Américo Macedo (1887-1948) era funcionário público municipal da prefeitura do Assu, por onde se aposentou. Poeta sonetista, de tradicional família Soares de Macedo. Colaboru literariamente em jornais e revistas da sua terra natal como A Semana. Conta-se que ele, Américo, jovem ainda vendeu quase todo o seu patrimônio, gasntando com a vida boêmia que levava. O antologista Ezequiel Fonseca Filho depõe que os versos daquele bardo assuense que engrandece as letras potiguares, "tem o travo de uma revolta íntima."
E um dia, melancólico, descrente dos amores que já teve outrora, escreveu os versos (que eu não sei a epígrafe), adiante transcritos:
Parto descrente, pela estrada afora
Desta existência, desfolhando as flores
Da ilusão, da eperança e dos amores,
Sim! dos amores que eu já tive outrora!
Essa tristeza que me invade agora
Tem da saudade as luantes cores,
E tu, Mulher, por quem padeço dores
Não dás a esmola que minh"alma implora!
Ingrata, ao menos, vem ouvir as queixas
De um coração que sem amor tu deixas
A flutuar nos mares da aflição...
Parto descrente, e se te amar for crime
Esta minh"alma que a saudade oprime
Volta a pedir-te o sírio do perdão!...
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