sexta-feira, 19 de agosto de 2011

ESTA NOITE, EM TEUS OLHOS

E te encontrar junto ao mar.
Te olhar assim em sombras,
E não te esquecer jamais,
Pois guardas em teus olhos,
A brancura dos barcos e dos cisnes.
Sofrer, por saber, que, sob pálpebras
Tão serenas, dormem crepúsculos massacrados.
Não, esta noite, em teus olhos
Vejo reduzidos lagos,
Enquanto ao longe, sinto o mar tecer uma lenda,
Sobre o nosso misterioso silêncio.

Por Walflan de Queiroz, poeta potiguar


RELEMBRANDO PALMÉRIO FILHO

Palmério Filho [1874-1958] descendia das familias Caldas e Soares de Amorim, do Assu. Vocacionado para o jornalismo fundou em 1897, o.jornal A Semana. Pouco tempos depois o jornal intitulado A Cidade, em 1901 que circulou durante pouco mais de vinte anos noticiando a literatura, o humor, o cotidiano. Cujos jornais eram impressos na tipografia de sua propriedade. Palmério dava-se também o gosto de versejar que começou ainda na sua adolescência. Brilhante orador. Como poeta escreveu sonetos de boa qualidade. Pena que seu nome deixou de estampar em letras vivas num parque infantiu [que Costa Leitão construiu quando prefeito da terra assuense, desativado no começo da década de setenta] onde hoje está assentado o Banco do Nordeste, além de uma biblioteca pública. O certo é que aquela figura ilustre está esquecida na terra onde nasceu e de onde nunca saiu. Palmério Amorim morreu aos 84 anos de idade. É de sua autoria o amoroso soneto seguinte:

Quando sozinho contemplei ardente
Estes teus lábios virginais, risonhos,
Minha alma, às juras de amor, descrente
Viu-se enlevada num pomar de sonhos

Uma esperança, uma ilusão fagueira
Que al homem inculte natural ardor
Veio hostimente pela vez primeira
Dentro em meu peito - semear amor.

E desde então um sentimento sério
Uma paixão descomedida e ardente
Veio alterar o meu viver sidério

E hoje ausente de teu seio amado
Meu ser tristonho, pesaroso sente
Quando padece um coração magoado.

Postado por Fernando Caldas

NO PAÍS DE MOSSORÓ

Agnelo Alves [ Jornalista  ]
 
Vilegiei o "País de Mossoró" e arredores, como se costuma chamar carinhosamente e com respeito a capital oestana. Não sei se é porque procedia de Natal, mas a sensação que colhi, logo na estrada, nas proximidades da Cidade, é a de que estava numa sala de visita. O chão limpo. A grama bem cuidada, como se fosse um tapete. A iluminação pública perfeita, sem excessos e sem escassez. O trânsito fluindo normalmente. As pessoas andando tranquilas, sem medo, me acudindo a curiosidade de repórter: "Ué, que cidade é esta?" Logo alguém no carro respondeu: "Não é apenas uma cidade, é o País de Mossoró". 
 
Não conheço nenhuma pesquisa sobre a avaliação da administração da prefeita Fafá Rosado. Já estava concluindo com meus próprios botões, quando cheguei à Feira do Livro na sua sétima edição anual, numa iniciativa dos confrades Osni Damásio e Rilder Medeiros. Supunha uma coisa mais íntima, reunindo apenas e suficientemente a colônia dos intelectuais e leitores mais ávidos. Como se questiona popularmente: "Qual o quê?" Uma multidão com informação corrente de oito mil a dez mil pessoas, visitando a Feira diariamente, desde as primeiras horas da manhã, até a noite.
 
Começo, então, a entender as coisas, a geografia da capital oestana, o estado de espírito dos mossoroenses, a nítida vocação política, como fatores que impulsionam e dão sustentabilidade à cidade, o seu desenvolvimento retumbante. Todo um estado de espírito, diria ufanista, dos mossoroenses e que se transmite e se incorpora aos visitantes como eu, que praticamente assisti ao seu surgimento mais efervescente, quando o angicano Aluízio Alves empolgou Mossoró, fazendo nascer um movimento entre as mulheres, logo chamadas de "Senadoras".

Não cheguei a estar com Edith Souto e Soutinho. Lamento. Mas lá estavam Ester e Rose, inquebrantáveis. Quantas vezes nos antecederam nas viagens. As grandes passeatas. A praça do Codó. Três dias e noites, rua a rua, o empate técnico, a leitura da última pesquisa que levei no minuto final da campanha com a interpretação correta do empate. O desempate só seria possível com a conquista de setores da área rural. Mas, como? Se a partir daquele instante estava encerrado o prazo legal? Contrariando todos os médicos, além de todos os amigos e familiares, menos a mim que o entendia, Aluízio disse e cumpriu: "Vou lá, de casa em casa". E foi na área rural que a eleição foi decidida, voto a voto, até a última urna.

Chegando ao hotel, já tarde da noite, quase pela madrugada, o sono se mantendo à distância, o pensamento trepidando por um instante com recordações do que vira e até participara. A cidade bem cuidada, na visita à casa de Fafá e Leonardo, o primeiro pensamento novamente me ocorrendo, as ruas como sala de visita, sem sequer uma ponta de cigarro jogada no chão. Os estudantes, durante o dia e a sociedade em geral, no horário da noite, frequentando a "Feira do Livro".

Parabéns à prefeita Fafá Rosado por Mossoró.

Fonte: Tribuna do Norte, 14.8.11

terça-feira, 16 de agosto de 2011

 
Falta!!
Ah!! Que falta...
Do seu olhar de carinho,
Do aconchego...
Como uma ave no ninho,
Ah! Que falta do seu abraço,
Um entrelaço sem fim...
Dos beijos apaixonados,
Sem palavras... Somente,
Carinho infinito, ardente,
Como a brasa que arde,
Na lareira preparada,
para o amor...
Ah! Esse amor verdadeiro,
Nem por um segundo foi esquecido,
Apenas embalado,
Em um sonho. Adormecido,
Onde estás que não acordas?
Porque esta espera?
Espera?
Tempo?
Amor?
Onde esta você?

SEMINÁRIO VERÍSSIMO DE MELO

De 22 a 26 de agosto será realizado o Seminário Veríssimo de Melo, das 9 às 12:00 hs. abordando Literatura de Cordel, Religião, Literatura do Rio Grande do Norte, História. As paletras (no auditório do SESC, Centro de Natal) serão proferidas por Dorian Gray, José Augusto Júnior, Diógenes da Cunha Lima, Roberto Lima, dentre outros. Os participantes terão direito a certificado 16 horas.

Maiores informações procure a FUNCART, avenida Câmara Cascudo, 434.

Postado por Fernando Caldas








VM PRODUÇÕES APRESENTA EM ASSU "O MELHOR DO HUMOR CEARENSE"

SOBRE THEODORICO BEZERRA

Theodorico Bezerra [1903-1994], além de comerciante foi grande pecuarista, deputado estadual em várias legislaturas, deputado federal, candidato a senador em 1965, quando perdeu para monsenhor Walfredo Gurgel que , como ele, Theodorico, pertencia ao PSD - Partido Social Demorcrático. Pela razão de ter perdido a eleição para Walfredo Gurgel, respondeu ao ser indagado certo dia, numa entrevista jornalística: "Fiz tudo para ter o Padre como companheiro de disputa das vagas no senado. Desejava ver dois pedessistas vitoriosos, porém esqueci que tem mais capelas, igrejas e santuários que diretórios do PSD. E o padre teve mais votos do que eu."

É de autoria do major Theodorico Bezerra, as sábias frases adiante transcritas, para o nosso deleite:

A vida é de quem acorda cedo, fala pouco, anda ligeiro que é para não perder tempo.

A luz que vai na frente é a que mais clareia.

Pensar para acertar, calar para resistir, agir para vencer.

Aqui ninguém parado. Até na hora da morte esteja lutando.

Política é feito de tudo que é bom: música, foguetão, dança, flores...

O homem que nunca errou foi aquele que não fez coisa alguma.

Afinal, se "em política feio é perder", Theodorico naquela sua visão coronelista entendia que em política tudo era válido: "ameça, suborno, pedido humilde, favores, traições, tudo".

Postado por Fernando Caldas







segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Amar de qualquer jeito não vale a pena. Meio amor não preenche. Meio carinho não... satisfaz. Meio abraço não acolhe. Meia atenção não resolve. Quem ama quer amor, mas amor tipo de verdade. O que não preenche, faz permanecer o vazio. Quem se ama, já tem muito. Mas quem quer amar, não deve aceitar o que não faça feliz. De migalhas ninguém deveria viver. Amor para ser bom tem que ser completo, que amanheça já presente na lembraça, cativo em plena liberdade, feliz por estar feliz e fazer feliz. Quem se propõe a compartilhar, que seja bem feito, com laços coloridos que abraçam sem apertar. Amor tem gosto de amizade, de lealdade, de confiaça e respeito. Amor tem perfume de afeto, de compreenção, de alegria e paixão. Amor é sublime, divina inspiração que a muitos redime, trazendo luz ao viver.

De: MC - através do seu Facebook

sábado, 13 de agosto de 2011

O GUAPORÉ TEM JEITO!


Por Pedro Simões, professsor e escritor

A Casa grande do Engenho Guaporé, convertido em Museu Nilo Pereira, um dos cartões de visita de Ceará-Mirim, objeto do descaso e da depredação do seu acervo, tem jeito, segundo parecer informal da equipe técnica que a ACLA trouxe do Recife, depois das prospecções realizadas no próprio local.

Os três técnicos, Rozze Domingues e Carlos Ishigami (arquitetos) e Sandra Ishigami (res...tauradora e historiadora), que administram um projeto de restauração da arte sacra pernambucana, avaliado em 30 milhoes de reais, nos apresentaram até um esboço de anteprojeto que prevê a ampliação do sítio histórico, a criação de um "em torno" da casa, sem contar com obras de restauração da casa e da capela.

Detalhe curioso é que o Prefeito Antonio Peixoto, avisado pelo seu serviço de "inteligência", dirigiu-se ao local e lá foi entrevistado pelo arquiteto Carlos Ishigami que gravou todo o depoimento do chefe do executivo municipal.

A pergunta que não quer calar: sendo viável a restauração e o projeto de revitalização desse patrimônio, importantissimo para qualquer iniciativa turística no município, por que ninguém tomou a iniciativa para a sua concretização?

Com a palavra o responsável pelo tombamento e preservação - a Fundação José Augusto - e a Prefeitura Municipal de Ceará-Mirim, vinculada à obrigação de manter o próprio do município.

Vamos prosseguir. Ainda este mês, os orgãos culturais de Macaíba e a ACLA vão pedir uma audiência com a Governadora e a Secretária da Cultura para negociação de alguns projetos de interesse comum, especialmente o do Guaporé, com uma nova formatação.

CEARÁ-MIRIM TEM JEITO. com inteligência, persistência e amor à terra.

[Texto do Facebook do autor]

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

‎"Que dias há que n'alma me tem posto 
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê."
(Luis de Camões)
[Do FB de LP]

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Fotógrafo assuense premiado no sul do Brasil


Jean Lopes é um dos premiados no Concurso fotográfico Cidade de Santa Maria/RS. Um registro urbano feito em sua terra natal mereceu o terceiro lugar. Marca registrada do fotógrafo assuense, o trabalho escolhido é rico em cores e tem a técnica apurada.

O Cidade de Santa Maria é um dos mais tradicionais concursos de fotografia do Brasil e é promovido anualmente pela prefeitura do municipio gaúcho que é conhecido como cidade universitária. Essa 33ª edição contou com a participação de 592 trabalhos e distribuiu um total de R$ 6 mil em premiação.

Dono de um currículo de muitos prêmios, dentre os quais dois Leica-Fotografe (um dos mais importantes da América Latina) Jean Lopes já ganhou quatro vezes em primeiro no Santa Maria. Na edição desse ano emplacou sua foto "Varre, varre" em terceiro lugar.

Postado por Fernando Caldas



PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...