A poetisa e professora Maria Carolina Wanderley (1891-1975) era natural do Assu (RN). Nasceu numa casa onde funcionou o Teatro São José (hoje de propriedade da viuva Sandoval Martins e filhos, esquina da travessa Pedro Amorim com a Manoel Mantenegro). Carolina ainda no início da sua juventude partiu para morar em Natal "com os olhos marejados de lágrimas", como depõe o antologista Ezequiel Fonseca Filho. Estudou na Escola Normal de Natal e, após se diplomar retornou ao Assu para ensinar no Grupo Escolar Ten. Cel. José Correia em 1911 quando ainda aquele educandário funcionava na rua São Paulo, atua Minervino Wanderley, sendo uma das suas primeiras professoras. Pouco tempo depois Carolina voltou a residir em Natal para ensinar no Colégio Frei Miguelinho. Naquela capital ela fez teatro, chegando a ensenar no Teatro Carlos Gomes, atual Alberto Maranhão. Publicou o livro de poesia intitulado "Alma em Versos", onde consta o soneto sob o título "Tuas Cartas", conforme transcrito adiante:
Relembro as tuas cartas uma a uma
Minha mente, ao lembrá-las não se trunca
Uma frase não há, que não resuma
Tudo que ainda o nosso afeto junca.
Tu me escrevias sempre: vez nenhuma
Senti da indiferença a garra adunca
Morria o sol do estio... vinha a bruma
E as tuas cartas não faltavam nunca
Hoje os dias se passam lentamente
Que me escrevas, espero ansiosamente
Mas, com que mágoa, vejo que emudece!
Termina este silêncio que crucia
E que me vai trazendo dia a dia
A certeza mortal de que me esqueces.
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segunda-feira, 31 de agosto de 2009
sábado, 29 de agosto de 2009
QUANDO A POLÍTICA VALE A PENA
1 - Manoel Montenegro Neto (Manuca), disputou em 1976 sem sucesso, a prefeitura do Assu contra Sebastião Alves que se elegeu folgadamente. Manuca foi depois deputado estadual e federal. Por sinal foi o segundo político assunse a assumir a câmara federal. Manuca pertencia aos quadros do MDB (atual PMDB) e, na assembléia fazia discursos inflamados. Afinal, era um deputado atuante. Cumprindo o seu papel de oposição ao governo militar, combatia a inflação galopante e outros bichos: "Meus amigos, quem é que pode comer uma galinha por três cruzeiros (moeda da época)? Indaga Manuca pateticamente da tribuna daquele parlamento estadual. Um atento observador daquele discurso do parlamentar assuense, respondeu da galeria da assembléia: "O Galo, Manuca!"
2 - Tipo popularíssimo, Zé Carlota foi barraqueiro na feira livre de Assu. Em 1982 candidatou-se a vereador pelo PDS, pelo grupo político do saudoso Zezinho André que foi vice-prefeito do Assu entre 1973 a 1976. Naquele tempo (1982) Zezinho era candidato a prefeito daquela terra assuense. Pois bem, aberto as urnas Zé Carlota não obteve nenhum voto na secção em que votaram ele e sua esposa. Indignado com o acontecido, foi até a casa de Zezinho com a seguinte reclamação: "Compadre Zezinho, que a minha mulher não tenha votado em mim eu acredito. Mas eu, duvido!" É que Carlota foi, certamente, mais uma vítima do mapismo eleitoral, prática muito uzada nas eleições do passado.
3 - Certo prefeito de uma certa cidade do litoral do interior potiguar, prestou contas em plena praça pública de sua terra com a frase adiante: "Meus amigos, dos prefeitos deste município o menos que roubou fui eu". Esta frase se tornou célebre, sendo publicada nos jornais do sul do país e até pela revista americana Time.
4 - Aquele mesmo prefeito teria convidado o governador do Rio Grande do Norte Dinarte de Medeiros Mariz ("o velho do coração do povo"), para inaugurar a Cadeia Pública do município que ele administrava. O prefeito emocionado, concluindo o seu discurso, deixou escapar a seguinte frase: "Governador, a cadeia está inaugurada. Sinta-se em casa." Sorte do velho Dinarte que o discurso era de improviso...
fernandocaldas.blogspot.com
2 - Tipo popularíssimo, Zé Carlota foi barraqueiro na feira livre de Assu. Em 1982 candidatou-se a vereador pelo PDS, pelo grupo político do saudoso Zezinho André que foi vice-prefeito do Assu entre 1973 a 1976. Naquele tempo (1982) Zezinho era candidato a prefeito daquela terra assuense. Pois bem, aberto as urnas Zé Carlota não obteve nenhum voto na secção em que votaram ele e sua esposa. Indignado com o acontecido, foi até a casa de Zezinho com a seguinte reclamação: "Compadre Zezinho, que a minha mulher não tenha votado em mim eu acredito. Mas eu, duvido!" É que Carlota foi, certamente, mais uma vítima do mapismo eleitoral, prática muito uzada nas eleições do passado.
3 - Certo prefeito de uma certa cidade do litoral do interior potiguar, prestou contas em plena praça pública de sua terra com a frase adiante: "Meus amigos, dos prefeitos deste município o menos que roubou fui eu". Esta frase se tornou célebre, sendo publicada nos jornais do sul do país e até pela revista americana Time.
4 - Aquele mesmo prefeito teria convidado o governador do Rio Grande do Norte Dinarte de Medeiros Mariz ("o velho do coração do povo"), para inaugurar a Cadeia Pública do município que ele administrava. O prefeito emocionado, concluindo o seu discurso, deixou escapar a seguinte frase: "Governador, a cadeia está inaugurada. Sinta-se em casa." Sorte do velho Dinarte que o discurso era de improviso...
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sexta-feira, 28 de agosto de 2009
ESTÓRIAS DA POLÍTICA
1 - Em razão de certo acordo político que Aluízio Alves fizera numa certa eleição no Rio Grande do Norte, o senador Agenor Maria foi contrário. Indagado sobre aquele entendimento, bem como o seu caminho a seguir na política potiguar, respondeu: "Eu segue da gota serena se eu subir no palanque com Aluízio". Um observador politiqueiro, saiu-se com essa: "É melhor que ele (Agenor) compre logo uma bengala". Se esqueceu o sábio senador que "em política feio é perder", no dizer de Aluízio Alves.
2 - A política sempre esteve nos versos dos poetas e cantadores de viola do Nordeste. O poeta popular e também político do PT, chamado Crispiniano Neto, escreveu um dia:
Se você é sapateiro
Corta sola, lixa e senta,
Faz a peça e apalaza,
Prega tacão, polimenta;
Transforma o voto em sapatos
Prá descalçar os mandatos
Destes que calçam quarenta.
2 - A política sempre esteve nos versos dos poetas e cantadores de viola do Nordeste. O poeta popular e também político do PT, chamado Crispiniano Neto, escreveu um dia:
Se você é sapateiro
Corta sola, lixa e senta,
Faz a peça e apalaza,
Prega tacão, polimenta;
Transforma o voto em sapatos
Prá descalçar os mandatos
Destes que calçam quarenta.
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
DO VIOLEIRO CHICO TRAIRA

Eis o doutor Cascudinho
Que prestimoso tesouro
Lá no sertão também tem
Cascudo, aranha e besouro,
Os de lá, não valem nada,
Mas este aqui vale ouro.
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
PADRE IBIAPINA

Ibiapina foi chamado para pregar na cidade de Assú onde fez grande colheitas com proveitos maravilhosos (...). Achando o lugar próprio e conveniente, instituiu uma casa de caridade, que deixou em boa posição e bem dirigida". Aquela casa denominada "Casa de Caridade", fora instalada no lugar onde hoje está assentado o Instituto Padre Ibiapina!, na cidade de Assu (RN). Ibiapina morrer no dia19 de fevereiro de 1884 na cidade de Araras, Paraíba, onde está enterrado.
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domingo, 23 de agosto de 2009
IMPRENSA NO ASSU I
O jornal "Brado Conservador", foi fundado pelo coronel Antônio Soares de Macêdo & Filhos que comprou o prelo ao jornal "Mossoroense" (atual O Mossoroense) em 1876, que teria fechado por problemas financeiros. Aquele periódico (folha política, moral e noticiosa) que começou a circular em 28 de setembro daquele ano, passou com a Proclamação da República, a chamar-se "Brado Federal" (segundo informações da Biblioteca Nacional). Naquela biblioteca estão as microfilmagens das edições de Abril, julho-setembro de 1878, janeiro-junho de 1879, junho-dezembro de 1880, janeiro de 1881-janeiro de 1882. Aquele jornal semanário, familiar, era impresso à Rua de Ortas, 24 (no primeiro andar do sobrado conhecido como Sobrado do Seminário), atual Moisés Soares "e se destinava a advogar a causa do Partido Conservador, fazendo oposição a Elias Souto (fundador da imprensa diária no Rio Grande do Norte) do Partido Liberal, proprietário do jornal "Correio do Assu".
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sábado, 22 de agosto de 2009
GERALDO DANTAS

Afinal, feliz daquele que chegou a conhecê-lo e com ele ter convivido. O poeta Geraldo numa feliz inspiração, em homenagem a terra que lhe acolheu, escreveu o soneto intitulado "Assu" (numa demonstração de que "o seu estro poético é dos melhores"), que diz assim:
Assu, gleba feliz de rútilos poetas
Que a musa, enternecida, inspira, ardentemente!
Predestinado povo, em tua rima quente
Tua própria grandeza em versos interpretas!
Longe, as carnaubeiras tremulam, mansamente!
O leque em riste aos céus, garbosamente eretas,
Sempre a cantar hosana à deusa dos estetas
Tal como um eterno hino ao Deus onipresente.
Oh! terra de grandeza... elcelsa maravilha!...
Como é bela e risonha a magestosa trilha
Que palmilhas, cantando, em fulvos estrebilhos...
Teu riso é um magistral poema alexandrino
Cinzelado ao calor de um sol alabrastino
pela fada do amor, na pena dos seus filhos.
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sexta-feira, 21 de agosto de 2009
"É O NÊGO"

Costa era vaidoso ao extremo, cheio do dinheiro, influente, com todos os requesitos para ter sucesso na vida pública, foi convidado pelo deputado Edgard Montenegro para ser o seu vice-prefeito na chapa que encabeçava nas eleições de 1958. Pois bem, dr. Pedro Amorim que já teria sido intendente, prefeito do Assu, deputado estadual Constituinte, já morando em Natal, mas ainda com muita influência nas decisões políticas do Assu, vetou o nome de Costa em solidariedade a um amigo que tinha perdido sua mulher que fugiu para Fortaleza com ele, para viver um caso de amor. Costa tratou logo de se aproximar do deputado Olavo Montenegro e saiu candidato a prefeito pelo PSD, ganhando a eleição para Edgard e Sondoval Martins, da UDN, tirando o sonho de Edgard de voltar pela segunda vez a governar a sua terra natal.
Costa na década de trinta foi presidente do Fortaleza Futebol Clube. A sua fotografia está na galeria dos ex-presidentes daquele clube cearense. Ainda no Assu, Costa fundou o Centro Sportivo Assuense. Na iniciativa privada foi comerciante no ramo de confecções, loja estabelecido a rua São João, Centro do Assu.
Nas eleições de 1968, foi candidato novamente a prefeito pela ARENA, com Francisco Evarista de Oliveira Sales (dr. Sales) como seu vice, contra João Batista Lacerda Montenegro que ganhou a eleição por apenas 26 votos de maioria, que tirou também o sonho de Costa de governar o Assu pela segunda vez. A fotografia acima é a mesma da propaganda eleitoral (daquela sua campanha) explorando naquela propaganda, apenas a seguinte escrição: "É o Nêgo", como era chamado carinhosamente pelos seus correligionários.
Afinal, Costa inovou, modernizou a cidade de Assu, bem como movimentou promovendo bailes elitizados com apresentação de grandes orquestras nacionais e internacionais, no clube que ele denominou de Clube Municipal. Morreu pobre, no começo da década de setenta (naquela época dirigia o escritório local da COSERN), amargando um ostracismo imposto por uma sociedade que lhe jogava confetes quando no auge do poder, numa demonstração que a História sempre se repete!
Em tempo: Costa, penso eu, foi quem quem inventou showmício em campanhas políticas, pois já em 1958 contratou Luiz Gonzaga (O Rei do Baião) com quem tinha o prazer de gosar da sua amizade, para se apresentar na praça pública do Assu, numa certa concentração daquela sua campanha para prefeito da terra assuense. Fica o registro.
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OTHONIEL MENEZES

Othoniel Menezes de Melo (1895-1969), considerado como "Príncipe dos Poetas do Rio Grande do Norte", nasceu em Natal e faleceu no Rio de Janeiro. Ele é autor da famosa canção considerada o Hino da cidade do Natal intitulada "Serenata do Pescador", conhecida popularmente como "Praieira", além dos livros de poesia sob o título "Germen", 1918, "Jardim Tropical", 1923, "Sertão de Espinho e Flor", 1952, e "A canção da Montanha", 1955, além de ter dado a sua colaboração na imprensa de Natal como em A República, Diario de Natal, entre outros jornais daquela capital. Othoniel era membro da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, cadeira número 23, que tem como patrono o escritor Antônio Glicério, sucedendo o escritor Bezerra Junior. Conta-se que aquela academia nunca chegou a frequentar, pois teria aceitado a imortalidade por insistência de amigos.
Como assuense faço registrar que Othoniel teve convivência com os poetas do Assu, como Renato Caldas (poeta que o Brasil consagrou) que tratava Othoniel de "primoroso poeta", João Lins Caldas ("pai do modernismo"), Deolindo Lima, dentre outros. Por sinal, fora aquele tenor assuense Deolindo quem interpretou oficialmente pela primeira vez a sua famosa canção Praieira, no palco do Teatro Carlos Gomes (atual Alberto Maranhão) no dia 16 de dezembro de 1922.Vejamos transcrito abaixo, a primeira estrofe da referida canção que imortalizou esse bardo potiguar:
Praieira dos meus amores,
encanto do meu olhar!
Quero cantar-te os rigores
sofridos a pensar
em ti, sobre o alto mar...
Ai! Não sabes que saudade
padece o nauta a partir,
- sentindo, na imensidade,
o seu batel fugir,
incerto do porvir! (...)
E ainda escreveu aquele poeta parnasiano "que tinha o domínio ímpar da técnica e da forma poética", o poema adiante:
És linda. Iara Morena,
pulando, da água serena
do Potengi, a cantar,
nua, à sombra dos coqueiros,
perfumada de cajueiros,
- os seios furando o mar!
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quinta-feira, 20 de agosto de 2009
ENCHENTE DO RIO PIRANHAS, 1974

Clique na imagem para melhor visualizar.
As maiores cheias do Rio Piranhas/Assu, ocorreram nos anos de 1924 e 64. Em 24 as águas daquele Rio chegaram até a calçada, fundos da igreja matriz de São João Batista, de Assu. Na fotografia, data de 1974 podemos ver o deputado Edgard Montenegro (de óculos) e o governador Cortez Pereira (em pé na canoa). Edgard naquela época era auxiliar do governo Cortez, na qualidade de presidente da COFAN - Companhia de Fomento Agrícola Norte-Rio-Grandense.
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JOÃO LINS CALDAS NA EXPOTEC 2007
MOSSORÓ
PAU DE SEBO

O disputante ao prêmio tinha que fazer força para alcançar o ponto onde a cédula estava colocada. Daí a diversão. Cada tentativa era um fracasso recebido pela assintência com uma vaia entontencedora. Várias vezes era repetida a operação. Não sei se era por desgaste do sebo em virtude de constantes subidas da garotada ou se era por maior agilidade de algum deles, o certo é que um dos participantes do folguedo terminava conseguindo alcançar a cédula e retirá-la sob gritos festivos e aplausos dos presentes.
Esse brinquedo, ao que parece, não está muito em voga atualmente.
Francisco Amorim
(Do seu livro "Assu de Minha Meninice", 1982)
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
PRIMEIRO AUTOMÓVEL A CHEGAR EM ASSU

O escritor Francisco Amorim Amorim no seu livro intitulado "Assu da Minha Meninice" , 1982, depõe que aquele automóvel "ao penetrar na cidade, agonizava uma pessoas conhecida por Mascarenhas. Os circunstantes ao ouvirem o ruído do motor abandonaram o velório deixando o pobre morrer sem vela acesa." Informa também o escritor Amorim que naquele mesma data "ao escurecer, outro veículo entrava na cidade. Tratava-se, ao que parece, de uma experiência com a estrada de rodagem que estava sendo construída ligando Assu a Mossoró."
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