É raro um poeta glosador do Açu (principalmente os da velha guarda) que não tivesse enveredado na boêmia. Não gostasse de serenatas e botequins. João de Papai era um deles. Já comentei aqui várias vezes sobre os seus versos e a sua trajetória. Ele é autor do poema intitulado A Barca que escreveu quando de volta ao Açu procedente da Amazônia para onde teria regressado ainda jovem com o objetivo de sobrevive e arranjar algum dinheiro para tocar a vida. O referenciado poema que foi produzido na viagem de navio que fizera ao retornar a sua terra natal, ficou notório. Pois bem, certa vez, farreando amistosamente, numa serenata pelas ruas da cidade, declamava acompanhado pelo violão, dizendo assim: "Corre a barca a todo pano, e a lua rola no céu (...) - um dos versos do referenciado poema. Seu pai já procurando o filho boêmio pelas ruas do Açu madrugada a dentro, ao ouvir aqueles versos declamados pelo poeta se aproximou e foi logo dando ordens: "Pra barca, João! - João de Papai obedeceu a ordem paterna e, pouco tempo depois, como bom boêmio, voltou para continuar a farra. É assim o Açu celeiro de tantas figuras cheias de verve, inspirarão mental e estórias que a gente nunca vai esquecer.
Nota: Mais sobre João de Papai, indico o blog intitulado As Meninas organizado pelo poeta Renato de Melo Medeiros: Eis o endereço: asmeninas-assu.blogspot.com
Vale a pena conferir.
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