quarta-feira, 18 de novembro de 2015

AUDIÊNCIA PÚBLICA IRÁ DISCUTIR INSEGURANÇA EM CAIXAS ELETRÔNICOS


Só em 2015 foram registrados no Rio Grande do Norte mais de 20 arrombamentos a caixas eletrônicos instalados em diversos municípios do Estado. Um grave problema na segurança pública, atualmente. Preocupado com essa situação, o deputado estadual George Soares (PR) propôs audiência pública para debater projeto de lei de sua autoria que determina a disposição de vigilância armada 24 horas em todos os dispositivos bancários instalados no RN.

A audiência será realizada na Assembleia Legislativa nesta quarta (18), às 14h30, e contará com representantes da Polícia Federal, Ministério Público, Sindicato dos Vigilantes, Sindicato das Empresas de Segurança Privada do RN e representantes dos bancos que disponibilizam caixas eletrônicos.

“Esse debate é extremamente necessário, pois a situação de insegurança nesses terminais de saque está tirando a paz da nossa sociedade. Como representante do legislativo potiguar tomei essa iniciativa, a fim de coibir essas ações criminosas em caixas do nosso Estado.” Justificou o deputado George.
-
Assessoria de Imprensa do Deputado Estadual George Soares 
A Lua, que me dirão?
Precisa talvez de irmão.
Eu sou tão só sobre a Terra.
Tanta luta, tanta guerra...
A lua, que me dirão?
Se a Lua precisa irmão
Eu já que abandono a Terra.
João Lins Caldas

A vida imita a arte: o dia que Drummond previu a tragédia de Mariana

O poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade foi considerado um dos mais influentes do século 20. Ao longo de seus 85 anos publicou mais de 30 livros de poemas, e quase 20 de prosa, além de integrar antologias poéticas e produzir histórias infantis. Porém, não imaginava que ao publicar o poema Lira Itabirana estaria prevendo um dos maiores, quiçá o maior desastre ambiental da história do Brasil: o rompimento das barragens da Vale- Samacro em Minas Gerais. 


Wikicommons
Herácilito não poderia ser mais certeiro ao afirmar que "um homem não pode entrar no mesmo rio duas vezes”. Pode ser que os brasileiros nunca mais entrem no Rio Doce assim, doceHerácilito não poderia ser mais certeiro ao afirmar que "um homem não pode entrar no mesmo rio duas vezes”. Pode ser que os brasileiros nunca mais entrem no Rio Doce assim, doce


















Há dias o Brasil vive uma de suas maiores tragédias, a irresponsabilidade da empresa Vale-Samacro pode resultar no fim do Rio Doce que com seus 853 km de extensão banha os estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

A Vale-Samacro (antiga Companhia Vale do Rio Doce) foi instalada na região no início da década de 1940 e muitas empresas, atraídas pelas reservas de ferro, se estabeleceram na cidade natal do poeta, Itabira. Poucos anos antes de sua morte, em 1984, Drumond publicou o poema que parece ser o retrato do desastre que destruiu o Rio, antes doce.

Leia o poema na íntegra: 
“Lira Itabirana”
I

O Rio? É doce.
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse
Mais leve a carga.

II

Entre estatais
E multinacionais,
Quantos ais!

III

A dívida interna.
A dívida externa
A dívida eterna.

IV

Quantas toneladas exportamos
De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro?
 

Do Portal Vermelho, Mariana Serafini

http://blogdofernandocaldas.blogspot.com.br/

terça-feira, 17 de novembro de 2015

RENATO CALDAS X JOÃO MACHADO

João Claudio Machado ou simplesmente João Machado era jornalista, comentarista esportivo, presidiu a Federação Norte-rio-grandense de desportos. além de ter o seu nome emprestado ao estádio que fora demolido para dá lugar a Arena das Dunas. Machado apresentava um programa esportivo através da Rádio Cabugi de Natal, que ia ao ar de segunda a sexta-feira, às 11 horas da manhã. Isso, na década de sessenta e começo dos anos setenta, se não me falha a memória. Por sinal, Machado era casado com uma assuense chamada Diná Soares Filgueira, Pois bem. Certo dia, aquele apresentador deixou escapar a frase no instante que apresentava a sua resenha esportiva, que diz assim: - "Eu tenho um olho escondido! É cego e também não vê!" - O poeta Renato Caldas (que se encontra em Natal), escutando aquela programação esportiva e, como não perdia as oportunidades para versejar, escreveu naquela sua irreverência que lhe era peculiar, a décima adiante:

João Machado, distraído
Para ilustrar comentários,
Disse, entre assuntos vários,
Eu tenho um olho escondido.
Fez bem não ter exibido,
Machado, sabe por que?
Isto pertence a você,
Tenha cuidado com ele,
Que o bicho que gosta dele
É cego e também não vê.

Fernando Caldas


¸¸.•*♡*•❥❥¸¸.•*♡*•❥❥¸¸.•*♡*•❥❥
Sinto a energia que se solta
num corpo que estremece
numa alma que vibra.
Sinto as curvas suaves de um corpo
perdido entre nossas almas, és luz, brilho intenso.
Sinto o perfume que invade o ar que respiramos,
entranhando-se na pele,
no calor do abraço apertado,
chama lenta que abrasa.
Tudo isto, num segundo,
um momento de imaginação
em que os dedos escrevem sozinhos
e as mãos, geladas,
se deixam conduzir para te tocar.
Confesso-me rendida a teus pés,
como um corpo que se despe de si mesmo,
entregando-te a vida.
Num mundo, que gira sobre si próprio,
escondendo nas sombras da noite
os mais íntimos segredos
És um mundo inteiro,
que percorro sobre minhas mãos,
onde habito e adormeço
como se este fosse o último e derradeiro dia
da nossa própria existência.
¸¸.•*♡*•❥❥¸¸.•*♡*•❥❥¸¸.•*♡*•❥❥
Aqui eu conheci: Lupercinio, à esquerda de braços cruzados, Vicente Lopes com os braços cruzados e, ao microfone, eu acho, que é Licurgo Nunes. 
Alguém pode ajudar a nomear os outros ou me corrigir se estiver errado?


Cabra macho do Nordeste! Veja!

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Hélio Crisanto

Rio doce, teu leito escorre lama
Tuas águas barrentas não tem vida.
Sua flora sucumbe destruída,
Sua fauna gemendo sente o drama.
Um cardume de peixe pela grama,
Agonizam torcendo a barbatana.
Sendo vítima de ação tão leviana
A natura cansada se maldiz;
O Brasil que lamenta por Paris
Também sente com a dor de Mariana
(Hélio Crisanto)
Do Facedook de Ivan Pinheiro

Biografia reúne novas evidências que podem indicar assassinato de Neruda


SYLVIA COLOMBO



Apenas 12 dias haviam se passado desde o golpe militar que dera início à ditadura chilena (1973-90) quando o poeta Pablo Neruda morreu, aos 69 anos, na clínica Santa María, em Santiago.

Padecendo de um câncer de próstata, o autor de "Canto Geral" e "Para Nascer Nasci" (ambos publicados no Brasil pela Bertrand Brasil) vinha se tratando, e seu médico pessoal havia-lhe dito que era improvável que a doença o matasse em menos de cinco anos.

A derrubada do governo do socialista Salvador Allende por Augusto Pinochet, no entanto, deprimiu profundamente o prêmio Nobel de Literatura, e seu estado de saúde se agravou. Ele morreu em 23 de setembro daquele ano.

Até hoje, a explicação oficial sobre o fim do poeta era esta, mas dúvidas existiram desde o primeiro momento.
AFP
Picture dated 21 October 1971 of Chilean writer, poet and diplomat Pablo Neruda, then ambassador in France, answering journalists' questions at the embassy in Paris after being awarded the 1971 Nobel Literature Prize. AFP PHOTO ORG XMIT: IMF11
Pablo Neruda em foto de 1971, tirada em Paris

Para a viúva do poeta, Matilde Urrutia, que encontrou a casa revirada após o funeral, Neruda poderia ter sido morto, de alguma maneira, no hospital. A falta de provas, porém, motivou um silêncio de décadas, rompido apenas em 2011.

Naquele ano, o ex-motorista da família, Manuel Araya, afirmou que Neruda estava em bom estado de saúde quando foi levado à clínica e que, no dia de sua morte, havia-lhe telefonado e dito: "Deram-me uma injeção e estou queimando por dentro". Em 2013, iniciou-se uma investigação que levou à exumação do corpo do poeta.

Na semana passada, um documento oficial do Ministério do Interior do governo do Chile e uma biografia lançada na Espanha trouxeram novas evidências que apontam para a possibilidade de Neruda ter sido assassinado.

"Deram-lhe uma injeção, cujo conteúdo ainda se estuda, mas que pode ter precipitado sua morte, que ocorreu apenas algumas horas após a aplicação", conta à Folha o historiador Mario Amorós, que já havia escrito um livro defendendo a tese de assassinato —"Sombras sobre Isla Negra", de 2012— e que agora lança a biografia "Neruda - El Príncipe de los Poetas" (Edicciones B).

Essa injeção, que na época se dizia que continha um tipo de calmante, agora é o alvo de estudo dos legistas.

Que tal se hospedar em um hotel literário?

   No Mundo do Livro

Óbidos é uma pequena cidade medieval encravada no interior português. Tem tudo o que se imagina em um conto de fadas: um castelo no alto de um morro, muralhas cercando o perímetro e pequenas casas adornando uma paisagem com morros verdes e céus azuis. 
Passear por Óbidos é, por si só, algo absolutamente inspirador. Mas nada é tão bom que não possa melhorar :-) 
E sabe como? Com a inauguração de um “hotel literário”. 
O nome já diz tudo: é um hotel (extremamente charmoso, diga-se de passagem) com livros por absolutamente todos os cantos. Veja na imagem abaixo: 
  
Já imaginou uma sala de estar assim? Com cultura literalmente saindo pelas paredes? 
E quer saber os números? No total, são 30 quartos e – pasmem – 45 MIL livros. Veja, abaixo, o site deste hotel (cujo nome, The Literary Man, não poderia ser melhor escolhido): http://www.theliteraryman.pt
E, se for passear pela terrinha, pense seriamente em entrar nesse mundo de letras que efetivamente vive dentro de uma cidade que é um conto de fadas por si só. 
You may also like:
Fonte: http://blog.clubedeautores.com.br/

Grimaldi Ribeiro, Assis Amorim- Propaganda política- 1966


Há momentos que nada sei, que nada sou.
Que nada quero, nada espero.
Parece que tudo se perde dentro de mim, e não me encontro.
Olho-me no espelho, não me vejo.
Imagem inversa do meu eu, não me sinto.
Nem sei se é tristeza, é estranho,
tudo fica quieto, calado dentro de mim .
Talvez não tenha todas as respostas que preciso.
Mas nunca vou desistir de as procurar.
Meus pensamentos voam pra longe, procuram respostas.
Não tenho certeza de muitas coisas.
E os dias passam e tudo parece estranho.
Sinto uma tempestade no meu peito
como uma história de amor que se perde, sem que termine.
E de repente vem essa coisa esquisita.
Nostalgia, saudade, ou apenas vontade de voltar no tempo.
Vontade de um silêncio que não entendo.
Uma desculpa que já não encontro.
Um movimento distraído do vento
como um sonho que não chega ao fim.
Como se as verdades partissem
e eu perdida no tempo ficasse.
Chamo por ti, vem cá, chega mais perto
encosta a tua alma ao meu peito, silenciosamente.
Silêncio que espero, que procuro.
Presságio doce
caindo dos teus lábios como prece.
Como manhãs de flores e céu azul
como saudades que se encontrão,na pele,
no instante do cheiro, no momento do corpo.
Descansa os teus medos no meu colo
deixa-me sussurrar ao teu ouvido qualquer verdade.
Ou talvez quem sabe
algo que nos dê sentido à vida.
Que nos faça acreditar
que o sonho ainda existe e resiste ao tempo.
Que a essência prevaleça
e que o amor não seja desfeito, ao contrário, cresça!
E eu possa continuar a ver flores em ti.

Roberta Miranda ...Sol da minha Vida...

Praia de Pipa receberá a etapa final do Circuito Rota do Mar Pro Surf 2015 Compartilhe no Twitter
Praia de Pipa receberá a etapa final do Circuito Rota do Mar Pro Surf 2015 16 de novembro de 2015/em Blog /por Ponto de Vista O encerramento do Circuito Rota do Mar Pro Surf 2015 terá um cenário especial: a Praia do Amor, em Pipa, no Rio Grande do Norte. Nos dias 27, 28 e 29 de novembro, os atletas…
PONTODEVISTAONLINE.COM.BR/PRAIA-DE-PIPA-…

do Facebook de Nelson Freire



A VELHA MARIA CUNHAÚ DO ENGENHO OUTEIRO



MARIA CUNHAÚ
Francisco Galvão
Sociólogo

Entre os membros da famosa família Maranhão do engenho Cunhaú existiu uma senhora que o povo contava histórias que o tempo guardou. Seu nome de registro já nem importa muito, pois de Maria Cunhaú ficou conhecida por todos. Sobrinha do histórico André de Albuquerque Maranhão, vivia de arengas com o irmão, Dendé Arcoverde, herdeiro das fortunas do Cunháu.
É muito interessante como esses personagens da aristocracia açucareira do século XIX foram tratados pela memória popular e chegaram até os livros acadêmicos pelas letras de Câmara Cascudo. O intelectual era fã dessa Família aristocrática que dominou o litoral sul do Rio Grande do Norte, mas repetiu as mesmas palavras que ouviu dos populares em sua Actas Diurnas, quando tratou daqueles membros mais arquétipos.
Maria Cunhaú se tornou famosa no meio da plebe miúda pela soberba exagerada que ostentava. Dona do engenho Outeiro, terra que herdou do tio poderoso. As línguas afirmam que ela não vestia a mesma roupa duas vezes e vivia com melindres ásperos de uma entediada princesa em sua casa-grande inacessível aos pequenos. Era lá que ela judiava dos seus escravos domésticos para se divertir. Os escravos do eito não passavam nem por perto de sua macabra cozinha.
Sem preocupações profundas, ela foi avançando na idade. Nunca encontrou um varão que lhe domasse. Suas preocupações era comer e dormir sem incômodos. Em suas viagens curtas por seus domínios, seu cocheiro apanhava mais que os cavalos que puxavam a charrete. Internou-se em sua própria ignorância, vivendo isolada em seu próprio mundo.
O irmão afirmava que ela era louca e não tinha condições de administrar a propriedade que possuía. Por isso pediu na justiça o direito de posse sobre as terras da irmã. O caso fez com ela ficasse mais perturbada ainda. Dizem que ela deixava os escravos pregados pelas orelhas no portal de trás e gritava esbaforada por eles na varanda da frente.
Gostava de ser atendida, gostava de mandar e, por isso, morria de medo de perder as terras que possuía nas lamacentas várzeas de Canguaretama. Quando lembrava que podia perde tudo, se desesperava e era sua escravaria que sofria as consequências diretas. Havia choro, ranger de dentes, fogo e dor. As marcas ficavam no corpo e todos seus escravos possuíam sinais claros de suas torturas.
Ficava desesperada com a situação, mas nem seu advogado conseguia reverter o processo de perda das terras para o seu irmão. No século XIX uma mulher solteira não teria chances nos tribunais machistas e opressores. O advogado de Maria Cunhaú era Amaro Cavalcanti, um jovem muito talentoso na política, mas que via a situação de sua cliente se agravar nos tribunais.
Ele entendia bem do Direito e sabia perfeitamente que a velha perderia as terras para o irmão. Por esse motivo, ele fez um último e admirável esforço para reverter toda aquela situação adversa. Astucioso que era, foi até o engenho Outeiro e se ofereceu em casamento para a velha. Convenceu-lhe que, desse modo, ficaria como tutor legítimo dela e que, só assim, salvaria suas posses da ganância do irmão.
Ela teria aceitado sem nenhuma relutância. O advogado de fino trato agia de forma exemplar e encantadora, levando a velha ao êxtase. Ela não poderia se negar, mas se envolveu profundamente com aquele galã adorável. O trato era bem elaborado, mas dentro de um acordo simples: ele seria um marido sem exercer as funções nupciais.
Ela morrida de ciúmes e fazia sofrer as escravas jovens. Quebrava os dentes das coitadas para que não atraíssem o olhar do jovem príncipe que surgia naquelas terras. Marcou com ferro em brasa o rosto de cada uma para arrancar-lhe a beleza. Ficava admirando os presentes que recebia, espalhando vestidos sobre a cama que dormia solitária. Em seu ócio improdutivo ficava brincando com dinheiro velho, suas moedas carcomidas pela passagem dos anos.
O advogado nunca morou com a velha. Apenas esperou, pacientemente, seu falecimento para herdar a propriedade. Ficava a lhe agraciar, de longe, com presentes que ela acumulava na casa-grande do engenho. Dizem que ele foi embora para morar com a tal “Ressuscitada” no capital do império, onde viveu como um príncipe, quem sabe com as moedas que Maria Cunhaú guardou por tanto tempo.  
Esse arquétipo de mulher sádica não foi único no Rio Grande do Norte. Em Ceará Mirim, outro centro de produção açucareira, tivemos uma figura feminina que infringia os mesmos castigos físicos aos seus escravos. Em seu porão, ela sempre tinha um escravo para torturar. A senhora do engenho Timbó era tão cruel e desumana com seus escravos, que outros proprietários de engenhos e de terras se revoltaram com sua prática.
A senhora faleceu repentinamente e seu corpo se transformou em uma serpente. Seu túmulo, devido as grandes rachaduras, teria sido acorrentado para manter a serpente presa. Seu esposo, que temia sua crueldade, mudou seus hábitos com os empregados.
Maria Cunhaú foi um arquétipo entre os senhores de escravos no Litoral Sul e que encontra parâmetros em outros locais. Fruto da oralidade fantástica de um povo que contava sua versão de história como forma de resistir.

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...