa Del Monte, em Ipanguaçu, região do Vale do Açu. Depois de muitos anos perdendo empresas de fruticultura para outros estados, começa no RN o caminho inverso. O secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Pesca, Guilherme Saldanha, visitou as instalações da indústria na última quarta-feira (29), adianta informação da assessoria de imprensa da pasta, na capital potiguar. Inicialmente serão plantados 400 hectares de frutas, o que significa uma geração de 600 empregos diretos só neste ano e o plantio começa na primeira semana de agosto.
“Estamos recebendo a maior exportadora de frutas do Ceará para aproveitar nosso grande potencial hídrico, mesmo nesse período de seca. É uma vitória para o RN em tempos de recessão econômica”, destaca o secretário.
De acordo com o proprietário Tom Prado, que recebeu Guilherme Saldanha na sede da empresa, somente este ano serão exportados cerca de US$ 7 milhões por meio de 550 contêineres de frutas via Porto de Natal. Os primeiros testes com o melão já estão sendo feitos e foram considerados excelentes pelos técnicos da empresa. A Itaueira está investindo cerca de R$ 8 milhões somente este ano para retomar a produção agrícola da fazenda.
http://www.radioprincesadovale.com/
quinta-feira, 30 de junho de 2016
CHAPÉU DE COURO NORDESTINO – INDENTIDADE DE UMA REGIÃO
ROSTAND MEDEIROS DEIXE UM COMENTÁRIO
Autor – Rostand Medeiros
Este é um artefato que funciona como verdadeiro distintivo do Nordeste e do nordestino. Creio que talvez não existe um material com um aspecto tão forte em termos de identidade, tão representativo do nosso sertão do que o belo e tradicional chapéu de couro.
Um Material Com Fins Práticos
A pecuária, a criação de gado no interior da atual Região do Nordeste do Brasil foi o primeiro grande fator de geração de renda e permanência do homem nesta região árida. Da atividade de criar o gado se obtinha a carne para alimentação, o leite e em seguida o couro, que era utilizado de diversas maneiras nas propriedades rurais. Em algumas fazendas se desenvolveram rústicos curtumes, que serviram para transformar o couro em mais um meio de geração de renda. Certamente foi nestes locais que se iniciou a tradição da manufatura dos chapéus de couro.
Este tradicional artefato nordestino inicialmente serviu basicamente para fins práticos, principalmente como parte da indumentária de proteção dos vaqueiros.
Além de primariamente servirem para proteger a cabeça dos sertanejos do inclemente sol e das chuvas temporárias, igualmente era utilizado para proteger seus usuários das ervas espinhosas da vegetação de caatinga, juntamente com o gibão e a perneira.
Mas apesar da designação comum, os chapéus de couro não possuíam um formato único. Variavam imensamente conforme a localidade do vaqueiro, servindo até mesmo como um identificador de sua proveniência.
Muitos acreditam que o tradicional chapéu de couro nordestino foi criado pelos cangaceiros. Mas isso não é verdade!
Entretanto devemos a estes bandoleiros das caatingas a transformação deste material em uma peça característica extremamente marcante na história deste movimento. Os cangaceiros faziam questão de colocar várias moedas (talvez para mostrar o apurado dos saques?), santinhos, cruzes, estrelas e outros símbolos, criando peças únicas em termos de estética e simbologia.
Fabricação Nada Fácil
Fabricar os tradicionais chapéus de couro nordestinos não é nada fácil. Primeiramente o couro do animal é levado para o curtimento vegetal. Lá ele é tratado, onde pode permanecer cru, com ou sem pelo, ser tingido, ou não.
Na segunda parte do processo o couro é cortado, dependendo das medidas determinadas, sendo tudo geralmente produzido à mão por jovens artesões.
Depois do corte o couro é molhado para ficar mais elástico e assim ser colocado em moldes. É lá que eles ganham forma e vão para a secagem. Esse processo depende da temperatura ambiente e pode durar de duas horas ou mais. Como chove pouco no sertão nordestino, isso não é um grande problema.
Depois do corte o couro é molhado para ficar mais elástico e assim ser colocado em moldes. É lá que eles ganham forma e vão para a secagem. Esse processo depende da temperatura ambiente e pode durar de duas horas ou mais. Como chove pouco no sertão nordestino, isso não é um grande problema.
Em seguida o chapéu ganha a aba que vai proteger o rosto do vaqueiro. As oficinas fazem o tamanho das abas de acordo com o gosto do comprador, mas na Paraíba elas se caracterizam por serem curtas, já em algumas regiões da Bahia ela costuma ser maior.
A última etapa é a costura. Primeiro o material vai para a máquina de costura reta receber o acabamento. Mas os desenhos e aplicações ficam por conta da máquina manual, que apesar de ser mais trabalhosa é quem vai dar riqueza de detalhes ao chapéu de couro.
A última etapa é a costura. Primeiro o material vai para a máquina de costura reta receber o acabamento. Mas os desenhos e aplicações ficam por conta da máquina manual, que apesar de ser mais trabalhosa é quem vai dar riqueza de detalhes ao chapéu de couro.
Todo esse trabalho, realizado por abnegados artesões, no meu entendimento o que mais valoriza este rico material.
Identidade Cultural
No meu entendimento foi a partir do sucesso de Luís Gonzaga no Sudeste, que utilizava vários modelos de chapéu de couro em suas apresentações, como marca de sua origem nordestina, estes acessórios passaram gradativamente a ser utilizado como símbolo da vida sertaneja e do homem nordestino. Alem do Velho Lua, estas verdadeiras coroas nordestinas foram, e ainda são, utilizadas por gente do nível de Dominguinhos, Santana e tantos outros verdadeiros cantadores nordestinos.
Entretanto, artistas que atualmente se dizem “forrozeiros”, que infelizmente são oriundos do próprio Nordeste, não utilizam mais em suas apresentações estes artefatos característicos.
Que eles não queiram usar estes símbolos nos grandes palcos é problema deles. Até aí tudo bem, gosto não se discute!
Mas o que se lamenta aqui é esse pessoal, travestidos de “modernos”, menosprezarem não apenas o velho e autêntico chapéu de couro, mas toda uma secular e tradicional cultura criada na região.
No meu entendimento o pior é que estes “artistas”, junto com a sua perniciosa e maciça “indústria cultural”, tentam de todas as formas mostrar a cultura tradicional nordestina como algo decadente, ultrapassada, sem serventia e em desuso. Estes seguem propagando músicas de extremo mau gosto, baixo nível e cantadas por gente que no máximo deveria utilizar suas vozes para vender jerimum na feira (com todo respeito aos feirantes).
A coisa é tão forte e o jogo é tão sujo que cheguei a ponto de perceber que aqueles que decidem utilizar um chapéu de couro em algumas regiões do próprio sertão nordestino são vistos de forma jocosa e com um olhar que fica entre o espanto e o mais completo escárnio. Interessante que há tempos atrás eu percebia isso apenas nas capitais.
Apesar desta questão, o bom e velho chapéu de couro está firme e forte na cabeça daqueles nordestinos que valorizam a cultura tradicional de sua terra. Até mesmo como símbolo de resistência cultural.
E a melhor notícia é que a produção destes belos artefatos está tendo continuidade.
Resistência e Continuidade
Certamente que a maioria destes “artistas” não possuem capacidade mental de perceberem a beleza da arte que está por trás das tradicionais vestimentas e acessórios dos nossos vaqueiros. Verdadeiras obras de arte produzidas com maestria, por quem abraça um artesanato digno de exportação.
Não posso negar que em toda a região não são muitos os artesões envolvidos no processo de fabrico do tradicional chapéu de couro. Mas, para a sorte dos que valorizam a autêntica cultura nordestina, temos verdadeiros Mestres produzindo e ensinando a sua arte aos seus filhos e netos pelo Nordeste afora.
Este é o caso dos descendentes de Antônia Maria de Jesus, a conhecida “Totonha Marçal”, que continuam a manter a tradição no trabalho com chapéus de couro no Distrito da Ribeira, no município de Cabaceiras, Paraíba. Inclusive este município do Cariri Paraibano, situado a 180 Km de João Pessoa, capital da Paraíba, é atualmente o maior produtor de chapéus de couro do Brasil.
Temos em Salgueiro, Pernambuco, mais precisamente na Fazenda Cacimbinhas (a 14 quilômetros do centro da cidade), o exemplo de uma família que há um século perpetua o ofício de transformar pedaços de couro em peças artesanais que conquistaram personalidades do mundo artístico e da política brasileira. Tudo começou em 1909 com Mestre Luiz, depois passou o oficio para seu filho, o conhecido Zé do Mestre. Este chegou a fabricar vestimentas (só gibões) para o amigo Luiz Gonzaga, o ex-presidente Médici, o rei Juan Carlos da Espanha e até para o Papa João Paulo II, em sua última visita ao Brasil. Atualmente a arte está preservada e nas mãos de seu filho Irineu Batista, mais conhecido como Irineu do Mestre.
Já em Ouricuri, também em Pernambuco, temos o Mestre Aprígio e o seu filho Romildo, que trabalham juntos mantendo a tradição. Mestre Aprígio tem orgulho em exibir pelas paredes de sua oficina, que outro denominam acertadamente de ateliê, as fotos que contam a história do artesão que começou a trabalhar aos 24 anos de idade. Já são mais de 50 anos de profissão e criatividade produzindo chapéus de couro, gibões e bolsas personalizados.
Evidentemente que não posso esquecer de Espedito Velozo de Carvalho, o Mestre Espedito Seleiro, de Nova Olinda, no Ceará. Ele tinha oito anos de idade quando começou a ajudar o pai em sua oficina. As histórias que ouvia quando criança eram célebres: foi o pai quem criou as sandálias do cangaceiro Lampião. Com o passar dos anos Mestre Espedito só cresceu na qualidade do seu trabalho, chamando a atenção de estilistas do Sudeste do país e foi ele que assinou as peças que o ator Marcos Palmeira usou no filme “O Homem que Desafiou o Diabo”, de 2007.
Eu acho muito bonito quem, mesmo que se abra para outras culturas, tem orgulho de sua terra e de sua identidade cultural. Para mim, junto com a bondade ao próximo e a humildade, é o tipo de situação que torna um outro ser humano verdadeiramente digno de respeito.
Sendo assim, não posso negar que fico muito feliz quando vejo alguém utilizar o bom e velho chapéu de couro nordestino. Quando eu encontro uma pessoa utilizando este tipo de material, penso que a cultura da minha terra ainda resiste em meio a um mar de muita mediocridade.
Eu também tenho os meus chapéus de couro (3) e tenho muito orgulho de utilizá-los, pois tenho a sorte de ser nordestino e amar minha região.
FONTES……………………………………………………………………………………………….
INTERNET
http://sg10.com.br/noticia/colunasespeciais/2014/9/artesao-salgueirense-mantem-tradicao-secular.html
LIVROS
FREYRE, G. Vida Social no Brasil nos Meados do Século XIX. Recife: Artenova, 1977.
PERICÁS, L. B. Os cangaceiros: ensaio de interpretação histórica. São Paulo: Boitempo, 2010.
VIANNA, L. C. R. Bezerra da Silva, produto do morro: trajetória e obra de um sambista que não é santo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
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