A segunda edição do Festival Literário da Pipa (Flipipa) mostrou que a literatura também é pop e meio de atração turística. Se no primeiro evento, os escritores mais badalados Lobão e Danusa Leão foram responsáveis por um enxame de curiosos que lotaram a tenda, uma das surpresas deste ano foi o grande público presente na palestra O Brasil que Existe em Nós, com o escritor moçambicano Mia Couto.
Se Mia mostrou que a literatura mais densa ainda exerce poder sem a precisão de polêmicas mercadológicas, o jornalista Laurentino Gomes - autor dos Best Sellers 1808 e 1822 - retrucou as críticas do acadêmico Raimundo Pereira Arrais de que as metáforas e anacronismos usados nos livros para contar a história de um Brasil desconhecido à grande massa são "perigosos" ou "equivocados".
"Uso da técnica jornalística para tornar palatável a leitura a todos. Não escrevo para acadêmicos. Por causa do purismo técnico acadêmico, a história do Brasil fica inacessível para muitos".
Seus livros mostram equívocos de uma história praticamente cristalizada no imaginário brasileiro. Qual a grande mentira da história do Brasil?
Agora você me pegou. São várias mentiras (pensa). Mas acho que em relação à independência há um pensamento de que foi pacífica, negociada. Mas muita gente morreu. E não foi no Rio de Janeiro ou São Paulo; foi no Nordeste, principalmente na Bahia, e por isso os fatos ficaram meio apagados. Esse Império que assumiu como se fosse um pai que a tudo acomodava, apaziguava, nada disso houve. A relação de dom Pedro com o pai, dom João VI foi muito conturbada. E essa idéia de um brasileiro condado, permanece. Houve muita divergência e confusão.
Quando o jornalismo fica mais próximo da história?
O tempo todo. Há a impressão de que são diferentes. O jornalismo testemunha e narra histórias todos os dias. Seja por causa de um acidente de trânsito, pela eleição da Dilma ou descrevendo a Flipipa. A diferença é que são informações mais fugazes, mais sujeitas ao erro. É da natureza daprofissão. São fatos muito imediatos. O historiador ganha no aspecto da dimensão de tempo e pesquisa.
O jornalismo está cada vez mais próximo desse formato de contação de história mais extenso, do jornalismo literário, pelo menos nos jornais impressos?
Acredito que o jornalismo esteja em mudança de formato. A linguagem está mudando; o jornalismo, não. Na 2ª Guerra havia um letreiro na Times Square que dizia suscintamente: "O Japão foi bombardeado pelos Estados Unidos". Não podia ser jornalismo de texto, ali. Agora, também lembramos de Truman Capote, Gay Talese. Hoje temos a Revista Piauí, ou mesmo na internet encontramos textos mais longos, mais densos. Por outro lado, temos a Veja Online com notícias mais rápidas... Então, acredito na mudança de formato e não de linguagem. Os jornais estão guardando as matérias mais trabalhadas para os cadernos de domingo. O jornalismo está sendo e precisa ser repensado.
Diario de Natal, Muito
domingo, 21 de novembro de 2010
sábado, 20 de novembro de 2010
NOVATO DA AL VOTARAO EM BLOCO
Deputados eleitos pela primeira vez em 2010 se unem para influenciar na disputa pela presidência e garantir espaço na Mesa
Allan Darlyson / allandarlyson.rn@dabr.com.br
Os sete deputados eleitos para a Assembleia Legislativa (AL) pela primeira vez nas eleições de 2010 consolidaram de vez o "grupo dos novos", para reivindicar espaços na próxima mesa diretora da Casa. Fábio Dantas (PHS), Gustavo Fernandes (PMDB), Hermano Morais (PMDB), Dibson Nasser (PSDB), George Soares (PR), Luiz Antônio Faria, o Tomba (PSB), e Agnelo Alves (PDT) anunciaram, ontem, que votarão na mesma chapa para a sucessão do deputado estadual Robinson Faria (PMN), atual presidente do legislativo estadual.
Formado por parlamentares de diversos partidos, "grupo dos novos" dá nova configuração à corrida pelo comando da AL Foto:Carlos Santos/DN/D.A Press
De acordo com Fábio Dantas, a decisão foi tomada depois de uma reunião ocorrida na última quinta-feira. Ele informou que o grupo ainda não decidiu quem vai apoiar na disputa pela presidência, mas reforçou que não haverá divisão do "grupo dos novos" na eleição do dia primeiro de fevereiro. Os deputados estaduais Antônio Jácome (PMN) e Ricardo Motta (PMN), candidatos declarados à sucessão de Robinson, já conversaram com alguns dos membros do grupo individualmente. No entanto, Dantas disse que as conversas agora começam do zero.
"Nosso bloco está formado e unido. Não teremos conversas individuais. Todas as nossas decisões serão tomadas em conjunto", enfatizou Fábio, que desconversou sobre possíveis nomes indicados pelo "grupo dos novos" para compor a mesa diretora na próxima legislatura. "Nós teremos outras reuniões para discutirmos melhorias para a Assembleia Legislativa. Relacionaremos nossas reivindicações e entregaremos aos candidatos. Por enquanto, ainda não conversamos sobre nomes ou cargos", completou. Formado por parlamentares de diversas correntes políticas, o "grupo dos novos" deu uma nova configuração à disputa pela presidência da Assembleia. Além de ganhar força própria, por se tornar a maior bancada da Casa, o bloco enfraquece os partidos aos quais os membros são filiados. A legenda que sofrerá maior perda será o PMDB. A sigla elegeu seis parlamentares. No entanto, dois deles - Hermano Morais e Gustavo Fernandes - fecharam com o grupo. Isso diminui o poder de barganha do partido na eleição para a mesa diretora.
Eleição
O nome mais cotado para assumir o comando da AL para o biênio 2011-2012 é o de Ricardo Motta. Apesar de não ter declarado apoio publicamente, Robinson Faria tem maior afinidade com Motta do que com os outros deputados do PMN. Correndo por fora, Jácome tenta conseguir maioria para pressionar Robinson pelo apoio do partido. Dos concorrentes, quem conseguir a adesão do "grupo dos novos" terá vantagem na disputa.
Diario de Natal
Allan Darlyson / allandarlyson.rn@dabr.com.br
Os sete deputados eleitos para a Assembleia Legislativa (AL) pela primeira vez nas eleições de 2010 consolidaram de vez o "grupo dos novos", para reivindicar espaços na próxima mesa diretora da Casa. Fábio Dantas (PHS), Gustavo Fernandes (PMDB), Hermano Morais (PMDB), Dibson Nasser (PSDB), George Soares (PR), Luiz Antônio Faria, o Tomba (PSB), e Agnelo Alves (PDT) anunciaram, ontem, que votarão na mesma chapa para a sucessão do deputado estadual Robinson Faria (PMN), atual presidente do legislativo estadual.
Formado por parlamentares de diversos partidos, "grupo dos novos" dá nova configuração à corrida pelo comando da AL Foto:Carlos Santos/DN/D.A Press
De acordo com Fábio Dantas, a decisão foi tomada depois de uma reunião ocorrida na última quinta-feira. Ele informou que o grupo ainda não decidiu quem vai apoiar na disputa pela presidência, mas reforçou que não haverá divisão do "grupo dos novos" na eleição do dia primeiro de fevereiro. Os deputados estaduais Antônio Jácome (PMN) e Ricardo Motta (PMN), candidatos declarados à sucessão de Robinson, já conversaram com alguns dos membros do grupo individualmente. No entanto, Dantas disse que as conversas agora começam do zero.
"Nosso bloco está formado e unido. Não teremos conversas individuais. Todas as nossas decisões serão tomadas em conjunto", enfatizou Fábio, que desconversou sobre possíveis nomes indicados pelo "grupo dos novos" para compor a mesa diretora na próxima legislatura. "Nós teremos outras reuniões para discutirmos melhorias para a Assembleia Legislativa. Relacionaremos nossas reivindicações e entregaremos aos candidatos. Por enquanto, ainda não conversamos sobre nomes ou cargos", completou. Formado por parlamentares de diversas correntes políticas, o "grupo dos novos" deu uma nova configuração à disputa pela presidência da Assembleia. Além de ganhar força própria, por se tornar a maior bancada da Casa, o bloco enfraquece os partidos aos quais os membros são filiados. A legenda que sofrerá maior perda será o PMDB. A sigla elegeu seis parlamentares. No entanto, dois deles - Hermano Morais e Gustavo Fernandes - fecharam com o grupo. Isso diminui o poder de barganha do partido na eleição para a mesa diretora.
Eleição
O nome mais cotado para assumir o comando da AL para o biênio 2011-2012 é o de Ricardo Motta. Apesar de não ter declarado apoio publicamente, Robinson Faria tem maior afinidade com Motta do que com os outros deputados do PMN. Correndo por fora, Jácome tenta conseguir maioria para pressionar Robinson pelo apoio do partido. Dos concorrentes, quem conseguir a adesão do "grupo dos novos" terá vantagem na disputa.
Diario de Natal
OS HOLANDESES E OS TAPUYAS
(Por Evaneide Fidélis de Oliveira; Helder Alexandre Medeiros de Macedo; Márcia Batista de Araújo e Maria Helenice Dantas – Alunos do período 99.2)
Interessados em assegurar o seu controle sobre a Capitania do Rio Grande, os holandeses cedo firmaram alianças com os povos ditos Tapuias, com a "urgência de encontrar aliados, em número e força, para a manutenção do [ seu ] domínio" (PUNTONI, 1998, p. 38). Segundo CASCUDO, em 1631, dirigiu-se ao Conselho Político do Brasil Holandês o índio "Marcial ou Marciliano, fugitivo dos acampamentos portugueses, informando que seus companheiros [ os "reis" Janduí e Oquenaçu, Tapuias da Nação Tarairiú ] estavam desejosos de uma aliança com os invasores" (1984, p. 61).
Durante o período da Dominação Holandesa no Nordeste (1630-1654), a política da Companhia das Índias Ocidentais será a de relações amigáveis com os Tapuias, visando à sua participação no processo de colonização. O próprio Conde de Nassau "reconhecia a importância de manter tais aliados [ pois da ] amizade dos índios dependia em parte o sossego e a conservação da colônia do Brasil" (citado por PUNTONI, obra citada, p. 39). A aliança dos flamengos com os indígenas do interior da Capitania do Rio Grande foi relativamente pacífica, pois, ao contrário dos portugueses, os holandeses concederam aos Tapuias uma aparente liberdade e a não-escravização, além de manterem relações bastante íntimas.
A pedido do Conde Maurício de Nassau, o judeu alemão Jacob Rabbi foi ao interior da Capitania do Rio Grande e passou quatro anos junto aos Tapuias Janduís, chefiados pelo "rei" de mesmo nome. Além de servir de intérprete dos Janduís para os holandeses, sua permanência entre os índios fortificava os laços de aliança política. Jacob Rabbi assimilou e adotou muitos dos costumes dos indígenas e, através dessa sua adaptação, tornou-se um verdadeiro líder, fazendo com que os Tarairiús tornassem-se "uma espécie de matilha fiel, sempre pronta ao aceno do caçador para perseguir e despedaçar a caça levantada" (CASCUDO, 1992, p. 50).
Rabbi foi autor de uma crônica relatando a vida e os costumes dos Tapuias, a qual foi oferecida ao Conde Maurício de Nassau. Através dessa crônica muitos aspectos etnográficos dos Tapuias são hoje conhecidos, pois foi utilizada por outros autores holandeses, em seus relatos. Além de Rabbi, outro holandês viveu entre os súditos do "rei" Janduís. Trata-se de Roulox Baro, que visitou o chamado "País dos Tapuias" (PUNTONI, obra citada, p. 40), no final da primeira metade do século XVII. O relato essa viagem acha-se incluído no livro História das Últimas Lutas no Brasil entre Holandeses e Portugueses e Relação da Viagem ao País dos Tapuias (1647), de Pierre Moreau e Roulox Baro, respectivamente. Escreveram, ainda, sobre os Tapuias: Joannes de Laet, com a História ou Anais dos Feitos da Companhia Privilegiada das Índias Ocidentais, desde o seu começo até o fim do ano de 1636 (1647); George Marcgrave, com a História Natural do Brasil (1648); Guilherme Piso, com a História Natural e Médica da Índia Ocidental (1658); Joan Nieuhof, com Memorável Viagem Marítima e Terrestre ao Brasil (1682); Elias Herckman, com Descrição Geral da Capitania da Paraíba (1639) e Zacharias Wagner, com Zoobiblion.
Por meio desses relatos podemos ter uma idéia – embora, na visão dos europeus - do modo de vida, costumes e hábitos dos Tapuias que habitavam o Sertão do Rio Grande, informações essas que foram compiladas por Olavo de MEDEIROS FILHO (1984 e 1998) em duas obras sobre o passado potiguar, Índios do Açu e Seridó e Os Holandeses na Capitania do Rio Grande.
Favor citar da seguinte forma:
OLIVEIRA, E. F. de; MACEDO H. A. M. de; ARAÚJO, M. B. de e DANTAS, M. H. Os holandeses e os tapuias. História do RN n@ WEB [On-line]. Available from World Wide Web:
Referências Bibliográficas
CASCUDO, Luís da Câmara. História do Rio Grande do Norte. 2.ed. Rio de Janeiro: Achiamé. Natal: Fundação José Augusto, 1984 (Capítulo III: p. 57-91).
_________. Os Holandeses no Rio Grande do Norte (1949). Mossoró: ESAM, 1992 (Coleção Mossoroense, Série C, v. 792).
FREIRE, Carlos Norberto (coord.). A História do Rio Grande do Norte. Natal: Tribuna do Norte, 1998 (Fascículo 3)
MARIZ, Marlene da Silva. O Rio Grande do Norte e o Descobrimento do Brasil. In:_____. CASTRO, Nei Leandro (coord.). Terra Potiguar: uma viagem pela beleza e pela cultura do Rio Grande do Norte. Barcelona: Bustamante Editores. Natal: COSERN/IBERDROLA/Secretaria Estadual de Turismo/Banco do Brasil/Universidade Potiguar, 1998. p. 40-65.
MATHIAS, Herculano Gomes (coord.). História do Brasil. Rio de Janeiro: Bloch Editores, 1997/1998 (Fascículo 7: A União Ibérica/As Invasões Holandesas).
MEDEIROS FILHO, Olavo de. Índios do Açu e Seridó. Brasília: Senado Federal Centro Gráfico, 1984.
_________________. Os Holandeses na Capitania do Rio Grande. Natal: Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, 1998 (Col. Cultura, 6).
MEDEIROS, Tarcísio. Aspectos Geopolíticos e Antropológicos da História do Rio Grande do Norte. Natal: Imprensa Universitária, 1973.
PUNTONI, Pedro. O País dos Tapuias. In:_____. A Guerra dos Bárbaros – Povos Indígenas e a Colonização do Sertão Nordeste do Brasil (1650-1720). São Paulo: 1998. 254 p. Tese (Doutorado em História Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – USP. p. 34-72.
RIBEIRO, Berta G. VELTHEN, Lucia H. von. Coleções Etnográficas: documentos materiais para a história indígena e a etnologia. In:_____. CUNHA, Manuela Carneiro da (org.). História dos Índios no Brasil. 2.ed. São Paulo: Companhia das Letras/Secretaria Municipal de Cultura/FAPESP, 1998. p. 103-112.
SOUZA, Itamar de. O Domínio Holandês no RN. Diário do Rio Grande do Norte. Natal: Diário de Natal/Diário de Natal Educação/Projeto Ler, 01/jun1992 (Fascículo 2).
SUASSUNA, Luiz Eduardo B. MARIZ, Marlene da Silva. História do Rio Grande do Norte Colonial (1597/1822). Natal: Natal Editora, 1997.
TEENSMA, B. N. O Diário de Rodolfo Baro (1647) como Monumento aos Índios Tarairiú do Rio Grande do Norte. [ s. l. ]: ca.1998 (mimeo).
Postado por Fernando Caldas
Interessados em assegurar o seu controle sobre a Capitania do Rio Grande, os holandeses cedo firmaram alianças com os povos ditos Tapuias, com a "urgência de encontrar aliados, em número e força, para a manutenção do [ seu ] domínio" (PUNTONI, 1998, p. 38). Segundo CASCUDO, em 1631, dirigiu-se ao Conselho Político do Brasil Holandês o índio "Marcial ou Marciliano, fugitivo dos acampamentos portugueses, informando que seus companheiros [ os "reis" Janduí e Oquenaçu, Tapuias da Nação Tarairiú ] estavam desejosos de uma aliança com os invasores" (1984, p. 61).
Durante o período da Dominação Holandesa no Nordeste (1630-1654), a política da Companhia das Índias Ocidentais será a de relações amigáveis com os Tapuias, visando à sua participação no processo de colonização. O próprio Conde de Nassau "reconhecia a importância de manter tais aliados [ pois da ] amizade dos índios dependia em parte o sossego e a conservação da colônia do Brasil" (citado por PUNTONI, obra citada, p. 39). A aliança dos flamengos com os indígenas do interior da Capitania do Rio Grande foi relativamente pacífica, pois, ao contrário dos portugueses, os holandeses concederam aos Tapuias uma aparente liberdade e a não-escravização, além de manterem relações bastante íntimas.
A pedido do Conde Maurício de Nassau, o judeu alemão Jacob Rabbi foi ao interior da Capitania do Rio Grande e passou quatro anos junto aos Tapuias Janduís, chefiados pelo "rei" de mesmo nome. Além de servir de intérprete dos Janduís para os holandeses, sua permanência entre os índios fortificava os laços de aliança política. Jacob Rabbi assimilou e adotou muitos dos costumes dos indígenas e, através dessa sua adaptação, tornou-se um verdadeiro líder, fazendo com que os Tarairiús tornassem-se "uma espécie de matilha fiel, sempre pronta ao aceno do caçador para perseguir e despedaçar a caça levantada" (CASCUDO, 1992, p. 50).
Rabbi foi autor de uma crônica relatando a vida e os costumes dos Tapuias, a qual foi oferecida ao Conde Maurício de Nassau. Através dessa crônica muitos aspectos etnográficos dos Tapuias são hoje conhecidos, pois foi utilizada por outros autores holandeses, em seus relatos. Além de Rabbi, outro holandês viveu entre os súditos do "rei" Janduís. Trata-se de Roulox Baro, que visitou o chamado "País dos Tapuias" (PUNTONI, obra citada, p. 40), no final da primeira metade do século XVII. O relato essa viagem acha-se incluído no livro História das Últimas Lutas no Brasil entre Holandeses e Portugueses e Relação da Viagem ao País dos Tapuias (1647), de Pierre Moreau e Roulox Baro, respectivamente. Escreveram, ainda, sobre os Tapuias: Joannes de Laet, com a História ou Anais dos Feitos da Companhia Privilegiada das Índias Ocidentais, desde o seu começo até o fim do ano de 1636 (1647); George Marcgrave, com a História Natural do Brasil (1648); Guilherme Piso, com a História Natural e Médica da Índia Ocidental (1658); Joan Nieuhof, com Memorável Viagem Marítima e Terrestre ao Brasil (1682); Elias Herckman, com Descrição Geral da Capitania da Paraíba (1639) e Zacharias Wagner, com Zoobiblion.
Por meio desses relatos podemos ter uma idéia – embora, na visão dos europeus - do modo de vida, costumes e hábitos dos Tapuias que habitavam o Sertão do Rio Grande, informações essas que foram compiladas por Olavo de MEDEIROS FILHO (1984 e 1998) em duas obras sobre o passado potiguar, Índios do Açu e Seridó e Os Holandeses na Capitania do Rio Grande.
Favor citar da seguinte forma:
OLIVEIRA, E. F. de; MACEDO H. A. M. de; ARAÚJO, M. B. de e DANTAS, M. H. Os holandeses e os tapuias. História do RN n@ WEB [On-line]. Available from World Wide Web:
Referências Bibliográficas
CASCUDO, Luís da Câmara. História do Rio Grande do Norte. 2.ed. Rio de Janeiro: Achiamé. Natal: Fundação José Augusto, 1984 (Capítulo III: p. 57-91).
_________. Os Holandeses no Rio Grande do Norte (1949). Mossoró: ESAM, 1992 (Coleção Mossoroense, Série C, v. 792).
FREIRE, Carlos Norberto (coord.). A História do Rio Grande do Norte. Natal: Tribuna do Norte, 1998 (Fascículo 3)
MARIZ, Marlene da Silva. O Rio Grande do Norte e o Descobrimento do Brasil. In:_____. CASTRO, Nei Leandro (coord.). Terra Potiguar: uma viagem pela beleza e pela cultura do Rio Grande do Norte. Barcelona: Bustamante Editores. Natal: COSERN/IBERDROLA/Secretaria Estadual de Turismo/Banco do Brasil/Universidade Potiguar, 1998. p. 40-65.
MATHIAS, Herculano Gomes (coord.). História do Brasil. Rio de Janeiro: Bloch Editores, 1997/1998 (Fascículo 7: A União Ibérica/As Invasões Holandesas).
MEDEIROS FILHO, Olavo de. Índios do Açu e Seridó. Brasília: Senado Federal Centro Gráfico, 1984.
_________________. Os Holandeses na Capitania do Rio Grande. Natal: Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, 1998 (Col. Cultura, 6).
MEDEIROS, Tarcísio. Aspectos Geopolíticos e Antropológicos da História do Rio Grande do Norte. Natal: Imprensa Universitária, 1973.
PUNTONI, Pedro. O País dos Tapuias. In:_____. A Guerra dos Bárbaros – Povos Indígenas e a Colonização do Sertão Nordeste do Brasil (1650-1720). São Paulo: 1998. 254 p. Tese (Doutorado em História Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas – USP. p. 34-72.
RIBEIRO, Berta G. VELTHEN, Lucia H. von. Coleções Etnográficas: documentos materiais para a história indígena e a etnologia. In:_____. CUNHA, Manuela Carneiro da (org.). História dos Índios no Brasil. 2.ed. São Paulo: Companhia das Letras/Secretaria Municipal de Cultura/FAPESP, 1998. p. 103-112.
SOUZA, Itamar de. O Domínio Holandês no RN. Diário do Rio Grande do Norte. Natal: Diário de Natal/Diário de Natal Educação/Projeto Ler, 01/jun1992 (Fascículo 2).
SUASSUNA, Luiz Eduardo B. MARIZ, Marlene da Silva. História do Rio Grande do Norte Colonial (1597/1822). Natal: Natal Editora, 1997.
TEENSMA, B. N. O Diário de Rodolfo Baro (1647) como Monumento aos Índios Tarairiú do Rio Grande do Norte. [ s. l. ]: ca.1998 (mimeo).
Postado por Fernando Caldas
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
ASSIM VEIO O HOMEM
O homem vem do macaco?
Que conversa sem graça!
Prefiro outra história
Onde existe quem faça.
O Deus que tudo cria
E nosso destino traça.
Entre Bíblia e Ciência
Tem pouca comparação.
Uma exige fé, a outra,
Pesquisa e convicção.
A primeira nunca erra,
A segunda é frustração.
Houve um dia neste mundo
Que o Criador pensou:
"Vou fazer o mais bonito,
O melhor que se criou".
Tomou barro, jogou água
E o homem modelou.
Depois do boneco pronto,
Ainda em suas mãos,
Deus disse: "-Melhor não há.
É minha inspiração".
Deu-lhe sopro nas narinas
E o nomeou Adão.
O bichim andava solto
Conhecendo seu Jardim.
Não tinha roupa o Homem
Nem porisso achou ruim.
Sua vida era eterna
Liberdade deu assim!
Entre rios e florestas
Adão viu tudo de bom.
No Éden a vida ia
Cada vez em melhor tom.
Até que notou a falta
Das curvas que emitem som.
O Soberano falou:
"-Não é bom o homem só.
Vou fazer-lhe uma mulher".
Adão dormiu que um Socó
Quando despertou notou:
"Falta osso.Dê-me um nó".
A mulher mudou foi tudo
Começou logo a mandar.
"-O Paraíso tá sujo.
Adão venha já limpar!"
Dizia a costela viva
E o homem foi trabalhar.
O Pior inda veria
Vocês podem acreditar,
Pois a cobra que falava
Com Eva propôs montar,
Um piquenique sem Deus
E a coisa vai descambar.
Eva era maluvida
Causou grande 'estrupiço',
Comeu o que não devia
Foi o maior reboliço.
A criação maculada
Pedia um 'sacrifiço'.
Perdemos o Paraíso
É um fato consumado.
A morte entrou no mundo
Ficamos todos tomados
Pela furia do demônio,
Anjo desvalorizado.
Foi assim que sucedeu!
Leia as notas do cordel
E verá que aconteceu
Algo de muito cruel.
Uma ação de despejo
Por não ter sido fiel.
(Enviamos folhetos para todo o Brasil. Preço R$ 2,00 (dois reais) já com a postagem) Pedidos pelo e-mail: maneberadeiro@hotmail.com)
Postado por Francisco Martins
LIVRO "AMIGOS DO TIROL" SERÁ LANÇADO NESTA QUINTA FEIRA
Após o sucesso do ‘Ensaio Geral’ realizado com a Banda Balaio de Gatos no último sábado, 13, a segunda parte das comemorações dos dez anos dos “Amigos do Tirol” será nesta quinta-feira, 18, na AABB, com o coquetel de lançamento do livro homônimo, às 18h, animado pelo Quarteto Banda dos Anos Sessenta.
Os autores da antologia, Fernando Mousinho, Petit das Virgens, Maurício Baito, Beto Rabello, José Guedes da Fonseca (Deca), Áureo Borges, Leonardo Sodré, Roberto Viana, José Ariston Neto, Jahyr Navarro, Raimundo Barata, Lenilson Carvalho, Franca Trigueiro, Leda Barbosa Gonçalves, Sérgio Freire, Evandro Freire, Dalton Melo de Andrade, Eduardo Alexandre Garcia (Dunga), Flávio Aguiar, Sérgio Dias, Roberto Monte, Fernando Nesi, Rilke Santos, Rita de Cássia Medeiros, Otávio Garcia, Augusto Leal, Amaro Jordão, Francisco Lira, Alderico Leandro, Isaías Costa, Sílvia Mota, Leonardo Cavalcanti (Naná), Edilberto Cavalcanti, Carlos Gurgel e Juarez Chagas, estarão presentes para os autógrafos.
A apresentação da obra foi escrita pelo jornalista e escritor Leonardo Sodré e a “orelha” pelo jornalista Petit das Virgens, que ressalta a franqueza da obra e o fato de ela ter sido escrita por muitas pessoas que não são do ramo, mas que tiveram a bondade de enriquecer o livro, que também é memorialista e conta um pouco da História do Tirol, com muitas fotos antigas.
A festa é no sábado
A movimentação dos “Amigos do Tirol” começa cedo no sábado, com uma missa de agradecimento e louvor na Igreja Santa Terezinha (matriz do bairro), às 08h, com a participação dos organizadores e participantes do evento.
Depois, às 12h, haverá o início da festa com a Banda dos Anos Sessenta, acrescida de um naipe de metais (trombone, sax tenor e trompete), que tocará até por volta das 16h30, quando então entra a orquestra de frevos Balaio de Gatos. Por volta das 20h a banda levará os foliões para o Restaurante Bela Napoli, onde tocará por mais sessenta minutos, encerrando a Decafesta “Amigos do Tirol” de 2010.
Serviço
Lançamento do livro Amigos do Tirol, quinta-feira, 18, às 18h, AABB
Missa de agradecimento e louvor, sábado, 20, às 08h, Igreja Santa Terezinha
Decafesta Amigos do Tirol, sábado, às 12h, AABB
Leonarso Sodré
Agência ECO de Notícias
.
Os autores da antologia, Fernando Mousinho, Petit das Virgens, Maurício Baito, Beto Rabello, José Guedes da Fonseca (Deca), Áureo Borges, Leonardo Sodré, Roberto Viana, José Ariston Neto, Jahyr Navarro, Raimundo Barata, Lenilson Carvalho, Franca Trigueiro, Leda Barbosa Gonçalves, Sérgio Freire, Evandro Freire, Dalton Melo de Andrade, Eduardo Alexandre Garcia (Dunga), Flávio Aguiar, Sérgio Dias, Roberto Monte, Fernando Nesi, Rilke Santos, Rita de Cássia Medeiros, Otávio Garcia, Augusto Leal, Amaro Jordão, Francisco Lira, Alderico Leandro, Isaías Costa, Sílvia Mota, Leonardo Cavalcanti (Naná), Edilberto Cavalcanti, Carlos Gurgel e Juarez Chagas, estarão presentes para os autógrafos.
A apresentação da obra foi escrita pelo jornalista e escritor Leonardo Sodré e a “orelha” pelo jornalista Petit das Virgens, que ressalta a franqueza da obra e o fato de ela ter sido escrita por muitas pessoas que não são do ramo, mas que tiveram a bondade de enriquecer o livro, que também é memorialista e conta um pouco da História do Tirol, com muitas fotos antigas.
A festa é no sábado
A movimentação dos “Amigos do Tirol” começa cedo no sábado, com uma missa de agradecimento e louvor na Igreja Santa Terezinha (matriz do bairro), às 08h, com a participação dos organizadores e participantes do evento.
Depois, às 12h, haverá o início da festa com a Banda dos Anos Sessenta, acrescida de um naipe de metais (trombone, sax tenor e trompete), que tocará até por volta das 16h30, quando então entra a orquestra de frevos Balaio de Gatos. Por volta das 20h a banda levará os foliões para o Restaurante Bela Napoli, onde tocará por mais sessenta minutos, encerrando a Decafesta “Amigos do Tirol” de 2010.
Serviço
Lançamento do livro Amigos do Tirol, quinta-feira, 18, às 18h, AABB
Missa de agradecimento e louvor, sábado, 20, às 08h, Igreja Santa Terezinha
Decafesta Amigos do Tirol, sábado, às 12h, AABB
Leonarso Sodré
Agência ECO de Notícias
.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
COMO ESTÁ O NOSSO VALE? PRODUZINDO PARA TODOS COMO SONHAVA DOM ELISEU? LAMENTAVELMENTE NÃO ESTÁ BEM!
Respondo de forma elementar um questionamento feito por Fernando Caldas ( Fanfa), após reproduzir em seu blog um artigo do saudoso mestre padre Zé Luiz, enfatizando com genialidade da visão cósmica que possuiu D. Elizeu Simões Mendes a respeito dos desafios pra desenvolver o Vale do Açu.
Parafraseando Cassimiro de Abreu, era menino,brincava na areia e aos meus 8 anos, comecei a ver o mundo com olhar critico, observando e comparando realidades, era pequeno, mas me lembro, das missões rurais chegando a porta da choupana do rústico varzeano, a comitiva formada por engenheiros agronômos, técnicos agricolas, assistentes sociais, religiosos, cooperativistas e alguns politicos inseridos nas reuniões comunitárias para receberem da equipe de D.Elizeu noções básicas de desenvolvimento, solidariedade e progresso.
Neste contexto o que mais se abordava era a eletrificação das propriedades para uma possivel produção irrigada.
Não demorou muito, o processo da mecanização foi chegando, tomou conta das fazendas, extendendo sua importância as áreas salineiras, substituindo a mão de obra operária por máquinas, tratores, enchedeiras e outros equipamentos geradores de produção.
O vale andou pra frente, aqui se instalaram os projetos fruticultores, lembro nos primeiros momentos da presença de Davi Americano, um dos grandes propulsores da produção em escala, ( manga, melão, tomate e até uvas) foram plantadas e colhidas em nosso fertilizante solo.
Mais adiante as multinacionais da banana invadiram o vale comprando suas melhores terras, episódio realizado logo após a inauguração da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, alguns venderam suas melhores glebas achando fazer bom negócio, outros tiveram suas terras desapropriadas por decretos governamentais a preço de bolo, a regra do desenvolvimento também induz prejuizos, muitos choram o abandono da terra, indo viver marginalizados com suas familias nas periferias dos centros urbanos.
Aqui se instalou a Frunorte comandada por Manoel Barreto, grande produção de melão e outros similares, emprego para os que possuiam qualificação técnica e para a grande massa de trabalhadores avulsos, a Directivos Agriicola, Delmont, fizeram o tripé da exportação fruticultora da região.
Assim ocorreu com a carcinicultura, a região Norte do vale do Assu, tornou-se um celeiro de camarão em cativeiro, empresas como a Maricultura Tropical, Camanor, Aquática e outros de menor porte formaram um auspicioso quadro de empregos, geração de renda e sobrevivencia dos seus agregados, nos municipios de Porto do Mangue e Pendências.
Repentinamente, as sucessivas enchentes regionais, o mercado internacional afetado pela variação cambial e as quedas do dólar americano, vieram com certeza afetar o parque de desenvolvimento instalado no vale do Açu.
David Americano tomou destino ignorado, não sabemos do seu roteiro, as empresas de fruticultura foram entrando em deficit, a Frunorte desativou sua produção, fechou pra balanço, dizem que abriu falência, as outras tem reduzido contigente, dispensado operários, diminuido produção.
Os carcinicultores em crise, a Maricultura deixou de produzir, acarretou desemprego, máquinas paradas, o setor de ração sem ter vendas e a região voltou ao crucial empobrecimento da sua origem.
O sonho de D. Elizeu foi o que chamamos de bom tempo por pouco tempo, é preciso mais uma vez se retomar a iniciativa, não sabemos pelas mãos de quem, D. Elizeu é apenas um mito desta belissima história.
Está ai meu caro Fanfa, uma pequena amostra do nosso subdesenvolvimento, voltamos a estaca zero, ainda mais com a crise do setor público, as prefeituras falidas, os prefeitos de pires na mão, implorando ao governo federal melhoria nas cotas do FPM, obrigados a fazerem o que não desejam: Corte de pessoal, contenção de despesas, atrasos de vencimentos e outras obrigações que o erário municipal não tem como resolver de imediato.
Escrito por aluiziolacerda às 10h45
FESTNATAL EXIBE OBRA DE FICÇÃO
Prossegue até dia 19 (sexta-feira), a mostra competitiva de ficção do 20º Festival de Cinema de Natal. Os filmes estão em cartaz no Moviecom 3, nas sessões de 14:20, 16:40, 19:00, 21:20. A sessão oficial, com presença dos jurados e convidados do Festival, ocorre às 19h. O preço é R$ 1 real. Hoje será exibido o filme “Salve Geral”, de Sérgio Rezende, com Andrea Beltrão; na quinta “Segurança Nacional”, e sexta-feria o filme “Como Esquecer”, com Ana Paula Arósio.
Fonte: Tribunado Norte
Fonte: Tribunado Norte
terça-feira, 16 de novembro de 2010
POETA MIGUEZIM GANHA PRÊMIO NACIONAL
O poema de cordel "Para gostar de ler", de Miguezim de Princesa, é um dos vencedores nacionais do Prêmio Mais Cultura de Literatura Popular, organizado em todo o Brasil pelo Ministério da Cultura em homenagem a Patativa do Assaré. Miguezim de Princesa, poeta popular que colabora neste site, onde dispõe de espaço próprio, é um dos mais lidos da internet e tem seus trabalhos estudados no Trinity College, dos Estados Unidos. Receberá como prêmio um cheque de R$ 7 mil e a edição de 5 mil exemplares do poema.
PARA GOSTAR DE LER
Miguezim de Princesa
I
Se o dinheiro está curto
Até pra comprar cueca
E nem de longe imagino
Visitar um sítio asteca,
Posso em sonhos viajar
Nos livros que encontrar
Dentro da biblioteca.
II
Pego um avião moderno
E saio rasgando o céu,
Entre cortinas de nuvens
Que mais se parecem um véu
Da noiva da esperança,
E vou me parar na França
Conhecendo a Torre Eiffel.
III
Num banquinho de madeira,
Sem tirar os pés da terra,
Nas letras do livro-sonho,
Que tanta grandeza encerra,
Com algumas páginas lidas
Vejo todas as batidas
Do Big Bang da Inglaterra.
IV
Num distante pé de serra
Alguém ouvirá meu grito
A saudar a Palestina,
Seus pastores com cabritos,
Em meio a tanta incerteza,
E mais à frente as belezas
Das pirâmides do Egito.
V
Viajo também nos braços
Do romanceiro de cá,
Das lendas e das estórias
Do povo do meu lugar,
Vou dormir com um poema
E me acordo com Iracema
De José de Alencar.
VI
Cante lá, que eu canto cá,
Dizia com firmeza e fé
O menestrel popular
Patativa do Assaré.
É estudado na França,
Seu livro é luta e esperança,
Mostra a vida como é.
VII
No Rio Grande do Norte,
Prosseguindo meu estudo,
Vou conhecendo a Iara
De belo corpo desnudo.
Pro sonho ficar mais quente,
Ela eu ganhei de presente
Do grande Câmara Cascudo.
VIII
Na vizinha Paraíba,
Vi João Grilo na subida;
Fui ao céu e ao inferno,
Que era um beco sem saída
Por Ariano criado
No enredo bem bolado
Auto da Compadecida.
IX
Nas páginas paraibanas,
Vi quanto Augusto sofreu
Ao escrever Versos Íntimos
No eterno Livro do EU;
Apurando o meu empenho,
De Zé Lins vi o Engenho
Cujo fogo já morreu.
X
Dancei frevo em Pernambuco
Em terreiro, praça e sala,
Maracatu, caboclinho,
Fiquei em ponto de bala,
Gilberto Freire, gentil,
Me apresentou o Brasil
Em Casa Grande e Senzala.
XI
Pelo século 19
Me enfurnei no sertão:
Conheci Maria Moura,
A valentia e a paixão
Que dobravam coronel.
Quem me contou foi Rachel
Na porteira do mourão.
XII
Com Aluizio Azevedo,
Numa Casa de Pensão,
Vi mulato de Cortiço
(Nossa miscigenação),
Andei com Gonçalves Dias,
Indianista da poesia,
Nas terras do Maranhão.
XIII
Fui parar nas Alagoas,
Terra de Graciliano,
Onde a cachorra Baleia
Foi atrás de Fabiano,
Vidas Secas de lamentos,
Batalhas e sofrimentos,
Sem rumo, esperança e plano.
XIV
Vi o Sargento Getúlio
Tomado de valentia,
De posse de uma lazarina,
Caminhar de noite e dia,
Conduzindo sem clemência
Um preso na diligência
Entre Sergipe e Bahia.
XV
Quem contou foi João Ubaldo,
E o fez com maestria,
Bem depois de Jorge Amado,
Escritor-mor da Bahia,
Que soube falar de amores,
Crenças, culturas e dores
Com cheiros de maresia.
XVI
Vejo a Tenda dos Milagres,
Em noite de lua cheia;
Gabriela cheira a cravo
No fogo que incendeia;
Na Cidade Baixa a farra,
Molecagem e algazarra
Dos Capitães da Areia.
XVII
O Nordeste é muito rico
Em termos de criação:
Aqui servimos banquete
De puríssima inspiração.
Só porque nunca fui jeca,
Estou numa biblioteca
Com o mundo em minhas mãos.
Fonte: claudiohumberto
Escrito por aluiziolacerda às 15h56
PARA GOSTAR DE LER
Miguezim de Princesa
I
Se o dinheiro está curto
Até pra comprar cueca
E nem de longe imagino
Visitar um sítio asteca,
Posso em sonhos viajar
Nos livros que encontrar
Dentro da biblioteca.
II
Pego um avião moderno
E saio rasgando o céu,
Entre cortinas de nuvens
Que mais se parecem um véu
Da noiva da esperança,
E vou me parar na França
Conhecendo a Torre Eiffel.
III
Num banquinho de madeira,
Sem tirar os pés da terra,
Nas letras do livro-sonho,
Que tanta grandeza encerra,
Com algumas páginas lidas
Vejo todas as batidas
Do Big Bang da Inglaterra.
IV
Num distante pé de serra
Alguém ouvirá meu grito
A saudar a Palestina,
Seus pastores com cabritos,
Em meio a tanta incerteza,
E mais à frente as belezas
Das pirâmides do Egito.
V
Viajo também nos braços
Do romanceiro de cá,
Das lendas e das estórias
Do povo do meu lugar,
Vou dormir com um poema
E me acordo com Iracema
De José de Alencar.
VI
Cante lá, que eu canto cá,
Dizia com firmeza e fé
O menestrel popular
Patativa do Assaré.
É estudado na França,
Seu livro é luta e esperança,
Mostra a vida como é.
VII
No Rio Grande do Norte,
Prosseguindo meu estudo,
Vou conhecendo a Iara
De belo corpo desnudo.
Pro sonho ficar mais quente,
Ela eu ganhei de presente
Do grande Câmara Cascudo.
VIII
Na vizinha Paraíba,
Vi João Grilo na subida;
Fui ao céu e ao inferno,
Que era um beco sem saída
Por Ariano criado
No enredo bem bolado
Auto da Compadecida.
IX
Nas páginas paraibanas,
Vi quanto Augusto sofreu
Ao escrever Versos Íntimos
No eterno Livro do EU;
Apurando o meu empenho,
De Zé Lins vi o Engenho
Cujo fogo já morreu.
X
Dancei frevo em Pernambuco
Em terreiro, praça e sala,
Maracatu, caboclinho,
Fiquei em ponto de bala,
Gilberto Freire, gentil,
Me apresentou o Brasil
Em Casa Grande e Senzala.
XI
Pelo século 19
Me enfurnei no sertão:
Conheci Maria Moura,
A valentia e a paixão
Que dobravam coronel.
Quem me contou foi Rachel
Na porteira do mourão.
XII
Com Aluizio Azevedo,
Numa Casa de Pensão,
Vi mulato de Cortiço
(Nossa miscigenação),
Andei com Gonçalves Dias,
Indianista da poesia,
Nas terras do Maranhão.
XIII
Fui parar nas Alagoas,
Terra de Graciliano,
Onde a cachorra Baleia
Foi atrás de Fabiano,
Vidas Secas de lamentos,
Batalhas e sofrimentos,
Sem rumo, esperança e plano.
XIV
Vi o Sargento Getúlio
Tomado de valentia,
De posse de uma lazarina,
Caminhar de noite e dia,
Conduzindo sem clemência
Um preso na diligência
Entre Sergipe e Bahia.
XV
Quem contou foi João Ubaldo,
E o fez com maestria,
Bem depois de Jorge Amado,
Escritor-mor da Bahia,
Que soube falar de amores,
Crenças, culturas e dores
Com cheiros de maresia.
XVI
Vejo a Tenda dos Milagres,
Em noite de lua cheia;
Gabriela cheira a cravo
No fogo que incendeia;
Na Cidade Baixa a farra,
Molecagem e algazarra
Dos Capitães da Areia.
XVII
O Nordeste é muito rico
Em termos de criação:
Aqui servimos banquete
De puríssima inspiração.
Só porque nunca fui jeca,
Estou numa biblioteca
Com o mundo em minhas mãos.
Fonte: claudiohumberto
Escrito por aluiziolacerda às 15h56
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
DOM ELISEU
Esquerda para direita: (?), Osvaldo Amorim, Dom Eliseu, Francisco Amorim. A fotografia é do início da década de sessenta.
"Antes da Hidroservice Engenharia chegar, e da Construtora Andrade Gutierrez acionar suas máquinas; antes dos bispos fazerem manifestos e o Vale do Açu ter se sentindo judiado por não conhecer seu destino, houve um homem que acreditou nele e a ele se dedicou inteiramente.
Tive a ventura de experimentar de sua convivência; senti-lo impaciente e ardoroso, exultante e decidido, indicando a todos nós um caminho, que hoje ou amanhã teria que ser retomado.
Porque ele não foi escutado inteiramente, muita gente foi pegada de surpresa porque não continuaram regando a árvore que se plantou, o Vale do Açu ficou sem frutos e sem sombra.
E na hora da presumível colheita, o que aconteceu? Uma legião interminável de mãos vazias, debruçada na passarela das desesperanças.
Que seu trabalho ficaram apenas cicatrizes do seu rosto cansado, quase desiludido, e a doce lembrança de um homem forte, tão forte que se submeteu a longas caminhadas, quando queria somente permanecer aqui. E porque não ficou, o Vale ansioso para abraçar o futuro, que ele nos deixou como herança, foi definhando, definhando, até que de repente, sem aquela euforia dos tempos de J.K.; quando ele (Dom Eliseu) inaugurava fartura e dividia esperanças, o Vale do Açu se retomou e marcou um encontro com o seu amanhã.
Até ele chegar, o Vale estava adormecido. Dele cuidavam apenas os poetas.
Quando ele chegou, vieram missões, semanas rurais, convênios, cursos, treinamentos.
por causa dele, o Vale se encheu de Postos de Saúde, de Maternidades, de Cooperativas, de Motores Bombas, de Escolas.
Graças a ele, se organizaram grupos de trabalhos e o universo vocabular do varzeano, havia construção de embacies, canais de alvenaria, mecanização do solo, adubação, defesa anual, reflorestamento, sementes e mudas, centros educacionais, equipamentos, manutenção, colonização, armazenagem, comercialização, eletrificação rural, irrigação, melhoria qualitativas dos rebanhos, bibliotecas, assistência veterinária, mecanização da lavoura, máquinas forrozeiras, áreas cultivadas, produção, cooperativas.
E tudo era feito com ele presente. Aí está a grande diferença: Dom Eliseu ficou dentro do Vale. Não houve estrada que não houvesse conhecido seus passos. Nenhum caminho desconheceu sua presença.
Faz 21 anos que ele cercou de técnicos e começou no Vale um programa de irrigação, utilizando energia diesel com o aproveitamento das reservas d'água do subsolo, contando com o adicional do rio Açu.
A gente viajava de Açu a Pendências e via motores bombas pela várzea afora. Era um festival de pré-abundância. A Escola de Tratorista de Ipanguaçu cheia de rapazes, a fazenda do Governo cheia de frutas e um agrônomo ensinando a produzir.
Em Natal, Dom Eugênio criava a SAR, depois transformado num movimento que ele denominava Movimento de Natal. Havia uma emissora, alguns cursos em Ponta Negra, início de sindicalização rural, sob a orientação de Julieta Calazans. Mas o grande trabalho, o movimento com cheiro de terra e suor, convocando Agrônomos e Assistentes Sociais, pertencia a Dom Eliseu.
Talvez (quem sabe) soprado pela força literária de Mossoró, pela concorrência nobre, pelo desafio da terra, pela força de quem troxe como lema do seu episcopado, os novos caminhos do seu povo: SALUS GREGIS, que quer dizer - "Salvação do Rebanho".
Quando Dom Eliseu estava no Vale do Açu, criou-se um novo condicionamento na alma do seu povo. dele é que partiram as primeiras tentativas de mobilização do Vale como um todo.
Eu me lembro que conversando com ele sobre a situação de Pendências que pertencia a Arquidiocese de Natal, fora portanto de sua jurisdição, ele me respondeu: "Meu filho, quem está em questão é o Vale". E na semana seguinte, um Posto de Puericultura era iniciado em Pendências.
Quando ele foi embora, ou melhor, quando o mandaram para o Paraná. Começou a retratação gradativa do Vale do Açu. Com o novo regime, a Escola de Tratorista foi fechada, a Fazenda do Governo abandonada, os bancos se retraíram, as lideranças políticas se amofinaram, as Assistentes sociais foram embora, os agrônomos desapareceram, os motores bombas sumiram, as cooperativas emagreceram e os debates e cursos se escassearam. Mas, o futuro do Vale seria inevitável. A sua vocação intrínseca era produzir. Hoje ou amanhã, ele teria que ser lembrado, estudado, pesquisado,planejado, executado.
E aí está novamente O VALE DO AÇU retomado pelo Governo, desta vez sem as movimentações anteriores, sem a liderança de um Dom Eliseu. Desta vez o Vale valeu por sua própria natureza. Independentemente de apelos ou apoio, de gritos ou recompensas. Novamente o Vale valeu. desta vez, vieram máquinas, técnicos, dinheiro. CERTO? ERRADO?
Nesta altura do campeonato, o importante é mais uma vez ficar do lado do Vale. E ficar do seu lado, é querê-lo produzindo.Para todos e não apenas para alguns.
Não era assim que sonhava Dom Eliseu?"
Postado por Fernando Caldas
"Antes da Hidroservice Engenharia chegar, e da Construtora Andrade Gutierrez acionar suas máquinas; antes dos bispos fazerem manifestos e o Vale do Açu ter se sentindo judiado por não conhecer seu destino, houve um homem que acreditou nele e a ele se dedicou inteiramente.
Tive a ventura de experimentar de sua convivência; senti-lo impaciente e ardoroso, exultante e decidido, indicando a todos nós um caminho, que hoje ou amanhã teria que ser retomado.
Porque ele não foi escutado inteiramente, muita gente foi pegada de surpresa porque não continuaram regando a árvore que se plantou, o Vale do Açu ficou sem frutos e sem sombra.
E na hora da presumível colheita, o que aconteceu? Uma legião interminável de mãos vazias, debruçada na passarela das desesperanças.
Que seu trabalho ficaram apenas cicatrizes do seu rosto cansado, quase desiludido, e a doce lembrança de um homem forte, tão forte que se submeteu a longas caminhadas, quando queria somente permanecer aqui. E porque não ficou, o Vale ansioso para abraçar o futuro, que ele nos deixou como herança, foi definhando, definhando, até que de repente, sem aquela euforia dos tempos de J.K.; quando ele (Dom Eliseu) inaugurava fartura e dividia esperanças, o Vale do Açu se retomou e marcou um encontro com o seu amanhã.
Até ele chegar, o Vale estava adormecido. Dele cuidavam apenas os poetas.
Quando ele chegou, vieram missões, semanas rurais, convênios, cursos, treinamentos.
por causa dele, o Vale se encheu de Postos de Saúde, de Maternidades, de Cooperativas, de Motores Bombas, de Escolas.
Graças a ele, se organizaram grupos de trabalhos e o universo vocabular do varzeano, havia construção de embacies, canais de alvenaria, mecanização do solo, adubação, defesa anual, reflorestamento, sementes e mudas, centros educacionais, equipamentos, manutenção, colonização, armazenagem, comercialização, eletrificação rural, irrigação, melhoria qualitativas dos rebanhos, bibliotecas, assistência veterinária, mecanização da lavoura, máquinas forrozeiras, áreas cultivadas, produção, cooperativas.
E tudo era feito com ele presente. Aí está a grande diferença: Dom Eliseu ficou dentro do Vale. Não houve estrada que não houvesse conhecido seus passos. Nenhum caminho desconheceu sua presença.
Faz 21 anos que ele cercou de técnicos e começou no Vale um programa de irrigação, utilizando energia diesel com o aproveitamento das reservas d'água do subsolo, contando com o adicional do rio Açu.
A gente viajava de Açu a Pendências e via motores bombas pela várzea afora. Era um festival de pré-abundância. A Escola de Tratorista de Ipanguaçu cheia de rapazes, a fazenda do Governo cheia de frutas e um agrônomo ensinando a produzir.
Em Natal, Dom Eugênio criava a SAR, depois transformado num movimento que ele denominava Movimento de Natal. Havia uma emissora, alguns cursos em Ponta Negra, início de sindicalização rural, sob a orientação de Julieta Calazans. Mas o grande trabalho, o movimento com cheiro de terra e suor, convocando Agrônomos e Assistentes Sociais, pertencia a Dom Eliseu.
Talvez (quem sabe) soprado pela força literária de Mossoró, pela concorrência nobre, pelo desafio da terra, pela força de quem troxe como lema do seu episcopado, os novos caminhos do seu povo: SALUS GREGIS, que quer dizer - "Salvação do Rebanho".
Quando Dom Eliseu estava no Vale do Açu, criou-se um novo condicionamento na alma do seu povo. dele é que partiram as primeiras tentativas de mobilização do Vale como um todo.
Eu me lembro que conversando com ele sobre a situação de Pendências que pertencia a Arquidiocese de Natal, fora portanto de sua jurisdição, ele me respondeu: "Meu filho, quem está em questão é o Vale". E na semana seguinte, um Posto de Puericultura era iniciado em Pendências.
Quando ele foi embora, ou melhor, quando o mandaram para o Paraná. Começou a retratação gradativa do Vale do Açu. Com o novo regime, a Escola de Tratorista foi fechada, a Fazenda do Governo abandonada, os bancos se retraíram, as lideranças políticas se amofinaram, as Assistentes sociais foram embora, os agrônomos desapareceram, os motores bombas sumiram, as cooperativas emagreceram e os debates e cursos se escassearam. Mas, o futuro do Vale seria inevitável. A sua vocação intrínseca era produzir. Hoje ou amanhã, ele teria que ser lembrado, estudado, pesquisado,planejado, executado.
E aí está novamente O VALE DO AÇU retomado pelo Governo, desta vez sem as movimentações anteriores, sem a liderança de um Dom Eliseu. Desta vez o Vale valeu por sua própria natureza. Independentemente de apelos ou apoio, de gritos ou recompensas. Novamente o Vale valeu. desta vez, vieram máquinas, técnicos, dinheiro. CERTO? ERRADO?
Nesta altura do campeonato, o importante é mais uma vez ficar do lado do Vale. E ficar do seu lado, é querê-lo produzindo.Para todos e não apenas para alguns.
Não era assim que sonhava Dom Eliseu?"
Postado por Fernando Caldas
POEIRA DO CÉU
Poeira do Céu (antologia) de autoria do grande poeta considerado um dos maiores da língua portuguesa, açuense de Goianinha (RN) tem organização da professora Cássia de Fátima Matos, EDFURN, 2009. Aquela professora irá concluir a tese sobre o poeta João Lins Caldas e a defesa será dia 22 próximo, ás 14:)) hora no auditório C, do Centro de Ciências Humanas, letras e artes, daquela universidade.
Postado por Fernando Caldas
Postado por Fernando Caldas
domingo, 14 de novembro de 2010
POSSE DOS NOVOS VEREADORES DO AÇU, 1983
Fotografia do ato de posse dos novos vereadores do Açu (RN), mandato de 1983 a 1988. Na foto podemos ver, esquerda para direita o velho político Major Manoel de Melo Montenegro, Sebastião Alves, vereador recém eleito Fernando Antonio Caldas (que naquela ocasião serviu de secretário da mesa), José Maria Medeiros, vereador Antônio Garcia de Medeiros (presidente da Câmara), que deu posse aos novos vereadores eleitos nas eleições de 1982, Edmilson da\Silva, dentre outros. Como não poderia ser diferente para uma cidade de tantas figuras, podemos ver\ também a politiqueira que fazia parte do folclore de Açu, muito conhecida na cidade (não sei se ainda vive) chamada "Chica Sem Calça", sem querer redicularizar a sua pessoa.
Postado por Fernando Caldas
Postado por Fernando Caldas
ANTIGO MERCADO PÚBLICO DO AÇU
O Mercado visto da prça Pedro velho, onde se pode ver o Sobarado da Barones (em segundo plano) atual Casa de Cultura. O sobrado a esquerda com três janelas funcionou o Hotel Pátria.
O Mercado já quando existia apraça Pedro Velho, onde hoje está assentado o Banco do Nordeste,onde funcionou o Parque Infantil Palmério Filho.
Postado por Fernando Caldas
O Mercado já quando existia apraça Pedro Velho, onde hoje está assentado o Banco do Nordeste,onde funcionou o Parque Infantil Palmério Filho.
Postado por Fernando Caldas
AÇUENSES NA POLÍTICA POTIGUAR, 1916
Neste importante documento (imagem abaixo), podemos conferir alguns açuenses que fizeram parte da disputa (eleição) ao Congresso Legislativo do Estado e Intendentes Municipías, em 916 como, por exemplo, João Lins Caldas, dr, Ernesto da Fonseca, Minervino Wanderley, Justiniano Lins Caldas Filho, Moisés Soases, dentre outos.
MEMÓRIA VIVA DE UM RONDONISTA
Foto/arquivo/divulgação
Fiz o projeto Rondon em 1979 em Belém do Pará. Oriundo da zona rural de Santana do Matos tive a oportunidade de avaliar, comparar e dissertar uma das mais importantes experiências que tive na minha formação cultural. Realidade contextualizada por milhares de mãos de universitários em todo o país. Na época o Projeto proporcionava aos voluntários universitários o choque direto entre teoria e prática, anseios e dificuldades a serem enfrentadas por futuros profissionais.
Criado em julho de 1967, durante o governo militar, o Projeto tinha como objetivo promover o contato de estudantes universitários voluntários com o interior do país, através da realização de atividades assistenciais em comunidades carentes e isoladas. Entre 1967 e 1989, quando foi extinto, o projeto motivou mais de 350 mil estudantes de todas as regiões do País.
Foram valiosas experiências vivenciadas por nós, os estudantes da época. Naquele momento, foram depositados e creditados àquela geração, conceitos de nacionalidade e responsabilidade, oportunizando a expressão e análise de cada um, pelo próprio punho, sem indicações, direção ou influências sobre os potenciais do país, quase pronto para decolar. Certamente essa liberdade de pensamento aflorou aspirações políticas, o que canalizou posicionamentos e a formação de novas gerações, determinadas e conscientes das mudanças alcançadas.
Dutra Assunção/ redator-chefe do Jornal Cajarana
Escrito por aluiziolacerda às 06h24
Fiz o projeto Rondon em 1979 em Belém do Pará. Oriundo da zona rural de Santana do Matos tive a oportunidade de avaliar, comparar e dissertar uma das mais importantes experiências que tive na minha formação cultural. Realidade contextualizada por milhares de mãos de universitários em todo o país. Na época o Projeto proporcionava aos voluntários universitários o choque direto entre teoria e prática, anseios e dificuldades a serem enfrentadas por futuros profissionais.
Criado em julho de 1967, durante o governo militar, o Projeto tinha como objetivo promover o contato de estudantes universitários voluntários com o interior do país, através da realização de atividades assistenciais em comunidades carentes e isoladas. Entre 1967 e 1989, quando foi extinto, o projeto motivou mais de 350 mil estudantes de todas as regiões do País.
Foram valiosas experiências vivenciadas por nós, os estudantes da época. Naquele momento, foram depositados e creditados àquela geração, conceitos de nacionalidade e responsabilidade, oportunizando a expressão e análise de cada um, pelo próprio punho, sem indicações, direção ou influências sobre os potenciais do país, quase pronto para decolar. Certamente essa liberdade de pensamento aflorou aspirações políticas, o que canalizou posicionamentos e a formação de novas gerações, determinadas e conscientes das mudanças alcançadas.
Por pressão da União Nacional dos Estudantes (UNE), o projeto Rondon foi reativado pelo governo federal em 2005 com uma nova roupagem, reformulado como um programa de governo. Agora os estudantes são quase programados, motivados a pesquisar assuntos predefinidos. Evidentemente o programa alcança objetivos importantes, localizados, não isentando a observação e opiniões pessoais dos jovens universitários quanto aos outros segmentos carentes e preteridos pelo atual sistema, como também conceitos pessoais de política são enrequecidos com concepções atuais politizadas.
Naquela década, precisamente quando fiz o projeto, ferviam e afloravam aspirações políticas, girando em ciclo por necessárias mudanças, e nesses momentos, sempre chegam as respostas do sistema. A democracia retomada, hoje padece pela mancha permanente da corrupção oficializada. Mesmo assim, a nação está esperançosa de novos pensamentos sintetizados pelas análises dos conceitos universitários e de todo o povo rondonista. Outras respostas virão com o tempo, e assim, permanecem as opções mutáveis e definidas por todos os cidadãos brasileiros.
Santana do Matos, orgulhosa da divulgação e projeção que tomou nos seus últimos três anos, recebe com carinho os professores e universitários rondonistas. Que sintam eles a desigualdade, as dificuldades e diferenças de um país continental, que marquem em suas vidas como futuros profissionais, as histórias, conhecimentos adquiridos e façam citações como analogias para futuros ensinamentos. Lembrança viva e permanente, assim como fiz no conteúdo redigido na área social sobre a população carente de Belém do Pará em 1979, assim como lembram muitos brasileiros, as histórias, as experiências vividas como rondonistas. Rondonistas, esses agora multiplicados geometricamente por cada cidadão, pelas facilidades, pela modernização e oportunidade de alcance dos métodos e de novos processos de Ensino X Aprndizagem.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
FANFA SEMPRE FANFA
Por Aluizio Lacerda, BlogdeAluízioLacerda
Não poderia ser diferente ter no sangue tão profunda vertente, sua genealogia transcende vultos memoráveis da mais pura linhagem do saber, cultura poética das mais aguçadas da ribeirnha fertilizadora do ubérrimo vale do Açu, tradições que se evidenciam no presente, através do belissimo trabalho, feito abnegadamente por Fernando Caldas (Fanfa), cotidianamente um apaixonado dos causos e causas dos costumes regionalistas.
Fanfa tem sido um perfeito tradutor das grandes sabedorias que a eternidade consumiu com o passar do tempo, mas todos continuam revigorados no presente, graças ao timoneiro contemporâneo, usando o máximo da sua inteligência para fazer fluir as memórias das gerações passadas, no universo intelectual das gerações do presente.
Fanfa é na verdade um canal aberto, uma via direta para os caminhos do futuro dos que desejam cultuar momentos de prazeirosas leitura, amantes da arte e seguidores dos talentosos vates antepassados.
Faço uma santa devoção, diuturnamente dou uma acessada no blog do companheiro Fanfa, cada dia, cada noite, sinto o feliz prazer de rever fatos e fotos, informações e relatos de um tempo que se foi, que se não tiver outros Fanfas, preocupados com a sua propagação, certamente deixarão de aparecer, nunca de existir.
Parabéns, amigo Fanfa, continue sua prodigiosa labuta, resgate historicamente o legado deixado pelos grandes menestréis do nosso amado rincão.
"Fanfa sempre Fanfa" esse é o Fernando Caldas que bem conheço, guardião das estrofes bem produzidas, sempre alerta as rimas, repentes, toadas ou loas da exuberante poesia, cantada em vento e prosa nas alpendradas rústicas, choupana do pobre ou sobrado do rico, ilustradas pelo farfalhar das abundantes carnaubeiras do nosso torrão.
Escrito por aluiziolacerda às 17h03
PATAXÓ: UM LUGAR TRANQUILO E CHEIO DE RARA BELEZA
Com acesso pavimentado desde 2004, a comunidade de Pataxó, na zona rural de Ipanguaçu, tornou um lugar mais atrativo. O povoado que fica a 2,6 km da BR 304, conta com um belo açude que enche o lugar de beleza. E mais do que isso, gera reflexo na vida social da comunidade e também possibilidade econômica através da pesca, principal atividade da população e do turismo, que por enquanto ainda é tímido.
Faz parte dos planos do prefeito Leonardo Oliveira (PT), construir um balneário para servir de atração turística no povoado. No momento, o gestor busca conseguir recursos para concretizar tão importante obra. Pataxó tem aproximadamente 500 famílias residentes e conserva até hoje sua identidade cultural.
Escrito por Toni Martins
Nota do blog: Depõe Padre Zé Luiz que na igreja de Pataxó está assentado a pia batismal mais bela e original do estado. Foi por lá também que começou as primeiras discursões sobre o desenvolvimento do Vale do Açu.
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Postado por fernando Caldas
Faz parte dos planos do prefeito Leonardo Oliveira (PT), construir um balneário para servir de atração turística no povoado. No momento, o gestor busca conseguir recursos para concretizar tão importante obra. Pataxó tem aproximadamente 500 famílias residentes e conserva até hoje sua identidade cultural.
Escrito por Toni Martins
Nota do blog: Depõe Padre Zé Luiz que na igreja de Pataxó está assentado a pia batismal mais bela e original do estado. Foi por lá também que começou as primeiras discursões sobre o desenvolvimento do Vale do Açu.
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Postado por fernando Caldas
POETAS E BOÊMIOS DO AÇU
Com este livro antológico, publicado em 1984, Ezequiel Fonseca Filho - doutor Ezequiel (que foi prefeito do Açu na década de trinta, deputado estadual, presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte nos anos cinquenta),aos 88 anos de idade, estreou nas letras potiguares. Tem prefácio do escritor da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras Manuel Rodrigues de Melo, que transcrevo adiante:
Ezequiel Fonseca Filho é o Historiador da Inteligência do Açu. Natural da "Terra dos Verdes Carnaubais", o autor por exceção não é poeta. As suas preferências intelectuais se fixam mais no rumo da história, da biografia, da pesquisa histórica, sem falar na tendência natural e incoercível que o transformou em médico da sua cidade e da sua gente ao longo de toda a sua vida. Querem uma prova do que afirmo? Aqui está o livro - Poetas e Boêmios do Açu - com que estréia nas letras da Província aos 88 anos de idade. Estréia, não é bem a expressão exata, porque antes já o fizera em trabalhos de merecimento sobre medicina e jornalismo. O que me cabe salientar nessa altura é o que o escritor propriamente dito, preferiu aparecer depois de maduro, em pleno apogeu das suas capacidades mentais. E o livro revela justamente esse traço: nitidez, segurança, conhecimento, sem faltar ali, acolá, um toque de doce humorismo, que anima e vivifica as suas páginas. Na moderna critica brasileira há uma forte tendência no sentido de descobrir até arbitrariamente o gênero das obras que aparecem no mercado livreiro. Não é que já classificaram Os Sertões, de Euclides da Cunha, de romance? O livro de Ezequiel Fonseca Filho não exigirá sem dúvida tanto esforço para saber-se a que gênero pertence, pois é patente o cunho histórico e biográfico que condiciona o seu feitio. São 132 bografias de poetas do Açu, carinhosamente escritas pelo autor, contando episódios da vida e da obra dos biografados, ao lado da citação de versos e poemas de cada poeta estudado.
Paassei vários dias lendo o livro de Ezequiel e confesso que ao virar cada capítulo o fazia sempre tocado de surpresa e curiosidade, tais as nuances que encontrava, quer de estilo, quer de saber por experiência feito, nas suas páginas.
Fiquemos por aqui, e deixemos que o leitor, pondo em uso os dons de inteligêencia e raciocínio que Deus lhe deu, descubra as primícias deste livro, dando-lhe o lugar que merece no contexto da biografia norte-rio-grandense. (Natal, 20 de maio de 1984).
Postado por Fernando Caldas
Ezequiel Fonseca Filho é o Historiador da Inteligência do Açu. Natural da "Terra dos Verdes Carnaubais", o autor por exceção não é poeta. As suas preferências intelectuais se fixam mais no rumo da história, da biografia, da pesquisa histórica, sem falar na tendência natural e incoercível que o transformou em médico da sua cidade e da sua gente ao longo de toda a sua vida. Querem uma prova do que afirmo? Aqui está o livro - Poetas e Boêmios do Açu - com que estréia nas letras da Província aos 88 anos de idade. Estréia, não é bem a expressão exata, porque antes já o fizera em trabalhos de merecimento sobre medicina e jornalismo. O que me cabe salientar nessa altura é o que o escritor propriamente dito, preferiu aparecer depois de maduro, em pleno apogeu das suas capacidades mentais. E o livro revela justamente esse traço: nitidez, segurança, conhecimento, sem faltar ali, acolá, um toque de doce humorismo, que anima e vivifica as suas páginas. Na moderna critica brasileira há uma forte tendência no sentido de descobrir até arbitrariamente o gênero das obras que aparecem no mercado livreiro. Não é que já classificaram Os Sertões, de Euclides da Cunha, de romance? O livro de Ezequiel Fonseca Filho não exigirá sem dúvida tanto esforço para saber-se a que gênero pertence, pois é patente o cunho histórico e biográfico que condiciona o seu feitio. São 132 bografias de poetas do Açu, carinhosamente escritas pelo autor, contando episódios da vida e da obra dos biografados, ao lado da citação de versos e poemas de cada poeta estudado.
Paassei vários dias lendo o livro de Ezequiel e confesso que ao virar cada capítulo o fazia sempre tocado de surpresa e curiosidade, tais as nuances que encontrava, quer de estilo, quer de saber por experiência feito, nas suas páginas.
Fiquemos por aqui, e deixemos que o leitor, pondo em uso os dons de inteligêencia e raciocínio que Deus lhe deu, descubra as primícias deste livro, dando-lhe o lugar que merece no contexto da biografia norte-rio-grandense. (Natal, 20 de maio de 1984).
Postado por Fernando Caldas
UM POUCO DO POETA JOÃO PARAIBANO
João Paraibano é poeta repentista (cantador de viola) dos melhores do Nordeste. Certa vez, numa festa na casa de um amigo, fora agredido por sua mulher enciumada. Ofendido, revidou na hora. Por este fato sofreu uma prisão. Pois bem, já trancafiado e arrependido da agreção a sua amada, solicitou do carcereiro que o delegado ouvisse as suas alegações. No que foi atendido por aquela autoridade policial, disse de improviso os versos que seguem:
Doutor eu sei que errei
Por dois fatos: Dama e porre.
Por amor se mata e morre.
Eu nem morri, nem matei,
Apenas prejudiquei
Um ambiente de classe.
Depois de apanhar na face
Bati na flor do meu ramo.
Me prenderam porque amo
Quanto mais se eu odiasse.
Poeta mesmo ofendido
Sabe oferecer afeto.
Faz pena dormir no teto
Da morada de um bandido,
Se humilha, faz pedido
Ninguém escuta a voz sua,
Não vê o sol, nem a lua
Deixar o espaço aceso.
Porque um poeta preso
Com tantos ladrões na rua?
Sei que não sou marginal,
Mas por ciúmes de alguém,
Bebi pra fazer o bem,
Terminei fazendo o mal.
Eu tendo casa, quintal,
Portão, cortina, janela
Deixei pra dormir na cela
Com a minha cabeça lesa,
Só sabe a cruz quanto pesa
Quem está carregando ela.
Poeta é um passarinho
Que quando está na cadeia
Sua pena fica feia,
Sente saudade do ninho,
Do calor do filhotinho,
Da fonte da imensidade.
Se come deixa a metade
Da ração que o dono bota,
Se canta esquece da nota
Da canção da liberdade.
Doutor, se eu perder meu nome
Não acho mais quem o empreste,
A minha mulher não veste,
Minha filhinha não come
E a minha fame se some
Para nunca mais voltar.
Não querendo lhe comprar,
Mas humildemente peço:
Se puder, rasgue o processo
E deixe o poeta cantar.
Postado por Fernando Caldas
Doutor eu sei que errei
Por dois fatos: Dama e porre.
Por amor se mata e morre.
Eu nem morri, nem matei,
Apenas prejudiquei
Um ambiente de classe.
Depois de apanhar na face
Bati na flor do meu ramo.
Me prenderam porque amo
Quanto mais se eu odiasse.
Poeta mesmo ofendido
Sabe oferecer afeto.
Faz pena dormir no teto
Da morada de um bandido,
Se humilha, faz pedido
Ninguém escuta a voz sua,
Não vê o sol, nem a lua
Deixar o espaço aceso.
Porque um poeta preso
Com tantos ladrões na rua?
Sei que não sou marginal,
Mas por ciúmes de alguém,
Bebi pra fazer o bem,
Terminei fazendo o mal.
Eu tendo casa, quintal,
Portão, cortina, janela
Deixei pra dormir na cela
Com a minha cabeça lesa,
Só sabe a cruz quanto pesa
Quem está carregando ela.
Poeta é um passarinho
Que quando está na cadeia
Sua pena fica feia,
Sente saudade do ninho,
Do calor do filhotinho,
Da fonte da imensidade.
Se come deixa a metade
Da ração que o dono bota,
Se canta esquece da nota
Da canção da liberdade.
Doutor, se eu perder meu nome
Não acho mais quem o empreste,
A minha mulher não veste,
Minha filhinha não come
E a minha fame se some
Para nunca mais voltar.
Não querendo lhe comprar,
Mas humildemente peço:
Se puder, rasgue o processo
E deixe o poeta cantar.
Postado por Fernando Caldas
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
ROSALBA VAI PRESENTEAR SENADORES COM CACHAÇA PRODUZIDA EM CAICÓ
A senadora Rosalba Ciarline, governadora eleita do Rio Grande do Norte, vai se despedir do Senado
E, num gesto de cortesia, vai dar a cada colega senador uma lembrança, que serve também como um mimo natalino: uma garrafa da legítima Cachaça Samanaú de Caicó.
A informação é do empresário e ex-deputado Dadá Costa, proprietário do alambique Samanaú, que viajou a Brasília transportando a encomenda.
“Além de ser um gesto extremamente simpático da parte da governadora Rosalba com os colegas senadores, ela também dará publicidade a um produto potiguar puro de origem”, disse Dadá, que terá publicidade gratuita em todos os gabinetes do Senado.
Bar de Ferreirinha
(Do Blog de Robson Pires)
JOÃO FONSECA E OTHONIEL MENEZES
João Fonseca (1920-1989) além de contador, foi funcionário público da Prefeitura Muncipal do Açu, sua terra natal. Na época da Segunda Grande Guerra trabalhou na Base de Parnamirim. Lembro-me dele pelos bares e botequins do Açu, acompanhado muitas vezes, do bardo açuense - que o Brasil consagrou - Renato Caldas, bem como João Marcolino de Vasconcelos - Lou, Walter de Sá Leitão, entre outras figuras do velho Açú. tomando uma "geladinha", claro.
Naquele base de Parnamirim, na época da Segunda Grande Guerra, onde conheceu e conviveu na intimidade com o grande poeta natalense autor da famosa canção intitulada "Serenata do Pescador", também conhecida popularmente como "Praieira dos meus amores" que para muitos natalenses é considerado como o Hino da cidade do Natal. Othoniel como também João Fonseca, dava-se o gosto (além de produzir versos de qualidade) de produzir versos populares como quadrinhas, sextilhas, décimas de diversos temas. Pois bem, joão certo dia, escreveu:
Amor é ver mordedura
De aranha caranguejeira
Se não mata a criatura
Aleja pra vida inteira.
Tomando conhecimento da trovinha acima, que o seu colega João Fonseca escreveu, Othoniel respondeu posteriormente:
Diz Fonseca - a Terra inteira
Não, é tu Deus que governas
- É a aranha caranguejeira
Que a mulher tem entre as pernas.
E esta outra também de autoria de Othoniel. Vamos conferir:
A verdade que isto encerra
Nada tem de ímpia ou estranha
O sol, que domina a Terra
Tem a forma de uma aranha.
Postado por Fernando Caldas
Naquele base de Parnamirim, na época da Segunda Grande Guerra, onde conheceu e conviveu na intimidade com o grande poeta natalense autor da famosa canção intitulada "Serenata do Pescador", também conhecida popularmente como "Praieira dos meus amores" que para muitos natalenses é considerado como o Hino da cidade do Natal. Othoniel como também João Fonseca, dava-se o gosto (além de produzir versos de qualidade) de produzir versos populares como quadrinhas, sextilhas, décimas de diversos temas. Pois bem, joão certo dia, escreveu:
Amor é ver mordedura
De aranha caranguejeira
Se não mata a criatura
Aleja pra vida inteira.
Tomando conhecimento da trovinha acima, que o seu colega João Fonseca escreveu, Othoniel respondeu posteriormente:
Diz Fonseca - a Terra inteira
Não, é tu Deus que governas
- É a aranha caranguejeira
Que a mulher tem entre as pernas.
E esta outra também de autoria de Othoniel. Vamos conferir:
A verdade que isto encerra
Nada tem de ímpia ou estranha
O sol, que domina a Terra
Tem a forma de uma aranha.
Postado por Fernando Caldas
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
CAMPEÃO CEARENSE VEM PRO ASSU 0PEN DE FUTSAL
A Seleção de Limoeiro do Norte(CE) irá participar do Assu Open de Futsal; A confirmação foi dada pelo empresário do ramo da construção civil em Assu Jarbas Rabelo, que é natural de Limoeiro; Jarbas fez uma parceria com a direção da Sel. Limoeirense de Futsal através dos seu dirigentes que ficaram entusiasmados com a grandeza do evento e pela premiação oferecida. Limoeiro foi destaque no Estadual Cearense de Futsal e recentemente com uma vitória por 2 a 0 sobre Camocim, conquistou o título do 38º Intermunicipal de Futsal 2010, Com gols de Fernando Moleza e Domar. No Assu Open a parceria vai usar o nome Casa do Cimento/Limoeiro; A presença de uma equipe com o nível de Limoeiro só engrandece o Assu Open de Futsal.
(Do blog Tatuton Sports)
(Do blog Tatuton Sports)
IVAN JÚNIOR DEFENDE UNIÃO DE TODOS OS POLÍITICOS DO ESTADO EM TORNO DE HENRIQUE ALVES PARA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA
O Prefeito de Assu, Ivan Lopes júnior (PP), defendeu hoje, em Brasília, a união da bancada federal na câmara, dos prefeitos e de todos os políticos do Rio Grande do Norte em torno do nome do deputado federal Henrique Alves (PMDB) para presidir a Câmara dos deputados. Para Ivan Júnior, como presidente da alta corte do País, Henrique tem condições de trabalhar ainda mais pelos municípios, fortalecendo o nosso Estado.
“Acho fundamental o nome do deputado Henrique para fortalecer a nossa luta em Brasília. O deputado tem trabalhado pelos municípios de forma intensiva e a sua presença como presidente da Câmara é muito mais do que um orgulho para o Estado. É a certeza de que nós, prefeitos, teremos sempre as portas abertas para nossas reivindicações”, enfatizou Ivan Júnior.
Ivan Júnior, que se encontra em Brasília participando da marcha dos prefeitos, se reuniu com alguns deputados do RN buscando essa união. Vice-presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn), o prefeito de Assu também conclamou seus colegas prefeitos a se integrarem nessa luta.
Aliança
“É importante que os prefeitos também conversem com os seus deputados e mostrem a importância para os municípios e para o Rio Grande do Norte da eleição de Henrique presidente da Câmara dos Deputados”, completou.
Foto: Prefeito Ivan Júnior
Crédito: LeoSodré
AGÊNCIA ECO DE NOTÍCIAS
Leonardo Sodré João Maria Medeiros
Editor Geral Diretor de Redação
9986-2453 9144-6632
Nosso blog
http://www.ecoimprensanatal.blogspot.com/
Nosso e-mail
ecoimprensamarketing@gmail.com
“Acho fundamental o nome do deputado Henrique para fortalecer a nossa luta em Brasília. O deputado tem trabalhado pelos municípios de forma intensiva e a sua presença como presidente da Câmara é muito mais do que um orgulho para o Estado. É a certeza de que nós, prefeitos, teremos sempre as portas abertas para nossas reivindicações”, enfatizou Ivan Júnior.
Ivan Júnior, que se encontra em Brasília participando da marcha dos prefeitos, se reuniu com alguns deputados do RN buscando essa união. Vice-presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn), o prefeito de Assu também conclamou seus colegas prefeitos a se integrarem nessa luta.
Aliança
“É importante que os prefeitos também conversem com os seus deputados e mostrem a importância para os municípios e para o Rio Grande do Norte da eleição de Henrique presidente da Câmara dos Deputados”, completou.
Foto: Prefeito Ivan Júnior
Crédito: LeoSodré
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"REBULIÇO" NA TV GLOBO
"Rebuliço" é o título de um dos mais notórios poemas do consagrado poeta potiguar do Açu, Renato Caldas, de linguagem genuinamente matuta. Inclusive o deputado federal pelo Rio Grande do Norte, Ney Lopes declamou aqueles versos no plenário da Câmara Federal, a propósito do falecimento do poeta açuense, em 1991, bem como o poeta vaqueiro Zé Praxedes recitou o referenciado poema nas apresentações artísticas que fazia na década de cinquenta e sessenta, país a fora.
Afinal, para surpresa de quem conhece a poesia renatocaldiana, quem assistiu o capítulo do dia 8 deste mês, da Novela "Araguya" (da TV Globo), logo observou que parte daquele poema ou seja as quatro últimas estrofes, foi declamado por um certo personagem (numa das cenas) daquela novela que vai ao ar âs 18 horas. Vamos conferir o irreverente poema para o nosso bem estar, que diz assim:
Menina me arresponda,
Sem se ri e sem chorá:
Priquê você se remexe,
Quando vê home passá?
Fica toda balançando,
Remexendo, remexendo,
Penso tarvez qui nós véio,
Num tem oio e nem tá vendo?
Mas se eu fosso arturidade,
Se eu tivesse argum valô,
Eu botava na cadeia,
Esse teu remexedô.
Adepois dele tá preso,
Num lugá bem amarrado,
Eu pedia minha nêga,
Remexe pro delegado.
Postado por Fernando Caldas
Afinal, para surpresa de quem conhece a poesia renatocaldiana, quem assistiu o capítulo do dia 8 deste mês, da Novela "Araguya" (da TV Globo), logo observou que parte daquele poema ou seja as quatro últimas estrofes, foi declamado por um certo personagem (numa das cenas) daquela novela que vai ao ar âs 18 horas. Vamos conferir o irreverente poema para o nosso bem estar, que diz assim:
Menina me arresponda,
Sem se ri e sem chorá:
Priquê você se remexe,
Quando vê home passá?
Fica toda balançando,
Remexendo, remexendo,
Penso tarvez qui nós véio,
Num tem oio e nem tá vendo?
Mas se eu fosso arturidade,
Se eu tivesse argum valô,
Eu botava na cadeia,
Esse teu remexedô.
Adepois dele tá preso,
Num lugá bem amarrado,
Eu pedia minha nêga,
Remexe pro delegado.
Postado por Fernando Caldas
terça-feira, 9 de novembro de 2010
O AMOR E OUTROS SENTIMENTOS POÉTICOS
O oficial da Marinha, Mestre em Meteorologia e Doutor em Ciências Navais, Lucimar Luciano de Oliveira não faz do mar o seu alento. Longe da incerteza das águas é no papel que compõe os seus versos. Eles falam sobre o nascimento, o amor sem fim, o perdão. Esses e outros temas estão reunidos no livro “Estado de Poesia – sonetos, redondilhas e desafios”. O livro será lançado hoje, a partir das 19h, na livraria Siciliano, do Midway Mall.
Como revela o autor, em versos: “Estado de poesia/ É como estado de coração/ Em êxtase fala/ Com a alma em contrição/ O peito em dor/ De coração/ Estado de poesia/ É como ver sem olhar/ Viver sem respirar/ Um modo de ser/ Um momento de estar/ Nascer/ Estado de poesia/ É como estado de amar/ Ou de ficar/ Instante de crescer/ Em silêncio no altar/ Do ser”.
O livro reúne 57 sonetos, alguns deles em versos alexandrinos, a maioria em decassílabos heroicos. Aos sonetos, acrescentou 16 redondilhas, uma no sentido original do termo – versos curtos, tetrassílabos, métricas que aprecio desde menino. O livro também traz 20 peças, escritas para um grupo da Internet, chamado “Poenautas”. Além delas, foi acrescentada uma ode inédita, de quartetos em decassílabos. Ao todo são 94 poesias ritmadas e metrificadas.
No prefácio do livro, Diógenes da Cunha Lima diz que Lucimar configura a poesia em seu estado mais puro. Hábil, pega o leme para conduzir com segurança a métrica e o ritmo. Sensível, liberta das amarras a alma, permitindo-lhe navegar em mares de substantivos escassos de adjetivos, pois estes se manifestam em espontâneo sentimento.
(Fonte: Tribuna do Norte)
Como revela o autor, em versos: “Estado de poesia/ É como estado de coração/ Em êxtase fala/ Com a alma em contrição/ O peito em dor/ De coração/ Estado de poesia/ É como ver sem olhar/ Viver sem respirar/ Um modo de ser/ Um momento de estar/ Nascer/ Estado de poesia/ É como estado de amar/ Ou de ficar/ Instante de crescer/ Em silêncio no altar/ Do ser”.
O livro reúne 57 sonetos, alguns deles em versos alexandrinos, a maioria em decassílabos heroicos. Aos sonetos, acrescentou 16 redondilhas, uma no sentido original do termo – versos curtos, tetrassílabos, métricas que aprecio desde menino. O livro também traz 20 peças, escritas para um grupo da Internet, chamado “Poenautas”. Além delas, foi acrescentada uma ode inédita, de quartetos em decassílabos. Ao todo são 94 poesias ritmadas e metrificadas.
No prefácio do livro, Diógenes da Cunha Lima diz que Lucimar configura a poesia em seu estado mais puro. Hábil, pega o leme para conduzir com segurança a métrica e o ritmo. Sensível, liberta das amarras a alma, permitindo-lhe navegar em mares de substantivos escassos de adjetivos, pois estes se manifestam em espontâneo sentimento.
(Fonte: Tribuna do Norte)
"BALÕES DE ENSAIO - EZEQUIEL WANDERLEY
"Obra: Balões de Ensaio; autor: Ezequiel Wanderley[1872-1933] do Centro Polymathico; 1919, Typografia Commercial – J. Pinto & Cia – Natal – 1919 – edição fac-similar; Sebo Vermelho – Natal, 2009 - Orelha do livro por Abimael Silva, sebista e editor - A volta dos Balões de Ensaio - Há noventa anos o jornalista, teatrólogo, cronista, poeta, agitador cultural e dandi Ezequiel Wanderley lançava Balões de Ensaio, reunindo crônicas, pequenos ensaios e depoimentos sobre o Rio Grande do Norte e algumas personalidades da época: Antonio Marinho, Gothardo Neto, Pedro Velho, Nísia Floresta, Natal, Macau e a origem da palavra papa-jerimum justificaria sua reedição, mas este livro tem muitas outras qualidades. Balões de Ensaio é o primeiro livro de Ezequiel Wanderley, publicado em 1919. Está entre as grandes raridades da bibliografia norte-rio-grandense, reeditadas pelo Sebo Vermelho, em edição fac-similar e limitada, de trezentos exemplares, para estudiosos e pesquisadores de nossa história. Filho de Luiz Carlos Lins Wanderley, primeiro médico e romancista do Rio Grande do Norte, autor de O Mistério de um Homem Rico, publicado em 1875, Ezequiel Lins Wanderley nasceu em Assu, dia 27/10/1872. Depois de Balões de Ensaio, publicou Poetas do Rio Grande do Norte, em 1922 e Meu Teatro, em 1927. Faleceu em Natal, dia 26/11/1933, aos 61 anos, deixando excelente produção literária nos jornais de sua época, à espera de um pesquisador com faro apurado e sensibilidade poética."
(Do blog Baú de Macau)
Postado por Fernando Caldas
(Do blog Baú de Macau)
Postado por Fernando Caldas
"PRESENÇA DE OSVALDO CRUZ NO RIO GRANDE DO NORTE"
"Autor: Frank Tavares Correa; Obra: Presença de Oswaldo Cruz no Rio Grande do Norte; Carta de 22 de outubro de 1905 de Oswaldo Cruz para sua esposa: “Chegamos à barra do Assu, rio a qual está Macau, às 11 h. da manhã. Já aguardava nossa chegada o prático da barra que levou-me dois telegramas do Leão, pelos quais tive o prazer de receber notícias de vocês. A nosso encontro vieram 3 ou 4 escaleres á vela mandados pela população para receber-nos, caso o navio não pudesse transpor a barra. Não foi necessário, embora arrastando na lama, conseguimos transpor o baixio e subirmos o rio, fundeando bem defronte da cidade. Ancorados, recebemos as primeiras visitas: o médico da localidade Dr. Pedro Amorim, o Juiz de Direito Dr. Câmara, o Promotor Público, o Presidente da Intendência, o vigário, o encarregado da mesa de rendas, deputados estaduais, os mais importantes salineiros da terra, etc. ...Em terra disse-nos um dos magnatas que conheceu-me pelas caricaturas de “Malho”! jornal conhecidíssimo em todo norte. Disse-me que a cabeleira estava perfeita, faltando apenas ter presos nela alguns mosquitos! Vê que santa ingenuidade!”
(Do blog Baú de Macau)
Postado por Fernando Caldas
(Do blog Baú de Macau)
Postado por Fernando Caldas
FAERN-SENAR PROMOVE CURSO DE COOPERATIVISMO EM JAÇANÃ
A produção de maracujá na região de Jaçanã está em torno de cinco milhões de toneladas por ano
Com o objetivo de incentivar o trabalho cooperativo entre produtores rurais, o Sistema Faern/Senar promoveu entre os dias 28 e 29 de outubro, na cidade de Jaçanã, na região Agreste do Estado, curso de cooperativismo para fruticultores.
Com aulas ministradas pelo educador do Senar Manoel Barbosa de Lucena, 15 produtores rurais do município puderam, através de exposições e grupos de trabalho, observar como é a realidade atual do cultivo de frutas e como é a nova metodologia que poderá ser aplicada na região.
De acordo com o educador Manoel Lucena, o que os fruticultores da cidade trabalhavam bastante e lucro era menor. “Esses produtores, na sua maioria de maracujá, estão atualmente nas mãos de atravessadores que sabem da carência de Jaçanã e que se utilizam da desordem na comercialização do produto para pagar menos aos fruticultores. Outro ponto citado pelos produtores foi a questão da falta de união. A falta de uma política de cooperativa. E foi isso que fui mostrar para eles: o valor do cooperativismo”, ressaltou Lucena.
Maracujá
Atualmente a produção de maracujá na região de Jaçanã está em torno de cinco milhões de toneladas por ano. Um valor bem alto, mas que não retorna em valores para os pequenos produtores da região, que estão atrelados aos chamados atravessadores. Muitos dos fruticultores que participaram do curso achavam normal esse ciclo vicioso.
Desenvolvendo novas idéias
Com as aulas, os fruticultores de Jaçanã descobriram que podem aproveitar muito mais de sua produção, e que o lucro só vai depender do bom empenho deles na busca por novos mercados. Na cidade existem pequenas indústrias beneficiadoras, construídas com recursos do Governo Federal e que estão a espera dessa nova classe que saiu do curso do Senar. “Passamos todos os pontos para se desenvolver uma cooperativa. De movimento financeiro, passando por organização interna e legislação, até a formação de uma comissão organizadora para colocar esse plano para frente”, Informou Manoel Lucena.
Com o fim do curso, os produtores rurais ficaram de se reunir no dia 06, na Emater, para traçar os futuros passos da Cooperativa de Jaçanã. “Fiquei muito grato com esse curso. A vida desses fruticultores será outra. Essa comissão que irá se reunir na Emater para organizar a cooperativa está com todo o gás. E eu tenho certeza que ela irá dar conta do recado. Novos dias surgirão para todos eles”, finalizou Lucena.
Paulo Correia
Agência ECO de Notícias
de Jaçanã RN
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Leonardo Sodré João Maria Medeiros
Editor Geral Diretor de Redação
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Com o objetivo de incentivar o trabalho cooperativo entre produtores rurais, o Sistema Faern/Senar promoveu entre os dias 28 e 29 de outubro, na cidade de Jaçanã, na região Agreste do Estado, curso de cooperativismo para fruticultores.
Com aulas ministradas pelo educador do Senar Manoel Barbosa de Lucena, 15 produtores rurais do município puderam, através de exposições e grupos de trabalho, observar como é a realidade atual do cultivo de frutas e como é a nova metodologia que poderá ser aplicada na região.
De acordo com o educador Manoel Lucena, o que os fruticultores da cidade trabalhavam bastante e lucro era menor. “Esses produtores, na sua maioria de maracujá, estão atualmente nas mãos de atravessadores que sabem da carência de Jaçanã e que se utilizam da desordem na comercialização do produto para pagar menos aos fruticultores. Outro ponto citado pelos produtores foi a questão da falta de união. A falta de uma política de cooperativa. E foi isso que fui mostrar para eles: o valor do cooperativismo”, ressaltou Lucena.
Maracujá
Atualmente a produção de maracujá na região de Jaçanã está em torno de cinco milhões de toneladas por ano. Um valor bem alto, mas que não retorna em valores para os pequenos produtores da região, que estão atrelados aos chamados atravessadores. Muitos dos fruticultores que participaram do curso achavam normal esse ciclo vicioso.
Desenvolvendo novas idéias
Com as aulas, os fruticultores de Jaçanã descobriram que podem aproveitar muito mais de sua produção, e que o lucro só vai depender do bom empenho deles na busca por novos mercados. Na cidade existem pequenas indústrias beneficiadoras, construídas com recursos do Governo Federal e que estão a espera dessa nova classe que saiu do curso do Senar. “Passamos todos os pontos para se desenvolver uma cooperativa. De movimento financeiro, passando por organização interna e legislação, até a formação de uma comissão organizadora para colocar esse plano para frente”, Informou Manoel Lucena.
Com o fim do curso, os produtores rurais ficaram de se reunir no dia 06, na Emater, para traçar os futuros passos da Cooperativa de Jaçanã. “Fiquei muito grato com esse curso. A vida desses fruticultores será outra. Essa comissão que irá se reunir na Emater para organizar a cooperativa está com todo o gás. E eu tenho certeza que ela irá dar conta do recado. Novos dias surgirão para todos eles”, finalizou Lucena.
Paulo Correia
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domingo, 7 de novembro de 2010
SOBRE O POETA WALFLAN DE QUEIROZ
Eu tive o privilégio de ter conhecido ainda no começo da minha juventude, o grande bardo potiguar chamado Walflan Furtado de Queiroz (1930-1995), na calçada do Café São Luiz, em Natal, em 1974, apresentado pelo meu pai. Ele nos cumprimentou com certa distância que logo entendi. Walflan nasceu na cidade de São Miguel, região do alto oeste potiguar. Ele era meu primo próximo por ter sido sobrinho de minha avó paterna chamada Odete Fernandes de Queiroz Caldas, natural de Luiz Gomes, então residente na cidade de Açu (RN), irmã de seu pai Letício Fernandes de Queiroz (dr. Letício), que foi farmacêutico em Natal.Sua mãe chamava-se Raimunda Furtado de Queiroz.
Walflan de Queiroz era tipo baixo, testa franzida, aparentemente tímido,solitário, fumante compulsivo, boêmio nos seus tempos de juventude. Intelectual, escrevia e falava latim fluentemente, bem como inglês e francês. Formou-se em direito pela famosa Faculdade de Direito do Recife, mas nunca exerceu a profissão de advogado que certamente teria exercido com brilhantismo.
A produção literária de Walflan engrandece as letras norte-riograndenses. Nunca o vi e ouvi (apesar de não ter convivido com ele) declamando suas poesias, mas vi e ouvi, muitas vezes, na calçada do Café São Luiz, exaltando Rimbaud, em voz alta. Publicou oito livros intitulados de "O Tempo da Salvação", 1960, "O Livro de Tânia", 1963, "O Testamento de Jó", 1967, "A Colina de Deus", 1968, "Nas Fontes da Salvação", 1970, "Aos Pés do Senhor", 1972 e "A Porta de Zeus", 1974.
Do "Livro de Tânia", sua segunda obra, vamos encontrar o seguinte poema:
Eu venho de uma montanha, Tânia.
De uma montanha de fogo e de sombras,
De fogo como o sol e de sombras como a noite.
Venho de um vale, Tânia.
Um vale com mil flores brilhantes.
E toda essas flores eram tuas.
Venho de uma floresta, Tânia.
Uma floresta com apenas um pássaro.
Um pássaro azul como as águas do rio
Venho de um lago também azul, Tânia.
Um lago tranquilo e sem rumores,
Com cisnes brancos, cisnes selvagens,
Selvagens como o meu amor.
Eu venho do mar, Tânia.
Um mar sem prais e sem gaivotas,
Com uma ilha de carne,
E com o sangue de uma estrela.
Venho do deserto com ventos de areia
E com monumentos que são sepulcros,
Onde enterro a minha solidão.
Geraldo Melo (que foi governador e senador da república pelo RGNorte), amigo de Walflan, depõe que ele "amou algumas mulheres, mas com tal desespero e tal entrega, que terminou perdendo uma a uma". Ainda jovem, Walflan foi lecionar no interior do Paraná, onde apaixonou-se por uma normalista chamada Irene Porcel, como afirmam alguns dos seus contemporâneos. A Irene referenciada acima, o poeta faz referência no poema transcrito adiante. Vamos conferir para o nosso deleite:
Tres amores
E uma solidão
Irene, Tânea
E Herna
Vi Abraão
No Monte Muriá
Tres amores
E uma solidão
Irene azul
Tânia amarga
E Herna Triste.
Walflan conheceu o mundo quando servia a Marinha Mercante. O poeta e produtor cultural Eduardo Gosson depõe que Walflan nas suas andanças país a fora "apaixonou-se por uma bailarina cubana, gostou das noites da Martinica e quase casou-se com uma colegial de Buenos Aires".
Afinal, vamos conferir o seu "Auto Retrato", que diz assim:
Não tenho a beleza de Rimbaud
Nem o rosto torturado de Baudelaire
Tenho sim, olhos negros
Como os olhos de Poe.
Meus cabelos são soutos, em desalinhos como os de algum Anjo ou demônio
Minha pele, queimada eternamente pelo sol, tem sal de mar e a cor morena dos que são náufragos
Minhas mãos são pequenas, tristes embora como mãos de alguém que só as estendeu para o Adeus.
A última vez que eu vi Walflan, foi numa clínica de tratamento psiquiatrico (ele era acometido de esquizofrenia) em Natal, onde estava internado e onde veio a falecer, vítima de insuficiência respiratória.
Postado por Fernando Caldas
Walflan de Queiroz era tipo baixo, testa franzida, aparentemente tímido,solitário, fumante compulsivo, boêmio nos seus tempos de juventude. Intelectual, escrevia e falava latim fluentemente, bem como inglês e francês. Formou-se em direito pela famosa Faculdade de Direito do Recife, mas nunca exerceu a profissão de advogado que certamente teria exercido com brilhantismo.
A produção literária de Walflan engrandece as letras norte-riograndenses. Nunca o vi e ouvi (apesar de não ter convivido com ele) declamando suas poesias, mas vi e ouvi, muitas vezes, na calçada do Café São Luiz, exaltando Rimbaud, em voz alta. Publicou oito livros intitulados de "O Tempo da Salvação", 1960, "O Livro de Tânia", 1963, "O Testamento de Jó", 1967, "A Colina de Deus", 1968, "Nas Fontes da Salvação", 1970, "Aos Pés do Senhor", 1972 e "A Porta de Zeus", 1974.
Do "Livro de Tânia", sua segunda obra, vamos encontrar o seguinte poema:
Eu venho de uma montanha, Tânia.
De uma montanha de fogo e de sombras,
De fogo como o sol e de sombras como a noite.
Venho de um vale, Tânia.
Um vale com mil flores brilhantes.
E toda essas flores eram tuas.
Venho de uma floresta, Tânia.
Uma floresta com apenas um pássaro.
Um pássaro azul como as águas do rio
Venho de um lago também azul, Tânia.
Um lago tranquilo e sem rumores,
Com cisnes brancos, cisnes selvagens,
Selvagens como o meu amor.
Eu venho do mar, Tânia.
Um mar sem prais e sem gaivotas,
Com uma ilha de carne,
E com o sangue de uma estrela.
Venho do deserto com ventos de areia
E com monumentos que são sepulcros,
Onde enterro a minha solidão.
Geraldo Melo (que foi governador e senador da república pelo RGNorte), amigo de Walflan, depõe que ele "amou algumas mulheres, mas com tal desespero e tal entrega, que terminou perdendo uma a uma". Ainda jovem, Walflan foi lecionar no interior do Paraná, onde apaixonou-se por uma normalista chamada Irene Porcel, como afirmam alguns dos seus contemporâneos. A Irene referenciada acima, o poeta faz referência no poema transcrito adiante. Vamos conferir para o nosso deleite:
Tres amores
E uma solidão
Irene, Tânea
E Herna
Vi Abraão
No Monte Muriá
Tres amores
E uma solidão
Irene azul
Tânia amarga
E Herna Triste.
Walflan conheceu o mundo quando servia a Marinha Mercante. O poeta e produtor cultural Eduardo Gosson depõe que Walflan nas suas andanças país a fora "apaixonou-se por uma bailarina cubana, gostou das noites da Martinica e quase casou-se com uma colegial de Buenos Aires".
Afinal, vamos conferir o seu "Auto Retrato", que diz assim:
Não tenho a beleza de Rimbaud
Nem o rosto torturado de Baudelaire
Tenho sim, olhos negros
Como os olhos de Poe.
Meus cabelos são soutos, em desalinhos como os de algum Anjo ou demônio
Minha pele, queimada eternamente pelo sol, tem sal de mar e a cor morena dos que são náufragos
Minhas mãos são pequenas, tristes embora como mãos de alguém que só as estendeu para o Adeus.
A última vez que eu vi Walflan, foi numa clínica de tratamento psiquiatrico (ele era acometido de esquizofrenia) em Natal, onde estava internado e onde veio a falecer, vítima de insuficiência respiratória.
Postado por Fernando Caldas
ASSU ANTIGO
Rua Mosés Soares, Centro de Açu, antes denominada rua de Ortas. Naquele logradouro está assentado o sobrado conhecido como Sobrado do Seminário, também conhecido pelos mais antigos como Sobrade de Zé Beleza. Moraram em casas dquela rua figuras de expressão no jornalismo, nas letras e na política açuense como o bardo João Lins Caldas, o advogado e poeta João Celso Filho, o escritor Celso da Silveira, o advogado e Promotor Público Expedito Silveira, além de muitos membros da família Simonette e Sá Leitão, bem como o ex-vereador que também foi presidente da Câmara Municipal do Açu Domício Soares Filgueira Filho, dentre outros. Morou ali também a professora do Colégio Nossa Senhora das Vitórias, Maria José Medeiros, filha de Pedro Medeiros, entre muitas outras famílias que dignificam o velho Açu.
Postado por Fernando Caldas
Postado por Fernando Caldas
EXEMPLO DE PIONEIRISMO FEMININO
O que a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) e a norteriograndense Alzira Soriano possuem em comum? As duas são símbolos do pioneirismo das mulheres na política brasileira. Enquanto a petista inaugura a atuação feminina na Presidência da República, tendo sido escolhida por cerca de 55 milhões de brasileiros para comandar o país, Alzira, há 82 anos conquistava outro feito, até então inédito, que marcou o início da trajetória das mulheres na política. A potiguar foi eleita prefeita do município de Lajes, em 1928, entrando para a história como a primeira mulher escolhida para chefiar o Poder Executivo no Brasil e na América Latina.
Cercada por homens, Alzira quebra preconceitos e comanda ato administrativo em seu gabinete na prefeitura de Lajes Foto: Arquivo DN/D.A Press
Os primeiros passos dados por Alzira Soriano, que ajudaram a conduzir Dilma à vitória no último dia 31, foram os mesmos seguidos no Rio Grande do Norte por muitas mulheres que ajudaram a configurar a história política do estado. Marcado pelo pioneirismo, o Rio Grande do Norte vive mais um momento inédito. A partir do dia 1 de janeiro de2011, o estado contará com a presença feminina em todas as esferas da administração, com a presidente Dilma Rousseff no governo federal, Rosalba Ciarlini (DEM) no governo estadual e a prefeita Micarla de Sousa (PV), na gestão de Natal. Esta última já ocupa o cargo desde 2008. Vale destacar também a prefeita Fafá Rosado (DEM), que administra Mossoró, segunda maior cidade do estado, há dois mandatos.
Com a chegada das mulheres na luta política, em 1928, as capas dos jornais do mundo inteiro colocaram o RN em evidência. A posse de Alzira Soriano foi prestigiada pelos governos estadual e federal, ao mesmo tempo em que o feito tornava vitoriosa a campanha feminista no Brasil, desencadeada em 1929. Com o fim das comemorações pela vitória, a prefeita partiu para fazer uma administração que chamava a atenção pela organização, tratando logo de nomear secretários e solicitar do então governador Juvenal Lamartine a ajuda de escriturários do estado para os trabalhos administrativos. Conhecida por ser a primeira mulhera vencer os preconceitos e ser eleita prefeita, Alzira passou a ostentar um novo título, menos honroso: foi também a primeira a perder o mandato conquistado nas urnas. Ela deixa o cargo em virtude da revolução de 1930. Após esse momento, Alzira foi solicitada para ficar como representante do governo ditatorial de Getúlio Vargas, dentro das normas do novo regime. Mas recusou e optou por voltar à vida caseira. Em 1947, a ex-prefeita voltou a exercer um mandato político como vereadora do município de Jardim de Angicos, cargo para o qual foi eleita três vezes consecutivas na legenda da União Democrática Nacional (UDN), chegando a ser presidente da Câmara. Alzira faleceu no dia 28 de maio de 1963, aos 67 anos.
FONTE - Diário de Natal
JESUINO BRILHANTE, O CANGACEIRO
"Sinopse
Final do século XIX. Por conta de um primo, assassinado por coronéis da região, Jesuíno adota os ideais abolicionistas e republicanos e jura vingança. Arma um grupo e dizima soldados do contingente do Governo. Os coronéis decidem prender o pai de Jesuíno a fim de atrair o rebelde para uma cilada. Jesuíno invade a cidade, mas, traído por um capanga, cai baleado depois de chacinado seu bando.
Elenco:
Vitor, Nery (Jesuino Brilhante)
Arena, Rodolfo (Velho Soares)
Final do século XIX. Por conta de um primo, assassinado por coronéis da região, Jesuíno adota os ideais abolicionistas e republicanos e jura vingança. Arma um grupo e dizima soldados do contingente do Governo. Os coronéis decidem prender o pai de Jesuíno a fim de atrair o rebelde para uma cilada. Jesuíno invade a cidade, mas, traído por um capanga, cai baleado depois de chacinado seu bando.
Elenco:
Vitor, Nery (Jesuino Brilhante)
Arena, Rodolfo (Velho Soares)
Onofre, Waldyr (Escravo Zé)
Villar, Milton (Francisco Limão)
Mello, Hilda (Margarida)
Escócia, Maria Lúcia (Alexandrina, mãe de Jesuíno)
Paris, Mário (Cobra Verde)
Duda, Hélio (Juvenal)
José, Herley (Pajeú)
Tapajós, Rogério (Silvestre)
Saboia, Nestor (Jurema)
Rozental, Daniel (Lucas)
Ficha Técnica:
Ano: 1972
Gênero: Drama; AventuraDireção: Cobbett, William"
As filmagens de Jesuino Brilhante, O Cangaceiro se deu nos municipios de Açu, Patu, Mossoró, Ipanguaçu, terra Natal, de William Cobbett - William Cobbett de Siqueira Gomes - Colbbett, salvo engano quer dizer Cosme, na tradução, pois ele era da família Cosme daquela cidade inpanguaçuense, radicado no Rio de Janeiro desde o início da sua juventude.
sábado, 6 de novembro de 2010
A POESIA POPULAR IRREVERENTE E ENGRAÇADA DE AMAZAN
Do blog Arte do Meu Povo, do radialista de Feira de Santana, Bahia, amante da Poesia Popular Brasileira, chamado Nivaldo Cruz, descobri o poeta Amazan que, no dizer daquele radialista ele, Amazan, "domina humor rimado, com estorias populares deliciosas". Amazan é paraibana de Campina Grande, porém viveu em Jardim de Piranhas - RN até 19 anos de idade. Vamos conferir para o nosso deleite, duas jóias de poemas que ele produziu, conforme transcrito adiante.
HOME DE SORTE
Sou um sujeito de sorte,
não sei por que sou assim,
não existe homem de sorte
pra ter sorte igual a mim.
No ano que eu nasci
no Nordeste não choveu,
o meu pai olhou pra eu
disse: - Esse tá lascado.
Num tinha leite de gado,
nem de cabra, nem de lata.
De tanto comer batata
fiquei com bucho quebrado.
Eu tava desempregado
fiquei logo aperriado,
peguei plantei um roçado
na terra dum tio meu
nesse ano num choveu,
lavoura não prosperou
e algum pé que escapou
o gafanhoto comeu.
Uma vez lá num forró
fui apartar uma briga
o diabo duma intriga
que eu não sei da onde vei
quando eu saltei no mei
foi peia pra todo lado,
inda hoje ando empenado das pancadas que levei.
Inventei de cortar cana
no estado de Goiás,
Tava achando bom demais,
mas entrei numa sueca,
deu-me uma febre da breca,
fiquei verde que nem lodo
caiu meu cabelo todo,
inda hoje eu sou careca.
Inventei de comprar roupa
pra vender à prestação
comprei mais de seis milhão
calça, camisa e cortina
vendi tudinho em Campina,
mas, porém, tudo fiado,
num recebi um cruzado,
fiquei de cara pra cima.
Deixei de fumar somente
pra mode economizar
uns tostões pude ajuntar,
comprei um touro de raça,
mas, porém, uma desgraça
aconteceu no cercado
meu touro morreu queimado,
perdi tudo na fumaça.
Comprei um carro fiado
a um tal de Cabecinha,
mas um certo dia eu vinha
carregado de batata,
fui livrar uma barata,
o carro velho virou,
na virada se acabou
num prestou nem pra sucata.
É por isso que eu digo.
Quem quiser que ache ruim.
Sou um sujeito de sorte,
não sei por que sou assim,
não existe homem de sorte
pra ter sorte igual a mim.
A BODEGA DO MATUTO
Em alta voz e bom tom
a minha mãe já dizia:
- Se conselho fosse bom
não se dava, se vendia.
E eu que sempre lhe segui
confesso que me iludi
por arte não sei de quê
no dia que João Vermêi
me disse: _Eu tenho um concêi
pra mode dá a você.
Você vive feito um burro
trabalhando no pesado
todo dia dano duro
sem nunca ter resultado;
O concêi qu'eu vou lhe dá
se você me escutá
tá garantido o sucesso.
Venda tudo quanto tem
junte o último vintém
bote tudo num comérço.
Apôis num é qu'eu caí
na conversa do safado!
Tudo qu'eu tinha vendi:
12 cabeça de gado
meu cavalo corredor
enxada, cultivador
a espingarda, o borná
pato, galinha, guiné só num vendi a muié
porque ninguém quis comprá.
Peguei o dinheiro todo
emburaquei pra cidade;
No armazém de Haroldo
comprei troço em quantidade.
Paguei, num pedi favô
uns trocado que sobrô
dei de irmola a uma cega
voltei todo chêi de asa
e botei na minha casa
o diabo duma budega.
Os primeiro quinze dias
foram até bem controlado
fui pegano freguesia
aqui, ali um fiado;
Quando um dia João Vermêi
vei me dá outro concêi
mode eu comprá um peru
pra mode fazer um bingo
dizeno assim: -No domingo
você triplica o tutu.
Mais uma vez eu entrei
na conversa do safado
a ele mesmo comprei
um peru gordo, cevado.
E na manhã do domingo
começaro o tal do bingo
sem ninguém saber marcá
me acreditem vocês
doze caba duma
vez batero tudim iguá.
Frechô mais ó meno uns dez
mode pegá o peru
o bicho meteu dos pés
fazendo gulu-gugu.
Maria, minha muié
tava fazeno um café
de cóca, numa panela
quando o peru avistô
fez frechêro e se socô
debaixo da saia dela.
Nisso os caba foi chegano
tudo de cacete armado
e o peru se socano
Maria gritô cuidado!
Era Maria gemeno
e o cacete comeno;
No meio do vaivém
eu peguei um tamborete
entrei no mei dos cacete
quase me lasco também.
Me dero uma tabacada
Por cima do pé d'ouvido.
Levei mais outra paulada
caí no chão estendido;
Nisso chegô um negão
com um cacete na mão
prantô no meu fevereiro
pegou no meu espinhaço
só num quebrô meu cabaço
porque eu pulei ligeiro.
A minha fia, Zefinha
na hora da confusão
tava cuma canarinha
brincano, lá na oitão;
Acunharo ela na vara
a pobre limpano a cara
correu num choro danado
chegô com uma gaiola
e o passarim de fora
todo desparafusado.
Depois da briga acabada
todo mundo ensanguentado
o peru não valia nada
tava todo esfarelado;
E eu de cabeça inchada
por causa das cacetada
que os caba dero em mim.
Hoje se alguém vier dá
conselho mode eu tomá
eu vou digo: olhe o dedim!
Postado por Fernando Caldas
HOME DE SORTE
Sou um sujeito de sorte,
não sei por que sou assim,
não existe homem de sorte
pra ter sorte igual a mim.
No ano que eu nasci
no Nordeste não choveu,
o meu pai olhou pra eu
disse: - Esse tá lascado.
Num tinha leite de gado,
nem de cabra, nem de lata.
De tanto comer batata
fiquei com bucho quebrado.
Eu tava desempregado
fiquei logo aperriado,
peguei plantei um roçado
na terra dum tio meu
nesse ano num choveu,
lavoura não prosperou
e algum pé que escapou
o gafanhoto comeu.
Uma vez lá num forró
fui apartar uma briga
o diabo duma intriga
que eu não sei da onde vei
quando eu saltei no mei
foi peia pra todo lado,
inda hoje ando empenado das pancadas que levei.
Inventei de cortar cana
no estado de Goiás,
Tava achando bom demais,
mas entrei numa sueca,
deu-me uma febre da breca,
fiquei verde que nem lodo
caiu meu cabelo todo,
inda hoje eu sou careca.
Inventei de comprar roupa
pra vender à prestação
comprei mais de seis milhão
calça, camisa e cortina
vendi tudinho em Campina,
mas, porém, tudo fiado,
num recebi um cruzado,
fiquei de cara pra cima.
Deixei de fumar somente
pra mode economizar
uns tostões pude ajuntar,
comprei um touro de raça,
mas, porém, uma desgraça
aconteceu no cercado
meu touro morreu queimado,
perdi tudo na fumaça.
Comprei um carro fiado
a um tal de Cabecinha,
mas um certo dia eu vinha
carregado de batata,
fui livrar uma barata,
o carro velho virou,
na virada se acabou
num prestou nem pra sucata.
É por isso que eu digo.
Quem quiser que ache ruim.
Sou um sujeito de sorte,
não sei por que sou assim,
não existe homem de sorte
pra ter sorte igual a mim.
A BODEGA DO MATUTO
Em alta voz e bom tom
a minha mãe já dizia:
- Se conselho fosse bom
não se dava, se vendia.
E eu que sempre lhe segui
confesso que me iludi
por arte não sei de quê
no dia que João Vermêi
me disse: _Eu tenho um concêi
pra mode dá a você.
Você vive feito um burro
trabalhando no pesado
todo dia dano duro
sem nunca ter resultado;
O concêi qu'eu vou lhe dá
se você me escutá
tá garantido o sucesso.
Venda tudo quanto tem
junte o último vintém
bote tudo num comérço.
Apôis num é qu'eu caí
na conversa do safado!
Tudo qu'eu tinha vendi:
12 cabeça de gado
meu cavalo corredor
enxada, cultivador
a espingarda, o borná
pato, galinha, guiné só num vendi a muié
porque ninguém quis comprá.
Peguei o dinheiro todo
emburaquei pra cidade;
No armazém de Haroldo
comprei troço em quantidade.
Paguei, num pedi favô
uns trocado que sobrô
dei de irmola a uma cega
voltei todo chêi de asa
e botei na minha casa
o diabo duma budega.
Os primeiro quinze dias
foram até bem controlado
fui pegano freguesia
aqui, ali um fiado;
Quando um dia João Vermêi
vei me dá outro concêi
mode eu comprá um peru
pra mode fazer um bingo
dizeno assim: -No domingo
você triplica o tutu.
Mais uma vez eu entrei
na conversa do safado
a ele mesmo comprei
um peru gordo, cevado.
E na manhã do domingo
começaro o tal do bingo
sem ninguém saber marcá
me acreditem vocês
doze caba duma
vez batero tudim iguá.
Frechô mais ó meno uns dez
mode pegá o peru
o bicho meteu dos pés
fazendo gulu-gugu.
Maria, minha muié
tava fazeno um café
de cóca, numa panela
quando o peru avistô
fez frechêro e se socô
debaixo da saia dela.
Nisso os caba foi chegano
tudo de cacete armado
e o peru se socano
Maria gritô cuidado!
Era Maria gemeno
e o cacete comeno;
No meio do vaivém
eu peguei um tamborete
entrei no mei dos cacete
quase me lasco também.
Me dero uma tabacada
Por cima do pé d'ouvido.
Levei mais outra paulada
caí no chão estendido;
Nisso chegô um negão
com um cacete na mão
prantô no meu fevereiro
pegou no meu espinhaço
só num quebrô meu cabaço
porque eu pulei ligeiro.
A minha fia, Zefinha
na hora da confusão
tava cuma canarinha
brincano, lá na oitão;
Acunharo ela na vara
a pobre limpano a cara
correu num choro danado
chegô com uma gaiola
e o passarim de fora
todo desparafusado.
Depois da briga acabada
todo mundo ensanguentado
o peru não valia nada
tava todo esfarelado;
E eu de cabeça inchada
por causa das cacetada
que os caba dero em mim.
Hoje se alguém vier dá
conselho mode eu tomá
eu vou digo: olhe o dedim!
Postado por Fernando Caldas
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
O MAIS NOVO LIVRO DE VALÉRIO MESQUITA
Recebi com muita honra o convite para lançamento do mais novo livro intitulado de "Causos 2010" do ex-prefeito de Macaíba, ex-auxiliar de governo, ex-deputado estadual, Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Membro da Academia Brasileira de Letras, escritor Valério Mesquita. Como seu admirador, farei presença, claro!
Postado por Fernando Caldas
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