quarta-feira, 26 de agosto de 2009
DO VIOLEIRO CHICO TRAIRA
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
PADRE IBIAPINA
domingo, 23 de agosto de 2009
IMPRENSA NO ASSU I
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sábado, 22 de agosto de 2009
GERALDO DANTAS
Afinal, feliz daquele que chegou a conhecê-lo e com ele ter convivido. O poeta Geraldo numa feliz inspiração, em homenagem a terra que lhe acolheu, escreveu o soneto intitulado "Assu" (numa demonstração de que "o seu estro poético é dos melhores"), que diz assim:
Assu, gleba feliz de rútilos poetas
Que a musa, enternecida, inspira, ardentemente!
Predestinado povo, em tua rima quente
Tua própria grandeza em versos interpretas!
Longe, as carnaubeiras tremulam, mansamente!
O leque em riste aos céus, garbosamente eretas,
Sempre a cantar hosana à deusa dos estetas
Tal como um eterno hino ao Deus onipresente.
Oh! terra de grandeza... elcelsa maravilha!...
Como é bela e risonha a magestosa trilha
Que palmilhas, cantando, em fulvos estrebilhos...
Teu riso é um magistral poema alexandrino
Cinzelado ao calor de um sol alabrastino
pela fada do amor, na pena dos seus filhos.
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sexta-feira, 21 de agosto de 2009
"É O NÊGO"
Costa era vaidoso ao extremo, cheio do dinheiro, influente, com todos os requesitos para ter sucesso na vida pública, foi convidado pelo deputado Edgard Montenegro para ser o seu vice-prefeito na chapa que encabeçava nas eleições de 1958. Pois bem, dr. Pedro Amorim que já teria sido intendente, prefeito do Assu, deputado estadual Constituinte, já morando em Natal, mas ainda com muita influência nas decisões políticas do Assu, vetou o nome de Costa em solidariedade a um amigo que tinha perdido sua mulher que fugiu para Fortaleza com ele, para viver um caso de amor. Costa tratou logo de se aproximar do deputado Olavo Montenegro e saiu candidato a prefeito pelo PSD, ganhando a eleição para Edgard e Sondoval Martins, da UDN, tirando o sonho de Edgard de voltar pela segunda vez a governar a sua terra natal.
Costa na década de trinta foi presidente do Fortaleza Futebol Clube. A sua fotografia está na galeria dos ex-presidentes daquele clube cearense. Ainda no Assu, Costa fundou o Centro Sportivo Assuense. Na iniciativa privada foi comerciante no ramo de confecções, loja estabelecido a rua São João, Centro do Assu.
Nas eleições de 1968, foi candidato novamente a prefeito pela ARENA, com Francisco Evarista de Oliveira Sales (dr. Sales) como seu vice, contra João Batista Lacerda Montenegro que ganhou a eleição por apenas 26 votos de maioria, que tirou também o sonho de Costa de governar o Assu pela segunda vez. A fotografia acima é a mesma da propaganda eleitoral (daquela sua campanha) explorando naquela propaganda, apenas a seguinte escrição: "É o Nêgo", como era chamado carinhosamente pelos seus correligionários.
Afinal, Costa inovou, modernizou a cidade de Assu, bem como movimentou promovendo bailes elitizados com apresentação de grandes orquestras nacionais e internacionais, no clube que ele denominou de Clube Municipal. Morreu pobre, no começo da década de setenta (naquela época dirigia o escritório local da COSERN), amargando um ostracismo imposto por uma sociedade que lhe jogava confetes quando no auge do poder, numa demonstração que a História sempre se repete!
Em tempo: Costa, penso eu, foi quem quem inventou showmício em campanhas políticas, pois já em 1958 contratou Luiz Gonzaga (O Rei do Baião) com quem tinha o prazer de gosar da sua amizade, para se apresentar na praça pública do Assu, numa certa concentração daquela sua campanha para prefeito da terra assuense. Fica o registro.
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OTHONIEL MENEZES
Vejamos transcrito abaixo, a primeira estrofe da referida canção que imortalizou esse bardo potiguar:
Praieira dos meus amores,
encanto do meu olhar!
Quero cantar-te os rigores
sofridos a pensar
em ti, sobre o alto mar...
Ai! Não sabes que saudade
padece o nauta a partir,
- sentindo, na imensidade,
o seu batel fugir,
incerto do porvir! (...)
E ainda escreveu aquele poeta parnasiano "que tinha o domínio ímpar da técnica e da forma poética", o poema adiante:
És linda. Iara Morena,
pulando, da água serena
do Potengi, a cantar,
nua, à sombra dos coqueiros,
perfumada de cajueiros,
- os seios furando o mar!
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quinta-feira, 20 de agosto de 2009
ENCHENTE DO RIO PIRANHAS, 1974
Clique na imagem para melhor visualizar.
As maiores cheias do Rio Piranhas/Assu, ocorreram nos anos de 1924 e 64. Em 24 as águas daquele Rio chegaram até a calçada, fundos da igreja matriz de São João Batista, de Assu. Na fotografia, data de 1974 podemos ver o deputado Edgard Montenegro (de óculos) e o governador Cortez Pereira (em pé na canoa). Edgard naquela época era auxiliar do governo Cortez, na qualidade de presidente da COFAN - Companhia de Fomento Agrícola Norte-Rio-Grandense.
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JOÃO LINS CALDAS NA EXPOTEC 2007
MOSSORÓ
PAU DE SEBO
O disputante ao prêmio tinha que fazer força para alcançar o ponto onde a cédula estava colocada. Daí a diversão. Cada tentativa era um fracasso recebido pela assintência com uma vaia entontencedora. Várias vezes era repetida a operação. Não sei se era por desgaste do sebo em virtude de constantes subidas da garotada ou se era por maior agilidade de algum deles, o certo é que um dos participantes do folguedo terminava conseguindo alcançar a cédula e retirá-la sob gritos festivos e aplausos dos presentes.
Esse brinquedo, ao que parece, não está muito em voga atualmente.
Francisco Amorim
(Do seu livro "Assu de Minha Meninice", 1982)
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
PRIMEIRO AUTOMÓVEL A CHEGAR EM ASSU
O escritor Francisco Amorim Amorim no seu livro intitulado "Assu da Minha Meninice" , 1982, depõe que aquele automóvel "ao penetrar na cidade, agonizava uma pessoas conhecida por Mascarenhas. Os circunstantes ao ouvirem o ruído do motor abandonaram o velório deixando o pobre morrer sem vela acesa." Informa também o escritor Amorim que naquele mesma data "ao escurecer, outro veículo entrava na cidade. Tratava-se, ao que parece, de uma experiência com a estrada de rodagem que estava sendo construída ligando Assu a Mossoró."
NATAL
terça-feira, 18 de agosto de 2009
SEBASTIÃO ALVES
domingo, 16 de agosto de 2009
PADARIA SANTA CRUZ
Imagens do blog Página R.
A Padaria Santa Cruz era de propriedade dos irmãos Solon e Afonso Wanderley. Nos anos quarenta, cinquenta sessenta e até o começo de setenta, produzia o melhor pão e bolacha da cidade de Assu. Hoje aquela panificadora é de propriedade de João Gregório Junior? A bolacha e biscoito denominado Flor do Açu (em formato de uma flor,) é uma delícia, ainda hoje produzida por outra padaria de propriedade de Toinho Albano. Naquelas décadas era o ponto de encontro amistoso para uma uma boa prosa, dos barões da cera de carnaúba, influentes políticos da região, intelectuais, poetas da cidade. Eram seus assíduos frequentadores frequentadores as figuras como Zequinha Pinheiro, João Turco, Minervino Wanderley, Major Montenegro, Fernando Tavares (Vem-Vem), Luizinho Caldas, além dos irmãos Edgard e Nelson Montenegro, Walter Leitão, Edmílson Caldas, Renato Caldas, Francisco Amorim, dentre outros. Antes dos irmãos Solon e Afonso, aquela padaria pertencia ao Senhor Enéas Dantas, pai do poeta Renato Caldas.
Aquela panificadora fora palco de muitas estórias pitorescas, muitas delas construídas em formas de versos, de rimas. (Esta estória não tem o intuito de denegrir a imagem de politico, apenas tem o sentido humorístico). Pois bem. Certa vez (era época de eleições para governador), Renato Caldas que não perdia a oportunidade para glosar, ao chegar naquele estabelecimento comercial deparou-se com uma fotografia de Frei Damião ladeado por dois candidatos ao cargo de governador e vice governado, Não deixou para depois, escrevendo:
A culpa não compromete
Fernando Caldas
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
POESIA
JOÃO LINS CALDAS E AS INDAGAÇÕES DO ABSURDO
Que estória é essa de se dizer que Jorge Fernandes foi o primeiro no Rio Grande do Norte a cantar no verso livre, sem rima, sem métrica, desrespeitando as fórmulas tradicionais de se fazer poesia?
Quando a "Paulicéia desvairada" deu à luz? Quando?
Quando Mário de Andrade esteve em Natal não foi em 1927? E "Macunaíma" chegou Quando?
Antes, bem antes de todos eles, João Lins Caldas, em 1917, escrevia anonimamente:
... e ao comprido da rede que se balouça esticada
Uma cabeça, uma cabeleira preta,
Pés que se estiram, mãos alongadas...
Vamos irmãos, eu que estou reparando, de retrato,
esse quadro que se alonga ao longo da parede.
José Luiz Silva
(Jornal O Poti, de Natal, 1988)
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
OLAVO MONTENEGRO, UM DEPUTADO COMBATIVO
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terça-feira, 11 de agosto de 2009
ALUIZIO ALVES
Aluizio em 1960, candidato ao governo da terra potiguar pelo PSD, contra Djalma Marinho da UDN, derrotou fortes lideranças políticas como Dinarte Mariz, que tornou seu ferrenho inimigo político. Eu era menino de calças curtas e ainda me lembro da marchinha (hino da sua campanha), que diz assim:
Aluizio Alves veio do sertão lá do Cabugi
Pra sanar o sofrimento do seu povo
Sua plataforma eis aqui:
Assistência e cuidado ao agricultor,
Melhores salários pro trabalhador,
Com a energia de Paulo Afonso, industrialização
Para a mocidade potiguar saúde e educação.
O povo oprimido, do aperário ao doutor,
Escolheu seu candidato, Aluizio Alves pra governador.
Fica a homenagem deste blog ao incontestável líder político potiguar que foi Aluizio Alves.
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segunda-feira, 10 de agosto de 2009
PORTFÓLIO
ELIAS SOUTO, UM ASSUENSE ILUSTRE
Ezequiel Fonseca Filho no seu livro sob o título Poetas e Boêmios do Açu, 1984, depõe que Elias Souto "não fulgiu ao desejo de também fazer versos." E um dia escreveu:
Lá, no centro do mar, na imensidão
Pelo sopro dos ventos agitadas,
Vão as ondas, rolando em turbilhão
Desfazeer-se nas rochas escarpadas
Ou se o vento, de súbito, desmaia,
Elas vão o mar liso percorrer,
Em procura da terra, e sobre a praia
Lentamente, estender-se e, após, morrer.
Assim minh'alma. No mar das ilusões
Da vida, no correr da tempestade,
Vaga sempre no mundo aos trambulhões
E, da incerteza, em funda cavidade
Nos abrolhos da túrbidas paixões
Ela somente crê na - Eternidade.
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sábado, 8 de agosto de 2009
HISTÓRIA DOS CASARÕES DO ASSU I
Naquele sobrado também residiu o médico que foi intendente do Assu, deputado estadual, presidente da Assembléia Legislativa chamado Ezequiel Fonseca Filho, bem como funcionou ainda o escritório do seu então proprietário José Wanderley de Sá Leitão e a Cooperativa de Consumo do Assu (anos sessenta). Atualmente funciona a Casa de Cultura, do Governo do Estado.
POESIA
Se eu desprezar a terra, abandonando
O teu desdém-essa desgraça nova,
Os que na rua forem te encontrando
Hão de ver o teu riso palpitando
E terão flores para a minha cova.
Mas, se tudo acabares, te acabando
Antes que finde a dor que em mim renova,
Por todos lados onde eu for errando,
Há de se ver os meus olhos lacrimando
E eu terei flores para a tua cova.
João Lins Caldas - poeta potiguar do Assu.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
RIO PIRANHAS/ASSU
O rio Piranhas/Açu nasce na Serra do Bongá, município de Bonito de Santa Fé, estado da Paraíba, com a junção das águas do Rio do Peixe e Piancó, daquele estado paraibano. Seus afluente principais são: rio Espinhara, Picui e Seridó. É considerado como um dos maiores rios do Nordeste, "responsável pela maior bacia hidrográfica do Rio Grande do Norte, ocupando uma superfície de 17.500 Km2, correspondendo a 32,8% do território estadual, onde são encontrados 1.112 açudes. Desemboca no município de Macau, litoral do Rio Grande do Norte (conforme fotografia, o rio se encontrado com o mar). São seus afluente os rios Espinhara, Picui e Seridó. Entra no estado potiguar pelo município de Caicó, no Seridó, "desce em direção sul norte, para começar a banhar o município de Assu no lugar Saquinho, e marginando e confinando o território a leste, passa pelos seguintes lugares: Poço do Cavalo, Bonito, Mutamba, Caiçarinha, Floresta, Várzea da Luíza, Bugio, Marcação, Lagoa da Pedra, Riacho Fundo, Castelo, Quixeré, Cachorro, Itans, Mocó, Poassá, Juazeiro-fechado, Farol, Casa Forte, Baviera, Fura-boca, Santa Clara, Rio dos Cavalos, Poço da Ema, Santo Antônio, Parelhas, Martins, Forquilha do Rio, Estevão, Comboieiro, Carão, Jerimu, Poço Verde, Melancias, Tabatinga, Saco, Xambá, São João, Rosário, Córrego, Curralinho, Oficinas, Garcia, Cobé, Logradouro, Imburanas e Barra, onde entra no mar."
O Piranhas/Açu é decantado em prosa e verso por dezenas de poetas do Assu. A poetisa Maria Carolina Caldas Wanderley (Sinhazinha Wanderley), escreveu:
Vem de longe, potente, majestoso,
Inunda o branco leito das areias;
Seus possantes canais - as suas veias,
Serpejam num marulho rumoroso.
Suas margens de um todo grandioso,
De arvoredos robustos todas cheias,
Parasitas formando lindas teias,
No tronco da oiticica, alto, rugoso.
Os cavaletes, balsas e canoas
Velejando, defendem-se das croas,
Indo aportar à entrada do "Cipó"
Carnaúbas na várzea, enfileiradas,
Parecem contemplar, extasiadas,
O rio, a despejar no "Piató"
João Lins Caldas não deixou por menos:
Alvo e largo, profundo entre os cabeços brancos
É o rio a se estirar vendo os bambus copados
E lhe vão a correr pelo seios nevados
As torrentes de encher os lagos e os barrancos
Das águas que carrega, os largos veios francos,
Descidos de alta serra e na várzea alongados,
Caminho do oceano, olhando os descampados,
Lá se vão a tremer pelos rasgados flancos.
Onde vai leva a andar os balseiros folhudos
Os escombros de palha, os canaçus caídos
Os restos de fogueira e os ramos velhos mudos
E carrega, a rolar, aos pedaços e aos galhos,
Os altos mulungus, os gravatás fendidos,
As lavouras de abril e a lama dos atalhos...
(Postado por Fernando Caldas)
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quarta-feira, 5 de agosto de 2009
LEMBRANDO NAVARRO
Adão foi feito de barro...
Mas, você Newton Navarro,
foi feito da inspiração,
do Céu, dos ninhos, das flores,
de todos os esplendores
do luar do meu sertão.
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POESIA MATUTA
Home qui larga a muié,
Pra vivê c´uma sugeita;
Ou esse cabra num presta,
Ou antonse é coisa feita.
Home qui vévi sirrindo,
E diz qui nunca chorô;
Ou esse cão tá mintindo,
Ou pur outra nunca amô.
Home, qui deixa a muié,
In casa, e vai passiá...
O fim dele tem qui sê:
No sumitéro, ou hospitá.
Home qui anda inlordado,
Sem tê uma ocupação.
No mundo so pode sê:
Ou jogadô, ou ladrão.
O freguez da fala fina,
Qui num gosta de muié!
Vamo atraz qui essa péste!
Tem um defeito quarqué.
Renato Caldas
domingo, 2 de agosto de 2009
LOGOMARCA
NOTA
"Meu José Virou Poesia", é mais um livro que enriquece as letras assuenses. A autora daquele volume é a poetisa Ester Morais (a sua direita), que pousa na fotografia ao lado da sua irmã Secretária de Estado Fátima Morais. Conheci e convivi com o personagem deste livro chamado José Martins de Morais. Ele foi enfermeiro no Assu, proprietária de farmácia em Carnaubais. Zé enfermeiro como era mais conhecido foi candidato a verador de Assu, salvo engano, nas eleições de 1976 ou 1982. Era frequentador na década de oitenta do chamdao 'Senado' (batentes da prefeitura do Assu), quando era bem frequentado pelos formadores de opiniões da política assuense, que se reuniam todas as noites naquele local para uma boa prosa, cada um defedendo o seu chefe político que eram muitas vezes satirizados por cada um dos dos seus adversáros. Afinal, fica o registro e os parabéns deste blog (que tem o sentido de divulgar o passado e o presente da história literária, econômica, social e política - sem politicagem- da terra assuense) a mais nova escritora do Assu.
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POESIA
Eu venho de uma montanha, Tânia.
De uma montanha de fogo e de sombras,
De fogo como o sol e de sombras como a noite.
Venho de um vale, Tânia.
Um vale com mil flores brilhantes,
E todas estas flores eram tuas.
Venho de uma floresta, Tânia.
Uma floresta com apenas um pássaro.
Um pássaro azul como as águas do rio.
Venho de um lago também azul, Tânia.
Um lago tranquilo e sem rumores,
Com cisnes brancos, cisnes selvagens,
Selvagens como meu amor.
Eu venho do mar, Tânia.
Um mar sem praias e sem gaivotas,
Com uma ilha de carne,
E com o sangue de uma estrela.
Venho do deserto quente, Tânia.
Um deserto com ventos de areia,
E com monumentos que são sepulcros,
Onde enterro a minha solidão.
Walflan de Queiroz - 1930-1995 (poeta potiguar).
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GILBERTO AVELINO
Aos ventos da foz do rio Açu erguida,
e tendo o nome do seu sesmeiro
Manuel Gonçalves, resistia a ilha -
flor sangrando em meio às marés
altas de sizígia. O mar vinha em espumas
de fogo, e levava, em velozes carrocéis,
pedaço por pedaço do seu chão salgado,
e ante o qual, por amplo tempo, brando
cantara. Luminosas cicatrizes refloresciam
na carne dos seus pacíficos moradores
(pescadores e salineiros). E lhes doía
a última visão - sol em sossego do poente,
que se apagava das casas e pequenas ruas,
onde ressoavam ainda os seus longos
passos. O mar, incandescendo-se de azuis,
a ilha escondeu entre ondas
ardentes e porões abissais que construíra.
Em noites de lua de agosto, quando
o mar reveste-se de brancos algodoais,
os pescadores escutam cantos de sino
que vêm da capelinha insepulta,
e identificam a voz -
tão leve, bela e pura,
da virgem da Conceição falando às águas.
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sábado, 1 de agosto de 2009
RAPAZES ASSUENSES DA ANTIGA
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sexta-feira, 31 de julho de 2009
CARNAVAL DO PASSADO
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quinta-feira, 30 de julho de 2009
PERMANÊNCIA DE EZEQUIEL
Seja como for, aqui ou lá, Ezequiel Epaminondas da Fonseca Filho, que há mais de um ano (15.01.87) transpôs esses umbrais, deixou em sua cidade e em sua gente, uma tradição de fecunda humanidade e filantropia que hão de contemplá-lo, onde estiver, de felicidade permanente.
Pela palavra de um pregador católico, na homila de um morto, ouvi que só os que não têm fé se atemorizam com a morte física. Não sei, por sentimento de quem perdeu pai, mãe, esposa, irmãos e amigos queridos (Melé, a Vara, César, Oldanir) que uma morte e indesejável e temida pelas pessoas de inteligência mais ou menos desenvolvida - a morte que vem pelo esquecimento.
Sem memória o morto não sobrevive para a família, nem para os amigos, muito menos para a humanidade, tão entre si ligada por problemas comuns à salvação e tão extranhamente separada quando os povos se avaliam e se confrontam como nações.
Ezequiel Fonseca Filho eu conheci desde menino (parece que nasci por suas mãos de parteiro) e depois, na política, militei em suas campanhas como orador de comícios que faziamos pelo Vale do Assu. Para mim ele só deixou a marca de ter sido servidor do seu povo, como médico, examinando, tratando, fazendo curativos, atendendo chamados, tudo num mundo subdesenvolvido do interior do Rio Grande do Norte, como era exigido de um profissional de sua sabedoria e conceito.
Aprendi a querer bem a esse homem que cumpriu quase um século de existência continuamente jovem e bem humorado. Uns dois meses antes que sua alma transparente atravesse o patamar de uma nova dimensão, me procurou em casa, aqui em Natal, para conversarmos literatura e sobre seu projeto de editar um novo livro, desta vez sobre glosadores assuenses. Antes me confiara o acompanhamento da edição do seu "Poetas e Boêmios do Assu", que é um registro crítico importantíssimo para a história cultural do Estado.
Aos 92 anos alguém fazer projeto de publicar livro, como se estivesse começando uma carreira de escritor, é um fenômeno para mim fantástico. E ele, lúcido, conversando com a humildade que nem todo aprendiz de escritor tem, mostrava-se um exemplo de vida plena e vigor mental de quem sonha e ama realizar os seus sonhos.
Não vou esquecê-lo nunca, porque sei que é difícil, hoje, encontrar uma alma tão boa como a dele, e porque sei que ele me amava como a um filho.
A sua morte não pode ser como a daqueles que morrem anonimamente. Sua existência não pode ser igualada à daqueles que fizeram um papel de transitoriedade em nosso Planeta.
Ele não veio para preencher um tempo, mas para ascese que se completa na eternidade.
Celso da Silveira
(Tribuna do Vale do Assu, 4.6.1988)
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quarta-feira, 29 de julho de 2009
"COLETIVO POTIGUAR"
Jean Lopes
GRANJA (FUTEBOL DE SALÃO)
CANÇÃO DA TERRA DOS CARNAUBAIS
segunda-feira, 27 de julho de 2009
FREI DAMIÃO NO ASSU
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ASSU ANTIGO
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sábado, 25 de julho de 2009
POESIA
Ostentando riquezas vegetais,
Nas áreas varzeanas tem diversas
Pisagens lindas de carnaubais.
Erguidas para o alto, fortes, tersas,
Positivas, autênticas, reias.
Têm as carnaubeiras sempre imersas
Raízes puras e medicinais.
No fabrico do pó sustenta o pobre,
Depois de ressecada a palha cobre
As construções da rústica choupana.
E no árduo lidar Deus a acompamha,
Na sua convivência o homem ganha
Lições de apego à atividade humana.
Francisco Amorim
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quinta-feira, 23 de julho de 2009
TIRADAS DE WALTER LEITÃO
quarta-feira, 22 de julho de 2009
terça-feira, 21 de julho de 2009
domingo, 19 de julho de 2009
PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...
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Um dos princípios que orientam as decisões que tratam de direito do consumidor é a força obrigatória dos contratos (derivada do conceito de ...
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Uma Casa de Mercado Mercado Público (à direita) - Provavelmente anos vinte (a Praça foi construída em 1932) Pesquisando os alfarrábios da...