terça-feira, 26 de outubro de 2021
segunda-feira, 25 de outubro de 2021
Maria Eugênia Maceira Montenegro teve um existência lomgeva. Viveu quase
toda a sua vida recheada de momentos felizes. Era filha de pai português e mãe
mineira. Aos 90 anos de idade quando partiu para o outro lado estava em plena
lucidez de invejar qualquer pessoa. Deixou a cidade de Assu, terra que ela
tanto amou, "mais pobre e deserdada de seu talento".
Aparentemente modesta, amiga dos seus amigos. Tratava as pessoas com carinho e
zelo, com aquele seu jeito que aparentava ingenuidade. Como ela gostava das
palestras e das reuniões sociais na calçada da sua casa da Praça da Matriz de
Assu.
Recentemente conversei com ela na calçada de sua residência que eu passei a
frequentar desde menino. E ela sempre a me falar da grande poesia e dos
pensamentos amargurados de João Lins Caldas, seu amigo, crítico e o maior
incentivador para o seu ingresso nas letras da terra potiguar.
Poetisa, historiadora, palestradora, amante das artes plásticas. Aquela
escritora pertencia a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, cadeira número
16, desde 1972 sucedendo Rômulo Wanderley, bem como, tinha cadeira na Academia
Lavrense de Letras desde 1970.
Maria Eugênia chegou em terra assuense procedente de Lavras, interior ao sul de
Minas Gerais, cognominada de Atenas Mineira, nos idos de 1938 com apenas
23 anos de idade, acompanhando seu marido jovem recém-formado pela Escola
Superior de Agricultura de Lavras, Nelson Borges Montenegro, para morar na
fazenda Picada/Itu na localidade de Sacramento, atual município de Ipanguaçu
por onde ela se elegeu prefeita nas eleições de 1972. Fora candidata única,
pelo partido denominado Aliança Renovadora Nacional - ARENA. O incentivo e
apoio a cultura da terra ipanguaçuense como não podia ser diferente, foi uma
das prioridades da sua administração.
No final da década de 50, dona Gena deixou de conviver com as matas verdes e
carnaubeiras da Picada, para fixar residência na aristocrática cidade de Assu
que já vivia naquele tempo em plena atividade literária e cultural, jornais e
mais jornais sendo editados, a sociedade praticando artes cênicas, realizando tertúlias
literárias, saraus, e seus célebres poetas produzindo versos e mais versos da
melhor qualidade.
Dona Gena passou a morar num rico casarão da praça da Proclamação, atual
Getúlio Vargas, parede-e-meia com Tarcísio Amorim e depois com o poeta e escritor
Francisco Amorim com quem, talvez, adquiriu muitos conhecimentos sobre o Assu e
sua gente. 'Seus costumes e tradições'.
Não foi difícil para ela, Gena, que já carregava no seu interior a arte da
prosa e do verso, conviver no Assu com figuras da família Montenegro, os Lins
Caldas, de Renato Caldas (poeta de "Fulô do Mato" que o Brasil
consagrou), os Amorim, de Pedro Amorim, os Wanderley, de Sinhazinha Wanderley,
os Soares de Macedo, de João Natanael de Macedo, os Souto, de Elias souto
(fundador da imprensa diária no Estado potiguar), os Dantas da Silveira, de
João Celso Filho, Celso da Silveira (que fundou em Assu o 1º museu de arte
popular do Brasil), além de tantas outras famílias ricas e pobres daquela terra
assuense.
Aquela mulher de letras, assuense por escolha e Lei, e norte-rio-grandense por
outorga, colaborou em vários jornais do Assu, de Natal e de Lavras, sua terra
natal como "A Gazeta" e "Tribuna de Lavras". Publicou onze
livros, intitulados "Saudade, Teu Nome é Menina" (1962), além de
"Alfar a Que Está Só", "Azul Solitário" (poemas),
"Perfil de João Lins Caldas" (plaquete), 1974, "Por que o
Américo ficou lelé da cuca", "Lembranças e tradições do Açu"
(história e costumes), "A piabinha encantada e outras histórias",
"Lourenço, o sertanejo" (romance), "A andorinha sagrada de Vila
Flor", "Lavras, Terras de Lembranças" e "Todas as
Marias" (contos). Tinha ainda os inéditos intitulados "Redomas de
luz" (Epitáfios) e "Poemas do entardecer".
Sobre a morte, esse "velho tema sempre novo" no dizer do poeta
Caldas, Gena confessou a Franklin Jorge: "Não tenho medo de morrer. A
morte é o princípio de uma vida. A gente nasce para morrer e morre para
viver".
E ficou o Assu sem o seu poetar. Os jovens estudiosos da terra assuense
perderam o seu maior patrimônio cultural. Era ela, Maria Eugênia, um dos
maiores referenciais da terra assuense.
Ficamos nos seus versos de tanta pureza e ternura:
Minhas mãos são asas.
Taças,
Preces:
Quando anseio a liberdade,
Quando tenho sede de amor, quando minha alma se transforma em dor.
E esse outro:
Eu vou espalhar rosas em seus caminhos
E retirar todos os espinhos pra você passar.
Um tapete de pétalas perfumará seus pés,
Que sabem pisar qualquer chão,
Em qualquer lugar.
É uma forma sutil de beijá-los,
De agradecer de coração,
De dizer que seus pés foram feitos
De duas grandes naus,
Que sempre procurando um porto novo,
Navegam em altos mares,
Levando alento e alegria a todos os lugares.
Fernando Caldas
Natal, 30 de outubro de 2006
(Crônica lida na igreja, dia de sua missa de sétimo dia e pelo escrotor, historiador assuense Ivan Pinheiro, na Rádio Princesa do Vale
- Assu/Rn e publicado no site da Academia Lavrense de Letras).
TIRADAS DE WALTER LEITÃO
Ainda na qualidade de prefeito (ele já se notabilizara como uma pessoa espirituossísima), foi surpreendido em seu gabinete por uma eleitora aflita: "Seu Walter meu filho comeu uma macaxeira e se encontra em casa com muita dor no pé da barriga, precisando comprar esse remédio". - Disse aquela senhora mostrando-lhe a prescrição médica. Walter afagou a genitália e saiu-se com essa: "Minha senhora, ontem eu comi um pé de barriga e me encontro agora, com muito dor na 'macaxeira'.
Em tempo: Para registrar, macaxeira é conhecida no Rio de Janeiro como aipim, e em São Paulo como mandioca.
Em 1973 a estrada que dá acesso a cidade de Assu, era carroçável. Pois bem, Walter chegando naquela terra assuense, retornando de uma viagem que fizera à Natal, acordou atordoado e logo reclamou da trepidante estrada esburacada: "Que prefeito filho da p... é esse que não manda tapar os buracos desta estrada." O motorista meio sem jeito, respondeu: "Seu Walter, já estamos entrando no Assu!" "Eu já disse e tá dito e não volto atrás. Esse prefeito é o que disse e pronto!" Respondeu Walter.
Fernando Caldas
domingo, 24 de outubro de 2021
sábado, 23 de outubro de 2021
Geomar Azevedo
Deserto chão
Ao anoitecer ouço os meus gritos/ feitos de silêncio e chumbo/ em seu limbo/ e bebo bêbado e plúmbeo/ a loucura dos gestos brutos/ e solitários./ Penso no fim e me compadeço/ das estrelas/ que um dia brilharam/ nos nossos caminhos/ hoje ruínas/ canal de sombra humana/ casta.
(Luiz Rabelo)
sexta-feira, 22 de outubro de 2021
Conheça as frutas que vão te ajudar a combater a gordura no fígado e evitar a cirrose hepática
Embora não seja um problema muito comentado, a gordura no fígado acomete boa parte da população e precisa da devida atenção para não se agravar. Alguns hábitos ou doenças podem a desencadear, como obesidade, alcoolismo, sedentarismo, diabetes e colesterol alto. O fígado, ao ser “bombardeado” por diversas gorduras ruins, acaba sendo sobrecarregado por elas e, em alguns casos, ganhando até 35% a mais do que seu peso ideal. O importante é saber que a doença é totalmente reversível se for tratada antes de tornar-se cirrose hepática, o segredo é seguir as orientações médicas e nutricionais, buscando uma dieta mais saudável.
Embora não seja um problema muito comentado, a gordura no fígado acomete boa parte da população e precisa da devida atenção para não se agravar. Alguns hábitos ou doenças podem a desencadear, como obesidade, alcoolismo, sedentarismo, diabetes e colesterol alto. O fígado, ao ser “bombardeado” por diversas gorduras ruins, acaba sendo sobrecarregado por elas e, em alguns casos, ganhando até 35% a mais do que seu peso ideal. O importante é saber que a doença é totalmente reversível se for tratada antes de tornar-se cirrose hepática, o segredo é seguir as orientações médicas e nutricionais, buscando uma dieta mais saudável.
Para quem sofre de gordura no fígado e precisa de um tratamento eficaz, é importante seguir o recomendado pelo médico e, com o aval dele, incluir frutas na dieta. Entre elas, o abacate é rico em nutrientes e auxilia o corpo na produção de glutationa, substância essencial para o fígado eliminar suas impurezas. A maçã também ajuda a eliminar as toxinas dos órgãos digestivos, entre eles, o fígado. Assim, durante o processo de limpeza do organismo, ele será capaz de o fazer mais rapidamente e desta forma, melhorando o quanto antes.
Lima e limão estimulam o fígado, fazendo os materiais tóxicos serem absorvidos pela água e eliminados pela urina. Ricos em vitamina C, ainda previnem gripes e resfriados, além de aumentarem a imunidade de quem os ingere regularmente através de sucos.
O risco da frutose
É vital que não se confunda consumir frutas com consumir seus sucos – naturais ou não – para substituí-las. É indicado que se consuma de 3 a 4 frutas por dia, e todas elas já são naturalmente adoçadas. O suco da fruta, no entanto, costuma ser composto por 3 frutas e quantidades absurdas de açucares, que em nada beneficiarão o organismo. Assim, a pessoa as ingere de forma que não será beneficiada, pelo contrário, poderá agravar seu quadro de saúde.
Mais dicas para quem sofre de gordura no fígado
Para não correr riscos, diminua a quantidade de pães ingeridos no café
da manhã, e substitua alguns deles por frutas como maçã, banana, mamão
ou abacate. Se fizer disto um hábito regular, certamente recuperará seu
fígado sem lhe causar maiores danos ou sofrer possíveis sequelas de uma
doença mal curada.
Fonte: Remedio Caseiro
LUIZ RABELO, O POETA ESQUECIDO
Luiz Rabelo (1921/1996) é, penso eu, um dos poetas potiguares pouco lembrado pelas novas gerações, apesar de Dorian Gray, seu sobrinho, ter organizado e publicado o livro de ‘Poemas’. Em 1999, pouco lembrado. Em, “O Poti”, jornal de Natal, caderno Letras e Artes, edição de 30 de março de 1958 encontro um belo poema de autoria de Rabelo intitulado ‘Cântico da criação’. Vejamos para o nosso deleite:
Abra-te para mim como as portas de um templo
Onde penetro e encontro o Deus do amor.
Caminhas sobre labaredas de impossíveis,
Transfigurada de metamorfoses.
Ah! Os teus pés surgem das trevas,
Mas o teu corpo é um mundo de libertação!
Ergo-me obscuro dos sonhos antigos do silêncio
Para proclamar-te branco e puro céu
E anjos anunciam já o lúcido milagre
Em que caminho do pó para a ressurreição
Aureolado de mirtos e de sonhos,
Transmites ao mundo a minha ânsia da vida.
Oh! Abres-te para mim como as portas de um templo
Onde penetro e encontro o Deus do amor! ...
(Da Linha do Tempo/Facebook de Fernando Caldas)
quinta-feira, 21 de outubro de 2021
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