quarta-feira, 31 de outubro de 2018

A MÁQUINA DE ESCREVER
Mãe, se eu morrer de um repentino mal,
vende meus bens a bem dos meus credores:
a fantasia de festivas cores
que usei no derradeiro Carnaval.

Vende esse rádio que ganhei de prêmio
por um concurso num jornal do povo,
e aquele terno novo, ou quase novo,
com poucas manchas de café boêmio.

Vende também meus óculos antigos
que me davam uns ares inocentes.
Já não precisarei de duas lentes
para enxergar os corações amigos.

Vende , além das gravatas, do chapéu,
meus sapatos rangentes. Sem ruído
é mais provável que eu alcance o Céu
e logre penetrar despercebido.

Vende meu dente de ouro. O Paraíso
requer apenas a expressão do olhar.
Já não precisarei do meu sorriso
para um outro sorriso me enganar.

Vende meus olhos a um brechó qualquer
que os guarde numa loja poeirenta,
reluzindo na sombra pardacenta,
refletindo um semblante de mulher.

Vende tudo, ao findar a minha sorte,
libertando minha alma pensativa
para ninguém chorar a minha morte
sem realmente desejar que eu viva.

Pode vender meu próprio leito e roupa
para pagar àqueles a quem devo.
Sim, vende tudo, minha mãe, mas poupa
esta caduca máquina em que escrevo.

Mas poupa a minha amiga de horas mortas,
de teclas bambas, tique-taque incerto.
De ano em ano, manda-a ao conserto
e unta de azeite as suas peças tortas.

Vende todas as grandes pequenezas
que eram meu humílimo tesouro,
mas não! ainda que ofereçam ouro,
não venda o meu filtro de tristezas!

Quanta vez esta máquina afugenta
meus fantasmas da dúvida e do mal,
ela que é minha rude ferramenta,
o meu doce instrumento musical.

Bate rangendo, numa espécie de asma,
mas cada vez que bate é um grão de trigo.
Quando eu morrer, quem a levar consigo
há de levar consigo o meu fantasma.

Pois será para ela uma tortura
sentir nas bambas teclas solitárias
um bando de dez unhas usurárias
a datilografar uma fatura.

Deixa-a morrer também quando eu morrer;
deixa-a calar numa quietude extrema,
à espera do meu último poema
que as palavras não dão para fazer.

Conserva-a, minha mãe, no velho lar,
conservando os meus íntimos instantes,
e, nas noites de lua, não te espantes
quando as teclas baterem devagar.
                                     
             Giuseppe Ghiaroni



segunda-feira, 29 de outubro de 2018

EM DELÍRIO

Por que é que nós vivemos tão distantes,
Si estamos neste sonho todo incerto:
- Eu ao teu lado em pulsações vibrantes,
E tu, longe de mim, sempre tão perto?

E é isso como um lúgubre deserto
onde andem as chamas palpitantes
Deste amor, deste amor que vive aberto
para os teus cem mil beijos escaldantes!

Amo-te! E fui-te sempre à eterna esquiva...
Mata-me agora esta aflição tão viva
Que explode em mim, que no meu seio estua...

Que tu não sejas meu, pouco me importa...
Mas tira-me esta dor que me transporta
A este desejo eterno de ser tua!

Carolina Bertholo
___________em, revista Fon-Fon, Rio de Janeiro, 1924.






domingo, 28 de outubro de 2018

Eu sou aquele que acordou chorando,
O das horas amargas, imprudentes.
Vim num velho país de negras gente 
E deixei do mais duro, por mais brando.

Meu coração foi lágrima rolando
E deturpado corpo entre os mais dentes...
Vejo os dias de fogo, reluzentes,
E tudo as garras para o negro bando.

Gemendo no gemente deturpado,
A alma alastrada e para si ferida,
Toda a estrada a crescer e sempre abrolhos.

Vi-me no mundo e pelo mundo entrado;;;
- Coração com pavor dentro da vida,
E mocidade... com lágrimas nos olhos.


 João Lins Caldas

terça-feira, 23 de outubro de 2018

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

"O beijo na juventude é arrepio é desejo é vontade de começar... e nunca terminar... o beijo de quem se ama remédio... e até se ficar velhos há de se morrer beijando..."
Eu sei que a morte acaba e a vida é certa.

João Lins Caldas

Resultado de imagem para imagens de morte e renascimento

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Como te amo? Elizabeth Barrett Browning
________________________________________
Como te amo? Deixa-me contar de quantas maneiras.
Amo-te até ao mais fundo, ao mais amplo
e ao mais alto que a minha alma pode alcançar
buscando, para além do visível dos limites
do Ser e da Graça ideal.
Amo-te até às mais ínfimas necessidades de todos
os dias à luz do sol e à luz das velas.
Amo-te com liberdade, enquanto os homens lutam
pela Justiça;
Amo-te com pureza, enquanto se afastam da lisonja.
Amo-te com a paixão das minhas velhas mágoas
e com a fé da minha infância.
Amo-te com um amor que me parecia perdido - quando
perdi os meus santos - amo-te com o fôlego, os
sorrisos, as lágrimas de toda a minha vida!
E, se Deus quiser, amar-te-ei melhor depois da morte.
(tradução alternativa e mais comum):
Amo-te quanto em largo, alto e profundo
Minh’alma alcança quando, transportada,
Sente, alongando os olhos deste mundo,
Os fins do Ser, a Graça entressonhada.
Amo-te em cada dia, hora e segundo:
À luz do Sol, na noite sossegada.
E é tão pura a paixão de que me inundo
Quanto o pudor dos que não pedem nada.
Amo-te com o doer das velhas penas;
Com sorrisos, com lágrimas de prece,
E a fé da minha infância, ingênua e forte.
Amo-te até nas coisas mais pequenas.
Por toda a vida. E, assim Deus o quiser,
Ainda mais te amarei depois da morte.
TRADUÇÃO DE LUÍS EUZÉBIO:

(Enviado por João Celso Neto).

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

14 FOTOS RARAS DE NATAL NA DÉCADA DE 40 QUE VOCÊ AINDA NÃO VIU

Aqui estão fotos de Natal que de tão raras merecem sua apreciação com calma. Elas são da década de 40, quando a cidade recebeu militares americanos na Segunda Guerra Mundial.
Teatro Alberto Maranhão (bairro da Ribeira)_
Ruas do bairro da Ribeira em Natal_
Foto tirada a partir do Rio Potengi, ao fundo vê-se o bairro de Nossa Senhora da Apresentação_
Alto da Ladeira do Sol na Praia do Meio_
Antigo Mercado Público que pegou fogo em 1967 e mais tarde virou Banco do Brasil, localizado na Av. Rio Branco (Cidade Alta)_
Filial do Armazém Potyguar localizado no bairro da Ribeira_
Grande Hotel, que hospedou militares americanos no bairro da Ribeira_
Esquina da Rua Dr. Barata na Ribeira_
Casa Leite e Mercearia Delicia em foto tirada a partir da Praça Gentil Ferreira no bairro do Alecrim_
Foto da Avenida Câmara Cascudo, na Cidade Alta, ao fundo a Antiga Capitania dos Portos (hoje Capitania das Artes)_
Bonde circulando pelas ruas da Ribeira_
Militares americanos posando com o avião “Donzela Macahyba” (Macahyba Maiden), um modelo Consolidated Vultee PB4Y-1 107-B-4, em Parnamirim Field no ano de 1943.
Este avião foi usado para afundar submarinos inimigos tipo U 598 e U 848. Na época a cidade de Macaíba era conhecida como “Macahyba” uma cidade pequena perto do campo de pouso de Parnamirim Field, e assim fora dos limites para militares. O prefeito enviou uma carta ao esquadrão para agradecer por nomear este avião._
Militares americanos usando terno de gala (daí o possível surgimento da expressão “galado”), caminhando pela Rua Doutor Barata em frente à Farmácia Monteiro, no bairro da Ribeira._
Vista da Praia do Meio, possivelmente a partir do mirante próximo à Ladeira do Sol
Quem enviou não quis se identificar mas a cidade de Natal só tem a dizer: muito obrigado!
De: https://curiozzzo.com

Seguradora deve pagar conserto em oficina à escolha do cliente



Se o segurado efetua o reparo do veículo em oficina cujo orçamento havia sido recusado pela seguradora e assina um termo de cessão de créditos, a seguradora tem a obrigação de ressarcir a oficina pelas despesas, nos limites do orçamento aprovado por ela.
 
A conclusão é da 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça ao julgar recurso da Mapfre Seguros. A turma reduziu o valor que a seguradora terá de pagar a uma oficina ao montante do orçamento aprovado por ela, descontados os valores referentes à franquia, os quais já foram pagos diretamente pelo segurado.
 
No caso analisado, o segurado fez os reparos do veículo em oficina cujo orçamento de R$ 4,4 mil havia sido recusado pela seguradora, que autorizou o conserto no valor máximo de R$ 3 mil.
 
O cliente pagou o valor referente à franquia (R$ 1,3 mil) e assinou um documento para que a oficina tivesse o direito de cobrar o restante da seguradora.
 
O relator do caso no STJ, ministro Villas Bôas Cueva, destacou que, apesar da negativa da seguradora, os serviços foram prestados, o segurado pagou a franquia e firmou um termo para que a oficina pudesse cobrar da companhia de seguros a diferença de valores.
 
As instâncias ordinárias entenderam que não houve sub-rogação convencional, tratando-se, na realidade, de mera cessão de crédito. O ministro afirmou que a oficina apenas prestou os serviços ao cliente, “ou seja, não pagou nenhuma dívida dele para se sub-rogar em seus direitos”. Segundo o relator, houve cessão de crédito, nos termos do artigo 286 do Código Civil.
 
“Verifica-se, assim, que o termo firmado entre a oficina e o segurado se enquadra, de fato, como uma cessão de crédito, visto que este, na ocorrência do sinistro, possui direito creditório decorrente da apólice securitária, mas tal direito é transmissível pelo valor incontroverso, qual seja, o valor do orçamento aprovado pela seguradora”, afirmou.
 
No caso, o valor incontroverso a ser pago pela seguradora à oficina é o autorizado para o conserto (R$ 3 mil), menos o montante já pago pelo segurado a título de franquia (R$ 1,3 mil).
 
Villas Bôas Cueva citou norma da Superintendência de Seguros Privados (Susep) que garante expressamente a livre escolha de oficinas pelos segurados. Segundo o ministro, essa livre escolha não subtrai da seguradora o poder de avaliar o estado do bem sinistrado e também o orçamento apresentado.
 
“Assim, ressalvados os casos de má-fé, o conserto do automóvel é feito conforme o orçamento aprovado, nos termos da autorização da seguradora”, disse.
 
O ministro lembrou que as seguradoras comumente oferecem benefícios especiais para o uso da rede de credenciadas, mas é direito do segurado escolher a empresa na qual o veículo será reparado, já que poderá preferir uma de sua confiança.
 
Do Conjur com informações da Assessoria de Imprensa do STJ.

Por Cristina Costa Rodeira 
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Amigo embala-me.
Dá-me o teu colo para repousar
meu corpo cansado, de tanto lutar.
Dá-me travesseiros
recheados de carinho
para repousar a minha cabeça
povoada de sonhos.
Amigo
dá-me o sorrir da Primavera.
Trás a luz do Sol ao meu coração
as flores, como estrela guia
debulhadas em botão.
Amigo embala-me.
Dá-me a relva orvalhada
para eu pisar com meus pés cansados.
Mil quimeras d'alma sonhadas
e revividas nas madrugadas frias e cinzentas.
Assim, Amigo, embala-me.
Não me deixes perecer.
Dá-me de novo esse colo
e eu tecerei estrelas de sonho
para ti e para mim
para no teu colo finalmente, adormecer.
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quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Projeto Imagens de Uma Guerra Esquecida resgata presença do RN na 2ª Guerra


Durante a Segunda Guerra Mundial, Natal abrigou tropas norte-americanas, se tornando a maior base aérea americana fora dos Estados Unidos. Esse momento está marcado por registros fotográficos que também contam a história do Rio Grande do Norte. Por isso, com o objetivo de explorar os efeitos da presença da instalação militar, nasceu o projeto Imagens de Uma Guerra Esquecida.
O concurso, contemplado pelo edital da Economia Criativa 2018 do SEBRAE-RN, seleciona 10 ensaios fotográficos sobre o Rio Grande do Norte na Segunda Guerra para a montagem de uma exposição no formato de lambes (pôster artístico) pela cidade. A convocatória é aberta a todo território nacional e pode ser enviada para o http://estudiop.com.br/uma-guerra-esquecida/convocatoria2018expo/.

As fotos vão passar por uma comissão julgadora de nomes de relevância no cenário nacional da área que irá receber até 15 fotos de cada fotógrafo. Além disso, o projeto se desdobra em palestras sobre direito autoral, memória, empreendedorismo e em uma feira de fotografia aberta.
De: http://www.blogdajuliska.com.br

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Assu fora em 16 de outubro de 1845, a primeira cidade (juntamente com São José de Mipibu) criada no interior do Rio Grande do Norte, em 16 de outubro de 1845. Completam hoje 173 anos que ganhou foros de Cidade. A fotografia abaixo é dá década de quarenta. (http://assuantigo.blogspot.com/)


Assu de antigas glórias aniversaria hoje, 16/10. Arraial de Santa Margarida, de 20 de julho de 1687, Presídio de Nossa Senhora dos Prazeres, de 20 de abril de 1696, Povoação de São João Batista, Freguesia de 1726, Comarca, de 18 de março de 1733, Vila do Açu, Vila Nova da Princesa, de 11 de agosto de 1788, Cidade do Assu, de 16 de outubro de 1845. São, portanto, 173 anos que passou de Vila, a Cidade de Assu. Parabéns minha querida cidade.

Fernando Caldas




PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...