segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

CASCUDO, ONDE ESTÁ VOCÊ?

                                                          Públio José, jornalista
(publiojose@gmail.com)




Idealizar e por em prática a campanha “Escritor Potiguar: o Presente de Natal” me trouxe muitas alegrias, muitas felicitações, uma boa sensação de dever cumprido, o fortalecimento de várias convicções – e uma dolorosa constatação: por pior que se imagine o processo de desqualificação, de rejeição, de desconhecimento, de desvalorização de que é vítima a literatura local, tanto na esfera pública quanto na iniciativa privada; por mais que se veja a literatura potiguar como a indigente maior do planejamento estatal; por mais que se presuma negativamente sobre o tema, vê-se que a realidade é infinitamente pior. Tirando-se o apoio de algumas instituições ao lançamento de livros, normalmente de pessoas portadoras de acesso ao processo de produção pela fama que alcançaram, a pobreza geral continua a roer nossas entranhas literárias, sendo-lhe a eterna companheira de uma vida rica de tribulações.

Dos lançamentos, fora o momento do autógrafo, pouco fica de palpável, de concreto. O autor reúne a família, seu ciclo de amigos (o que às vezes totaliza pouco mais de uma centena de pessoas), tudo muito bonito, tudo muito bom... Vende alguns exemplares aos presentes, dos quais a grande maioria não lê o que adquire; o assunto sobre o qual pesquisou, sobre o qual se debruçou anos e anos é comentado uns poucos dias em rodas mais intelectualizadas – e tchau. Nesse período ocorrem alguns espasmos envolvendo o assunto, representado por algumas entrevistas, matérias e notas nos veículos de comunicação – e tchau. Sobre o conteúdo do trabalho que o autor transformou em obra literária nada se aproveita (com raras exceções); nenhuma instituição de ensino se permite analisá-lo mais profundamente; as redes oficiais de ensino se mantêm afastadas da questão – e tchau. Falei redes oficiais de ensino?

Nessa seara, o absurdo do pouco caso alcança níveis altamente danosos à produção literária local, culminando por auferir-lhe, por conseqüência, um status de ente incolor, inodoro, insulso, indolor, portanto, sem vida. Uma idéia do absurdo desse processo: Câmara Cascudo – reconhecidamente o maior nome das letras potiguares – é totalmente desconhecido da grade curricular das nossas escolas. Por conseqüência, das mentes dos estudantes dos ensinos fundamental, médio e superior. Essa constatação nos leva ao seguinte raciocínio: ou o conteúdo de tudo que Cascudo escreveu é gritantemente irrelevante ou a qualidade de nossa educação é tão elevada que prescinde de estudá-lo com profundidade. Tal raciocínio, todos sabem, é tosco, uma vez não ser nosso ensino nenhuma Brastemp, enquanto o folclorista é tema constante de centros de ensino superior da Bélgica, da França, da Itália, de Portugal...

Enfim, de searas acadêmicas de excelsa qualidade espalhadas por várias partes do mundo. E não só isso. Cascudo é incluído, analisado, estudado, em publicações as mais diversas, em todos os continentes, desde que a seriedade da obra exija a presença marcante e o raciocínio original de um estudioso persistente e devotado a assuntos que envolvem desde a Etnografia, a Etimologia, o Folclore, a Gastronomia, a Sociologia, o Direito, a Arqueologia, a Antropologia, até usos, hábitos e costumes de povos africanos. Como se observa, é de uma ignorância mastodôntica a esfera educacional que não inclui em sua grade de ensino um autor do porte de Luiz da Câmara Cascudo, potiguar que deu inúmeras demonstrações de amor à sua terra, publicou mais de 150 obras e foi premiado – entre inúmeras láureas que conquistou – pela Academia Brasileira de Letras com o prêmio João Ribeiro.


Na Europa, um estudante pesquisando um tema de um dos livros de Cascudo, ao se dirigir ao diretor da biblioteca, dele ouvirá, com certeza: “Procure na estante tal que Cascudo está lá”. Já por aqui, se um aluno tentar um negócio desses, ganhará, como resposta, um olhar estranho de um bibliotecário qualquer, para o qual o nome Cascudo está mais para o cocorote que se dá em menino teimoso, desobediente, do que para o homem que legou ao mundo o “Dicionário do Folclore Brasileiro”. Assim, enquanto, pelo mundo afora, a obra de Cascudo reverbera e repercute a essência de um saber único, original, por aqui o descaso para com o conteúdo do seu gigantesco trabalho é agressão ao bom senso, afronta à inteligência e insulto à ciência do ensino. “Cascudo, onde você está? Cascudo? Cascudo, onde lhe encontro? Cascudooo? Caaaascuuuuuudooooooooo???” Silêncio. Só o silêncio por resposta.      


Postado por Fernando Caldas
Urgentes do blog

Nota Oficial

O prefeito Luizinho Cavalcante em virtude do falecimento do senhor Rivadávia Alves Cabral, ocorrido na capital do estado, sendo o falecido o 1º prefeito da história regimental do municipio, resolve, decretar luto oficial por tres (3) dias no âmbito do municipio de Carnaubais, sem alteração da normalidade administrativa. O prefeito aproveita o ensejo para elevar a familia enlutada, cumprimentos de profundo pesar, externando aos demais familiares suas condolências  constitucionais e pessoal em nome da sua familia. 
Velório

Rivadávia Alves Cabral está sendo velado no Centro de Velório São José em Natal, cujo  sepultamento será as 16:00 horas de hoje no cemitério de Ponta Negra. A informação foi repassada pelo empresário Helder Cortês Alves,  primo do falecido. Enviamos aos demais familiares Rivadávia nossa palavra de confortamento nesta hora de aflição, tristeza e dor.
Registro Histórico

Em 18 de setembro de 1963 a Vila de Carnaubais conquistou sua independência política através da Lei nº 2927, de autoria do deputado Olavo Lacerda Montenegro, sancionada pelo então governador Aluízio Alves. O município foi instalado em 16 de maio de 1963, que teve como primeiro prefeito o senhor Rivadávia Alves Cabral, nomeado pelo então governador Aluízio Alves, Rivadávia governou o municpio até 31 de Janeiro de 1965, data que transmitiu o poder ao senhor Valdemar Campielo Maresco, eleito 1º prefeito constitucional.

(Do Blog de AluízioLacerda)

sábado, 8 de janeiro de 2011

"PARALELO ENTRE O HOMEM E A MULHER"

Segundo Wanderley (1860-1909), poeta, dramaturgo natalense.

(Do arquivo de Renato de Melo Medeiros).

Alfenim em Natal via Assu

Ilustração do blog: Esquerda para direita: Escritor açuense Ivan Pinheiro e o pesquisador Fernando Caldas no ato de inauguração da loja "Delícias do Assu e do Vale,  em finais de 2010.

Ausente das principais feiras da cidade, o alfenim só pode ser visto  recentemente em Natal através da  loja Delícias do Assu e do Vale, aberta ano passado no Potengi Flat. O proprietário Francisco das Chagas trouxe itens que até então precisava viajar ao interior para comprar. Além do doce de açúcar, a casa também oferece o biscoito ‘flor do Assu’ (com erva doce e pimenta), bolachas casquinha, queijo coalho, castanhas de caju, filés de curimatã e traíra, mel, pão Recife, entre outras iguarias do interior. Tel.: 3086-2726.

Texto: Tribuna do Norte, 7.1.011

Postado por Fernando Caldas

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011


 
Charge de Nilton Magalhães
NatalPress

CANTIGAS DE ESCÁRNIO E MALDIZER

Laélio Ferreira

Enviado pelo autor

"As cantigas de escárnio e maldizer são um gênero de poesia da Idade Média. Fazem parte do período literário chamado Trovadorismo, que em Portugal encontrou expressão entre os anos de 1189 (ou 1198?) e 1350. Foram escritas, assim como todos os textos populares da época, em galego-português. A principal característica dessas cantigas é a crítica ou sátira dirigida a uma pessoa real, que era alguém próximo ou do mesmo círculo social do trovador. Apresentam grande interesse histórico, pois são verdadeiros relatos dos costumes e vícios, principalmente da corte, mas também dos próprios jograis e menestréis. " ( Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cantigas_de_esc%C3%A1rnio_e_maldizer)

MOTES E GLOSAS:

Bob Motta (*) dando o mote
garanto a glosa ser boa

Pra me livrar do chicote
dos pruridos das “donzelas”,
só farei estrofes belas,
Bob Mota dando o mote !
Espero ninguém mais bote
patrulha na minha loa…
Muito mais longe ela ecoa
chula, clara, fescenina,
alegre, justa, supina
- garanto a glosa ser boa !

* *

Vou lamber sabão em pó
para limpar minha língua

Vão me metendo o cipó
por conta da putaria…
Mas, não ligo, qualquer dia
vou lamber sabão em pó !
Nas censuras dou um nó,
nessa estória de má-língua:
maneiro na cunilíngua,
vou ser fresco em João Pessoa
- lá consigo coisa boa
para limpar minha língua !

* *

Renato Caldas, Limeira,
vão censurar nossas glosas !

Meu gordo Celso Silveira
por aí faça um conclave
- cá por baixo a coisa é grave,
Renato Caldas, Limeira!
Sesiom, é brincadeira ?!
As novas são horrorosas,
por aqui quedam nervosas
as queixas, o preconceito
- já vi tudo, não tem jeito,
vão censurar nossas glosas !
(*) A exceção de Bob Mota, poeta potiguar, vivinho da silva, todos os outros nominados - noves fora o finado bardo do Teixeira-PB, Zé Limeira - são menestréis potiguares, do Assu, falecidos.

Postado por Fernando Caldas

Governo Rosalba vai opinar pela suspensão da inspeção veicular

O Procurador Geral do Estado, Miguel Josino, vai sugerir em seu parecer que a licitação e o contrato para a inspeção veicular sejam suspensos, revistos e que a nova situação receba total e absoluta transparência para a sociedade.

A fonte que me passou essa informação pediu off, mas garantiu que essa é a tendência e percebeu um fortíssimo indício de que a Procuradoria Geral do Estado agirá assim.

Caso ocorra, será uma percepção correta que o Governo Rosalba Ciarlini e o Procurador Miguel Josino tem do clamor popular, uma grande vitória da sociedade potiguar e um exemplo para as atuais e futuras relações entre empresas, governos, contribuintes e sociedade.

Uma vitória da mídia, das redes sociais e da opinião pública.

O povo vencerá!

Escrito por aluiziolacerda às 16h20


Memória prodígio, Bibia ainda lembra deste poema mais de 60 anos depois. Foi distribuindo esse bilhete-poema, que a professora Sinhazinha Wanderley [Maria Carolina Caldas Wanderley - Nasceu em 30 de janeiro de 1876, em Assu (RN), e faleceu em 20 de setembro de 1954 nesta mesma cidade.] pedia um empréstimo aos amigos;


I
Pelo Cristo, pela Virgem,
Senhora da Conceição,
Me acuda nesta agonia,
Me valha nesta aflição,
Em que na bolsa não tenho
O valor de um só tostão.

II
Falta-me em casa farinha,
açúcar, pão e café,
Nesta cruenta agonia
Me valho de São José,
Santo por todos bendito
No qual tenho muita fé.

III
Você é pobre e bondosa
lhe peço de coração,
pelas mercês que recebes
na mesa da comunhão,
que clemente e compassiva
para mim estenda a mão.

IV
Tenho pena de quem sofre
Medonhas crises cruéis,
É minha alma sofredora
Que vem cair aos teus pés,
Maria por caridade
Me empreste 10mil réis.

V
São poucos dias que marco
Para vir aqui pagar
Porque os meus vencimentos
Estão prestes à chegar,
E eu irei com presteza
À você reembolsar.

VI
Rogo à Santa Terezinha,
Santa das mais milagrosas,
Que sobre você desfolhe
A minha chuva de rosas,
E lhe dê por toda a vida
Sorte das mais venturosas.



®http://asmeninas-assu.blogspot.com
A tapuia
(anônimo popular)

- Formosa tapuia
que fazes perdida
nas matas sombrias
de agreste sertão?
As matas são frias,
tão frias e tristes,
não temes tão moça
morrer de sezão?
- Não quero carinhos,
nas matas nasci,
se delas não gostas
não fiques aqui.
- Bem sabes que as matas
são próprias pra feras
te digo deveras
que saias daqui.
Eu tenho riquezas,
escravos, engenhos,
dinheiro eu tenho,
tudo para ti.
- Não quero carinhos,
não tenho ambição,
de nada preciso
aqui no sertão.
- Se fosses comigo
pra minha cidade
de certo tapuia
tu serias minha.
Vestidos de seda,
botinas de couro,
adereços de ouro
para dar-te tinha.
- Não quero carinhos
teus ouros são falsos,
meus pés não se estragam
andando descalços.
- Se queres tapuia
vestir uma saia
de fina cambraia
de um lindo balão.
Teu corpo tapuia
é lindo e bem feito
mas fica mal feito
vestindo algodão.
- Não quero carinhos,
sou pobre roceira,
só faço trabalhos
com roupa grosseira.
- Deveras tapuia,
não fiques zangada
tens cama de seda,
bordados de linho.
Vamos para o porto
tomar um conforto
um copo de doce,
um copo de vinho.
- Não quero carinhos,
sou pobre tapuia,
não bebo no copo,
só bebo de cuia.
- Deveras tapuia,
não fiques zangada,
passando trabalho
e necessidades.
Na roça, na mata,
podendo tão moça
seguindo comigo
morar na cidade.
- Não quero carinhos,
aonde se nasce
Deus manda que a vida
com gosto se passe. 

Fonte: blog "As Meninas", org.: Renato Medeiros - Açu-RN

OVA DE CURIMATÃ , O CAVIAR DO NORDESTE

A ova de curimatã (peixe de água doce muito comum nos rios, açudes e barragens) é conhecida como o caviar do Nordeste ou do Sertão é facil encontrar nos bares de Natal. Vai bem tomando "umas e outras". Vejamos adiante, a receita de Adriana Lucena:


Liquidificar 3 dentes de alho, uma cebola grande, um punhado de coentro, pimenta do reino moída na hora com 1 litro de leite de vaca e sal a gosto. Há quem coloque colorau e tomate, mas prefiro desse jeito aqui, mais simples. Levar ao fogo e, quando começar a ferver, colocar as ovas e ir mexendo para desmanchar os gruminhos que vão se formando. Você irá observar que a mistura vai secando e ao mesmo tempo aparecendo água. Acrescente mais leite sempre que necessário e não esqueça de mexer porque gruda na panela. Estará pronta quando não observar mais "água" e ficar um creme (uns 45 minutos). Desligue e acrescente duas a três colheres generosas de nata batida, corrija o sal e finalize com hortelã miudamente picada.

Obs: 1. você também pode colocar um galho de hortelã na metade do cozimento. 2) se quiser utilizar como recheio (tapiocas, torradinhas, tortinhas), deixe secar um pouquinho e use morna. 3) Ah! já ia esquecendo! uma pimentinha faz toda diferença - um bom molho ou umas rodelinhas de dedo-de-moça.


Bem, usei no total 1,5 litro de leite. O prato rendeu 1,8 kg, que vou usar para fazer farofas, frigideiras e o que me vier à cabeça, afinal é ova pra chuchu. Cozinhei até secar a água que realmente se formou. Cozinhei em fogo baixo durante 45 minutos. Usei hortelã picada só no final. 
  
Postado por Fernando Caldas

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

"Deus e eu no Sertão" Víctor e Leo

MOISÉS SESIOM, POETA DO ASSU NO FILME", O HOMEM QUE DESAFIOU O DIABO"

 
Moisés Sesiom (1883-1932) nasceu no Sítio Baixa Verde, distrito de Caicó/RN, porém, se fez poeta na cidade de Assu/RN terra que adotara para viver, cognominada Terra dos Poetas, onde está enterrado.Seus versos populares estão espalhados Brasil a fora. Ele está colocado em várias antologias dos poetas potiguares e ficou conhecido como "O Bocage Norteriograndense". O seu biógrafo é Francisco Amorim (Francisco Augusto Caldas de Amorim) que publicou postumamente em duas edições o livro best-seller intitulado 'Eu Conheci Sesiom'.

"Poeta querido, de vida atribulada, de existência dura, de morte cruel. Vezes, horas e horas ouvi recitar versos de Sesiom, recordando a boemia, vivendo o anedotário, rico de episódios chistosos", escreveu o folclorista, escritor Câmara Cascudo.

Francisco Amorim biografo de Sesiom, escreveu o  livro póstumo best-seller  em segunda edição intitulado 'Eu conheci Sesiom'.

Sesiom imortalizou-se no filme intitulado "O Homem Que Desafiou o Diabo", 2007, baseado no romance intitulado de "As pelejas de Ojuara", do escritor potiguar Ney Leandro de Castro. O referenciado romance conta a história de Zé Araujo (Marcos Palmeira), um cacheiro viajante que foi obrigado a casar com um proprietário de uma mercearia/venda e trabalhar com o sogro, por quem foi muito humilhado. Zé, ao chegar num certo bar da cidade conheceu  no balcão de um botequim do lugar, um senhor cujo nome é Sesiom. Aí, Zé fica sabendo que Sesiom é Moisés ao contrário. Logo teve a ideia de inverter o seu nome para Ojuara (Araujo ao contrário).

No vídeo acima podemos conferir o personagem Sesiom (o poeta), declamar para Zé Araújo (Ojuara), os versos conforme transcrito adiante:

Vida longa não alcanço
Na orgia ou no prazer,
Mas, enquanto eu não morrer,
Bebo, fumo, jogo e danço!
Brinco, farreio, não canso,
Me censure quem quizer!
Enquanto eu vida tiver,
Cumprindo essa sina venho,
E, além dos vícios que tenho,
Sou perdido por mulher!

Postado por Fernando Caldas

Tim Maia Especial - Tv Globo - Festa de Santo Reis

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Vicunha e Coteminas acenam para compra total de
produção algodoeira dos cooperados da Coaperval
O presidente da Cooperativa Agropecuária do Vale do Açu (Coaperval), João Gregório Júnior, ficou satisfeito com o encontro promovido pela coordenação do ALP da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), já que os dois grandes grupos têxteis do RN, Vicunha e Coteminas, acenaram com a intenção de comprar toda produção de algodão dos cooperados da Coaperval que produz o algodão de sequeiro.
Além do presidente da Coaperval, João Gregório Júnior, participou ontem da reunião na Casa da Indústria em Natal, o secretário municipal de Agricultura Paulo Brito, representantes da Indústria texto da Vicunha e a Coteminas, o Dr João Lima. Ficou agendado um novo encontro para o próximo dia 20 de janeiro, novamente na sede da Federação.
O secretário municipal de Agricultura Paulo Brito disse que a expectativa é que o projeto de revitalização do algodão – que será executado em região de sequeiro do município – possa apresentar uma produção de 350 quilos do produto por hectares, numa área cultivada de 350 hectares.
Escrito por Valderi Tavares às 16:40:03
Gosto de Infância

Minha infância tem sabor do ciriguela tirado do pé antes do tempo para amadurecer mais rápido.
Tem sabor da manga verde com sal e melancia madura que vovô plantava no quintal.
Tem sabor da bolacha que vovó assava no leite, às vezes só na manteiga, meu café da manhã preferido.
Tem sabor da chuva que caia no fim da tarde.
Tem sabor da amarelinha que pulava no chão ainda ensopado em frente de casa depois do fim da chuva.
Minha infância tem sabor das reuniões familiares em volta da minha avó encima do pilão quebrando castanhas pra fazer a receita da família: doce de castanha de caju, hummm.
Tem sabor de acordar mais tarde no sábado e ir correndo pra frente da televisão preta e branca que só pegava a Globo, mas que era suficiente, pois a Xuxa me fazia viajar junto com ela.
Tem sabor das compras de fim de mês, onde vovó fazia a feira e me trazia balas, bolachas recheadas, um prazer a cada trinta dias.
Tem sabor das ventania que aparecia do nada quando mamãe terminava de varrer e passar o pano na casa de cimento grosso.
Tem sabor da água “doce” da barragem, única fonte que podíamos ter naquele momento.
Minha infância tem sabor das viagens com minha avó ao banco para tirar sua aposentadoria, onde eu ferozmente guardava seu lugar na fila, observava tudo e descobria o ambiente.
Tem sabor das férias de fim ano que logo dava saudades da escola e era tomado pela ansiedade de comprar o caderno novo na mercearia.
Tem sabor das brigas por motivos bobos de meu avô, que toda a rua de chão batido tomava conhecimento.
Tem sabor da minha primeira bicicleta (de adulto) roxa e nada moderna, mas que pra mim representava muito mais.
Tem sabor das fazendas, dos apartamentos, dos bares e restaurantes que minha imaginação criava no quarto da minha avó, quando todos dormiam depois do almoço.
Minha infância tem sabor do fim de tarde, quando ia pra casa da minha outra avó e pedia morrendo de vergonha um real ao meu avó que hoje não está mais comigo.
Tem sabor da roupa nova que essa mesma avó, na verdade bisavó, comprava pra mim no mês de outubro, mês das festas do padroeiro.
Tem sabor da rede estendida no meio da área ventilada, onde nos balançávamos sem compromisso.
Tem sabor do arco-íris que se formava na serra em frente de casa depois da chuva.
Tem sabor do barulho da água do rio que dava pra ouvir da calçada quando chovia forte no inverno.
Minha infância tem sabor da goteira que insistia em aparecer todos os anos.
Tem sabor do barulho fechado dos trovões e do medo de cair um raio pertinho dali.
Tem sabor da falta de luz, geralmente nos dias chuvosos, onde corríamos pra acender as velas e dormir mais cedo.
Tem sabor da novela da tarde do Vale Apena Ver de Novo, adorava assistir depois do Vídeo Show, eu não perdia.
Tem sabor das minhas caixas (literalmente) de livros, revistas e fotos de pessoas famosas que via na TV, guardadas comigo até hoje.
Minha infância tem sabor das fogueiras de são João que enchia a casa de fumaça e os olhos de vermelhidão.
Tem sabor do milho quente que nem sempre virava pipoca na panela de barro da vovó.
Tem sabor das manhãs onde plantávamos milho e feijão no roçado do quintal de casa, eu sempre quis participar.
Tem sabor da cadeira de balanço que era disputada por todos na calçada de ventilada.
Tem sabor de ir correndo pra o orelhão ver se os cartões que ganhara ainda tinham unidades – princípio de modernidade pra mim.
Tem sabor do bolo de aniversário feito em casa por minha mãe, com granulados coloridos e vela feita por mim mesmo.
Minha infância tem sabor das comemorações de domingo, com um refrigerante, um litro de pitu e um monte de copos na mesa – observava tudo, inclusive como se transformavam depois de beber umas e outras.
Tem sabor do molho do macarrão que eu sempre fazia e todos pareciam gostar, era o primeiro a “beliscar”.
Tem sabor da coalhada que era preparada desde à tardinha, e eu ainda acrescentava cuscuz de milho.
Minha infância não em sabores importados ou exóticos, tem sabor da infância de qualquer criança pobre do interior do nordeste brasileiro. Criança que sonha como todas as outras, vai a escola, brinca, arenga. Criança que cresceu e por força maior, hoje volta aos tempos de criança e descobre que era feliz.


Por Rômulo Gomes
(cesargomes_17@yahoo.com.br)

Nota: Rômulo Gomes é estudante da UERN/Açu, colaborador deste blog).

UM PITO EM ORLANDO TEJO?


Memória do Concretismo 

Marcos Silva

Li o texto de Orlando Tejo, que reproduz alguns poemas concretistas (ou próximos do Concretismo) natalenses dos anos 60 do século passado.
Eu morava em Natal no ano em que a brochura mencionada foi publicada
966. Não possuo mais o exemplar (algum aluno pegou emprestado e não devolveu) mas lembro que havia diferenças de diagramação (*) em relação ao que saiu no Papo Furado: o poema Infinitivo, de Nei Leandro de Castro (**), formava uma diagonal da esquerda para a direita com a repetição da palavra amar,  e não uma coluna vertical; o poema Quarta operação fundamental, de João Bosco de Almeida, começava com a palavra eu, na horizontal, dotada de espaçamento, seguida da palavra dividido, na vertical, abaixo e entre o E e o U, mais uma visualização que colocava o verso sou quociente de mim  como um quociente de divisão e o verso e só como resultado da divisão; a Marinha concreta, de Anchieta Fernandes, também fazia uma espacialização das palavras que compõem os versos  finais. Coloquei aspas na palavra verso porque é discutível, nesse gênero de poesia, o apelo a esse recurso poético - a espacialização sugere o anti-verso.

Poesia Concreta merece crítica, como qualquer outro ramo literário e qualquer fazer humano. Para tanto, todavia, precisamos conhecer exatamente o objeto criticado, evitando fantasmagorias, que nada esclarecem. Defendo a crítica como argumento explicativo e demonstrativo, que não se restringe ao gosto/não gosto, ao descarte ou ao preconceito.

Prefiro pensar que múltiplos gêneros de Poesia coexistem e até se iluminam reciprocamente. Para valorizarmos Zé Limeira, Othoniel Menezes e Zila Mamede, não precisamos jogar no lixo Nei Leandro nem Dailor Varela.



M O T E :

Professoral pra cacete
passar pito em Orlando Tejo?

G L O S A :

De cima de um tamborete,
com a pose de chanceler
(tradutor de Baudelaire!),
professoral pra cacete!
Sacando o arcabuzete,
atrapalhou-se, o badejo;
nada fez, e foi pro brejo...
- A memória é de elefante,
muito infeliz o rompante:
passar pito em Orlando Tejo?


Laélio Ferreira


(*)  Foi o autor da glosa quem enviou para o Poeta Jairo Lima o texto de Orlando Tejo. Publicada, a matéria, antes das aspas, tinha a anotação rotineira: Enviado por Laélio Ferreira. Como se viu, abaixo, a diagramação não foi obedecida, como estava no texto do genial paraibano mea culpa. (A tal poesia concreta (arre égua!) é complicada até para cópia no computador...) O diabo é que o Professor Doutor Marcos Silva, um uspeano convicto, além da memória fenomenal  cáspite! - (v. acima), querendo me atingir nas entrelinhas, tem a mania de citar o nome do meu pai (Othoniel Menezes) nos muitos comentários que faz, aqui e em outros blogues (é um campeão nesse mister, anotando tudo o que produz, religiosamente,  no seu muito bem fornido e lustroso Currículo Lattes), principalmente quando nessas minhas cantigas de maldizer maldigo as suas inefáveis traduções de Charles Baudelaire...

(**) Nei Leandro de Castro é meu amigo desde a adolescência e continua sendo, acho eu.



Presidente da Faern felicita o novo secretário de Agricultura do RN

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Norte (Faern), José Álvares Vieira, parabenizou o deputado federal Betinho Rosado, do DEM, pela posse como secretário da Agricultura do Estado nesta segunda-feira, 03. “Acredito que o nome de Betinho Rosado foi uma decisão acertada da governadora Rosalba Ciarlini. Um nome que é ao mesmo tempo político e técnico”, disse Vieira.
José Vieira destacou que o secretário irá fazer uma boa transformação no setor e que poderá contar com o apoio da instituição para fomentar os futuros projetos da pasta. “Uma pessoa que fará de tudo para transformar o RN em um celeiro de bons projetos para o campo. E uma das expectativas nossas é com relação às áreas de cultivo do Baixo Assu e também o apoio à fruticultura. É por tudo isso que acredito em seu nome e coloco a Federação da Agricultura no apoio dos seus trabalhos futuros”, enfatizou Vieira.
Betinho Rosado informou na sua posse que há oito anos o Rio Grande do Norte era responsável pela exportação de R$ 100 milhões de dólares em frutas frescas e o Ceará por R$ 17 milhões.
Conforme Betinho Rosado, os estados vizinhos cresceram 500% no setor de exportação, enquanto o RN apenas 80%. Em sua opinião houve uma chamada defasagem agrícola em nosso estado. (PC)   
 
AGÊNCIA ECO DE NOTÍCIAS
 
Leonardo Sodré                         João Maria Medeiros
Editor Geral                                  Diretor de Redação
9986-2453                                                       9144-6632
 
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UM VERSINHO DE UM POETA MATUTO

 
*Por Renato Caldas

NAMÔRO VÉIO

A lúa vinha cantando,
Suas canção pratiada!
Parô tão disfigurada...
Ficô oiando pru Má
E o Má sortando um gemido,
Limpô os oio no vistido
prateado de Luá.

RENATO CALDAS (1902-1991 ), Poeta matuto potiguar do Açu-RN. Boêmio, andarilho, fazedor de amigos. Conheceu o Brasil de ponta a ponta nas suas farras intermináveis. No Rio de Janeiro, décade de trinta, conviceu na intimidade com Noel Rosa, Almirante, Silvio Caldas, dentre outros da canção popular brasileira. "Além de poeta popular, destacou-se como um notável seresteiro das noites assuenses." O seu livro "Fulô do Mato, fora editado em 7
edições. 



Beleza é Fundamental



O Rio Grande do Norte também está muito bem representado na política. A bela Gesane Marinho, do PMN, foi eleita em 2010 deputada estadual e escolhida em peequisa realizada pela Band, como uma das mulheres mais bonitas do Brasil no exercicio da atividade politica. Entre 12 mulheres selecionadas a representante do RN, ocupa a 7ª colocação. Confira no site abaixo:
 
http://www.band.com.br/jornalismo/galeria.asp

Escrito por aluiziolacerda às 05h16

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

OLIMPÍADAS - RIO 2016 - LOGOMARCA
















Os criadores da logomarca das Olimpíadas do Rio 2016 colocaram em sua página Tátil design esta pérola: "usamos toda a nossa criatividade para fazer festas que atraem povos de todos os outros planetas"
Será que teremos marcianos ou outros extra-terrestres participando?
Um grupo que comete um erro tão grosseiro é o que temos de melhor para criar algo que representará o nosso País? Depois vão dizer que não sabiam, não viram nada, etc... A agência tem analfabetos funcionais? Ninguém leu o que estava escrito nesta parede? Eu como "presto atenção" notei na hora! Não vou comentar mais nada. É lamentável, para não dizer coisa pior! POBRE BRASIL!



















Idema quer discussão no Conema sobre Via Costeira

68557.jpg 
Foto: Adriano Abreu 


A posição do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema) em relação à polêmica das construções na Via Costeira de Natal é de que ainda é cedo para qualquer órgão ambiental tomar posição sobre o assunto. O diretor técnico, Leonardo Tinoco, defende que a discussão seja levada ao Conselho Estadual de Meio Ambiente, para se chegar a uma solução que privilegie o “bom senso”.
Discussão sobre destino dos lotes da Via promete ser detalhada“Nem a Semurb, nem o Idema, nem o próprio Ibama deveriam se posicionar de forma definitiva sobre o tema, sem que aprofundemos esse debate”, aponta Leonardo Tinoco. Ele lembra que a ocupação da área da Via Costeira é uma realidade e pode até vir a ser considerada excessiva, mas isso não significa que deva haver radicalismos em nome da preservação das Áreas de Preservação Permanente, as APPs.
“Natal é toda praticamente uma APP, já que foi construída sobre dunas. Há uma grande discussão a respeito de APPs em áreas urbanas e, só para ilustrar, basta dizer que a lagoa Rodrigo de Freitas e o local onde está o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, são APPs, assim como a Ribeira e o próprio terreno do Idema, aqui em Natal”, lista o diretor técnico.
Em relação ao estudo conjunto liderado pelo Ibama, e que defende a não ocupação dos 14 lotes ainda livres da Via Costeira, Leonardo Tinoco afirma que o Idema não “concorda 100%”, do ponto de vista técnico, pois há divergência em relação à classificação de alguns trechos como dunas, quando para o órgão estadual se tratariam de “superfícies de deflação” (trecho entre dunas e o mar), as quais não representariam APPs.
Ainda assim, o diretor também acha o debate incipiente para se dar razão ao estudo paralelo realizado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), que concluiu pela possibilidade de ocupação de seis dos 14 lotes. “Não podemos ter uma visão imediatista, afinal ali é uma zona de amortecimento para o Parque da Dunas, um ecossistema importantíssimo.”
Para Leonardo Tinoco, é preciso levar a discussão até a sociedade e o caminho ideal é analisá-la dentro do Conselho Estadual de Meio Ambiente, que reúne representantes do poder público e da sociedade civil. “Precisamos discutir bastante sobre qual cidade queremos e qual legado vamos deixar às futuras gerações”, alerta.
Carta
Diante da polêmica envolvendo hoteleiros e Semurb, o professor da Universidade Federal do Semiárido (Ufersa), Daniel Valença, escreveu para a TRIBUNA DO NORTE o seguinte comentário:
“O impedimento de novos empreendimentos na Via Costeira e a “reapropriação” pela União de suas terras, são medidas há tempos esperadas por aqueles que acreditam ser função do Estado preservar o patrimônio público (do povo, antes mesmo que do Estado) e o direito dos habitantes do espaço urbano de usufruírem das riquezas naturais dos litorais. Os terrenos de marinha são bens da União, conforme a Constituição, e sua concessão a particulares, mediante a contraprestação de taxas, através dos instrumentos da ocupação precária e do aforamento, requerem, conforme determina a legislação infra-constitucional, o atendimento à função social e sua destinação para algum fim.
Pensemos o que representa a via costeira para a população natalense hoje. Algo mais que uma via de escoamento?! Quantos já freqüentaram sua orla para contemplar a paisagem, praticar esportes, tomar banhos de mar? Na prática, basta olharmos os sítios dos hotéis de luxo que lá se encontram para vermos o porquê de tanta aversão dos empresários para com essa medida legal e legítima e que atende aos interesses de nossa população: neles se afirma ser a via costeira uma orla de 9 km (em torno de metade da orla natalense) “privativa” dos hóspedes, em pleno meio urbano. Esta é a diferença básica entre os que defendem o atendimento às disposições legais (nesse sentido, parabenizamos o Governo Federal, através da Secretaria do Patrimônio da União, do IBAMA e da Advocacia Geral da União, o Governo Estadual, e o IDEMA e a DATANORTE) e aqueles que ainda persistem na defesa da privatização do espaço público, que privilegia e enriquece (através da especulação imobiliária, essencialmente) parcela insignificativa da nossa população (quanto a isso, lamentamos a posição assumida pela SEMURB e Prefeitura Municipal do Natal).
Daniel Araújo Valença, advogado, professor de Direito Assistente I da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, autor da dissertação de mestrado recentemente aprovada pelo Programa de Pós-Graduação de Arquitetura e Urbanismo da UFRN, intitulada: “Terrenos de Marinha: terras públicas com função social? Um estudo da Orla Marítima de Natal.”

Daniel Valença,
Professor de Direito da UFERSA

Fonte: NatalPress

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