sexta-feira, 17 de julho de 2020
CREIO
Creio na beleza do teu porte,
Na doce floração do teu receio.
Creio, feliz, no teu melhor anseio
E creio-me feliz por ver-te forte.
Creio em teus olhos divisar meu norte
Nos teus olhares julgo ler mais forte.
Creio na fé de ter nos teus afetos
Nos teus sorrisos doces, prediletos,
Na luz que vem seus divisar escolhos...
Na serena visão dos teus castelos...
Na pureza infantil dos teus desvelos
Creio na prece muda dos teus olhos.
Na doce floração do teu receio.
Creio, feliz, no teu melhor anseio
E creio-me feliz por ver-te forte.
Creio em teus olhos divisar meu norte
Nos teus olhares julgo ler mais forte.
Creio na fé de ter nos teus afetos
Nos teus sorrisos doces, prediletos,
Na luz que vem seus divisar escolhos...
Na serena visão dos teus castelos...
Na pureza infantil dos teus desvelos
Creio na prece muda dos teus olhos.
DICIONÁRIO MATUTO;
COMO SE FALA(VA) PEDRO-AVELINÊS:
1ª edição: 2012.. 2ª edição: 2018.
Um exemplo de cada letra do alfabeto:
-Altear: aumentar o volume do som do velho rádio ABC.
-Batatão: fogo fátuo em que os animais se assustam à noite.
-Caganeira: disenteria, diarreia.
-Desfigurado; pálido, doente.
-Entojo: enjoo de mulher grávida.
-Filepa: graveto pequeno e fino.
-Graxa: molho de carne.
-Herna: hérnia.
-Ingembrado: torto, empenado.
-Jararaca: mulher braba, briguenta.
-Lambaio: puxa-saco, adulador.
-Manquejar:andar mancando.
-Nanico; pequeno,de baixa estatura.
-Ofender; desvirginar, alimentação que faz mal.
-Passatempo; desmaio, turica.
-Quixó; armadilha para pegar preá.
-Ruma: amontoado de algo, monte de gente.
-Sodoro: xique-xique.
-Tiquim: pouca coisa.
-Usura; vantagem, ambição.
-Varapau: indivíduo alto e magro.
-Xilindró: quartel, cadeia.
-Zanho: zangado, desconfiado.
COMO SE FALA(VA) PEDRO-AVELINÊS:
1ª edição: 2012.. 2ª edição: 2018.
Um exemplo de cada letra do alfabeto:
-Altear: aumentar o volume do som do velho rádio ABC.
-Batatão: fogo fátuo em que os animais se assustam à noite.
-Caganeira: disenteria, diarreia.
-Desfigurado; pálido, doente.
-Entojo: enjoo de mulher grávida.
-Filepa: graveto pequeno e fino.
-Graxa: molho de carne.
-Herna: hérnia.
-Ingembrado: torto, empenado.
-Jararaca: mulher braba, briguenta.
-Lambaio: puxa-saco, adulador.
-Manquejar:andar mancando.
-Nanico; pequeno,de baixa estatura.
-Ofender; desvirginar, alimentação que faz mal.
-Passatempo; desmaio, turica.
-Quixó; armadilha para pegar preá.
-Ruma: amontoado de algo, monte de gente.
-Sodoro: xique-xique.
-Tiquim: pouca coisa.
-Usura; vantagem, ambição.
-Varapau: indivíduo alto e magro.
-Xilindró: quartel, cadeia.
-Zanho: zangado, desconfiado.
Marcos Calaça é professor, poeta matuto e jornalista cultural.
Obs. Esse dicionário sertanejo e matuto tem mais de duas mil palavras e frases referentes ao meu velho torrão, com 83 páginas.
quinta-feira, 16 de julho de 2020
AGNELO ALVES UM VOCACIONADO JORNALISTA E GRANDE POLITICO DO RN
Hoje estaria completando 88 anos de idade se vivo fosse - Agnelo Alves nasceu em 16 de julho de 1932 e faleceu em 15 junho de 2015. Foi jornalista vocacionado fazendo história no Jornal Tribuna do Norte, tendo se autodefinido pelo pseudônimo de Neco com grande destaque de comentários da vida politica do RN. Foi um grande politico potiguar: prefeito de Natal, Parnamirim, senador da república e deputado estadual.
Deixou um legado de trabalho bem expressivo e sendo irmão do ex-governador Aluizio Alves, teve outro irmão deputado estadual, vice governador e senador Garibaldi Alves.
Fazia parte do naipe familiar de enorme prestigio na politica do RN - tio do carismático Garibaldi Alves Filho, ex- deputado federal e ex-ministro Henrique Alves, sendo seu herdeiro direto o ex-prefeito da capital Carlos Eduardo Alves. Atualmente apenas o deputado federal Walter Alves seu sobrinho ostenta representatividade na alta câmara do País.
Agnelo deixou no municipio de Parnamirim um espólio eleitoral de grande potencialidade, a ponto da candidatura que encarnar o apoio do seu nome in memoriam ser favorecido e ter chance de sair do pleito vitorioso.
quarta-feira, 15 de julho de 2020
ORIGEM DA FAZENDA SÃO FRANCISCO
Essa fazenda foi fundada por Alexandre Francisco Pereira Pinto, o Capitão Antas. Um homem católico, temente a Deus, é tanto que colocou os nomes da fazenda e de todos os filhos nomes de Santos. Foi de São José dos Angicos para o distrito de Gaspar Lopes, hoje Pedro Avelino, por volta do ano de 1860. Casou-se com Maria dos Milagres, com quem teve dois filhos. Com o falecimento da primeira esposa, teve um segundo matrimônio com Maria Batista da Trindade, outra angicana, sendo pai de cinco filhos. Era um desbravador visionário, vinha sempre à capital fazer negócios e aproveitava para contratar uma professora para transmitir conhecimentos, ensinando o BÊ A BÁ e as quatro operações da aritmética a seus filhos e netos. Construiu a casa grande no pé da Serra Aguda, separada por um açude, que servia de suporte hídrico para fazenda. Essa casa é conjugada, vindo a nela morar o Capitão e seu filho Pedro, casado também com a angicana Cecília Genuína Antas, minha avó, a qual pariu vinte e um filhos e era uma verdadeira santa.
O Capitão faleceu no dia 16 de junho de 1923 na fazenda São Francisco, aos cuidados de Ana do Carmo, sua única filha solteira.
Minhas homenagens ao Capitão Antas, esse homem de fibra.
Autor: Geraldo José Antas
Engenheiro Civil e Agropecuarista
O Capitão faleceu no dia 16 de junho de 1923 na fazenda São Francisco, aos cuidados de Ana do Carmo, sua única filha solteira.
Minhas homenagens ao Capitão Antas, esse homem de fibra.
Autor: Geraldo José Antas
Engenheiro Civil e Agropecuarista
Sandi Grace
ha perdido a sua boneca favorita. Ela e Kafka procuraram a boneca sem sucesso.
Kafka disse-lhe para se encontrar com ele lá no dia seguinte e eles voltavam para a procurar.
No dia seguinte, quando ainda não encontraram a boneca, Kafka deu à menina uma letra ′′ escrita ′′ pela boneca dizendo ′′ por favor não chores. Fiz uma viagem para ver o mundo. Vou escrever-te sobre as minhas aventuras."
Assim começou uma história que continuou até o fim da vida de Kafka.
Durante as suas reuniões, Kafka leu as letras da boneca cuidadosamente escritas com aventuras e conversas que a menina achou adorável.
Finalmente, Kafka trouxe de volta a boneca (ela comprou uma) que tinha regressado a Berlim.
′′ Não se parece nada com a minha boneca," disse a rapariga.
Kafka entregou-lhe outra carta em que a boneca escreveu: ′′ as minhas viagens mudaram-me." a menina abraçou a nova boneca e trouxe-a feliz para casa.
Um ano depois Kafka morreu.
Muitos anos depois, a menina adulta encontrou uma carta dentro da boneca. Na pequena carta assinada por Kafka, estava escrita:
′′ Tudo o que amas provavelmente será perdido, mas no final, o amor voltará de outra forma."
Kafka disse-lhe para se encontrar com ele lá no dia seguinte e eles voltavam para a procurar.
No dia seguinte, quando ainda não encontraram a boneca, Kafka deu à menina uma letra ′′ escrita ′′ pela boneca dizendo ′′ por favor não chores. Fiz uma viagem para ver o mundo. Vou escrever-te sobre as minhas aventuras."
Assim começou uma história que continuou até o fim da vida de Kafka.
Durante as suas reuniões, Kafka leu as letras da boneca cuidadosamente escritas com aventuras e conversas que a menina achou adorável.
Finalmente, Kafka trouxe de volta a boneca (ela comprou uma) que tinha regressado a Berlim.
′′ Não se parece nada com a minha boneca," disse a rapariga.
Kafka entregou-lhe outra carta em que a boneca escreveu: ′′ as minhas viagens mudaram-me." a menina abraçou a nova boneca e trouxe-a feliz para casa.
Um ano depois Kafka morreu.
Muitos anos depois, a menina adulta encontrou uma carta dentro da boneca. Na pequena carta assinada por Kafka, estava escrita:
′′ Tudo o que amas provavelmente será perdido, mas no final, o amor voltará de outra forma."
terça-feira, 14 de julho de 2020
Nessa vida já dei muita mancada
Por cachaça, já fiz muita baderna
Dava o passo maior que minha perna
E o meu ímpeto sempre acabava em nada
Vi toda a minha fama acabada
Parei por um instante e pensei
Não foi isso da vida o que almejei
Vou agir de forma mais cautelar
APRENDI COM O TEMPO, A ESPERAR
POIS QUANDO TIVE PRESSA, EU ERREI
Por cachaça, já fiz muita baderna
Dava o passo maior que minha perna
E o meu ímpeto sempre acabava em nada
Vi toda a minha fama acabada
Parei por um instante e pensei
Não foi isso da vida o que almejei
Vou agir de forma mais cautelar
APRENDI COM O TEMPO, A ESPERAR
POIS QUANDO TIVE PRESSA, EU ERREI
domingo, 12 de julho de 2020
sábado, 11 de julho de 2020
Alba Fonseca de Sá Leitão
Alba Leitão
personificou o glamour, em Assu, por muitos anos. Ela foi a imagem dos bailes elegantes e das
grandes festas, quando se apresentava com vestidos especiais, calçava luvas,
colocava sapatos altos e
resplandecia pelo bom gosto. Gestos e voz se harmonizavam. Eram os anos finais da década de 1950. A
década de 1960. Os anos dourados das orquestras que enchiam o ar com o som dos
metais, ou o ritmo dado pelas maracas, pois as grandes
orquestras seguiam o estilo americano ou
mexicano. Esse era o ambiente em que Alba se movia e impregnava de elegância.
Para compor a personagem
vem a frase que lhe atribuía a
qualidade de árbitro da moda, na cidade.
Se Alba vestiu é porque está na moda, era o sussurro à sua passagem. Mas não era uma moda simplesmente vinda da costureira fina e dos tecidos nobres ou como decorrência da reprodução dos trajes da revista “O Cruzeiro” ou dos figurinos importados. A moda de Alba era feita de bom gosto e, por isso, conferia destaque e se afirmava sem retoques, por inteiro como um retrato completo e perfeito. Tudo era exato, nem a mais nem a menos. A fulguração era suave, pois não era de bom tom a estridência.
Se Alba vestiu é porque está na moda, era o sussurro à sua passagem. Mas não era uma moda simplesmente vinda da costureira fina e dos tecidos nobres ou como decorrência da reprodução dos trajes da revista “O Cruzeiro” ou dos figurinos importados. A moda de Alba era feita de bom gosto e, por isso, conferia destaque e se afirmava sem retoques, por inteiro como um retrato completo e perfeito. Tudo era exato, nem a mais nem a menos. A fulguração era suave, pois não era de bom tom a estridência.
Não me recordo de qualquer vestido que Alba usou para descrever aqui. Dos
adornos do que poderia ser chamado de vaidade, lembro apenas os brincos de
pérola presos à orelha, grandes pérolas, clássicas. O que descrevo, esse pouco
mundano ou material, é próprio da
elegância, em que o importante é o gesto, a postura, a voz, um conjunto que
identifica a pessoa e lhe cria uma marca pessoal, inimitável. Um certo jeito de dizer. Uma certa forma de se
comportar. Um conjunto que registra o estar no mundo, ocupando o lugar
que é seu e é único.
Afinal o poeta Paulo Valery
afirmou que – “Elegância é a arte de não
se fazer notar, aliada ao cuidado sutil de se deixar distinguir.”
Dessa forma feita de
harmonia e sutileza, Alba compôs o
retrato das festas que, como dizia dona
Sinhazinha, o Assu já teve. De finesse e harmonia. O grandioso palco da época
foi o Clube Municipal. E o som de Orquestras como a de Ed Mandarino que
animaram festas nos anos 1960 e sempre retornam à saudade daquela época.
Hoje Alba partiu. Ao
encontro de José de Sá Leitão. Ao encontro dos familiares que a precederam.
Foi
para a casa do Pai Eterno. Ficaram seus
filhos, Raissa e Caio César, que, em meio às lágrimas da despedida, devem encontrar
o conforto da gratidão nos anos de vida de Alba. Para os assuenses, faço o registro que homenageia e relembra
toda uma época que recendia a rosas e modula as lembranças
com os afetos. Uma luz que presente nas histórias que são contadas sobre Assu.
Perpetua
Wanderley, 10/07/2020
(Fotografia do blog).
quinta-feira, 9 de julho de 2020
IMPOSSÍVEL
Tudo findo. Deixaste-me e seguiste
O primeiro que veio ao teu caminho;
Não pensaste sequer que fiquei triste,
Preso à desgraça de viver sozinho!
O primeiro que veio ao teu caminho;
Não pensaste sequer que fiquei triste,
Preso à desgraça de viver sozinho!
Dois longos anos! ... Nunca mais me viste! ...
Foram-se as aves, desmanchou-se o ninho! ...
Hoje, me escreves: "Meu viver consiste
Na mistura de lágrimas e vinho!"
Foram-se as aves, desmanchou-se o ninho! ...
Hoje, me escreves: "Meu viver consiste
Na mistura de lágrimas e vinho!"
E me imploras: "Perdoa-me e consente
Que eu vá viver contigo novamente,
Pois só contigo poderei ter paz!"
Que eu vá viver contigo novamente,
Pois só contigo poderei ter paz!"
Eu te perdôo... mas o empecilio é este;
Eu amava aquela alma que perdeste...
Alma que nunca reconquistarás! ...
Eu amava aquela alma que perdeste...
Alma que nunca reconquistarás! ...
(Rogaciano Leite)
Fortaleza, Dezembro de 1948.
Fortaleza, Dezembro de 1948.
terça-feira, 7 de julho de 2020
RESGATE DO LENDÁRIO VALDETÁRIO CARNEIRO NO IMAGINÁRIO POPULAR
Entre as muitas façanhas e bravuras no campo da violência e criminalidade legada ao vasto histórico de Valdetário Carneiro, encontramos um causo que achamos por bem transcrever como um resgate do tempo em que seu nome imperava como terror no município de Caraúbas, RN e estados circunvizinhos.
Veja a belíssima narrativa do
episódio intitulado - O Finado Manoel:
O lendário
Valdetário Carneiro também teve seu dia mais descontraído quando acabou
contribuindo para os Causos de Caraúbas.
Valdetário
prontamente atendeu o pedido, abriu a porta e facilitou a entrada do
passageiro. Já aboletado e no conforto do ar condicionado o senhor começou a
puxar conversa:
“O senhor vai pro
Apodi?” “Vou sim”, respondeu Valdetário. “Vou tratar de negócios no Banco”.
Aí o carona por
gratidão resolveu dar uma de conselheiro: “ O senhor tenha cuidado. Se vai
tirar dinheiro no Banco e andando nesse carrão, aqui por essas bandas, há muita
gente perigosa por aí.
Tem um tal de
Valdetário Carneiro de muita fama na região que pode ser um grande risco,
principalmente pra quem é de fora.”
Valdetário riu da situação e até agradeceu:
“Obrigado, eu vou ficar atento”.
Em seguida
devolveu a pergunta: “E o senhor não tem medo de estar sozinho nessa beira de
estrada?
E se de repente
lhe aparece o tal do Valdetário Carneiro?” .
“Ele que venha”
completou o carona com aquela valentia de quem se sente em confortável
distância do perigo.
E ainda
acrescentou “ Um homem nasceu pra outro”.
Chegados ao
destino, o carona já ia descendo quando resolveu fazer mais uma pergunta em
meio aos agradecimentos: “Obrigado por tudo senhor. Vá com Deus. Mas como é
mesmo o seu nome?” Com toda naturalidade Valdetário respondeu: “Eu sou
Valdetário Carneiro.
E o senhor, como
se chama?”
Branco como um capucho de algodão,
suando por todos os poros, com as pernas trêmulas e a voz embargada, o carona
mal conseguiu balbuciar: “Eu sou o finado Manoel”.
Postado por Aluizio Lacerda às 12:52
SONETO
Pobre, morri sem me ver... Disseram
Os que da parte dela me chamavam...
E havia lágrimas no falar... Vieram
Porque seus tristes olhos me buscavam.
Noite... Segui... Os homens soluçavam.
E, nos meus olhos só tristeza leram,
Os que subiram e, a tremer desceram
Na noite escura em que me acompanhavam.
Cheguei tremendo...e, quando aberta a porta,
Era tarde demais: - estava morta,
- Pertencia-lhe a glória do renome...
Vi-a e notei: nas lágrimas do rosto
Soluçava meu nome com desgostos,
Repartindo nas sílabas do nome.
João Lins Caldas
Pobre, morri sem me ver... Disseram
Os que da parte dela me chamavam...
E havia lágrimas no falar... Vieram
Porque seus tristes olhos me buscavam.
Noite... Segui... Os homens soluçavam.
E, nos meus olhos só tristeza leram,
Os que subiram e, a tremer desceram
Na noite escura em que me acompanhavam.
Cheguei tremendo...e, quando aberta a porta,
Era tarde demais: - estava morta,
- Pertencia-lhe a glória do renome...
Vi-a e notei: nas lágrimas do rosto
Soluçava meu nome com desgostos,
Repartindo nas sílabas do nome.
João Lins Caldas
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