segunda-feira, 27 de junho de 2011

Falando de fé e de gratidão

Por *João Celso Neto

O poeta norte-rio-grandense Jorge Fernandes, em momento de bela inspiração, escreveu:

Deus lembrou-se de mim, lembrou-se
ungindo-me de bondade e de amor!
Martirizou-me pra tornar-me santo
E deu-me asas pra fugir da dor....”

O poeta não imaginava o quanto e a quantos iria descrever naquela pequena estrofe (consta ser um fragmento de um poema maior), inclusive a mim, que não o conheci. Os versos, possivelmente, foram escritos antes de meu nascimento.

Longe de mim querer me tornar santo (no meu livro de cabeceira, Orações de Poder IV, tem uma prece, “Oração de quem se sente envelhecer”, que diz: “Guardai-me razoavelmente “doce”; não quero ser um santo – é tão difícil conviver com alguns santos! –“), mas não posso nem devo negar que Deus continua me dando asas para escapar dos momentos menos felizes, estes, caminho que necessito trilhar na busca da evolução espiritual e remissão dos erros passados.

Dou a isso o nome de fé inabalável. Confiança total, entrega incondicional. Jamais esqueço daquela oração em que alguém reclama do Pai “poxa, sempre vi seus passos juntos aos meus,mas na hora em que mais necessitei, não vi seus passos”, e ouviu como resposta: “naquela hora, eu te carreguei nos braços”.

Outra coisa que aprendi é que devo agradecer pela graça divino desde o momento em que minha petição foi recebida. Está tramitando, e será provida na hora certa, quando me for mais útil, quando eu estiver pronto para usufruir do bem que pretendo alcançar, se é que eu tive méritos para tanto. Deus é que sabe se eu mereço, quando mereço, o quanto mereço.

Ainda daquele livro de preces, da “Oração universal”, extraio esta minha profissão de fé e reconhecimento: “Senhor, quero o que quereis, porque o quereis, como o quereis e quanto o quereis” (ah, como repete o Pai-Nosso com o “seja feita a Vossa vontade”). E acrescento “se o quiserdes e quando o quiserdes”.

Superei todas as minhas maiores agruras com a fé. Recuperei bens que pareciam perdidos e que tinham enorme importância para mim. Deus lembra-se de mim a cada dia, e eu não me esqueço nunca de procurar fazer tudo o que Seu filho Jesus nos ensinou.

[Artigo do seu blog Falando o que penso, escrito em 11.12.2010]

*João Celso Neto é poeta potiguar do Assu, advogado previdenciário em Brasília-DF. 

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