*Por Pedro Simões
Morreu hoje em Conceição do Rio dos Homens, o cidadão Zé da Silva. Trabalhador rural aposentado pelo Funrural, negou-se à ociosidade e desde então, até morrer, foi "tirador de caranguejo" nos manguezais de sua terra. Zabunbeiro de primeira sem segunda, inspiradissimo nas cantorias, era repentisra afamado. Pai de prole numerosa - 12 filhos - ...marido devotado de dona Isabel, dedal de ouro da comunidade das Bicas, onde nasceu e viveu a vida inteira, era parceira do marido no ganha-pão doméstico e a faceira dama do Mestre nos folguedos populares.
Os filhos foram todos alfabetizados, havendo dois enfermeiros e duas professoras. Os outros ganhavam honestamente o seu sustento, sem dependência do casal.
Mestre Zé nunca viu um computador na sua vida e até morrer se negava a crer que o homem pisara na lua. Estivera uma única vez na capital do seu estado, pra nunca mais. Seu universo era mesmo as Bicas, onde, igual à mulher, vira a luz pela primeira vez e assistira milhares de vezes o sol nascer e se por sem nunca perder esse espetáculo.
Toda a sua vida estava ali. Toda a sua história era escrita no dia-a-dia da labuta e da chã da alegria. Insistia no radinho de pilha. A televisão perturbava a sua vista e ofendia à sua natureza pacífica e inocente.
Morreu no mesmo dia que Steve Jobs, mas o fato não mereceu qualquer destaque. Nem as suas frases e reflexões que eram tidas como sábias: "Quero viver como um passarinho - cantando, voando e alegrando o povo". "O pouco com Deus é muito". "A mulher deve ser como uma rosa - bonita, perfumada, mas sem espinhos" "O homem deve ter parecença com o xique-xique - barba apontando, dando de beber e de comer até mesmo na seca, duro na queda e apegado à terra"
Abaixo de Deus, Jesus Cristo e Nossa Senhora da Conceição, só teve três ídolos: Getúlio Vargas, Luiz Gonzage e Lula.
Com certeza vai pro céu.
Mestre Zé nunca viu um computador na sua vida e até morrer se negava a crer que o homem pisara na lua. Estivera uma única vez na capital do seu estado, pra nunca mais. Seu universo era mesmo as Bicas, onde, igual à mulher, vira a luz pela primeira vez e assistira milhares de vezes o sol nascer e se por sem nunca perder esse espetáculo.
Toda a sua vida estava ali. Toda a sua história era escrita no dia-a-dia da labuta e da chã da alegria. Insistia no radinho de pilha. A televisão perturbava a sua vista e ofendia à sua natureza pacífica e inocente.
Morreu no mesmo dia que Steve Jobs, mas o fato não mereceu qualquer destaque. Nem as suas frases e reflexões que eram tidas como sábias: "Quero viver como um passarinho - cantando, voando e alegrando o povo". "O pouco com Deus é muito". "A mulher deve ser como uma rosa - bonita, perfumada, mas sem espinhos" "O homem deve ter parecença com o xique-xique - barba apontando, dando de beber e de comer até mesmo na seca, duro na queda e apegado à terra"
Abaixo de Deus, Jesus Cristo e Nossa Senhora da Conceição, só teve três ídolos: Getúlio Vargas, Luiz Gonzage e Lula.
Com certeza vai pro céu.
*Pedro Simões é escritor potiguar
[Texto transcrito do seu Facebook]
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