domingo, 15 de dezembro de 2013

TRISTEZA DO MEU TORRÃO

Meu sertão já foi próspero

De uma grande riqueza

Mas o danado do homem

Derrubou a sua mata,

Deixou o solo cheio de erosão

Nem mesmo na invernada

Se vê mais plantação.



O gato do mato

E o tejo-açu

Não tem mais punaré na loca

Nem o canto da nambu,

Foi embora o canarinho

Desapareceu o mocó

Acabou-se o resto do passarinho.



Cadê o bigode e o golinha?

Até o bem-te-vi já se mudou daqui

Não tem mais pica-pau

Escafedeu a juriti,

Agora está empestado de pardal

Tristeza do meu torrão

Em plena noite de natal.


Marcos Calaça, jornalista (UFRN)

Nenhum comentário:

  A manhã era clara, refulgente. Uma manhã dourada. Tu passaste. Abriu mais uma flor em cada haste. Teve mais brilho o sol, fez-se mais quen...