Um ranchinho, seus carinhos e nada mais.
quinta-feira, 4 de março de 2021
terça-feira, 2 de março de 2021
TIRADAS DE RENATO CALDAS
Os gracejos de Renato Caldas, poeta, folclorista e interprete da cultura popular brasileira, estão espalhados por este país afora. Foi ele "quem deu causa ao surgimento de um folclore que circula na esfera do anedotário papa-jerimum", como depõe Celso da Silveira.
1) Nos idos de sessenta e oito, encontrava-se encalhado no Porto de Natal, o navio da Marinha norte-americana, do Projeto Hoop. Naquele navio-hospital, Renato submeteu-se a uma cirurgia na próstata. Em razão do sucesso da operação e da sua rápida recuperação, o médico llhe deu alta, porém com a seguinte recomendação em razão da sua taxa de colesteral muito alta, dizendo: "Renato cuidado para não comer gordura!" E Renato com aquele seu jeito cômico, jocoso, pilhérico, dirigiu a palavra a sua mulher que pesava aproximadamente seus bons cem quilos, dizendo: "Tá ouvindo, Fausta, e agora!"
2) Renato nos idos de trinta, numa certa viagem de trem que fizera, se não me engano, de Angicos com destino a Natal, fumava inveteradamente. Naquele transporte coletivo, sentado de frente para ele, Renato, uma jovem que se encontrava grávida, em dia de parir. Aquela mulher como se quisesse provocar o poeta, arreganhou as pernas, alisou a sua barriga e advertiu Renato, dizendo assim: "O senhor dá pra apagar o cigarro! Não é por mim não! É por conta desse inocente que está na minha barriga." Renato não se fez de rogado: Afagou a genitália, responde: "A senhora dá pra fechar as pernas! Não é por mim não! É por conta desse inocente!"
4) Renato na época da construção da Ponte Felipe Guerra, sobre o Rio Piranhas ou Assu (ele trabalhou na construção daquela ponte construída pelo DNOCS) recebera um convite de um amigo que morava nas proximidades daquele rio, para participar do casamento de sua filha. Durante a festa, os comes e bebes, um dos convivas convidou Renato para fazer a saudação aos noivos. Renato saiu-se com essa: "Minhas senhoras e meus senhores. Queira Deus que o noivo não encontre um solo explorado!" Para risos dos presentes.
Fernando Caldas
segunda-feira, 1 de março de 2021
domingo, 28 de fevereiro de 2021
CAFÉ GAÚCHO, UM CENTENÁRIO BASTIÃO DA RESISTÊNCIA DO CENTRO DO RIO
Bolívar Torres
O espaço é facilmente reconhecível. Azulejo retrô com estética dos anos 1970, simpáticas pastilhas azuis nas laterais, teto alto e um longo e generoso balcão, que nos áureos tempos do Centro do Rio já chegou a servir uma média de 2 mil cafés por dia. Localizado no coração da cidade, abrindo de segunda a sexta-feira suas quatro portas no térreo de um antigo sobrado de três andares na esquina da Rua São José com a Rodrigo Silva, o Café Gaúcho é desses lugares impossíveis de ser ignorados pelos transeuntes. Mas, às vésperas de seu centenário, sua história permanece um tanto escondida. Até mesmo os frequentadores, em sua maioria trabalhadores das imediações, não fazem ideia de que o estabelecimento já foi um reduto de escritores, pintores e intelectuais, cenário fundamental para a cultura brasileira da primeira metade do século XX.
Foi lá, por exemplo, que Candido Portinari fez de tudo para retratar a bailarina Eros Volúsia, filha dos poetas Gilka Machado e Rodolfo de Melo Machado — e levou um não. Também foi lá que nasceu um dos principais mecanismos de divulgação do modernismo carioca, a revista Festa, de Andrade Muricy, Adelino Magalhães e Tasso da Silveira. “Estranha coisa é o mundo. Dentro de alguns anos, tudo estará esquecido e perdido”, escreveu o poeta Augusto Frederico Schmidt, ilustre frequentador do café entre as décadas de 1920 e 1950, em seu livro de memórias, As florestas. Ele não estava errado. As histórias e os diálogos protagonizados por Schmidt e um vasto elenco dissolveram-se na poeira dos anos.
“No início do século, os cafés eram o lugar de sociabilidade por excelência”, lembrou a historiadora Marissa Gorberg, doutora em história, política e bens culturais pelo CPDOC da Fundação Getulio Vargas. “Era onde os intelectuais e artistas se encontravam para o fomento das ideias. Com as reformas de Pereira Passos, o Centro espelhava esse modelo de progresso que deveria ser uma vitrine para o resto do país”, disse a historiadora. Entre tantos cafés do Centro, o Gaúcho se diferenciava por sua diversidade, observou Gorberg. Provavelmente por causa de sua localização, era um melting-pot capaz de receber tanto os pintores rebeldes do Núcleo Bernardelli quanto os católicos conservadores que fundaram a revista A ordem. Ou ainda músicos do grupo Oito Batutas, formado por Pixinguinha e Donga, entre outros, e intelectuais negros como Abdias do Nascimento. “Não era um lugar fechado para brancos, onde negros se sentiam intimidados”, disse Gorberg. “Para quem chegava de fora da cidade, seja para procurar emprego ou para se enturmar com os intelectuais, o lugar era ali.” O fenômeno não se restringia ao Rio. Em São Paulo, a turma de 1922, capitaneada por Oswald de Andrade, frequentava as mesas do Café Guarany, na Rua XV de Novembro, perto do antigo Largo do Rosário, do lado esquerdo de quem vai para a Praça da Sé. Também compunha o roteiro da intelectualidade paulista o Bar Viaduto, ao lado do que hoje é o Largo Santa Ifigênia. Ambos surgiram ainda no século XIX, mas, diferentemente do Gaúcho, não sobreviveram ao fim do modernismo. O primeiro fechou na década de 1930 e o segundo na de 1950.
O Gaúcho tem duas datas de fundação. A administração crava 1935, ano em que a família do atual proprietário o comprou. Os jornais antigos, porém, guardam uma trajetória amputada da versão oficial. No dia 26 de março de 1921, nesse mesmíssimo número 86 da Rua São José, os sócios M. Soares e R. Carvalho inauguravam o café com “farto lunch e chopps”, como lembra a revista Careta da época. As ofertas do “lunch gaúcho” incluíam comidas como pastéis de carne, camarões recheados, empadas, croquetes e canjica de milho verde. Um estilo não muito parecido com as atrações da casa atual, que tem como carro-chefe o cachorro-quente com linguiça e uma nababesca milanesa com pão francês.
O Gaúcho, para além da decoração, é o conceito do negócio. Relatos e fotos antigas mostram um espaço para se sentar e papear noite adentro. Hoje, porém, o Gaúcho serve cafés e lanches rápidos nos três balcões da casa, com os clientes em pé — uma mudança introduzida nos anos 1950, e que faz muita gente chamar o lugar de “bisavô das lanchonetes”. E fecha às 21 horas. “Sem saber nada sobre ele, tomei muito cafezinho no Café Gaúcho nos anos 1960 e 1970, quando a Livraria São José ainda ficava na própria São José e, na Rua Rodrigo Silva, havia a Motodiscos, insuperável sebo de discos do Carlinhos”, contou Ruy Castro, que cita diversas vezes o estabelecimento em seu livro Metrópole à beira-mar, um painel do Rio moderno dos anos 1920. “Tem balcão de metal, ficha de plástico, açucareiro de vidro e café de verdade. Que maravilha.”
Desde a sua fundação, o café podia não ter o glamour das confeitarias Colombo, Cavé ou Alvear, frequentadas por Rui Barbosa, Chiquinha Gonzaga e Olavo Bilac, nem a fama boêmio-folclórica do Lamas, preferido por Emílio de Meneses. Mas havia um diferencial: encontrava-se em uma rua com muitas pensões de estudantes (incluindo a de Gilka Machado) e de livrarias tradicionais, como a São José, frequentada por Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade. Assim, virou o ponto de encontro das grandes cabeças da cidade: “Pintores com velhos plastrons desbotados e poetas e críticos e alfarrabistas”, como lembrou uma reportagem de 1950.
Em sua mocidade, Schmidt saía todas as noites de Copacabana para a “cidade”, pronto para “excursões noturnas, perfeitamente líricas e inocentes, e que duravam até depois da madrugada”. Ele recorda: “Passava eu de pince-nez e bengala, à procura da vida literária que se desenrolava em alguns cafés da cidade, notadamente no Gaúcho”. Há referências ao estabelecimento como um espaço afetivo na obra de diversos escritores do período. Os lendários relatórios que fizeram a fama do prefeito Graciliano Ramos (que governou a alagoana Palmeira dos Índios de 1928 a 1930) no Rio começaram a circular pela primeira vez entre as mesinhas do Gaúcho. Um dos embasbacados com a descoberta do manuscrito foi o autor Marques Rebelo. “Depois de Manuel Antônio de Almeida e Machado de Assis, nada encontrara até então em prosa do Brasil que tanto me satisfizesse”, escreveu ele.
Em um texto memorialístico, o mestre do romance urbano José Geraldo Vieira descreveu o clima das noites do Gaúcho em sua juventude. Nos anos 1920, o futuro autor de A quadragésima porta lembra de esperar nas mesas o esfomeado amigo dadaísta Maneco Nunes Pereira. “Assim que João Castelo Branco ou João Lins Caldas começavam a querer ler-lhe poesias que haviam escrito em caixas de cigarro ou na orla de jornais, (Maneco) segurava um deles pelo gasganete e berrava: ‘Eu quero é média com pão e manteiga! Arrebento a cara do primeiro safado que ousar me ler um soneto!’.”
O café fundado logo após a Gripe Espanhola agora tenta manter-se em pé na pandemia de coronavírus. A crise sanitária foi especialmente dura com o comércio do Centro do Rio. Lugares tradicionais nas imediações, como a Casa Ulrich e a Leiteria Mineira resistem como podem. Depois de fechar por 90 dias entre março e junho, o Gaúcho reabriu, mas com o movimento muito abaixo do que estava acostumado. Com tantos funcionários públicos da área fazendo home office, acabaram-se as happy hours lotadas. “Vendíamos 800 cafés por dia, agora não chegamos a 200. Barril de chope vão dois ou três. Antigamente, iam até 12 nas sextas-feiras”, disse João Tavares, que chegou ao Gaúcho em 1961 como funcionário e hoje é sócio.
Tavares contou que veio do Ceará e foi praticamente adotado pelo então dono do café, o Seu Cunha (avô dos outros dois sócios da casa, Claudio e Marcos Cunha). Naquela época, já não havia mais pintores ou escritores modernistas, embora Tavares se lembre de ter visto os músicos Luiz Gonzaga e João Nogueira no Gaúcho. Mas o passado é o passado. Agora, como os outros bares e restaurantes da redondeza, o mais velho funcionário da casa pensa no futuro, enquanto aguarda ansiosamente a prometida ida das novas repartições da prefeitura para o edifício da Procuradoria da República, na Rua México, a poucos metros dali. “Todos os comércios estão vendo como a salvação”, disse.
De: https://epoca.globo.com/
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sábado, 27 de fevereiro de 2021
UMA TIRADA - Renato Caldas foi um poeta do Assu, de versos matutos, populares, mas também produziu versos de qualidade literária. Ele foi um dos responsáveis ao lado de Catulo da Paixão Cearense (poeta maranhense, autor da célebre canção Luar do Sertão) e Zé da luz, pela introdução da poesia popular na literatura brasileira. Era Renato, boêmio, irreverente, gracioso. As suas tiradas de espíritos, além dos seus versos, atravessaram fronteiras. Pois bem, Renato namorava uma jovem chamada Maria Da Conceição que resolveu ir à São Paulo rever familiares e amigos. Isso aconeteceu na década de vinte. Aquela sua namorada comprometeu-se com ele, Renato, passar na capital paulistana apenas uns vinte dias. Na despedida, devia ter ocorrido numa estação de trem. Renato entregou a sua amada um bilhete rimado com a seguinte inscrição:
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021
SEVERO: VOLTA PRA CASA?
Valério Mesquita*
Mesquita.valerio@gmail.com
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021
Luto Glorinha Oliveira, Rouxinol Potiguar
Publicação mostra Porto do Mangue sem acesso ao Rosado e pede socorro ao Governo do Estado.
Na publicação, é feito um apelo a Governadora Fatima Bezerra, para que ela vá pessoalmente ao munícipio de Porto do Mangue
Publicada em 23/02/21 às 22:40h - 205 visualizações
por TV Assu- Com informações Porto do Mangue oficial
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O município de Porto do Mangue, um dos mais bonitos destinos do litoral do RN está gritando por socorro nas redes sociais, devido a situação intransitável que se encontra a RN que liga a cidade ao Vale do Açu e consequentemente as dunas do rosado e suas praias na região da Pedra Grande.
Porto do Mangue para muitos é um paraíso tropical, cenário de filmes, séries, novelas, editoriais de modas e publicações de fotografias em revistas famosas do mundo inteiro. Suas praias já foram protagonistas no cinema, canais de TVs como Globo, Record, Band, Netflix e produtoras de moda internacionais como o fotógrafo da modelo Gisele Bündchen que esteve nas Dunas do Rosado em 2019.
O município tem um potencial turístico invejável além de grandes empresas salineiras que movimentam a economia local. Mesmo assim, diante de toda essa riqueza, a população pede socorro ao governo do estado para a solução de um problema que vem se arrastando há anos e que cada vez mais vem prejudicando o seu desenvolvimento que é a reconstrução da RN 404 que dá acesso ao município.
A cidade está totalmente ilhada. Segundo a rede social @portodomanguernoficial o município está vivenciando um colapso por causa do trajeto, que impede o seu crescimento, atrasa a evolução e destrói a possibilidade e os sonhos do povo de Porto do Mangue RN.
A pagina diz que a prefeitura Municipal de Porto do Mangue, vem há anos se desgastando e desperdiçando tempo e recursos, abrindo diariamente um trecho na estrada, para que alguns transportes possam passar nas urgências.
Diante da situação e por falta de uma ação efetiva do governo estadual, a população já sinaliza manifestações de alcance nacional.
Na publicação, é feito um apelo a Governadora Fatima Bezerra, para que ela vá pessoalmente ao munícipio de Porto do Mangue, veja de perto a situação e apresente uma alternativa para resolver o problema.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2021
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021
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