segunda-feira, 23 de maio de 2011

UMA VELHA HSTÓRIA DE AMOR

Sobrado da Baroneza de Serra Branca. Foto de Ozair Lima


Celso da Silveira em seu livro intitulado de Assu, Gente, Natureza, História, 1995, depõe que “o primeiro rapto de moça da história amorosa do Assu, foi a do Major João Francisco Barbalho Bezerra. Que tirou a jovem Francisca, do sobrado do Cel. Manoel Lins Wanderley, hoje conhecido como sobrado da Baronesa. Ele atirou um sexto grande e, de madrugada, atirou um cabo para a sacada, de onde fez descer a sua bem-amada.” Já o antologista Ezequiel Fonseca, em Poetas e Boêmios do Açu, 1984, pág. 75, afirma  que aquele casal veio a se casar. Depõe ainda Fonseca que "os mais velhos quando passam por baixo da sacada com gradil de ferro, do casarão da Praça Getúlio Vargas, lembra o episódio que define uma época de arraigados preconceitos sociais."











Por Crsitina Costa

Tu, minha saudade
As rosas também choram
E com elas eu chorei.
Ao passar por mim a brisa
Teu perfume reencontrei.

De um aroma especial
Que fez de ti a saudade.
Com as rosas eu chorei
Da minha própria fantasia.

Doce brisa volta aqui
Quero de novo sentir
Esse perfume perdido
E a vontade de sorrir.

Esse perfume a saudade
Ainda que sem saber
Por ti, foi enviado
Para aguçar mais o meu querer.

Postado por Fernando Caldas

JOSÉ AGRIPINO ANIVERSARIA



É preciso dizer um pouco da trajetória, da vida pública deste grande político brasileiro chamado José Agripino Maia. Antes, porém, os meus parabéns pelo seu aniversário, hoje, 23.

José Agripino ainda jovem foi indicado prefeito de Natal, em 1979. Em 1982, na primeira eleição direta após o regime militar, se elegeu governador da terra Norte-rio-grandense, pelo PDS, ganhando para Aluízio Alves. Eleição que obteve 57% dos votos. Eu tive o prazer, na qualidade de candidato a vereador pelo meu querido município do Açu, de caminhar  com ele, entre outros da política local, pelas ruas e lugarejos daquela daquela terra açuense, naquela memorável eleições.

Zé Agripino governador teve ativa participação no movimento pela volta das eleições diretas, foi o primeiro dos governadores a romper com o governo militar, apoiando Tancredo Neves a Presidência da República, em 1985.

Agripino renuncia o governo, se candidata a senador da República nas eleições de 1987, se destaca no senado como “presidente da Comissão Mista que elaborou o Código de Defesa do Consumidor.”

Não foi a toa que ele voltou ao governo do Rio Grande do Norte nas eleições de 1990. Agora, me vem à lembrança de uma frase de seu pai ex-governador Tarcísio Maia, que diz assim: “Quem foi bom governador sempre é governador”.

Deixa o governo e se candidata novamente ao senado com sucesso, nas eleições de 1994. Naquele tempo exerceu a vice-presidência do PFL, agremiação partidária que passou em 2007 a ser denominado DEMOCRATAS. Naquele mandato foi presidente da importante Comissão de Infra-estrutura e Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania.

Veio então as eleições de 1998, candidata novamente ao governo do estado, perdendo a eleição para Garibaldi Alves Filho, respeitou a decisão popular, o resultado não lhe abateu.

Nas eleições de 2002 se reelege senador e se torna líder do PFL, se destaca nacionalmente. É reconhecido com parlamentar influente, combativo, uma das 'cabeças' do Senado Federal. Fato este afirmado pelos institutos de pesquisas, inclusive o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar [DIAP]. A derrubado da CPMF foi um dos seus maiores empenhos.

Em 2010 se candidata outra vez ao senado e se reelege com uma expressiva votação, obtendo 958.891 votos dos potiguares que lhe fizeram justiça pela sua decência, pelo seu trabalho dedicado a terra potiguar e ao Brasil.

Afinal, de José Agripino, digo: Orgulha  e dignifica o Rio Grande do Norte.

Fernando Caldas









Charge Online

domingo, 22 de maio de 2011



O dia adormece,
o cansaço esquece,
e fala d´amor.

A noite corteja,
...no escuro deseja,
alívio pr´á dor.

O dia é tão louco,
apressado agonia,
fica feliz com tão pouco,
o amor tem magia.

Depois livre é ave,
dá vóz ao coração,
só coração suave,
pode falar de paixão.

(Serafim Ribeiro)

[Do Facebook de Cristina Costa]

O GLORIOSO BOTAFOGO - O Garrincha é o Brasil !!!

TOINHO DE ANGELINA UMA RESERVA HISTÓRICA ESTEIO DA RESISTÊNCIA DEMOCRÁTICA EM NOSSO MUNICÍPIO



Nada é mais salutar ao ser humano do que a própria vida, ontem durante o lançamento do Livro editado por Luizinho Cavalcante, tivemos a imensa e incontida satisfação de encontrar entre os convidados do evento, o velho amigo Antônio Fortunato de Albuquerque, andando tropegamente, conduzido pelo auxilio do sobrinho Mário (Pelé).

Toinho com uma vista prejudicada, vendo as coisas apenas por um olho, mas com uma lucidez fenomenal, relembrando de tudo e de todos.

Tornou-se uma criatura bastante conhecida, pelo epiteto de Toinho de Angelina, uma referência íntima da sua saudosa Mãe.

Conversar com Toinho me fez retroceder mais de 40 anos da nossa convivência e amizade, lembro que quando se instalou o processo da ditadura militar estudava no Colégio Diocesano de Mossoró, vindo de férias pra nossa recente emancipada cidade, trazia da cidade maior, noções bem acentuadas do sufoco que passava a sociedade brasileira, reprimida nos seus anseios mais legítimos.

Toinho era a pessoa com quem dividia minhas preocupações, inteligente com espirito libertário, contribuia com as noções da sua experiência de antigo caixeiro viajante informações de épocas de conflitos, como a do golpe de estado dado por Getulio Vargas, falava-me da redemocratizção em 46 feita por Dutra, da luta do petróleo e ainda me situava a respeito integralismo e do radicalismo entre o "Perré e a aliança". Toinho de Angelina foi para mim um guia vivo de informações, falava-me da época do cangaço, sendo Lampião o terror do sertão, Manoel Torquato liderando um bando homens rude, do trabalho braçal da agreivultira e das salinas, combatendo a exploração capitalista dos patrões.

Lembro que depois de conversar horas e horas, ele que gostava muito de beber me chamava pra tomar uns tragos de aguardente na bodega de Avaní, Adail ou Julião, findando geralmente numa farra maior.

Grande era minha preocupação, gostava de discursar, possuia boa oratória e sem medir circunstâncias, sem avaliar consequências do momento politico que vivia a nação, metia o malho nos generais, batia na ditadura, no governo Castelo Branco, ficando eu no meio, querendo diminuir o impacto de suas palavras com medo do delegado vir lhe dar voz de prisão, fato que não acontecia devido o grau de amizade com a autoridade local e ninguém dedurá-lo a força politica existente na cadeia do Assu.

Toinho de Angelina foi grande comerciante, bom balconista sabia passar a mercadoria para o freguês, uma certa ví um menino dando recado, papai disse que o senhor mandasse uma fechadura e anotasse na caderneta; olhou o estoque e a mercadoria tinha se acabado, não perdeu tempo voltou para o balcão com um jogo de ferrolho: Diga a seu pai que feche a porta com isso, fiz o pedido das fechaduras mais o viajante ainda não trouxe. Achei bastante interessante a forma de vender o seu produto.

Sempre gostou de conversar politica, talvez esteja aí a razão maior da nossa identificação, militante de carteirinaha do MDB que depois veio acrescentar o P da sigla atual, foi seu presidente muncipal por algum tempo, era um apaixonado Aluizista, um chorão de Olavo Lacerda Montenegro, ainda hoje carrega as fidelidade a familia Alves.

Toinho está exatamente com 82 anos de idade, ontem retornou á Carnaubais, sendo prestigiado pelo o autor que teve a honradez de autografar pra o conterrâneo o primeiro exemplar da noite de lançamento.

Antônio Fortunato de Albuquerque (A.F. A, gostava de assim ser chamado), vive ausente do torrão querido, mora em Natal em companhia das filhas: Dodora, Selma, Maristela e Maricele, amarga a solidão da viuvez, sua consorte Dona Faustinha faz anos que faleceu.

Toinho é na verdade uma reserva histórica, um esteio de resistência democrática e uma forte pilastra da descendência do primeiro Habitante de Carnaubais. Acreditamos, ser ele a memória viva dos ancestrais que cultuam a presença do patriarca Antônio Pereira de Albuquerque, tronco da genealogia desta importante familia radicada em nossa amada urbe.

[Escrito por Aluíziolacerda, de Carnaubais-RN]























O MENINO DOS PIRULITOS

Por Pedro Simões

O menino vinha pirulitando pelas ruas. E piruetava, também. Pulava num pé só e de lado, como fosse uma guariba. Só assim vencia sem cansaço os altos e baixos de Ceará-Mirim.

Segurava com aparente displicência a tábua de pirulitos. Mas era só na aparência. Na verdade, ali estavam o seu mealheiro, o café, o pão, o p...irão e o feijão. Um verdadeiro tesouro. A mãe, todo dia reforçava o pedido de cuidado e atenção com a mercadoria e ele cumpria a promessa – um olho no peixe, outro no pescador.

Era um menino muito franzino. Quando nasceu, era tão pequenino e desnutrido que a parteira, que já vira milagres e desgraças, pôs o caso nas mãos de Deus. Sobreviveu. Mas dera no que dera – aquela coisinha pouquinha e seca que mais parecia um bicho-pau, esse que parece um graveto seco e se confunde com os galhos das árvores.

Mas, a saúde e a disposição estavam dando para o gasto. Nem muito, nem pouco - na medida. Vez em quando recebia uns avisos de “bizurico” tomando chegada, quando a fome estava mais braba, ou quando saía de casa sem o café da manhã, mas era coisa ligeira e passageira.

A mãe, coitada, fazia tudo o que era possível para o sustento da família, desde a morte do pai. Passava e lavava roupa alheia em casa. Era dia todo à beira do tanque, ou à mesa, com o ferro de engomar esquentado pelo carvão em brasa, espertado pelos assopros de quando em vez, lutando contra a branquidão dos cabelos, as rugas e os vincos. Ver aquilo chegava à beirinha da crueldade, além de despertar uma enorme piedade da mulher.

O pai, motorista, morreu num acidente com o veículo. Logo depois da morte, por pouco tempo, o dono do caminhão quase que sustentou a família, ele, a mãe e uma irmã mais velha. Depois se desculpou e os deixou à própria sorte.

Aliás, sorte era um benefício que nunca tiveram. Depois que o patrão do marido os abandonou, a mãe ficou muito nervosa e passava os dias chorando. A comida foi ficando cada vez mais difícil, aí a irmã tomou o único caminho para ajudar a família: tornou-se prostituta, aos dezesseis anos. Nem gostava de falar nessa época, pois já era menino taludo, com onze anos de idade, solto nas ruas, aprendendo o que prestava e não prestava.

Talvez com o choque da trágica revelação, a mãe se recuperara e iniciara o negócio dos pirulitos e cocadas e dos serviços de lavagem e engomação. As cocadas tinham freguesia certa, duas ou três bodegas as revendiam. E ele tornou-se piruliteiro.

Com pouca instrução, só podia fazer algo assim. Quase treze anos, mal conhecia as letras do alfabeto, embora fosse bom de contas. Tinha de ser, para não ser enganado pelos fregueses. Aprendeu em casa a cartilha do ABC e a fazer contas na tabuada. A mãe repassara o que aprendera. Mais não podia, porque não sabia.

Escola, nem pensar. Não tinha roupa decente, nem sapatos e, além disso, precisava ajudar no sustento de casa. A irmã se amigara com um soldado de polícia que morava na cidade vizinha e abandonara a família por sugestão do seu homem – ou ele ou eles. Preferiu garantir o próprio sustento numa vida boa. Não a censurava. Só quem viveu com tanta dificuldade sabe o melhor para si.

E saracoteava pelas ruas da cidade, ora com um, ora com outro refrão:

“Pirulito, enrolado num papel
Enfiado num palito
chupa pobre, chupa rico,
chupo eu que também grito
E ainda fica p-i-r-u-l-i-t-o!”

Quando estava alegre, porque tivera um bom café, com tapioca, leite, pão e café, ou porque vendera toda a mercadoria, ou sonhara com passarinhos, cantava um refrão de época:

“Pirulito que bate bate
Pirulito que já bateu
Quem gosta de mim é ela
E quem gosta dela sou eu”

Botava mais entusiasmo nesse refrão, quando passava pela casa de uma amiga da mãe, que tinha uma filha de sua idade, muito da espevitada.

O lucro era pouco, mas era bom. O coco era de graça, tirado da casa do vizinho que tinha um sítio como quintal e ainda era aparentado com eles. A rapadura era de graça também, brinde de Pedro Teófilo capataz do Engenho Verde-Nasce. Só o açúcar era pago. E ele ficava até imaginando as injustiças do mundo. A sua terra produzia tanto açúcar que dava até pra jogar no mato, tal a quantidade de não sei quantos engenhos e usinas, e ainda carecia comprar...

O seu produto era coisa muito simples, quase ordinária, mesmo feita com tanto carinho. Um cone miúdo, marrom lustroso, pertinho do quase-transparente, enrolado com papel de embrulho que grudava no pirulito ao ponto de ser ingerido com a guloseima, e um palito extraído da palha do coqueiro. Depois, cada um era enfiado num buraco do apetrecho conhecido como a tábua do propriamente dito.

A rotina era seguida religiosamente. Morava perto da Rua da Cruz e então descia direto para a igreja. Lá, pedia a proteção de Nossa Senhora da Conceição e um ajutório nos negócios, e rumava para os pontos de venda. Cedinho, passava pelo Café de Cleto, descia para a estação no horário dos trens, subia para os arredores do mercado, e, finalmente, procurava a saída das escolas.

Geralmente vendia tudo, quando não, sobrava uns dois ou três que eram negociados a caminho de casa pela metade do preço - um quase nada melhor do que nada.

Quando alguém se interessava em conhecer a sua vida de piruliteiro, contava sem arrodeios a história de sua vida com lágrimas nos olhos e uma revolta nunca disfarçada que lhe fazia morder os beiços e mudar o tom da voz. Nesse particular, também era mal dotado. Tinha a fala fina e se comunicava aos gritos, hábito de quem apregoa no grito as mercadorias.

Mas no geral diário só tinha uma queixa: era o único moleque da cidade que não tinha apelido e por isso estava sempre sob desconfiança dos amiguinhos.

Um dia, nem começara a venda de pirulitos, foi assistir a um jogo de bola no descampado do cemitério, ao lado da igreja, por onde começava a sua rotina. Um bando de moleques mais ou menos de sua idade, uns dez, talvez, disputavam a posse de uma bola de borracha com brutalidade. Ás vezes até dava a impressão de que eles estavam mais determinados a chutar as canelas uns dos outros do que acertar na bola pra fazer o gol.

Outros meninos assistiam ao jogo e torciam pelos seus preferidos. De repente, dois deles começaram a discutir e um chamou o outro para a briga. O um estava com uma vara na mão. Chamou-o então para que segurasse a vara para não ficar em vantagem na briga. O piruliteiro repousou a tábua de pirulitos num arbusto e se dirigiu ao espaço da contenda.

Quando recebeu a dita vara, o menino que a entregara, puxou-a bruscamente, deixando-lhe na mão uma pasta escura e fedorenta em que descobriu fezes humanas. Tratou de retirar os excrementos, arrastando a mão no chão gramado, enquanto os dois meninos corriam.

Tratava-se da famosa pegadinha chamada de “pau de merda”, ainda desconhecida no seu aprendizado de rua. E teve sorte, porque uns malvados usavam cacos de vidro ou gilete no lugar do cocô.

O pior estava para acontecer. Quando foi buscar a tábua de pirulitos, encontrou o lugar limpo. Outro grupo de meninos aproveitara a circunstância e devem ter se regalado de pirulitos pela vida toda. A ruindade quando chegava era assim: além de queda, coice.

Quando chegou em casa e contou a estória, chorando que nem uma possessa, a mãe, entre uma e outra chinelada nos seus “quartos”, reclamava da sorte avara e da perda da taboa, mais do que os pirulitos.

Não dormiu naquela noite. Contou estrelas até de manhã, sentado num tamborete no terreiro defronte da casa.

Amanheceu com os dedos cheio de perebas, de tanto apontar para as estrelas.

Em compensação, ganhou um apelido: perebento.

Do meu livro, inédito, "Armadilha para pássaros e caçadores".

[Texto transcrito do Facebook de Pedro Simões]


Por Cristina Costa

Afinal, o que é sonho?
Será querer o impossível?
Sonho é querer?
Que loucura!

...Acho que sonho, pode ser
Um grito da alma.
Preciso definir o que é sonho!

Sonhar é lançar-se no espaço,
Sonho é mergulhar no infinito.
Sonhar é a vontade de ver de novo.
Não! Isso é definição de saudade!

Sonho, será o mesmo que devaneio?
Se é, para que tanto rodeio!
No meu sonho sou poeta.

Já sei, sonho é ter amizade sincera,
É ter um grande amor nos braços,
É esquecer todos os fracassos.

É dar e receber beijos de ternura,
É fazer do amor uma doce loucura,
É nutrir sentimento bem definido,
É sentir um amor não dividido.

É sentir paixão ardendo no peito!
É isso mesmo!
É assim,
Que eu sonho...

Postado por Fernando Caldas



sábado, 21 de maio de 2011

POESIA

Não sei como te aquecer. És de outro e não me esqueço
Mal grado o coração me pedir que te odeie,
Não sei te aborrecer e te odiar, não sei:
- Amor do meu amor para mim não mereço.
Alguém que o amor vingar no coração, o preço
...Da saudade lhe dê: - o preço que lhe dei.
Porque o preço do amor quando traído, eu sei,
É o preço da tortura e o gozo quando avesso.

[João Lins Caldas - 1888-1967]

Postado por Fernando Caldas

Lei Djalma Maranhão abre inscrições


Estão abertas desde ontem até 23 de novembro, as inscrições para projetos culturais que visam obter benefício da Lei Municipal de Incentivo à Cultura Djalma Maranhão. As inscrições são para projetos e eventos culturais realizados dentro da cidade de Natal.

A lei municipal é um importante instrumento que aproximado produtores, artistas e investidores. Para este ano, o valor destinado à realização de projetos será de R$ 4.393.980,00. A aprovação do incentivo para os projetos depende da avaliação da comissão normativa, formada por representantes da classe cultural e das secretarias do município. Os projetos encaminhados serão avaliados pela comissão que considera desde a viabilidade técnica, orçamento, benefício social ao interesse público.

O benefício será concedido a projetos que promovam o incentivo ao estudo, à edição de obras e à produção das atividades artístico-culturais nas seguintes áreas: música e dança, teatro, circo e ópera, cinema, fotografia e vídeo, literatura e cartum, artes plásticas, artes gráficas, folclore e artesanato, história da cultura e crítica de artes, acervo e patrimônio histórico-cultural, museus, centros culturais e bibliotecas, relíquias e antiguidades, pesquisa e mapeamento. Além da aquisição, manutenção, conservação, restauração, produção e construção de bens móveis e imóveis de relevante interesse artístico e cultural. Os projetos devem ser entregues na sala do Programa Djalma Maranhão localizada na sede da Funcarte, Av Câmara Cascudo, Centro.

Fonte: Tribuna do Norte



Por Walflan de Queiroz [1930-1995], poeta potiguar.

O que é romântico não pode desaparecer da vida nem da morte.
Infelizmente da minha janela, não vejo senão um céu opaco e indiferente.
Não adianta desejar.
Violetas não resolvem meu problema.
Tudo passa e o vento de Abril leva meus melhores pensamentos.
Que náusea a vida!
Fico desgraçadamente só.
Nenhuma relação me leva ao tempo de menino.

Postado por Fernando Caldas

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A Sala Mágica do Açu


[Do site Substantivo Plural, 23.11.2010]


Por Rudson Pinheiro Soares

O Cine Teatro Pedro Amorim, de Açu, compõe o imaginário de muitas das pessoas que viveram na terra de João Lins Caldas, nos anos 80. Digo isso, para ficar só na minha geração, já que o velho cine teatro teve meu pai, de calças curtas, como freqüentador, nos tempos da energia a motor.

Eu morava na rua de trás, a Aureliano Lopo, também conhecida como a Rua do Córrego. Nas enchentes, era a primeira que alagava, como os aguaceiros de 1967 e de 1974, que vi somente através de fotografias. Depois a de 1985 e, mais recentemente, na invernada de 2008, o Vale coberto d’água, como todos viram. Mas isso é outra história…

Voltemos ao velho cinema. Em minha época, as apresentações teatrais já eram raras. O cinema era o forte. Sessões sempre de noite. Um bom filme passava três dias “encarreados”. Eu era freqüentador assíduo, amigo dos filhos de Josué, o gerente, pessoa boa e digna. Às vezes, eu nem pagava. Outras, entrava apenas para ver o Canal 100. Josué, flamenguista, adorava passar jogos do rubro-negro. Zico na tela grande era emoção obrigatória toda semana. O cinema ficava em um velho prédio, hoje, infelizmente, em ruínas. Além de histórico, era belo. Ali, vi todos os filmes dos Trapalhões. Vi Django, com Franco Nero; Vi os Trinitys Terence Hill e Bud Spencer, além de vários outros. O Desafio do Dragão, filme de Bruce Lee, devo ter visto umas duzentas vezes, já que se repetia muito os filmes e a gente gostava. O duelo final de Lee com Chuck Norris mexia com a meninada. Montávamos uma equipe de forma a contar as porradas que cada um acertava, para chegarmos a um placar. Antes de entrar nas sessões, uma passadinha nos carrinhos de confeitos, no saguão. Eu comprava sempre no de Dona Luzia.

Havia também as sessões de sábado, pela manhã, em geral com filmes de Bruce Lee. Era o dia da feira livre, que funcionava em frente, embaixo dos centenários pés de figo, até hoje de pé. Pegava a moçada que vinha da zona rural. Para os que eram analfabetos, as legendas só atrapalhavam. Mas nada que fizesse eles não entenderem a trama, pelo menos, ao jeito deles. Ao final, saíam narrando para os que não entraram, sempre com demonstrações de golpes, gritos e saltos, aproveitando a escadaria lateral do velho prédio, que, naqueles tempos, já dava sinais de fraqueza. Lembro, eu devia ter uns oito anos, assistindo a Os Três Mosqueteiros Trapalhões, na companhia do meu irmão mais velho, já adolescente. Começou um “toró” e, aos muitos, as goteiras foram deixando de ser o único incômodo. A água, em alguns cantos da sala escura, já dava na canela. Eu e meu mano, de mãos dadas, sem tirar os olhos da tela, corríamos, no escuro, procurando, digamos assim, lugares mais seguros. Vimos o filme até o fim. Nós dois e todos os que lá estavam.

Filmes nacionais era problema, em função do péssimo áudio da sala. Entendíamos pouco. Mesmo assim, ao final, saíamos contando as emoções das tramas. Os filmes passavam em Açu sempre muito depois de terem sido lançados. Para nós, era novidade. O diabo do vídeo-cassete era artigo de luxo. As projeções, que tinham Genilson no comando, na maioria das vezes, muito velhas, eram sujeitas aos cortes e remendos, sempre acompanhados de uma reação uníssona da platéia: “ladrão, fela da puta…” O anonimato da escuridão encorajava a todos. Queria ver alguém gritar na frente de Josué. O homem era bruto, apesar de ser igualmente gente boa. Quando tava com raiva, chamava os seus interlocutores de “seu casseta”. Lembro uma vez, numa exposição de quadros no saguão do cinema, havia placas que pediam para os quadros não serem tocados. Conta-se que, de repente, dois garotos com idades na faixa de nove a dez anos, passeavam as mãos nas telas, identificando casarões do Açu, já que a exposição era de quadros com vistas da cidade. “Ô seus cassetas! Fosse o pau de um burro vocês estariam passando as mãos?”

O cinema do Açu tinha algo que nenhum destes de shoppings têm. Banheiro na própria sala, de forma que dava para tirar a água do joelho sem perder muito do filme. Era a céu aberto, mas com paredes e com chão de areia, de forma a absolver o liquido que lá deixávamos. Cagar era sacanagem, das grandes. Ainda tinha a trilha sonora do Bar dos Motoqueiros, do outro lado da parede, pertencente a Tiquinho, falecido recentemente. As mulheres, quando tinham coragem, iam de duas. Uma ficava na porta, que se mantinha fechada, sob pena, caso aberta, de protestos por razões olfáticas. Os cartazes dos filmes vinham acompanhados das idades recomendadas, naqueles tempos de ditadura, chamadas de censura. Dedé, na portaria, conferia a idade da garotada. Era pela cara mesmo. Era sonho de todos nós completar 18 anos. Só assim poderíamos ver o que os cartazes chamavam de Sexo Explícito. Até lá, faltava ainda quase uma década, muitos se contentavam, inclusive adultos sem dinheiro para o ingresso, com as portas laterais que ficavam abertas, mas tinham tela de arame. Não dava para ver nada, mas, em compensação, o áudio ruim e/ou as legendas não atrapalhavam. A chegada de locadoras em Açu e os vesperais na casa de amigos para ver filmes de sacanagem acabaram tirando muitos das portas laterais do cinema e antecipando, ou melhor, fazendo com que nunca fossem a tais projeções, ao completarem a maioridade. Comigo foi assim. Uma das locadoras da cidade pertencia a familiares meus, de forma que eu tinha acesso facilitado.

Aos poucos, o velho cinema foi entrando em decadência. Em 1987, um dos últimos grandes públicos. Foram necessárias várias sessões, para dar conta de todas as pessoas que queriam ver Jesuíno Brilhante. A saga do cangaceiro fora filmada em Açu, no começo dos anos 70. O cast principal era composto de atores conhecidos nacionalmente. Mas a grande maioria era de pessoas dali mesmo, do Vale. A possibilidade de se ver e/ou de identificar os atores levou a cidade inteira ao cinema. Por essa época, o teatro voltou ao palco do velho prédio. Uma companhia de fora que apresentava sexo ao vivo. Uma novidade no Açu. Sob os protestos das freiras do colégio, a peça foi apresentada várias vezes. Teve ainda, já nos anos 90, a Espertinha, produção açuense assinada por Bago, cineasta da cidade, em razão de sempre filmar eventos, festas, competições. Ter uma câmera era uma novidade. O filme foi casa cheia durante várias noites. Eu tinha 17 anos, mas o critério era a cara, e eu entrei. A Espertinha – creio, devidamente recrutada em uma casa de recursos da cidade – roubava o comércio inteiro do Açu. Acho que foi a forma que Bago encontrou de mostrar todos os patrocinadores, dentro do roteiro. E cada loja que ela entrava, aparecia o letreiro. Ao final, a cena esperada, com um comparsa.

O velho cinema não pôde suportar as transformações produtivas pelas quais passaram o capitalismo naquele fim de século. Lembro que, por uma época, deixou de haver meia-entrada, pelo menos, só para os estudantes. “Meia para todos”, dizia o aviso na bilheteria, numa estratégia que não enganava ninguém. O preço, agora único, disfarçado de meia. Os públicos eram cada vez menores. Além de locadoras, a cidade já tinha lugares mais atrativos para se levar a namorada ou sair com os amigos. Ainda assim, cheguei a ver lá, por essa época, Ghost, com Patrick Swayze e Demi Moore, e Robin Wood, com Kevin Costner.

Em 1992, vim pra Natal, para a ETFRN. Nunca mais entrei no velho prédio. Um dia, tive a notícia, ali já não mais se projetava filmes. Na hora, não tive noção de que se tratasse, talvez, do encerramento de um ciclo. Lá, hoje, não funciona igreja, ao contrário da maioria das antigas salas de cinema, em função das migrações destes para shoppings. Tá abandonado. O teto caiu. Pelo que soube, a prefeitura o adquiriu para transformá-lo em museu. Vendo a quebradeira das locadoras, em função da pirataria, sinto-me vingado. Afinal, elas foram decisivas no processo de derrocada daquela sala mágica. Tenho certeza de que se alguém que viveu aquele período no Açu estiver lendo estas linhas, está derramando algumas lágrimas. Eu já estou enxugando as minhas.

Postado por Fernando Caldas

CHARGE DO DIA

Charge de Bello para o jornal Tribuna de Minas (MG).

Postado por Fernando Caldas

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Ex-governador diz que estão ensinando às crianças que "é bonito ser homossexual"

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[Da Tribuna do Norte, onlaine]

O ex-governador do Rio Grande do Norte e ex-vice-presidente do Senado, Geraldo Melo (PPS), também entrou na discussão sobre a homofobia. Através do Twitter, o empresário disse que as ações voltadas para o combate à homofobia ensinam às crianças que "é bonito ser homossexual".

Geraldo Melo usou o Twitter para comentar sobre questões relacionadas aos homossexuais

Afastado das disputas eleitorais desde 2006, quando foi derrotado na disputa para o Senado, Geraldo Melo sugeriu que também ocorressem campanha voltadas para evitar supostos preconceitos aos heterossexuais. "Já temos nas escolas o kit anti homofobia. Quando teremos também nas escolas o kit anti heterofobia?", questionou o ex-governador.

Para Geraldo Melo, é necessário que as campanhas educativas também mostrem às crianças que "não é feio ser heterossexual". "Estamos ensinando às nossas crianças que é bonito ser homossexual. Será que não dava pra ensinar também que não é feio ser heterossexual, ou não pode?", postou.





Por Cristina Costa

Roubei uma nota ás palavras
Por não saber
Descrever este sentir.

Leia-se narciso.
...Ou leia-se jacinto.
Ou leia-se outra flor.

Serei flor brava,
Mas é meu ser silvestre
Que em mim habita.

Já nem lembro das longas primaveras
Hoje serão quimeras, flores, amor
Ou simples fragrâncias bravas.

Por isso é que no perfil duma flor
Está também pintado
O seu perfume.

Postado por Fernando Caldas

A "FRUTILÂNDIA" DO VALE

Por Laélio Ferreira de Melo, poeta, jornalista potiguar

Desajeitado e cabreiro, a roupa já sem o vermelho da poeira da viagem no jipe, banho-de-cuia tomado na pensão de Chicó, na flor dos meus dezesseis janeiros, à porta da residência modesta, bati palmas e gaguejei o indispensável "ô de casa". Tinha uma obrigação, um dever sentimental, sagrado, uma promessa a cumprir no Assu, naquele ano dos anos 50. Visitar, saudar o dono da casa, mestre de muitos sonhos e senhor incontestável da mais úbere, abundante, edênica, maravilhosa e fértil gleba de todo o Vale´- a "Frutilândia". A incubência me fora dada por meu pai, Othoniel, anos antes convidado solenemente, insistentemente, para ser sócio, meio a meio, de um colossal empreendimento de fruticultura. Redenção econômica de toda a região, gerando riqueza, justiça social, inovando a produção de frutas, legumes, hortaliças, tudo em grande escala, gigantescas proporções. Os pobres sairiam da miséria, teriam moradia, grandes vilas operárias, escolas, assistência médica, futuro. Largariam os barões da cera, que nada plantavam, viviam em Natal jogando baralho no Natal Clube, tomando uísque, enriquecendo Maria Boa, passeando no Rio de Janeiro - impecável ternos de linho branco, lustrosos, gordos como bispos. Moderníssimas máquinas, escavadeiras imensas, dragas descomunais - rebocada desde Roterdâ - abririam largo e profundo canal, em linha reta, de Assu a Macau. Ali, mar adentro, plantar-se-iam modernos, imponentes, equipados cais, frigoríficos, grandes armazéns. Luzentes guindastes, esteiras rolantes, saciariam a fome das bocarras dos porões das grandes embarcações da própria Companhia, espalhando por Oropa, França e Bahia cajus, mangas, pinhas, araticuns, mangabas, româs, laranjas-cravo, abacaxis, maracujás - os dúlcidos e tropicais produtos do gigante complexo agroindustrial da biliardária sociedade CALDAS & MENEZES... De volta ao Assu e à dura realidade, de novo bati palmas na soleira da casinha modesta do senhor da "Frutilândia", naquela rua do Assu, naquela era dos anos cinquenta. Apareceu o amigo do meu pai, o sócio do sonho tão sonhado, tão detalhado, idealizado nas conversas dos dois. Disse-lhe quem era, fez-me uma festa daquelas, passando, suavemente, a mão na minha cachola sonhadora. Era magro, gestos nervosos, rápidos. Dando o nó na gravata, convidou-me a entrar, risonho, gentil, hospitaleiro. Calçava, notei, uma daquelas botas de feira. Calça, camisa, colete - tudo amarfanhado, encardido. Guiou-me em direção à cozinha, por uma picada, uma vereda aberta numa mata fechada de ferro-velho, pacotes de amarelados jornais e uma imensidão de garrafas até o teto - um "caminho de Santiago" que, como peregrino, perpassei, com medo de lacraia e caranguejeira. Enquanto conversávamos, ferveu água e serviu-me um café saboroso, pegando fogo, coado de um pano que devia ter uns bons anos de uso diário e constante. Na minha idade, não tinha engenho, nem arte e nenhuma tendência para falar sobre poesia ou literatura com o idealizador de "Frutilândia". Mesmo que a minha casa, em Natal, vivesse, pululasse em certos dias, cheia de literatos e candidatos a poeta, aperreando Othoniel sobre coisas de metrificação, leituras, autores e outras milongas mais - alguns deles pedindo remendos em versos de pé-quebrado. Ficava só cubando, sem pigorar, quem era besta? Sem anuência ou conhecimento do dono da casa, tinha cometido, já, no Atheneu, algumas glosas sacanas e "burilado" uns tres ou quatro sonetos decassílabos à moda de Augusto dos Anjos - coisas horrorosas... Na cozinha acolhedora, o cavaco, o bate-papo, limitou-se, pois, às notícias da capital, aos meus estudos, `saudação do "sócio" de Natal, à mútua e sincera admiração entre os dois, às amenidades. Nada sobre a "Frutilândia". Nada, também, acerca da razão social Caldas & Menezes". Ele entretanto, já na despedida - lembro bem - deu umas boas cutucadas nos políticos do Estado e de outras plagas, pilheriando, rindo com gosto, divertido. Sol descambando, da porta da sala, do início do labirinto de ferro velho, jornal e garrafa de todo tamanho e cor, veio o chamamento: "Seu João, tá na hora! ”Saímos. Era um mininote, chapeu-de-couro atolado na cabeça grande, cara de janduí. O homem bom me pediu licença e retornou aos cafundós do seu tugúrio. Voltou lépido, brilho nos olhos, vestindo um paletó tão encardido quanto o restante da indumentária. Numa das mãos, um surrado bisaco de lona; noutra, uma lazarina impecável, ajeitada mesmo - oi cano brilhando mais do que espinhaço de pão doce, a coronha envernizada, bonita como os seiscentos. O Poeta João Lins Caldas, sublime sonhador, senhor de vaticínios para o seu Vale - o sócio do meu pai! - trancou a porta capenga da casinha. Apertou-me a mão, com calor, despedindo-se. Pediu desculpas pela pressa - ia caçar! Argumentou, cavalheiro, que aquela era a hora dos preás e das rolinhas, das nambus escondidas no panasco dourado. E lá se foi, engravatado, predador solene, feliz da vida - o sonhador. O curumiaçu, secretário e cúmplice, seguiu-lhe os passos ligeiros, no rumo - presumi - da "Frutilândia", procurando a presa miúda e saborosa..."

Postado por Fernando Caldas

quarta-feira, 18 de maio de 2011

SÓ NO CÉU



Por Renato Caldas

Não encontro na terra!
Não existe no mar,
nas estrelas, nas frias madrugadas
lordadas
do luar...
No lamento do vento,
no perfume das flores,
nos sorrisos, nas dores...
Na alegria dos lares,
na branca e secular
piedade dos altares...
No riso da criança
na humildade
e bondade
dos olhos que mendigam o pão...
nos que eram cheios de confiança...
na infalível e Divina Proteção.
Eu, procuro em tudo que vive
e vejeta
no Universo,
e na emotividade sublime da canção.
É debalde!
É em vão...
Se na terra não tem,
nem existe no mar...
... Eu sei também!
Só no céu poderei encontrar
a caridade divina e abençoada,
da minha mãe...
da minha mãe amada.

Postado por Fernando Caldas

















Por Cristina Costa

Podes até dizer
que não entender
o que eu falo.

Mas jamais poderás dizer
...que não entendes
como te olho.

Postado por Fernando Caldas

Nos alpendres da memória

Tádzio França

repórter

O homem que descreveu o sertão potiguar com apuro literário e técnico ainda pouco visto até hoje, enfim teve sua vida e obra devidamente selecionadas em imagens. O resultado está no documentário “Oswaldo Lamartine: um príncipe do sertão”, que será lançado nesta quarta-feira, às 16h30, no auditório da Secretaria de Educação à Distância da UFRN (Sedis), ao lado da capela do campus. O filme é resultado de uma parceria entre o Núcleo Câmara Cascudo de Estudos Norte-Rio-Grandenses, TVU e Secretaria de Educação à Distância da UFRN.

Nos alpendres da memória
Imagens do sertanista Oswaldo Lamartine, sua obra e suas ideias são o eixo do documentário Um príncipe do Sertão, lançado hoje, com exposição de fotos de Candinha Bezerra.

Candinha Bezerra Imagens do sertanista Oswaldo Lamartine, sua obra e suas ideias são o eixo do documentário Um príncipe do Sertão, lançado hoje, com exposição de fotos de Candinha Bezerra.

A ideia do documentário partiu de uma entrevista realizada em 21 de julho de 2005 com Oswaldo Lamartine, pelos professores Humberto Hermenegildo e Vilma Vítor Cruz, respectivamente, roteirista e diretora do vídeo. A partir destas cenas, eles partiram para agregar várias informações sobre a obra do sertanista intelectual, colhendo depoimentos de pessoas que conviveram com ele, admiradores de sua obra, além de imagens de origens diversas. A entrevista foi realizada na casa de Cassiano Lamartine, filho do escritor. “Há tempos queríamos finalizar esse trabalho, mas o tempo não deixava”, afirma Humberto, coordenador do centro de documentação do Núcleo Câmara Cascudo.

O documentário tem como eixo a entrevista de Oswaldo, intercalada com trechos de cenas, imagens e palavras de sua extensa obra. “Para fazer o roteiro nos pesquisamos os livros dele, registramos as capas de livros, documentos, imagens dos acervos dos entrevistas, e fotos produzidas por Vilma, que também é fotógrafa, e por Candinha Bezerra”, explica Humberto. Entre os admiradores de Oswaldo que cederam depoimentos estão o professor Edgar Dantas, o médico e acadêmico Paulo Bezerra, os jornalistas Vicente Serejo e Woden Madruga, o escritor Dácio Galvão, e o padre João Medeiros Filho, amigo e parceiro em algumas obras.

Os entrevistados pelo documentário são pessoas que conviveram com Oswaldo e sabem delinear uma imagem póstuma de sua memória. A trajetória intelectual do entrevista é costurada aos seus depoimentos pessoais, priorizando dados de sua biografia; a amizade com escritores como Câmara Cascudo, Raquel de Queiroz e Hélio Galvão, entre outros; e a produção bibliográfica sobre a cultura sertaneja, com vasta ilustração imagética.

Entre essas imagens estão a da exposição fotográfica que faz parte do lançamento do vídeo, “Voo na Acauhan”, assinada por Candinha Bezerra. As fotos representam o universo que tanto inspirou Oswaldo, a fazenda Acauã, onde o escritor morou após ir embora do Rio de Janeiro.

A cultura sertaneja, assunto que norteou toda a obra de Oswaldo, é profundamente discutida por ele no documentário. O escritor fala de suas memórias no campo, as artes que viu e registrou, aspectos geográficos da região, e histórias das pessoas que conviveram com ele por aquelas paragens. “A intenção do documentário é divulgar mais a obra de Oswaldo Lamartine e fazer com que surjam pesquisas, pois ela é de uma riqueza que merece ser aprofundada”, afirma Humberto Hermegildo.

Exibições

Após o lançamento, “Oswaldo Lamartine: um príncipe do sertão”, poderá ser visto e consultado no centro de documentação do Núcleo Câmara Cascudo (que fica no Museu Câmara Cascudo). “Ele será destinado num primeiro momento apenas para pesquisadores e redes de ensino. Vamos distribuir algumas cópias para escolas e instituições interessadas. No futuro, vamos analisar a possibilidade de produzir um DVD para venda e deixar Oswaldo ainda mais acessível aos apreciadores de sua obra”, diz.

Docs e acervos do Núcleo

Este é o segundo vídeo sobre uma figura histórica potiguar lançado pelo Núcleo Câmara Cascudo. O primeiro foi sobre Auta de Souza. O Núcleo, que já existe há seis anos, também lançou 11 livros da coleção ‘Estudo Norte-Rio-Grandenses’, incluindo obras de Câmara Cascudo e Nísia Floresta. Esses material está registrado no portal da ‘Memória da Literatura Potiguar’, outra criação do núcleo.

Serviço:

Lançamento do doc “Oswaldo Lamartine: um príncipe do sertão”. Quarta, às 16h30, na Sedis, ao lado da capela do campus universitário.

Saiba mais...

Oswaldo Lamartine de Faria nasceu na capital potiguar, em novembro de 1919, mas foi bem longe dela, no caminho dos sertões, que construiu a sua obra. Era o caçula dos dez filhos do ex-governador Juvenal Lamartine, e começou a se interessar pelos assuntos ligados ao homem do sertão quando seu pai adquiriu uma grande propriedade em São Paulo do Potengi. A experiência lhe marcou pra sempre, sendo o eterno assunto de sua vida profissional e obra literária.

Em 1931, Oswaldo frequentou o Ginásio do Recife, saindo em 1933 para o Instituto LaFayette, no Rio de Janeiro, onde permaneceu até 38. Dois anos depois ingressou na Escola Superior de Agricultura de Lavras, em Minas Gerais, onde em 1940 tornou-se técnico agrícola. Entre 1941 e 48 administrou a Fazenda Lagoa Nova, em Riachuelo. Foi professor da Escola Doméstica de Natal, da Escola Técnica de Jundiaí, e foi pracinha durante a Segunda Guerra Mundial. Junto com a década de 50 veio a mudança para Macaé, no Rio de Janeiro, para administrar a Fazenda Oratório. Foi funcionário do Banco do Nordeste até 1979, quando se aposentou.

Após período no Rio de Janeiro, refugiou-se na Fazenda Acauã, onde morou até novembro de 2005. O sertanista começou a publicar seus escritos no final da década de 40, resultando em 21 livros que abordaram temas como o vocabulário potiguar, abelhas do sertão, conservação dos alimentos, pseudônimos e as iniciais potiguares, pescaria, construção de açudes, etc. De personalidade reclusa, passou os últimos dias, com saúde frágil, no Potengi Flat, em Petrópolis.

Faleceu em 2007, aos 87 anos.

[Fonte: Tribuna do Norte]

"VM PRODUÇÕES APRESENTA"

Postado por Fernando Caldas


















Mostre seu talento e inscreva sua poesia com o tema "A Força do Abraço" nas lojas ou no botão abaixo, até 31 de maio. As poesias vencedoras serão conhecidas numa cerimônia transmitida ao vivo pela twitcam do Twitter da Pague Menos, no dia 31 de julho. Participe.



Verifique o regulamento nas lojas ou no site e participe.Inscricao

terça-feira, 17 de maio de 2011

O BEIJO COLO

















Azul é o sonho, azul é a cor
Da ilusão do teu consolo.
Do teu querer, do teu amor
Azul é o solo!

Eu poeta e sonhador,
Fibra por fibra hoje descolo
O beijo teu, do teu rigor...
O beijo colo!

O lírio d’alma no teu colo,
Descolo o lábio do rigor...
O beijo colo!

João Lins Caldas

Postado por Fernando Caldas
Postado por Fernando Caldas


PROGRAMAÇÃO JUNINA EM ASSÚ



maio 9th, 2011 in Política

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O Executivo Assuense mostrou a programação oficial dos festejos em comemoração ao santo católico e padroeiro do município, São João Batista.



O almoço de lançamento do São João 2011 reuniu o prefeito Ivan Jr, secretários, vereadores, correligionários e imprensa da cidade do Assu.



A abertura do evento aconteceu ao vivo, após a chegada do prefeito, através da Rádio Princesa do Vale AM.











Programação na Praça São João Batista























































12/06 – Domingo -DOGIVAL DANTAS – SALA DE REBOCO



16/06 – Quinta -FORRÓ DA PEGAÇÃO- FORRÓ DA PEGAÇÃO – LUCAS SANTOS



17/06 – Sexta – FORRÓ DO MUÍDO – WALDONYS



18/06 – Sábado – FORRÓ DA CURTIÇÃO – ROBSON FARIA E BANDA



19/06 – Domingo – LEONARDO – DORGIVAL DANTAS



22/06 – Quarta – ZÉ RAMALHO – PISADA DE BAKANA – ALVIMAR FARIAS



23/06 – Quinta – VICENTE NERY E CHEIRO DE MENINA – FORRÓ RESENHA



24/06 – Sexta – TOCA DO VALE – ZÉ LIMA – FORRÓ CUBANO



25/06 – Sábado – AMIGOS SERTANEJO – FORRÓ DEIXE DE BRINCADEIRA



29/06 – Quarta – FORRÓS DOS 3 – GILMAR DO ACORDEON







Fonte: Blog Sem Comentarios









Do Blog de Aluíziolacerda

PRA QUEM CURTE O VALE DO AÇU


Imagem do Orkut de Zelito Coringa

ADIVINHAÇÃO

Por Andiére "Majó" Abreu, poeta potiguar do Açu

O que é que nasce esguia e altaneira,
Cresce raquítica se a terra é pobre,
Sempre exigente quer terreno nobre
E exige configuração linheira?...

Caracteriza o Vale, é pioneira,
Resiste pra que o caule nunca dobre,
Se já idosa é tão forte quanto o cobre,
Das árvores do Vale é a verdadeira?...

Seu fafalhar tem som audacioso
Mas já chega aos ouvidos bem gostoso
Como um sussurro amável, delicado.

Pelo seu pó macio qual veludo,
Pelo seu porte magestoso e por tudo
Quem do vale é o símbolo consagrado?...

Postado por Fernando Caldas


















Por Lilian Palmieri

Força!!!

A força que vem de DEUS,
Da natureza ao desabrochar da rosa,
A força da água,
Da águia....
...A força que vem de DEUS,
A cada obstáculo....
Vencido ou não,
Tem seu objetivo,
Aprender,crescer com eles é,
Fundamental,essencial....
Esmorecer,desfalecer??
Jamais...
A força que vem de DEUS,
Te eleva, fortalece,
Te conduz e ai tudo flui..
O obstáculo diminui,
Você aprende...
Que confiar na justiça e na,
Força que vem de DEUS...
É a tua força!!!!

DO BLOG DE JUSCELINO FRANÇA

segunda-feira, 16 de maio de 2011

PAZ


Imagem: Pensamentos, citações, poesias

Há nesta vida o que ninguém esquece
Por ser imprescindível a qualquer ser,
A sua ausência a todos entristece
Pois destroi a vontade de viver.

Distanciando-se de nós parece
Que tudo e todos vão enlouquecer,
A vida muda, a briga recendesce
Levando-nos a matar ou morrer.

Companheira inseparável da calma
Sua presença todos agradecem
Pela quietude que imprime à alma.

Ela traz harmonia e amor à terra,
Ao seu lado corações se enternecem:
Seu nome é paz, é quem acaba a guerra.

[Andiére "Majó" Abreu, poeta potiguar de Açu]



 


MEL

Por Amarilis Adelio

Canta, canta
e espanta com teu canto
todo o mal
que fere a alma...

Arranca da garganta
todo o fel,
adocica com o mel
e canta...
canta!!!

CHARGE DO DIA (JORNAL DE BRASÍLIA)


domingo, 15 de maio de 2011

MAPA DO RIO GRANDE DO NORTE NA ARTE DE CECÍLIA BARBALHO

Belo e criativo trabalho (Mapa do Rio Grande do Norte) da artista plástica potiguar açuense Cecília Barbalho que fará exposição dia 14 a 19 de junho próximo salão da Prefeitura Municipal do Açu, durante os festejos do Padroeiro São joão Batista. Estarei presente para prestigiar Cecilia e Didio, dois artistas plásticos que engrandece a arte plástica potiguar.

Postado por Fernando Caldas

RELEMBRANDO ARNÓBIO ABREU


Fotografia do blog Assu em Evidências, de Júnior Soares. Da esquerda: Juscelino França e o casal Arnóbio Abrel, no Clube do América, de Natal. A foto é de 1997. 

José Arnóbio de Abreu (Arnóbio Abreu) como era mais conhecido, era tipo baixo, voz rouca, andar curto e ligeiro, fazedor de amigos, bom de copo e de papo (por sinal ele, Arnóbio,  era afilhado de minha mãe Gelza Tavares Caldas), líder estudantil, estudou no Colégio Diocesano de Mossoró, Marista de Natal. Foi  candidato a prefeito do Assu, nas eleições de 1982 pelo PMDB com o apoio de Olavo Montenegro (responsável pelo seu ingresso na vida pública do Rio Grande Norte), perdendo para Ronaldo Soares, do PDS. Médico ortopedista formado pela Faculdade de Manaus, conviveu e foi aluno de Lídio Toledo (que foi médico da Seleção Brasileira, falecido recentemente no Rio de Janeiro). Dirigiu o Hospital Walfredo Gurgeu, de Natal e foi um dos fundadores do ITORN naquela capital, além de deputado estadual presidente da Assembleia Estadual Constituinte de 1988. (Naquele tempo, por indicação do deputado Paulo Montenegro também constituinte de 1988 eu tive a honra de ter sido Diretor e depois Subsecretário de Administração Financeira e Orçamentária daquele legislativo potiguar,  Arnóbio foi candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Lavazier Maia nas eleições de 1990. Faleceu em 2000, em Natal e está enterrado na cidade de Açu onde nasceu. Ele é nome de rua em Natal e também empresta o seu nome a uma importante adutora, além de um Ginásio Esportivo na cidade de Açu. O seu nome dignifica a terra assuense, e ainda hoje é relembrado com saudades pelos seus familiares, amigos e conterrâneos.

Postado por Fernando Caldas



Por Cristina Costa

Dei por mim a pensar
Para onde irão os sonhos
Aqueles não realizados
Aqueles tão cobiçados e desejados
Aqueles quase alcançados
...Mas que de repente se desfazem no ar.

Será que é a chuva
Caindo incessante
Tão fria e cruel
Tal qual dor lancinante

Que molha os sonhos
E não os deixa voltar?

Assim minha alma gelada
Encharcada
E destroçada
Suspira pelo calor
Do meu sonho

Que se foi.

Talvez se eu me abrigar
Se achar um lugar secreto
Cheio de amor e ternura
O calor possa voltar
E eu voltarei a sonhar.

Vou colorí-lo com tintas
Reluzentes, quentes

Pintar nele uma janela
Que se abra para o céu
Assim as estrelas podem entrar
E ajudar o meu sonhar.

Vou entrar no teu coração
Pois é esse o meu lugar
Lugar que tanto procurei
E nem percebi
Que esteve sempre aqui
Somente a me esperar.

Venham então sonhos
Voltem a me alegrar.

Postado por Fernando Caldas

sábado, 14 de maio de 2011

SOBRE O BEIJO

orkut e hi5, Beijos, homem, mulher, se beijando, recados com beijo


Ilustração e títlulo do blog.

"O beijo existe há muitos e muitos anos, surgiu como meio de defesa e não como expressão de carinho ou prazer; é praticado pela maioria das pessoas, sob diferentes aspectos, mas existem povos que nunca se beijam; os efeitos do beijo pesquisados pela dra. Martine Mourier, da Faculdade de Bobigny, na França.

Um dos atos humanos mais corriqueiros, o beijo pode ser sinal de paixão, afeto, respeito e amizade. Pode ser ainda uma demonstração de humildade ou de euforia. Mas nem sempre existiu como hoje, nem é praticado por todos os povos. E muda conforme os costumes.

Existem beijos libidinosos como os dados no colo e nas partes pudendas, ou o beijo cinematográfico, em que as mucosas labiais se unem numa expressão insofismável de sensualidade.

Embora pareça trecho de um manual de carícias, esse texto é da portaria de um juiz de Sorocaba, a 90 quilômetros de São Paulo, que em fevereiro de 1981 decidiu proibir o beijo na cidade. A repercussão foi imensa. Houve um ato de protesto chamado a noite do beijo, que apesar do nome acabou na maior pancadaria. Na época, chegou a se falar em sérios castigos para os manifestantes, caso algum juiz decidisse que beijar era praticar "ato obsceno em local público e aberto", de que trata o Código Penal. No fim, prevaleceu o bom senso e ninguém foi processado por exprimir seu carinho com beijos uma demonstração de afeto que a história e a arte registram há milênios.

No mecanismo da sensualidade, o beijo é um capítulo muito especial, por estar ligado ao próprio desenvolvimento das pessoas. Beijar, explica o antropólogo inglês Desmond Morris, autor de vários livros sobre comportamento humano, entre eles O macaco nu, "tem sua origem na relação mãe filho". Nos tempos primitivos, depois de sugar o peito, a criança recebia alimentação sólida devidamente mastigada pela mãe e passada à boca, à maneira de certos animais e pássaros. O costume ainda sobrevive em algumas tribos de várias partes do mundo. Da mesma forma como sugar o seio, esse contato tornou-se definitivamente ligado ao conforto e à segurança infantil. Acontece que beijar, como sugar, persiste na vida adulta "como um gesto de conforto fortemente associado a relações amorosas", escreve Desmond Morris.

O homem, portanto, aprende a beijar desde que vem ao mundo e foram muitos os psiquiatras e psicanalistas, a começar por Sigmund Freud, que se preocuparam em interpretar como evoluiu esse movimento originalmente voltado à nutrição e à sobrevivência para o desfrute de um prazer. Beijamos também por costume, educação, respeito ou também por mera formalidade. E as características do beijo variam segundo o que se quer expressar com ele. Uma das primeiras representações do beijo de que se tem conhecimento são as esculturas e murais do templo de Khajuraho, na Índia, que datam do ano 2500 a.C. No século IV da era cristã publica-se na Índia o Kama Sutra, considerado o mais completo tratado sexual do Oriente, atribuído ao sábio Vatsyayana.

Um capítulo inteiro da obra é dedicado ao beijo, onde se ensina, entre outras coisas, que "não há duração fixa ou ordem entre o abraço e o beijo, o aperto e as marcas feitas com as unhas e os dedos", pois "o amor não cuida do tempo ou da ordem". Apesar disso, o Kama Sutra adverte para que sejam respeitados "os costumes de um país" com o que até o severíssimo juiz de Sorocaba em 1981 concordaria. Segundo o manual indiano, o beijo pode ser moderado, contraído, pressionado ou suave. Pode ser direto, inclinado, voltado ou apertado. Existe até o beijo "despistante", que deve ser dado pelo homem, quando ele estiver ocupado.

O conselho que encerra o capítulo sobre o beijo no Kama Sutra exalta a reciprocidade: "Seja o que for que um amante faça ao outro, este deve retribuir; isto é, se a mulher o beijar, deve beijá-la; se ela lhe bater, cumpre igualmente bater-lhe". Na Grécia antiga, o beijo funcionava como um elemento diferenciador das hierarquias: os subordinados beijavam os superiores no peito, nas mãos ou nos joelhos, de acordo com o nível que possuíam. Os mendigos tinham unicamente o direito de beijar os pés dos senhores, e aos escravos só se permitia beijar a terra. Ou seja, quanto mais baixo o lugar do indivíduo na sociedade, mais ele devia inclinar-se para prestar a homenagem.

No século V a.C., o historiador Heródoto chegou a descrever os vários tipos de beijos e seu significado entre os persas e os árabes. Os persas se cumprimentavam com beijos que, como na Grécia, variavam de acordo com o nível social das pessoas. Relata Heródoto: "Quando pertencem ao mesmo nível social, as pessoas beijam-se na boca. O beijo no rosto é usado se existe uma pequena diferença entre elas".

Os preconceitos contra o beijo são igualmente antigos. No início da era cristã, outro historiador grego, Plutarco, que deixou uma imensa obra sobre os costumes na Grécia e em Roma, conta que Catão, o Censor (234 a.C.-149 a.C.), cessou o mandato do senador Pretorius Mamillus, porque foi visto beijando a mulher em público. Mas em particular os romanos nada tinham contra o beijo. O latim até registra três palavras para defini-lo:, osculum é o beijo amistoso, nas faces; basium, o beijo apaixonado na boca; e suavium, o beijo amoroso com ternura.

O beijo nas faces vem da época em que os humanos dependiam muito mais do olfato para sobreviver. Os homens cheiravam uns aos outros para saber se pertenciam a uma tribo estranha e eventualmente inimiga. Supõe-se que cada grupo devia possuir um odor característico, o cheiro do grupo. O beijo no rosto, portanto, não nasceu como expressão de carinho ou prazer, mas como meio de defesa. Talvez por isso os povos acostumados a habitar um ambiente hostil ou forçados a viver em pé de guerra virtualmente desconhecem o costume de beijar por afeto. Um provérbio sudanês adverte: "Jamais beijes quem seja capaz de te devorar".

Os esquimós, muito prudentes, resolveram o problema encostando as pontas dos narizes, enquanto mantêm os olhos abertos, vigiando a situação. Da mesma forma, o mongol apóia o nariz no rosto de seu par, conservando um cômodo ângulo de visão. Existem povos que nunca se beijam, como certas etnias africanas e os antigos japoneses. Certa vez, numa exibição de arte em Tóquio, a escultura de Rodin, O beijo, foi colocada atrás de um biombo. Diante da queixa de um visitante, o chefe de policia explicou: "O beijo é um detestável hábito europeu que nós, aqui, desejamos que não se cultive de maneira alguma".

Já os africanos, ao abster-se, estão tentando proteger sua alma, alegoricamente identificada no alento ou respiração. A boca e o aleitamento são a representação da vida e, para alguns povos, da alma também. O primeiro grito do recém-nascido é seu primeiro sintoma de vida. Assim também o homem abandona o mundo, dando o último suspiro. E Deus soprou a vida em Adão assim como nos contos de fada o príncipe devolve a vida à Bela Adormecida e a Branca de Neve, vítimas de um enfeitiçamento. Mas o beijo também pode significar a morte. Segundo as regras da Máfia, quando algum membro do grupo trai seus pares, um parente é encarregado de lhe dar um beijo ritual na boca, indicando a vítima cuja execução foi aprovada pelo chefão.

Na França de Luis XIV, o Rei Sol (1638-1715), foi instituído o uso do beija-mão, que no começo obrigava os homens a inclinar-se para beijar as mãos das damas. Na verdade, muitos altos funcionários e nobres da corte nunca aprovaram o costume: achavam humilhante fazer uma reverência diante de pessoas que lhes poderiam ser socialmente inferiores. Assim, eles inventaram uma regra que não iria romper totalmente com o protocolo aproximavam a mão das senhoras até a boca e a apertavam uma ou mais vezes, operação que não os impedia de continuar retos e com sua vaidade ilesa.

Esse gesto, em nossos dias, perdeu seu significado quase por completo, em parte como resultado da diminuição na desigualdade de tratamento entre os sexos. Continua a ser usado apenas em altas esferas sociais, como um formalismo destinado a mulheres muito importantes. Os únicos beijos que permanecem, na boca ou nas faces, são os que indicam igualdade, que se dão sem que seja preciso que uma das pessoas se abaixe. Assim se beijam os amigos, os companheiros de luta, os políticos, os esportistas, os casais e também os membros de uma mesma família.

Imortalizado nas artes como uma celebração mágica e romântica, foi com o cinema que o beijo tomou conta do mundo. Em 1896, numa pequena sala de projeções de Los Angeles, nos Estados Unidos, diante do olhar estupefato de 73 espectadores, os artistas May Irwin e John Rice beijaram-se durante quatro longos segundos. Foi um beijo explosivo, filmado em primeiro plano. Todas as associações femininas de defesa da moral e dos bons costumes dos Estados Unidos incitaram então o boicote ao filme; a imprensa também censurou o que chamou de moral de taverna. Mas Hollywood insistiu e em 1926 chegou às telas o filme Don Juan, onde o ator John Barrymore dá 191 beijos em diversas atrizes, um recorde ainda não superado no cinema.

Mas, durante muito tempo, Hollywood foi obrigada a dosar cuidadosamente as manifestações de afeto, por causa do código Hayes, um rígido conjunto de normas sobre o que mostrar e o que esconder nas cenas de paixão. Não podendo exibir tomadas de corpos ardentes, os cineastas aprenderam a usar o beijo como metáfora. As imagens seguintes ao encontro de bocas eram as ondas do mar se desmanchando na areia ou batendo contra rochedos, uma lareira crepitando ou ainda o vôo de uma ave. E todo mundo entendia que o beijo era o começo e não The End."

[super.abril.com.br]

Postado por Fernando Caldas












QUERO-TE


Imagem: Pensamentos, Citações, Poesias

Quero-te. Vem. As carnes palpitantes
A forma nua onde a beleza mora...
És tu. Quero-te assim. Meu corpo implora
A graça que desce dos contornos...
Trêmulas as mãos e os lábios mornos.

João Lins Caldas

CHARGE DO DIA

random image
Do Charge Online - Hoje no Super Notícia (MG)
Postado por Fernando Caldas

sexta-feira, 13 de maio de 2011




Lilian Palmieri

Inspiração!!
De onde vem nossa inspiração??
De uma canção...
De um momento de alegria,
De euforia...
...ou de uma alma ferida??
DE onde vem nossa inspiração??
Do gesto puro de uma criança,
A inspiração vem,flui....
Sem marcar hora,
De dentro pra fora...
A inspiração vem do coração,
E passa as suas mãos....
Sem explicação.
De onde vem nossa inspiração??

Postado por Fernando Caldas


Por Cristina Costa

Saudade.
saudade é
O que sinto!

...Saudade de um amor perdido
Talvez proibido
Lindo porém bandido!

Saudade,
saudade é
O que sinto!

A vida passa
por mim e por ti
passa …

Saudade,
saudade é
O que sinto!

NAS ASAS DE NÚBIA LAFAYETTE

Para Lécio Arruda

Por Pedro Simões

Ela estava mais para borboleta do que para mariposa. Na verdade não lhe atraíam as luzes, nem se deixava encandear pelos inevitáveis luzeiros. Era trêfega, é verdade. Melhor dizendo, era esvoaçante, e nisso ela ultrapassava a borboleta e alcançava o beija-flor ou a abelha, perigosamente próx...ima da mariposa.

Gostava de se soltar pelos espaços à procura de nada em especial, apenas se soltava, como as folhas se desprendem das árvores, talvez para avaliar a gravidade, experimentar a aventura, a soltura até o solo, mesmo sabendo que um dia seria menos que um vegetal, adubo.

Chamava-se Núbia, homenagem que o pai prestara à sua cantora predileta, aliás, preferida por três de cada cinco habitantes da gloriosa freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Rio dos Homens. Os outros dois ou eram doidos ou moucos.

Ao lado de sua casa, morava um rapaz, a quem a mãe havia dado o nome de Adelino. Como tinha a mesma idade da moça, quem sabe não tivesse sido uma resposta musical ao vizinho pai de Núbia? Ou seria coincidência demais: Adelino (Moreira) e Núbia (Lafayette). O compositor que abriu o caminho do sucesso à cantora que, em contrapartida, deu mais colorido às canções do grande compositor.

Afinal, estava na moda os duelos musicais. E Dalva de Oliveira não dava publicidade às brigas de amor com Herivelto Martins? Vivia -se a Era do Rádio.

.Voltando ao fio da meada, por acaso o moço se gabava, mais do que de fato era possuidor, de uma bela voz. E se considerava a versão masculina da cantora, já que utilizava o mesmo repertório da consagrada intérprete. Faça-se justiça, até que ele se esforçava para dar à sua voz a mesma emoção e o mesmo timbre da artista, embora ficasse nos graves e não chegasse à notável interpretação da cantora. Dava pro gasto. Enganava bem.

Toda noite, à exceção das segundas feiras, apresentava-se no “Céu Azul”, uma das boates mais concorridas da ZBM de Conceição. Lá, era teúdo e manteúdo da veterana Maria C... de Ferro, dona da casa noturna. Não negava a condição de sustentado por mulher, ao contrário, ostentava o título com muito orgulho.

Tanto aceitava a carapuça, que adotara a postura e o visual dos cafetões da época: óculos escuros, costeletas largas que desciam pelas mandíbulas, bigode fino, cabelo cruzado “ponta com ponta” caindo pelo pescoço e colado ao couro com brilhantina (ou vaselina?) e dedos anelados. Usava as calças folgadas e ajustadas abaixo da cintura. Camisa de cor fixa impecavelmente engomada. Sapatos lustrosos de bico fino.

Adotava um ar enfadado de quem ainda lutava para despertar, sabe como é: alguém com os olhos semicerrados, às vésperas de um bocejo e o aspecto de quem não está ainda ligado com o dia. Ou, como hoje se diz – não estava nem aí...

As moças de bem de Conceição o olhavam atravessado, de cobiça ou desdém, mas não se aproximavam do cantor.

No entanto, predestinada pela vizinhança da parede-meia, Núbia sentia arrepios de prazer quando o via caracterizado com a roupa e pose de “gostoso” casual. Para ela, havia uma languidez insinuante naquele olhar morno. Quando ele a olhava, acidentalmente, ela se sentia queimar por dentro, feito fogo de monturo que queima sem arder, mas a deixava em cinzas.

Se o rapaz notava as atenções da jovem, não dava a menor importância.

Um dia, ela não conteve o impulso de achegar-se ao amado.

Deu-se que ele ensaiava o clássico “Coitada de você, meu ex-amor...” (assim, no feminino que ele não fazia concessões à macheza – já não era suficiente assumir esse lado feminino de “cover” de uma cantora assumidamente fêmea?) E botava alma na interpretação. Estava afim de mulher, num cio másculo. Não necessariamente da vizinha.

O coração de Núbia começou a bater descompassado e o sangue, talvez por isso, aligeirou-se e alvoroçou a cabeça. Não pensava direito, o juízo soltou-se das amarras de moça burguesa provinciana. Estava decidida a cometer loucuras.

Não contou conversa. Bateu na porta do vizinho e foi o próprio cantor quem a recebeu. Abraçou-se ao sufocado amor. O rapaz, logo que superou o susto, rendeu-se ao ardor da companheira. Afinal, Núbia não era de se jogar fora, era uma flor roceira, sem perfume nem desenho especial, mas bela assim mesmo. Simples e naturalmente bela.

Quanto à rapariga (no bom sentido) ela própria se desconhecia. Era toda paixão, dessa que arranha, morde, agarra, oferece a língua, lambe, abre as pernas e deseja penetração.

No início, o rapaz respondeu à altura aos estímulos. Depois (e até hoje não tem explicação) o seu entusiasmo murchou, literalmente. Núbia já estava sem as calcinhas, antegozando o prazer da entrada triunfante do seu deflorescedor. Olhou estarrecida para o parceiro, sem acreditar naquele esmorecimento.

O ardoroso cafetão estava com expressão abobalhada. Juraria, e seria verdade verdadeira, que não entendia o que estava acontecendo. E, num repente inesperado e por isso patético, chorou. Chorou, chorou, soluçou de tremer o corpo e desejar morrer ali mesmo.

A quase deflorada não se apiedou. A sua frustração cresceu tanto, que ficou maior que a piedade.

Olhou-o nos olhos, implacável

- Brocha!

E mais não disse.

(Adelino continua fazendo sucesso como cantor e como garanhão das mulheres damas de Conceição. Mas nunca mais encarou a Núbia profana e impiedosa, que deu para cantar diariamente, logo que acordava: “Coitado de você, meu ex-amor” – no masculino, com toda ênfase no “coitado”)

(Crônica do meu livro, inédito “Armadilha para pássaros e caçadores”)

Postado por Fernando Caldas

SENHOR

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Por João Lins Caldas

Senhor Jesus, abrange a minha vida para tirá-la de todos os pecados
Acesas sobre mim as tuas gloriosas cinco chagas iluminadas,
Dá-me das tuas mãos, com os cravos dolorosos
A benção eterna do Teu nome.

Mas senhor, se fora de mim eu não conheço felicidade,
Se a minha felicidade se distancia de todos os outros pólos consagrados,
E a minha felicidade é, única, a minha felicida,
Morta a minha felicidade,
Morta a minha felicidade, já que os assassinos m'a mataram,
Tu, Senhor, para me ressuscitares a minha felicidade?

Eu convenci-me, Senhor, que fora das nossas há outras estradas,
Sadias aos nossos pensamentos, vivas às nossas verdades...
Ah! Senhor, a minha única verdade
A verdade única do meu pensamento.

Mas Tu, Senhor, da tua força podes talvez também me dar a única verdade.

Postado por Fernando Caldas

Por Cristina Costa

No olhar se revela
Tudo aquilo que se sente
O que se esconde de mais íntimo
O que se deseja intensamente.

...A alegria transparece
Nos olhos com seu brilhar
A tristeza não se esconde
Tira o brilho do olhar.

Ainda que o rosto consiga
Enganar e disfarçar
O brilho que vem dos olhos
É a alma a respirar.





quarta-feira, 11 de maio de 2011


 
Por Cristina Costa
 
Eu quero
Não sei se o que quero
É certo ou errado.
Se quero o perfeito
Ou a imperfeição.

Eu só quero
O meu anjo
De pele morena,
E olhos de mansidão.

Quero amar e ser amada
Como musa delicada
Possuída e encarnada
Como fera indomada
Numa doce e louca paixão.Ver mais

Postado por Fernando Caldas

Não se iludam meus amores, eu não pertenço a ninguém,
eu sou do vento, do mar, do céu, do tempo...
Fechei meu coração pra balanço e o resultado não foi nada agradável:
Estou falida!
Pois bem.
Fechei meu coração e joguei a chave fora.

Luna.

(Do blog Emoções e Solidão) 

PARTICIPE DO 1. CONCURSO LITERÁRIO PAGUE MENOS

PagueMenos
PagueMenos

PagueMenos

Postado por Fernando Caldas

Pelos ares - Mariano Tavares - Músico potiguar de Açu

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...