sexta-feira, 17 de julho de 2020

Para se erguer um prédio
Tem que existir alicerce
Um ser humano não cresce
Se é crônico o seu tédio
O sucesso faz assédio
Devagarinho me encaixo
Faço o que certo eu acho
Sempre na mesma batida
PRA VOCÊ SUBIR NA VIDA
TEM QUE COMEÇAR DE BAIXO

CREIO
Creio na beleza do teu porte,
Na doce floração do teu receio.
Creio, feliz, no teu melhor anseio
E creio-me feliz por ver-te forte.
Creio em teus olhos divisar meu norte
Nos teus olhares julgo ler mais forte.
Creio na fé de ter nos teus afetos
Nos teus sorrisos doces, prediletos,
Na luz que vem seus divisar escolhos...
Na serena visão dos teus castelos...
Na pureza infantil dos teus desvelos
Creio na prece muda dos teus olhos.
Caldas
(Manuscrito)
Da linha do tempo, Face de Fernando Caldas

Veja imagens do Açude Gargalheiras

DICIONÁRIO MATUTO;
COMO SE FALA(VA) PEDRO-AVELINÊS:
1ª edição: 2012.. 2ª edição: 2018.
Um exemplo de cada letra do alfabeto:
-Altear: aumentar o volume do som do velho rádio ABC.
-Batatão: fogo fátuo em que os animais se assustam à noite.
-Caganeira: disenteria, diarreia.
-Desfigurado; pálido, doente.
-Entojo: enjoo de mulher grávida.
-Filepa: graveto pequeno e fino.
-Graxa: molho de carne.
-Herna: hérnia.
-Ingembrado: torto, empenado.
-Jararaca: mulher braba, briguenta.
-Lambaio: puxa-saco, adulador.
-Manquejar:andar mancando.
-Nanico; pequeno,de baixa estatura.
-Ofender; desvirginar, alimentação que faz mal.
-Passatempo; desmaio, turica.
-Quixó; armadilha para pegar preá.
-Ruma: amontoado de algo, monte de gente.
-Sodoro: xique-xique.
-Tiquim: pouca coisa.
-Usura; vantagem, ambição.
-Varapau: indivíduo alto e magro.
-Xilindró: quartel, cadeia.
-Zanho: zangado, desconfiado.
Marcos Calaça é professor, poeta matuto e jornalista cultural.
Obs. Esse dicionário sertanejo e matuto tem mais de duas mil palavras e frases referentes ao meu velho torrão, com 83 páginas.

quinta-feira, 16 de julho de 2020

AGNELO ALVES UM VOCACIONADO JORNALISTA E GRANDE POLITICO DO RN


Hoje estaria completando 88 anos de idade se vivo fosse - Agnelo Alves nasceu em 16 de julho de 1932 e faleceu em 15 junho de 2015. Foi jornalista vocacionado fazendo história no Jornal Tribuna do Norte, tendo se autodefinido pelo pseudônimo de Neco com grande destaque de comentários da vida politica do RN. Foi um grande politico potiguar: prefeito de Natal, Parnamirim, senador da república e deputado estadual. 

Deixou um legado de trabalho bem expressivo e sendo irmão do ex-governador Aluizio Alves, teve outro irmão deputado estadual, vice governador e senador Garibaldi Alves.  

Fazia parte do naipe familiar de enorme prestigio na politica do RN - tio do carismático Garibaldi Alves Filho, ex- deputado federal e ex-ministro Henrique Alves, sendo seu herdeiro direto o ex-prefeito da capital Carlos Eduardo Alves. Atualmente apenas o deputado federal Walter Alves seu sobrinho ostenta representatividade na alta câmara do País.

Agnelo deixou no municipio de Parnamirim um espólio eleitoral de grande potencialidade, a ponto da candidatura que encarnar o apoio do seu nome in memoriam ser favorecido e ter chance de sair do pleito vitorioso.

Vivê nu mato é mió,
Vivê sozinho nu rancho
Penerando a luz do só.

(desconheço o autor)

quarta-feira, 15 de julho de 2020

ORIGEM DA FAZENDA SÃO FRANCISCO

Essa fazenda foi fundada por Alexandre Francisco Pereira Pinto, o Capitão Antas. Um homem católico, temente a Deus, é tanto que colocou os nomes da fazenda e de todos os filhos nomes de Santos. Foi de São José dos Angicos para o distrito de Gaspar Lopes, hoje Pedro Avelino, por volta do ano de 1860. Casou-se com Maria dos Milagres, com quem teve dois filhos. Com o falecimento da primeira esposa, teve um segundo matrimônio com Maria Batista da Trindade, outra angicana, sendo pai de cinco filhos. Era um desbravador visionário, vinha sempre à capital fazer negócios e aproveitava para contratar uma professora para transmitir conhecimentos, ensinando o BÊ A BÁ e as quatro operações da aritmética a seus filhos e netos. Construiu a casa grande no pé da Serra Aguda, separada por um açude, que servia de suporte hídrico para fazenda. Essa casa é conjugada, vindo a nela morar o Capitão e seu filho Pedro, casado também com a angicana Cecília Genuína Antas, minha avó, a qual pariu vinte e um filhos e era uma verdadeira santa.

O Capitão faleceu no dia 16 de junho de 1923 na fazenda São Francisco, aos cuidados de Ana do Carmo, sua única filha solteira.
Minhas homenagens ao Capitão Antas, esse homem de fibra.

Autor: Geraldo José Antas
Engenheiro Civil e Agropecuarista
A imagem pode conter: uma ou mais pessoas
Sandi Grace
ha perdido a sua boneca favorita. Ela e Kafka procuraram a boneca sem sucesso.
Kafka disse-lhe para se encontrar com ele lá no dia seguinte e eles voltavam para a procurar.
No dia seguinte, quando ainda não encontraram a boneca, Kafka deu à menina uma letra ′′ escrita ′′ pela boneca dizendo ′′ por favor não chores. Fiz uma viagem para ver o mundo. Vou escrever-te sobre as minhas aventuras."
Assim começou uma história que continuou até o fim da vida de Kafka.
Durante as suas reuniões, Kafka leu as letras da boneca cuidadosamente escritas com aventuras e conversas que a menina achou adorável.
Finalmente, Kafka trouxe de volta a boneca (ela comprou uma) que tinha regressado a Berlim.
′′ Não se parece nada com a minha boneca," disse a rapariga.
Kafka entregou-lhe outra carta em que a boneca escreveu: ′′ as minhas viagens mudaram-me." a menina abraçou a nova boneca e trouxe-a feliz para casa.
Um ano depois Kafka morreu.
Muitos anos depois, a menina adulta encontrou uma carta dentro da boneca. Na pequena carta assinada por Kafka, estava escrita:
′′ Tudo o que amas provavelmente será perdido, mas no final, o amor voltará de outra forma."

terça-feira, 14 de julho de 2020

Nessa vida já dei muita mancada
Por cachaça, já fiz muita baderna
Dava o passo maior que minha perna
E o meu ímpeto sempre acabava em nada
Vi toda a minha fama acabada
Parei por um instante e pensei
Não foi isso da vida o que almejei
Vou agir de forma mais cautelar
APRENDI COM O TEMPO, A ESPERAR
POIS QUANDO TIVE PRESSA, EU ERREI

sábado, 11 de julho de 2020

Alba Fonseca de Sá Leitão



Morreu Alba Leitão. Hoje. Desaparece  com ela uma época.

Alba Leitão personificou o glamour, em Assu, por muitos anos.  Ela foi a imagem dos bailes elegantes e das grandes festas, quando se apresentava com vestidos especiais, calçava luvas, colocava sapatos altos  e resplandecia  pelo bom gosto.  Gestos e voz se harmonizavam.  Eram os anos finais da década de 1950. A década de 1960. Os anos dourados das orquestras que enchiam o ar com o som dos metais, ou  o  ritmo dado pelas maracas, pois as grandes orquestras  seguiam o estilo americano ou mexicano. Esse era o ambiente em que Alba se movia e impregnava de elegância.

Para compor a  personagem  vem a frase  que lhe atribuía a qualidade de árbitro da moda, na cidade. 

Se Alba  vestiu é porque está na moda, era o sussurro à sua passagem.  Mas   não era uma moda  simplesmente  vinda da costureira fina e dos tecidos nobres  ou como decorrência da   reprodução dos  trajes  da revista “O Cruzeiro” ou dos figurinos  importados. A moda de Alba era feita de  bom gosto e, por isso, conferia  destaque e se afirmava sem retoques, por inteiro como um retrato completo e perfeito.  Tudo era exato, nem a mais nem a menos. A fulguração era suave, pois não era de bom tom a estridência.

Não  me recordo de qualquer vestido  que Alba usou para descrever aqui. Dos adornos do que poderia ser chamado de vaidade, lembro apenas os brincos de pérola presos à orelha, grandes pérolas, clássicas. O que descrevo, esse pouco mundano ou material,  é próprio da elegância, em que  o  importante é o  gesto, a postura, a voz, um conjunto que identifica a pessoa e lhe cria uma marca pessoal, inimitável. Um certo  jeito de dizer. Uma certa forma de se comportar.  Um conjunto que  registra o estar no mundo, ocupando o lugar que é seu  e é único.

Afinal o poeta Paulo Valery afirmou  que – “Elegância é a arte de não se fazer notar, aliada ao cuidado sutil de se deixar distinguir.”

Dessa forma feita de harmonia e sutileza, Alba compôs  o retrato das festas  que, como dizia dona Sinhazinha, o Assu já teve. De finesse e harmonia. O grandioso palco da época foi o Clube Municipal. E o som de Orquestras como a de Ed Mandarino que animaram festas nos anos 1960 e sempre retornam à saudade daquela época.

Hoje Alba partiu. Ao encontro de José de Sá Leitão. Ao encontro dos familiares que a precederam. 

Foi para a casa do Pai Eterno. Ficaram  seus filhos, Raissa e Caio César, que, em meio às lágrimas da despedida, devem encontrar o conforto da gratidão nos anos de vida de Alba. Para os assuenses,  faço o registro que homenageia e relembra  toda uma época que recendia a rosas e  modula  as lembranças  com os  afetos. Uma luz  que presente nas histórias  que são contadas  sobre Assu.

Perpetua Wanderley,  10/07/2020

(Fotografia do blog).



quinta-feira, 9 de julho de 2020

IMPOSSÍVEL
Tudo findo. Deixaste-me e seguiste
O primeiro que veio ao teu caminho;
Não pensaste sequer que fiquei triste,
Preso à desgraça de viver sozinho!
Dois longos anos! ... Nunca mais me viste! ...
Foram-se as aves, desmanchou-se o ninho! ...
Hoje, me escreves: "Meu viver consiste
Na mistura de lágrimas e vinho!"
E me imploras: "Perdoa-me e consente
Que eu vá viver contigo novamente,
Pois só contigo poderei ter paz!"
Eu te perdôo... mas o empecilio é este;
Eu amava aquela alma que perdeste...
Alma que nunca reconquistarás! ...
(Rogaciano Leite)
Fortaleza, Dezembro de 1948.

terça-feira, 7 de julho de 2020


RESGATE DO LENDÁRIO VALDETÁRIO CARNEIRO NO IMAGINÁRIO POPULAR

A história do Valdetário de 'carne e osso' - Tribuna do Norte

Entre as muitas façanhas e bravuras no campo da violência e criminalidade legada ao vasto histórico de Valdetário Carneiro, encontramos um causo que achamos por bem transcrever como um resgate do tempo em que seu nome imperava como terror no município de Caraúbas, RN e estados circunvizinhos. 
Veja a belíssima narrativa do episódio intitulado - O Finado Manoel:
O lendário Valdetário Carneiro também teve seu dia mais descontraído quando acabou contribuindo para os Causos de Caraúbas.
 Ia ele na sua pickup possante na zona rural de Apodi, quando já próximo da cidade, um senhor, meio alquebrado pelos anos, acenou pedindo carona.
Valdetário prontamente atendeu o pedido, abriu a porta e facilitou a entrada do passageiro. Já aboletado e no conforto do ar condicionado o senhor começou a puxar conversa:
“O senhor vai pro Apodi?” “Vou sim”, respondeu Valdetário. “Vou tratar de negócios no Banco”.
Aí o carona por gratidão resolveu dar uma de conselheiro: “ O senhor tenha cuidado. Se vai tirar dinheiro no Banco e andando nesse carrão, aqui por essas bandas, há muita gente perigosa por aí.
Tem um tal de Valdetário Carneiro de muita fama na região que pode ser um grande risco, principalmente pra quem é de fora.”
Valdetário riu da situação e até agradeceu: “Obrigado, eu vou ficar atento”.
Em seguida devolveu a pergunta: “E o senhor não tem medo de estar sozinho nessa beira de estrada?
E se de repente lhe aparece o tal do Valdetário Carneiro?” .
“Ele que venha” completou o carona com aquela valentia de quem se sente em confortável distância do perigo.
E ainda acrescentou “ Um homem nasceu pra outro”.
Chegados ao destino, o carona já ia descendo quando resolveu fazer mais uma pergunta em meio aos agradecimentos: “Obrigado por tudo senhor. Vá com Deus. Mas como é mesmo o seu nome?” Com toda naturalidade Valdetário respondeu: “Eu sou Valdetário Carneiro.
E o senhor, como se chama?”
Branco como um capucho de algodão, suando por todos os poros, com as pernas trêmulas e a voz embargada, o carona mal conseguiu balbuciar: “Eu sou o finado Manoel”.

Postado por Aluizio Lacerda às 12:52


SONETO

Pobre, morri sem me ver... Disseram
Os que da parte dela me chamavam...
E havia lágrimas no falar... Vieram
Porque seus tristes olhos me buscavam.

Noite... Segui... Os homens soluçavam.
E, nos meus olhos  só tristeza leram,
Os que  subiram e, a tremer desceram
Na noite escura em que me acompanhavam.

Cheguei tremendo...e, quando aberta a  porta,
Era tarde demais: - estava morta,
- Pertencia-lhe a glória do renome...

Vi-a e notei: nas lágrimas do rosto
Soluçava meu nome com desgostos,
Repartindo nas sílabas do nome.

João Lins Caldas

Mostre suas feridas somente a quem pode curá-las. Saiba pedir; saiba a quem pedir.
(Câmara Cascudo)

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...