NA CIDADE DE ASSU/RN de tudo acontece. Pois bem. Na década de noventa, chega
naquela terra pluralista, certo Juiz de Direito, muito exigente. Aquela
autoridade foi logo determinando ao tabelião do Cartório de Registro que não
casava moça que usasse calça comprida nem rapaz cabeludo. O poeta João Fonseca,
vigilante permanente dos acontecimentos da cidade, escreveu essa décima:
Nasceu no tempo da valsa Cueca samba canção; Eu não sei por qual razão Não casa moça com calça Vestido tem que ter alça E terá que cobrir tudo. Do contrário fica mudo Em tudo bota defeito Não quer ver bico de peito E nem rapaz cabeludo.
A primeira coisa que o impressionou foi que os mortos pudessem ressuscitar. Estavam ali no caixão, rodeados por flores, e de repente apareciam em fotografias pintadas com os olhos abertos, para serem pendurados vivos. O historiador alemão Titus Riedl, que em 1994 veio morar no Brasil, mais especificamente no Crato, interior do Ceará, resolveu estudar essas imagens, para mostrar que fotos podem ser mais que verossímeis.
Lembra do caso de uma viúva que recebeu a visita de um desses artistas. A mulher lhe conta que não tem foto junto com o marido, e ele pergunta se não há um 3x4 da identidade que seja, ou da carteira de trabalho. E aí, de repente, está a senhora de 80 anos ao lado de um homem com 19. “Quando você vê a fotopintura, tem 60 anos às vezes no meio deles. Você acha que é o neto. Mas não, era o marido”.
Pressentindo que essas imagens desapareceriam com o tempo, Titus decidiu, mais que pesquisá-las, guardá-las. Essas de mortos-vivos, mas também dos vivos-vivos. É hoje o maior colecionador de fotopinturas no Brasil. Tem “na faixa” de cinco mil delas. Uma pequena parte do acervo foi exposta no final de semana passado em Salvador. Um monte de rostos anônimos, mas tão familiares, mirava quem subia ou descia os degraus da escadaria da Igreja do Passo.
A mostra integrou o Festival Transatlântico de Fotografia, promovido pelo Instituto Mario Cravo. Titus também palestrou no evento, falando sobre a tradição dos retratos pintados do Nordeste. Quem é que nunca viu, numa casinha pelo interior, uma foto dessas penduradas na parede? Meus avós têm umas, os seus também devem ter.
Nobreza
Era quando a pobreza tornava-se nobre. “Antigamente, era praticamente a única referência visual que existia dentro das casas. As imagens transmitiam uma autoridade, mostrava quem eram os donos. Hoje as pessoas fazem fotos com chifre, sorriem, tem sempre uma gaiatice, e ali não. Era sério, sereno. Envolvia um ritual de mudar de roupa, pagar pela foto. Tinha de dar certo”.
Às vezes, acontece de algum retratado querer dar as fotopinturas para Titus, sabendo que ele é tão interessado nelas, mas ele não aceita. Construiu sua coleção nas visitas que fazia aos locais onde os artistas trabalhavam, com cópias rejeitadas pelos clientes. “Eram telas com algum defeito, fungo, mancha, ou as pessoas queriam alterar a imagem. Tirar uma figura, botar outra... Comecei a comprar nas oficinas o que eles iam jogar fora. Outras estavam abandonadas há anos pelos vendedores”.
Hoje, as fotopinturas estão praticamente extintas, diz Titus. Em meados da década de 1990, quando ele passou a reunir os retratos, os pintores já tinham dificuldades de conseguir papel fotográfico e materiais de pintura.
Nos anos 2000, passaram a trabalhar no computador. Titus não gosta muito dessas digitalizadas. Primeiro, porque não duram – no máximo dois, três anos – e, depois, porque perdem o cuidado do fazer manual e uma certa “ingenuidade”. “Ainda dá para fazer fotopintura, mas já pagando muito”.
Os fotógrafos-pintores viajavam o Nordeste produzindo imagens, por isso a coleção de Titus tem obras de vários estados, inclusive da Bahia. Também há retratos pintados similares aos feitos aqui em outras regiões do país e no exterior, em países como Argentina, Uruguai, México. Mais para o sul, elas vão ficando mais elaboradas, conta Titus, mas por isso mesmo “menos legais”, na visão do pesquisador.
Ele já expôs sua coleção nos Estados Unidos, México, São Paulo, Ceará e também aqui em Salvador, em 2007. Viajaram mais que seus donos ali retratados. É como se ganhassem olhos para ver um mundo novo, apartados da casa onde viveram.
Você é tudo. É tudo para mim! Um formidável e imenso "Mendubim" Pejado de desejos! Eu sou o rio Assu - das grandes cheias, Em busca dos seus beijos! Você tem a alegria das alvoradas, A beleza da noite enluarada Com serestas de amor! Eu tenho na alma dobres de finados... Encanto por cima dos telhados Na hora do sol-por.
Você é o acalanto! A melodia Que as mães solfejam cheias de alegrias Pro filho adormecer!
Eu sou o cantochão, triste e profundo O doloroso ai do moribundo No instante de morrer!
Você é tudo. É tudo para mim! Um formidável e imenso "Mendubim", Sangrando de emoções... E sou apenas, uma poça dágua, Aonde se reflete a minha mágoa E as desilusões! Autor: Renato Caldas (O Açude Mendubim começou a ser construído na década de sessenta. A sua inaugura foi no anode 1970. Está localizado no Rio Paraú "afluente à margem esquerda do Rio Piranhas/Açu.Distante aproximadamente 11 km. do Centro da cidade de Assu-RN) ,
A inveja se manifesta como um sentimento de ressentimento, antipatia ou ciúme pelo que outra pessoa tenha conseguido ou mesmo pelo que essa pessoa representa, quando o outro se ver limitado para conseguir alcançar ser o que a pessoa é ou ter o que ela tem.
A inveja que parte de um amigo é uma das mais tóxicas, porque raramente será identificável, ninguém se sente orgulhoso de sentir inveja e, desde que ele possa evitar ser descoberto, melhor.
Mas no caso de amigos, eles geralmente têm um grau de influência sobre nós, são livres para dizer ou “nos” ajudar a resolver algumas coisas, e conscientemente ou inconscientemente, poderiam estar sabotando nossas ações por seus desejos ocultos.
São
poucas as pessoas que sentem satisfação real com as conquistas dos outros e até
mesmo muitos podem até se alegrar com nossos problemas, incluindo nossos amigos
e inimigos, pois, ser bem sucedido é uma coisa que incomoda…
Embora todos
estejam razoavelmente nivelados, as coisas fluirão melhor para a maioria, de
acordo com percepções egoístas.Quando alguém começa a se destacar em qualquer uma de suas
áreas, aqueles que olham ao seu redor, a menos que coloquem um benefício
associado a essa decolagem, normalmente estarão desejando que os que o rodeiam
estejam bem, mas não melhor que eles.
São poucos os que, honestamente, de
coração aberto, podem mostrar alegria pelo bem que os outros recebem.
Deposto em 64, Jango morreu na Argentina em 76DA REDAÇÃO
João Goulart morreu aos 57 anos morreu no exílio - em sua fazenda La Villa, no município argentino de Mercedes. A causa oficial da morte foi um ataque cardíaco, mas há suspeitas de que ele teria sido vítima da Operação Condor, conduzida por governos militares de países sul-americanos para eliminar adversários. Goulart nasceu em São Borja, no Rio Grande do Sul, em 1919. Formou-se em direito em Porto Alegre em 1939. Conheceu Getúlio Vargas em 1945, que o estimulou a entrar na política. Jango filiou-se ao PTB e, em 1950, foi eleito deputado federal. Em 1953, Vargas o nomeou ministro do Trabalho. Nessa pasta, concedeu aumento de 100% para o salário mínimo, mas acabou sendo afastado do cargo devido à reação dos conservadores. Tentou eleger-se senador pelo Rio Grande do Sul em 1954, sem êxito. Em 1955, porém, foi eleito vice-presidente na chapa de Juscelino Kubitschek, sendo reeleito vice em 1960, desta vez de Jânio Quadros. Este renunciou em agosto de 1961, quando Jango estava em viagem pelo Oriente. Os ministros militares tentam impedir sua posse, mas enfrentaram forte reação. O Congresso aprovou então uma emenda instituindo o parlamentarismo. Jango tomou posse em setembro. Conseguiu recuperar os poderes em 1963, graças a um plebiscito. Tentou implantar as reformas de base, mas foi deposto por um golpe militar em 1964.
José Jacó. Meu velho amigo. Perde o Assu um grande desportista. Uma figura de ótima qualidade que se foi parar o infinito. Se Deus é o infinito, ele está ao lado de Deus. Registo nesta página, o meu pesar.
Numa quarta feira de cinzas de 1972 atracou em Natal através de um acordo de intercâmbio entre o Rio grande do norte e os Estados unidos o navio hospital Hope , sua missão passar mais ou menos 10 meses em Natal para com isso fazer intercâmbio da medicina do tio Sam com os médicos locais , com uma tripulação de 100 médicos e 150 enfermeiros além de 100 leitos , esse navio foi de grande valia para a cidade , inclusive temos alguns natalenses q vieram a nascer a bordo desse belo navio
Acervo : blog BG att : Ricardo França
ODE A EÇILIO PINHEIRO
Surgiu sem riso a aurora
no dia nove de abril.
Solitária a natureza
clamava no céu do Brasil.
A tudo causou surpresa,
o roseiral com tristeza
Perfume não exalou.
A tortura foi completa
Quando esse imortal poeta
viajou... A floresta ficou triste,
a cigarra não cantou
Só a morte gargalhou,
o seu golpe ninguém resiste.
Padeceu a campina
no mar a mimosa ondina,
Consternada soluçou.
Sentiu o Brasil inteiro,
Quando a radio anunciou:
Morreu Eçilio pinheiro!
Nenhum pássaro gorjeou,
ao sol faltou claridade,
A lua só de saudade
nesta noite não brilhou!
Todo universo chorou,
a morte do filho amado
O vento soprou calado,
a manhã nasceu sem graça
O prenuncio da desgraça
fez do dia a madrugada.
Entristeceram os lírios,
jasmim, dálias, açucenas
Magnólias e verbenas
se vestiram de martírio;
Estrelas cometa e sírios
soluçavam sem conforto
Reclamava todo horto
com o silencio na fronte,
Denegrido o horizonte
deplorava! Eçilio morto.
E sua triste viola,
desprezada, coitadinha!
A magoa que lhe assola
é maior do que a minha.
Ergues seus repentes
saídos da boca quente
Como a eletricidade;
hoje vivem em abandono
Reclama chora a seu dono
que voou pra eternidade.
O céu mudou seu manto
as nuvens ficaram pretas
Penalizado os planetas
chorava a amargurando
Cada poeta em seu canto
gritava reclamação,
Somente a constelação
sorria constantemente
Por sabe que o eminente
foi eleito na amplidão.
Este lutador invicto
a voz do fraco e do forte
Matou o maior poeta
do Rio Grande do Norte,
Cada alma atribulada
pela tristeza causada
Aos pais, mães e filhos,
que blasfemavam ao mausoléu
porém os anjos do céu
cantavam em estribilhos.
Adeus Eçilio Pinheiro,
não te avistarei jamais
A carne não resta mais
só o teu nome violeiro,
Ficarás como o primeiro
cantador deste Brasil
O teu vulto varonil
entrou na voz da historia;
Subiste ao reino da gloria
no dia nove de abril.
Adeus Eçilio Pinheiro,
não te avistarei jamais
A carne não resta mais
só o teu nome companheiro
Enlutastes por inteiro
do mais fraco ao atleta
Tua linguagem correta
projetou-se como a luz
Converse lá com Jesus
ele também foi poeta.
Eçilio! como colega
não pretendo aborrecer,
Mas necessito saber
se no além tem bodega?
Eu sei você não nega
por ser um homem bizarro,
Diga se vende cigarro,
cachaça, fosforo e fumo
Mande dizer no resumo
Se tem cachimbo de barro?
Conte Eçilio, como vai?
Se já glosou com Bocage
Viu Mané de Bobagem
e conversou com papai?
Diga se São Pedro sai
a passear com os poetas?
Conte a historia completa
Esclareça tudo direitinho
Conte também amiguinho
se a viagem foi direta?
Eçilio, aguarde o dia,
reserve-me um lugar
Preciso me deleitar
com você na poesia,
Conserve a soberania
de qualidade e apreço
Mande certo o endereço
de você e dos colegas
Não permita ir às cegas,
eu sabendo não padeço.
Você que foi boêmio
Menestrel sonhador
Mande dizer por favor
se ai já se extreme-o
Confesse se já ganhou premio
por dedilhar violão
Narre tudo meu irmão
o passado e o presente
Explique sinceramente
se existe a tal salvação
Tua justiça eu renego
oh! Morte negra e ingrata.
Bem sei que você me mata
mas nem morrendo me entrego
a magoa que eu carrego
fere-me como uma seta,
prossiga na sua meta
mate o sábio e o vagabundo,
mate tudo nesse mundo
mas nunca mate um poeta. (José Coriolano, poeta de Ipanguaçu/RN) Poema enviado por Franz Bezerra de Oliveira
Juvino César Paes Barreto nasceu no município pernambucano de Aliança, a 2 de fevereiro de 1847, filho do coronel Leandro César Paes Barreto, republicano e insurgente da Revolução Praieira (1848), e Umbelina de Medeiros César.
Aos 10 anos de idade, Juvino ficou órfão de pai e passou a trabalhar como caixeiro viajante, em um estabelecimento de Nazaré (PE). À noite, ele ainda trabalhava em uma pequena oficina de encadernação, instalada em sua própria residência. Em 1869, associou-se ao irmão, Júlio Barreto, estabelecendo-se em Macaíba, neste Estado.
Juvino Barreto casou-se em 28 de janeiro de 1873, com Inês Augusta Paes Barreto, filha de Amaro Barreto. Transferindo-se para o Recife, ali passou a dirigir a firma Júlio & Irmão. Voltou em seguida, passando a residir com o sogro e com um cunhado, Fabrício Maranhão, no Porto de Guarapes, em Macaíba.
Juvino sonhou um dia construir uma fábrica de tecidos em Natal. Tirol proveito das Leis Nºs 732, de 9 de agosto de 1875 e 773, de 9 de dezembro de 1876 e dispôs de 8.000 metros quadrados de terreno, no começo da então Rua da Cruz.
Comprou na Inglaterra as mais modernas máquinas existentes na época, com o compromisso de pagá-las com os lucros obtidos.
Em 24 de maio de 1886, lançou a pedra fundamental do edifício fabril, em cerimônia presidida pelo presidente da província, José Moreira Alves da Silva. A fábrica foi inaugurada em 21 de julho de 1888. Junto à fábrica, Juvino construiu vila, escola, capela e prestou assistência médica completa aos seus operários.
Segundo Câmara Cascudo, Juvino era homem "pequeno, forte, moreno, barba cerrada, sempre de casemira, com um revólver metido entre a calça e o colete, revólver que jamais disparou".
Juvino Barreto era católico fervoroso, caridoso e de grande visão social, tendo sido considerado um modelo ideal de patrão. Foi o fundador da "Libertadora Macaibense", conseguindo um grande número de alforrias de escravos. Foi condecorado com a Imperial Ordem da Rosa, pelos serviços prestados à causa abolicionista. Também foi sócio do Clube do Cupim e Oficial Superior da Guarda Nacional.
Em frente à sua fábrica, Juvino construiu um notável palacete, que hoje abriga o Colégio Salesiano São José, e ali criou seus 14 filhos. A casa foi construída em um imenso sítio que abrangia todo um quarteirão.
Ainda em vida, Juvino doou, conjuntamente com a esposa Inês, a casa com todas as benfeitorias existentes na chác