domingo, 30 de setembro de 2012


Edição de domingo, 30 de setembro de 2012 
Discografia potiguar
Em tempos de internet e difusão em massa a baixo custo, músicos do RN falam sobre a distribuição de suas obras
Sergio Vilar
Sergiovilar.rn@dabr.com.br


Foto: Joelson Miranda/CB/D.A Press
Lojas de vinis já foram points de encontros da rapaziada nas décadas de 70 e 80 em Natal. Algumas marcaram época. Whiplash e Apple eram antros undergrounds dos mais badalados. O advento dos CDs coincidiu com o fim de algumas lojas e o costume dos encontros para fumar e discutir música. Sobraram algumas até pouco tempo. Na verdade muitas ainda estão aí, mas sumiram das ruas. E o truque mágico se chama Web. É ela quem explica também uma contradição: mesmo sem CDs à venda em lojas especializadas nunca se consumiu tanta música no Brasil.

Apenas nos últimos três meses, quatro dos artistas mais conhecidos de Natal lançaram discos. Simona Talma, Luiz Gadelha, Liz Rosa e, por último, Khrystal. Onde encontrar esse material? Hoje a disponibilidade está dispersa. Tanto quanto as estratégias de divulgação. Shows, iTunes, myspace (ou outra forma de download gratuito na internet), webrádios, cigarreiras ou pontos de venda os mais variados possíveis reúnem o acervo da música potiguar. Sinal do tempo. E o tempo é virtual. É a explicação para o consumo recorde de música quando a indústria fonográfica vive em crise.

A internet tem equiparado mais a distância abissal entre o artista contratado das grandes gravadores e o artista independente. Se o primeiro recebe a estrutura de marketing e divulgação maciça do seu disco físico pela gravadora, o último sem dinheiro para bancar a gravação e divulgação na mídia, disponibiliza de graça na internet e alcança consumidor até no estrangeiro. Os quatro discos citados contam histórias diferentes. Simona e Gadelha colocaram seus álbuns na internet. Khrystal bancou o disco físico com dinheiro próprio. E Liz Rosa conseguiu apoio da Sony para seu trabalho. 

Fonte: Diário de Natal

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