segunda-feira, 5 de agosto de 2013

HISTÓRIA

REMINISCÊNCIAS  

1901- 08 de dezembro – Surgiu o primeiro número do Jornal “A Cidade”. Tinha como diretor e proprietário o jornalista Palmério Filho, redator Francisco Amorim, gerente Otávio Amorim. (Silveira, 1995).  

1902 – Chega ao Assu o Carnaval de Rua, com o bloco: “Clube dos Oito”, do qual participavam: Adolfo Carlos Wanderley, Enéias Caldas, Lucas Wanderley, Pedro Custódio, Luís Carlos Felipe (filho), João Sizenando Pinheiro, Joaquim de Sá Monteiro e Manoel Ferreira Coelho. ((Amorim, 1982: 30).
      Nesse mesmo ano, pela primeira vez, teve a sua exibição o “Clube do Valete de Ouro”, pertencente à mocidade. Publicaram um jornalzinho em edição especial.  

1903 – A Igreja Matriz de São João Batista sofreu vultosos reparos, ocasião em que foi reconstruído o altar-mor, por iniciativa do Padre Irineu Otávio de Sales. (Graúna; 1995).

1904 – Houve uma seca arrasadora, causando prejuízos imensos para a economia. E uma emigração significativa abalou, profundamente, a população economicamente ativa do Estado. Conforme estatísticas apresentadas por alguns historiadores potiguares, afirmam que 15.647 pessoas emigraram, sendo 12.684 para o Norte e 2.936 para o Sul do país.

1905 – Um calculo feito em 1905 estimava em Assu uma população em 12.511 habitantes. (Amorim, 1929; 10).

1906 / 19 de fevereiro – Por determinação do padre Antonio Brilhante de Alencar, aMatriz de São João Batista sofreu a demolição dos espessos e enegrecidos paredões que formavam o caixão da Matriz, tendo assim, iniciado uma reforma geral, com arcadas escadas e coro. O templo ficou com “aparência bela e majestosa”. O encarregado do serviço foi o pedreiro Sebastião Fernandes Vieira, percebendo cinco mil réis por dia e os operários um mil réis. (Graúna, 05; 1995).

1907 - 21 de outubro - Nasceu em Assu, Aldemar de Sá leitão - filho de Joaquim de Sá Leitão e Maria Caldas de Sã Leitão.

1908 - 03 de outubro – O Jornal A República informa que o Rio Grande do Norte participou da Exposição Nacional de Produtos. A Produção de Cera de Carnaúba do Estado era de 324.500 quilos e que o Assu sozinho produziu 160 mil quilos. (Silveira, 1995: 85).
1909 - 07 de julho – Nasceu em Ipanguaçu João Jacinto de Oliveira (Professor). Professor pela Escola Normal de Mossoró. Exerceu o magistério em Assu, Santana do Matos, Luis Gomes, Apodi, Alexandria e Natal. No Assu foi diretor do jornal “O Labor”. Faleceu no dia 07 de setembro de 1941. Em Assu existe uma Rua no Bairro Dom Elizeu que leva o seu nome. 

1910 – Ocorreu a Colação de grau, em odontologia, do Sr. Francisco Câmara Caldas – Primeiro assuense a alcançar este título.
DO: Assu - A História Cronológica - Ivan Pinheiro (inédito).
Ainda bem que o amanhã leva as lágrimas,
revigora sonhos e deixa coisas no passado.

Patrícia Rocha
Liduxa

De: Doce Mistério.


"O primeiro milagre de Francisco". Por Ricardo Noblat

Perdoemos os que erram e confessam seus pecados. E os ajudemos a trilhar outra vez o caminho do bem.

A essa altura, quantas pessoas não revisam seu modo de vida depois do que ouviram do Papa Francisco?

Quantas não seguraram o choro diante daquela figura simples, amorosa e completamente desprovida de medo?

E quantas não choraram, e talvez ainda chorem, tocadas pela infinita bondade que emana dele?

Não sei se o governador Sérgio Cabral, do Rio, tem de fato religião. E se a pratica com moderação ou afinco. Também não sei dizer se é uma pessoa que se comove com facilidade. Sei que não somos mais perfeitos ou imperfeitos do que ele. E que pelo menos por enquanto deveríamos acreditar no que repete desde a passagem do Papa.

Quando nada porque "é preciso reabilitar a política", como ditou Francisco. E só se reabilita a política reabilitando-se os políticos.

Com a popularidade reduzida à microscópica marca de 12% de ótimo e bom, Cabral bateu no peito outro dia em sinal de arrependimento e disse: "Sou cristão. Nunca fiz uso da religiosidade para minha vida pública. Mas como governador e ser humano, o Papa muito me tocou".

Foi além: "Acho que estava trabalhando mal determinadas questões. Estava me faltando autocrítica. Cometi erros de diálogo, de incapacidade de dialogar, que sempre foi a minha marca".

Perguntaram sobre as manifestações contra ele. Cabral respondeu, modesto: "Acho que da minha parte faltou mais diálogo, uma capacidade maior de entendimento e de compreensão".

Para emendar em seguida de maneira um tanto confusa: "Não sou uma pessoa soberba, que não está aberta ao diálogo. Para mim a democracia é um bem intangível". E concluiu: "Ouço com muito prazer as críticas da opinião pública".

Ouvir só não basta.


Leia a íntegra no blog: http://goo.gl/aaV17I


Foto: AFP
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domingo, 4 de agosto de 2013

Matança - Poema de Ariano Suassuna

Cipó caboclo tá subindo na virola
Chegou a hora do pinheiro balançar
Sentir o cheiro do mato da imburana
Descansar morrer de sono na sombra da barriguda
De nada vale tanto esforço do meu canto
Pra nosso espanto tanta mata haja vão matar
Tal mata Atlântica e a próxima Amazônica
Arvoredos seculares impossível replantar

Que triste sina teve cedro nosso primo
Desde de menino que eu nem gosto de falar
Depois de tanto sofrimento seu destino
Virou tamborete mesa cadeira balcão de bar
Quem por acaso ouviu falar da sucupira
Parece até mentira que o jacarandá
Antes de virar poltrona porta armário
Mora no dicionário vida eterna milenar

Quem hoje é vivo corre perigo
E os inimigos do verde da sombra o ar
Que se respira e a clorofila
Das matas virgens destruídas vão lembrar
Que quando chegar a hora
É certo que não demora
Não chame Nossa Senhora
Só quem pode nos salvar é

Caviúna, cerejeira, baraúna
Imbuia, pau-d'arco, solva
Juazeiro e jatobá
Gonçalo-alves, paraíba, itaúba
Louro, ipê, paracaúba
Peroba, massaranduba
Carvalho, mogno, canela, imbuzeiro
Catuaba, janaúba, aroeira, araribá
Pau-fero, anjico, amargoso gameleira
Andiroba, copaíba, pau-brasil, jequitibá


Dois tubarões foram capturados neste domingo pelo barco de pesquisa Sinuelo. Eles estavam nas proximidades do edifício Acaiaca, um dos pontos mais movimentados da praia de Boa Viagem.

Com estes, já são oito os animais capturados desde o último registro de ataque.

http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/vida-urbana/2013/08/04/interna_vidaurbana,454222/dois-tubaroes-capturados-na-altura-do-edificio-acaiaca-em-boa-viagem.shtml

sábado, 3 de agosto de 2013

ACERVO COM 27 MIL CARTAS DE CÂMARA CASCUDO É DIGITALIZADO EM NATAL

Publicado em 23/07/2013

Daliana Cascudo, neta do folclorista Câmara Cascudo, com uma carta original do acervo do seu avô
Daliana Cascudo, neta do folclorista Câmara Cascudo, com uma carta original do acervo do seu avô
Folclorista morreu há 27 anos e deixou vasta obra literária.
Material em formato digital ficará disponível a pesquisadores
Fernanda Zauli/ G1 RN
Um acervo com 27 mil cartas de Câmara Cascudo foi digitalizado e será disponibilizado para consulta a partir de agosto pelo Ludovicus – Instituto Câmara Cascudo.  São correspondências enviadas e recebidas que revelam os laços de amizade entre Cascudo e pessoas de renome como Mário de Andrade, Monteiro Lobato, Assis Chateaubriand, Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, dentre tantos outros.
As cartas datam a partir de 1920, quando Câmara Cascudo tinha apenas 20 anos, e estão em ótimo estado de conservação, guardadas e organizadas no Instituto. A digitalização de todo esse acervo começou em 2010 e o grande número de volumes fez com que o trabalho demorasse mais que o previsto. “Nós não tínhamos o número exato de cartas e estimávamos em 15 mil, mas com a digitalização vimos que tínhamos muito mais”, disse a neta de Cascudo, Daliana Cascudo, responsável pelo Instituto que funciona na casa onde o professor, historiador e pesquisador morou.
A digitalização foi desenvolvida pela empresa MaisDocs e contou com a dedicação dos historiadores Rafael Fernandes Pimentel e Joás Souza de Abreu. “É um trabalho minucioso porque as cartas são muito delicadas e por isso é um processo demorado”, disse Rafael. Para Joás, a complexidade estava na identificação dos autores das cartas enviadas a Cascudo. “Muitas cartas têm apenas uma rubrica e foi difícil identificar alguns autores. Em muitos casos foi possível identificar os autores ao ler as cartas”, disse.
Para o diretor da MaisDocs, Leonardo Solha, que entrou como parceiro do projeto, a realização é perpetuar a obra de Cascudo em formato digital. “Foi um trabalho bastante complexo, mas que vai perpetuar parte da obra desse mestre da cultura popular”, disse.
O acervo digital das cartas de Cascudo será lançado no dia 30 de julho, data em que completa 27 anos de morte do folclorista.
Câmara Cascudo
Historiador, estudioso,  jornalista, advogado e folclorista, Câmara Cascudo  nasceu em 1898, época em que a capital potiguar se resumia a poucas ruas e pequena população, como descreve o livro História da Cidade do Natal, escrito pelo próprio. Hoje, Cascudo é nome de rua, de avenida, loteamento, agência dos Correios, agência bancária, museu, biblioteca e livraria – um verdadeiro monumento da cidade.
camara-cascudo2
Em Natal ele nasceu e permaneceu por toda a vida. Morreu em 30 de julho de 1986. “Ele não quis se mudar de Natal nem para assumir uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, posto sonhado por tantos escritores e prestígio difícil de alcançar. E se recusou por amor ao chão, ao local onde nasceu”, lembrou Daliana, neta de Câmara Cascudo.
















"Solilóquio que alucina
ao diálogo excomunhão
Noite adentro a ausência
vã ausência que abrasa
Brasa viva que calcina
o espaço*tempo da paixão."


ReinatOliveira

De: Decorações de Apartamentos.
Desnudada pela chuva

Caminhas desnudada,
pela chuva que te purga
Percorres veredas no tempo,
açoitada pelas águas caprichosas
cuspidas pelos céus
Face que banhas num líquido gélido
De uma vida que te habita
Percorres teus caminhos solitários
Sentindo as gotículas de Zeus
Fundes-te na noite
Perdida nas memórias …
Dançando à chuva
Sorvendo a escuridão …

João Salvador – 28/03/2013

http://joaogsalvador.blogspot.pt
 













Do face.
Poema de PABLO NERUDA
dedicado a ÁLVARO CUNHAL

Porto cor de céu
I
Quando desembarcas
em Lisboa,
céu celeste e rosa rosa,
estuque branco e ouro,
pétalas de ladrilho,
as casas,
as portas,
os tectos,
as janelas
salpicadas do ouro verde dos limões,
do azul ultramarino dos navios,
quando desembarcas,
não conheces,
não sabes que por detrás das janelas
escura,
ronda,
a polícia negra,
os carcereiros de luto
de Salazar, perfeitos
filhos de sacristia a calabouço,
despachando presos para as ilhas,
condenando ao silêncio
pululando
como esquadrões de sombra
sobre janelas verdes,
entre montes azuis,
a polícia,
sob outonais cornucópias,
a polícia,
procurando portugueses,
escavando o solo,
destinando os homens à sombra.


PABLO NERUDA

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

CAUSO

"Oi, nós, hein, falano ingrês"

Brejo das Freiras é uma Estância Termal nos confins da Paraíba, perto de Uiraúna e Souza. Trata-se de um lugar para relaxamento e repouso. O governo da PB tinha (não sei se ainda tem) um hotel, com uma estrutura para banhos em águas quentes. Década de 70. Apolônio, o garçom, velho conhecido dos fregueses da região, recebe, certo dia, um hóspede de outras plagas. Pessoa desconhecida. Lá pelas tantas, quase terminando a refeição, o senhor levanta a mão, chama Apolônio e pede :

- Meu caro, quero H2O. 

 
Susto e surpresa. Anos e anos de serviços ali no restaurante e ninguém, até aquele momento, havia pedido aquilo. Que diabo seria H2O ? Apolônio, solícito :

- Pois não, um instante ! 

 
Aflito, correu na direção da única pessoa que, no hotel, poderia adivinhar o pedido do hóspede. Tratava-se de Luiz Edilson Estrela, apelidado de Boréu (por causa dos olhos grandes de caboré), contumaz boêmio, acostumado aos salamaleques da vida.

- Boréu, tem um senhor ali pedindo H2O. Que diabo é isso ? 

 
Desconfiado, pego sem jeito, Boréu coça o queixo, olha pro alto, tenta se lembrar de algo parecido com a fonética. Desanimado, manda ver :

- Apolônio, sei não. Consulte o Freitas. 

 
Freitas era o diretor do Grupo Escolar, o respeitado intelectual da região. Localizado, o professor tirou a dúvida no ato:

- H2O é água, seus imbecis. Quer dizer água. 

 
Apressado, Apolônio levou ao freguês uma jarra do líquido. Depois, no corredor, glosando o feito, gritou em direção a Boréu :

- Ah, ah, ah, esse sujeito achava que nós não sabia ingrês. Lascou-se !
 
Postado por: Porandubas Políticas














Taí uma coisa que nós fazemos e é tão perigosa!
CEBOLAS! Eu nunca tinha ouvido essa!

Em 1919, quando a gripe matou 40 milhões de pessoas havia um doutor que visitou muitos agricultores para ver se ele poderia ajudá-los a combater a gripe, pois que muitos deles que haviam contraído a doença haviam morrido.

Em uma visita na propriedade de outro fazendeiro, na mesma região, a médico surpreendeu-se em saber do bom estado de saúde que lá encontrou. Todos estavam muito saudáveis. Quando o médico perguntou ao fazendeiro o que eles estavam fazendo para se protegerem da gripe, a mulher deste prontamente respondeu que ela colocava uma cebola cortada (com casca) em pratos e distribuia-os nos quartos da casa.

O Médico não podia acreditar no que ouviu. Pediu ao fazendeiro para lhe entregar uma das cebolas que estava usando e pôs sob seu microscópio, quando então observou enorme números de bactérias da gripe ali acumulados.

Levado a um pneumologista, este explicou que as cebolas são um ímã enorme para as bactérias, especialmente as cebolas cruas.

Em suma, nunca mantenha cebolas fatiadas para serem usadas no dia seguinte, mesmo que colocadas em sacos fechados, herméticos ou na geladeira. Seu consumo deve ser imediato, vez que pode ser um perigo consumí-las a posteriori.

Além disso, os cães nunca devem comer cebolas. Seus estômagos não pode metabolizar cebolas.

Lembre-se: é perigoso cortar uma cebola e consumí-la no dia seguinte. A cebola se torna altamente venenosa, mesmo depois de uma noite única, e cria bactérias tóxicas. Estas bactérias podem causar infecções do estômago adversos por causa de secreções biliares em excesso e intoxicação alimentar.

Repasse esta mensagem a todos os que você ama e se preocupa!

Da Web.

Marina Elali em Grafite

Cidade do Natal de antigamente em 210 fotos - Ella Fitzgerald

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

ENFIM UMA BOA NOTÍCIA?

Publicado em 01/08/2013

Esperamos que o visual desta foto de 2009, feita pelo amigo Leonardo Dantas, nunca mais se repita
Esperamos que o visual desta foto de 2009, feita pelo amigo Leonardo Dantas, nunca mais se repita
EM MEIO A TEMPOS TÃO COMPLICADOS, ENFIM SURGE UMA BOA NOTÍCIA PARA AQUELES QUE GOSTAM DA HISTÓRIA, PRINCIPALMENTE SOBRE O ENVOLVIMENTO DE NATAL DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, POIS COMEÇOU AS OBRAS DE RESTAURAÇÃO DO PRÉDIO HISTÓRICO DA RAMPA.
VEJAM A MATÉRIA DO JORNAL BOM DIA RN, DA INTER TV CABUGI…
ESPERAMOS QUE TUDO CORRA BEM E LOGO OS POTIGUARES E SEUS VISITANTES POSSAM CONHECER MAIS DESTE PERÍODO DA NOSSA HISTÓRIA.
MAS COMO ISSO VAI OCORRER?
CONCORDO QUE DEVEM EXISTIR MANEIRAS DE VIABILIZAR ECONOMICAMENTE O LOCAL COM AS FUTURAS ATRAÇÕES EXISTENTES, MAS COMO ISSO SERÁ FEITO? QUEM VAI GERIR? O QUE VAI EXISTIR NO LOCAL?
NÃO PODEMOS ESQUECER QUE ESTA REFORMA É FEITA COM DINHEIRO PÚBLICO, EM LOCAL DE INTERESSE HISTÓRICO E O PRÉDIO DA RAMPA NÃO PODE SE TORNAR UM AMBIENTE FECHADO, ELITIZADO, EM PROVEITO DE CERTOS GRUPOS.
SERÁ QUE ALI VAI SE TORNAR UM CLUBE SOCIAL DE RICOS ADMIRADORES DA NOSSA HISTÓRIA, DE ABONADOS COLECIONADORES, BEM AS MARGENS DO RIO POTENGI E ABERTOS SÓ AOS “SÓCIOS”?
ESPERO QUE NÃO!
E A QUESTÃO TURÍSTICA?
PARA O BEM DESTE PRÉDIO HISTÓRICO, A SOCIEDADE POTIGUAR DEVE SIM FICAR DE OLHO NESTE LOCAL E NESTE PROJETO.
É NOSSA OBRIGAÇÃO PARA QUE ISSO TUDO NÃO VENHA SE TORNAR UMA MÁ NOTÍCIA.
A área da Rampa durante a Segunda Guerra Mundial
A área da Rampa durante a Segunda Guerra Mundia
( Para um náufrago ilhado numa pequena ilhota na cidade)

Última Carta

Oi amor!
Não sei nem por onde começar...
Mas começarei pelo começo, assim te farei lembrar...
Daquele poema que conjugava o verbo amar
Levei muitas horas á me inspirar
Queria te afagar a alma
Sem ser teu juiz seria eu a palma
Não a palma que arrebenta
Seria só a que te alimenta
Como um pilar te faria sustentar

Tantas coisas que se perdem no vento...
Nas estações do tempo sons e pensamento...
Inverno, brumas?... Nao!
Céu de outono manhã barulhenta, certo frio...
Meu eu sozinho como um barco num rio
Vontade latente como uma gata no cio
Frio na barriga um certo arrepio
Um navio sem passageiro, um barco sem marinheiro.
Estou á deriva ainda viva!
Escrevo essa última carta àquela que minha ilusão permite
Àquela que minha razão ainda orvalha e o coração admite

Não fique triste com tudo que lhe digo
Mas sozinha de hoje sigo
Só com meu sofrer, meu gemer de arrependimento.
Por ter sido tão tola e dormido ao relento
Ter-lhe ofertado o mais doce e puro sentimento
Meu amor minha magia...
Minhas rimas minhas poesias
Todas minhas noites de fantasias...

Minha poção doce como mel
Meu olhar de carinho em ninho de papel
Só o que me resta é secar as lágrimas
De que servem se jorradas para quem não as vale?
Vale de lágrimas que jorrei, sonhos tão lindos onde voei...
Sonhei e chorei quando o trato era somente sorrir
Desculpe tanta demora de notícias, mas sabe como é...
A memória fraca muitas vezes ingrata...
Moro em uma estação de santo muito transadinha...
Mas nada moderninha... Parece uma ilha, tudo aqui é a pilha.
Até dos cães as matilhas são de brinquedo.

Mas vou lhe contar um segredo, vem cá...
Aprendi á nadar!
Não! Meu celular?
Não tem internet nem mensagem, aqui tudo é uma linda paisagem!
Assim como minha cara agora!
Mas vê se não se demora tá, estou numa lan house!
Como assim não sabe o que é?
Ah! Vai ver é só coisa para mulher apaixonada...
Não sabe usar? Ah!

Achava você tão inteligente... Achei mesmo que soubesse...
Mas são coisas que na vida acontecem né?
Às vezes as pessoas emudecem, umas feitas eu emburre cem
Outras desaparecem e assim caminha a humanidade...
Saudades? Sim, muitas! Mas vai passar!
Tudo passa!

Ah! Para terminar peço que me desculpe a falta de tempo...
É que a rotação da terra sempre em movimento...
Rouba-me todo o discernimento fico me abraçando ao vento!
Para escrever-te poesia como cortesia de meu amor.
Não acho mais minha inspiração !
Deve ter se perdido na poeira do vento da razão.
Ou quem sabe orvalhando em bruma outro coração...
Para viver novas desventuras e amarguras...
Beijos sempre em você!

Ps: Vai demorar pra chegar esta carta...
Vou manda-la numa garrafa pelo mar.
(Tudo muito atrasado nessa cidade...)

Sonia Gonçalves
Son Dos Poemas



CAUSO

Ilustração: Arte de Cícero Alves dos Santos - Véio - Feira Nova - Sergipe.
Conta Valério Mesquita em seu livro Memórias Provincianas que Antônio Emídio reinou no sertão do município de Alexandria e adjacências. Era um coronel à moda antiga, tio do saudoso deputado Waldemar de Souza Veras. Irônico, observador, nada escapava a sua fina observação. Certa vez, escutava o rádio ao lado de amigos no vasto alpendre da fazenda. E como não poderia deixar de ser deleitavam-se com os baiões do velho Luiz Gonzaga. No estribilho de uma toada Luiz Gonzaga cantava: 
- “Sertão de mulher séria, de homem trabalhador... ♫ ♬” 
            Ai o comentário de Antonio Emídio foi inevitável:
- "Faz muitos anos que esse “nego” não vem ao nosso sertão!”.

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...