quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Morte da Flora e da Fauna
 
 
                                                             Foto ilustrativa: longah.
 
 
Por Francisco Agripino de Alcaniz - Chico Traíra
 
Mataram a flora e a fauna
Riquezas da região
Na cruel devastação
Morreu também a beleza,
Não sei se a humanidade
O crime está percebendo
Pois sempre está recebendo
Castigos da natureza.

Oiticicas seculares
Mutambas, Umarizeiros,
Quixabeiras, Juazeiros,
Umburanas, Mulungus,
Jucá, Jurema, Paud’arco,
Catingueira, Catanduba,
Não escapou da derruba
Os cheirosos Cumarús.

Calumbís e tira-fogo
Que ornamentavam as barreiras
Canafístulas, Ingazeiras,
A fúria não esqueceu,
João-mole, Genipapeiro,
Pau-branco, Angico, Aroeira,
Tudo desapareceu.

Mataram o Marmeleral,
Já não há mais espinheiros,
Barrigudas, Cajueiros,
Castanholas, Gameleiras,
Por fim para completarem
O extermínio da flora
Estão derrubando agora
As nossas Carnaubeiras.

A fauna já não existe
Nem de Urubus um só bando,
Não se vê garças voando
Marrecas nem Patorís,
Carcarás e Gaviões
São aves que não existem,
Não se ouve o canto triste
Das saudosas juritis.

Quanto eram belas as tardes
Que os passarinhos cantavam,
Em revoadas passavam,
Em divertidos folguedos.
Depois voavam felizes
Antes da noite chegar,
Procuravam se abrigar
Nas copas dos arvoredos.

Graúnas, Corrupiões, 

Sabiás e Bentivis,
Canários e colibris,
Sanhaçus e Caboclinhos,
Pombinha, Galo de Campina,
Papa-arroz, Concriz, Anum,
Não acham em lugar nenhum
Para construírem ninhos.
Asa branca, Papagaio,
Periquito e Azulão,

De João de Barro e Cancão
Agora só resta o nome,
Porque a floresta deles
Está um campo esquisito,
Apenas se ouve o grito
De uma coruja com fome.

A Caatinga tornou-se
Numa capoeira feia,
Nem mesmo um Peba passeia,
Não há rastros de Tatus,
De Bola e Maritacaca
Não se vê nem os sinais,
Também não existe mais
Preá nem Tijuaçus.

Não há mais tamanduá,
Punaré, Camaleão,
A ave de arribação
Também desapareceu
Até os belos veados
Já fugiram, foram embora,
Com a extinção da flora
A fauna também morreu.

A poesia é do grande ipanguaçuense Chico Traíra, que por quase toda a vida residiu em Assu. Publicado em seu livro de poesias denominado de Versos do Verde Vale – editado no ano de 1984, pelo então prefeito Ronaldo Soares. 

O poema de fato foi escrito há vários anos, no entanto, permanece atualizadíssimo. Na verdade um recado a todos  nós que degradamos  a natureza.

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

MOTE:

ME LEMBRO DAS FESTAS DO MUNICIPAL, COM O AFINADO CROONER MANOEL RAPOSA.

GLOSA:

DA MINHA ADOLESCENCIA MUSICAL
NOS BAILES DOS CLUBES DO ASSU
TOMANDO UMAS LAPADAS DE PITÚ
ME LEMBRO DAS FESTAS DO MINICIPAL.
PRA RECORDAR AS TERTULIAS, O SÃO JOÃO OU O NATAL,
QUERO HOMENAGEAR NESSA GLOSA
AQUELE QUE TINHA EM RAIMUNDA SUA ESPOSA
A SUA FOLCLORICA E FIEL COMPANHEIRA
CURTI MUITAS E MUITAS DOMINGUEIRAS
COM O AFINADO CROONER MANOEL RAPOSA.

Chagas Matias
Assu/RN.

Manoel Raposa
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terça-feira, 9 de agosto de 2016

Campeão do Mundo pelo Flamengo, ex-jogador vê time atual "sem feras"

Zico afirma que Neymar “não tem condições de ser capitão” da Seleção Brasileira

Craque criticou equipe canarinha, mas vê chances de medalha de ouro; jogo contra a Dinamarca será disputado nesta quarta-feira, em Salvador

Por: Redação

RIO – O comportamento de Neymar atrai críticas em momento decisivo da participação brasileira na Olimpíada do Rio. Nesta terça-feira, em evento realizado em um shopping localizado perto do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, Zico disse acreditar na classificação do Brasil, mas também fez uma observação sobre o principal jogador do país. Ele disse não ver Neymar pronto para usar a braçadeira de capitão.

– O capitão do nosso time não tinha a menor condição de ser capitão. Ele tinha que se preocupar só com futebol – critica Zico, fazendo outra observação sobre a postura brasileira no jogo com Iraque. – Os caras reclamarem que o Iraque fazia cera. Veja se tem que se preocupar com isso? Joga bola, pô – completa.

Mesmo assim, o ex-craque disse ver na seleção olímpica um time com qualidade técnica. E capaz de ganhar a medalha de ouro. Ele destacou que o tempo reduzido de formação da equipe e de preparação prejudicam muito o Brasil.

– Acho que ganha da Dinamarca e pode levar o ouro. Não tem nenhum bicho papão – afirmou. – Ninguém é mágico para fazer time em duas semanas, fazer magia. O futebol brasileiro é formado sempre em cima da hora. Não tem conjunto e posicionamento. E não temos aquelas feras todas que decidiam – conclui.

O Brasil decide a classificação contra a Dinamarca nesta quarta-feira, às 22h, na Arena Fonte Nova, em Salvador (BA).

Com informações do jornalista Carlos Eduardo Mansur, do portal O Globo
 

 

Peritos do INSS vão fiscalizar vida pessoal de segurados por meio das redes sociais

O pente-fino que a Previdência Social pretende passar nas concessões de auxílio-doença e aposentadorias por invalidez pode ultrapassar as barreiras do real e chegar ao mundo virtual. Para detectar indícios de fraude nos benefícios, peritos poderão pesquisar e analisar postagens nas redes sociais para concluir se a pessoa tem condições ou não de trabalhar.

Segundo portaria publicada pelo governo no Diário Oficial da União, a revisão vai alcançar os segurados que recebem os benefícios há, pelo menos, dois anos. Quem tem mais de 60 anos não precisará passar por perícia. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) despende anualmente R$ 27,5 bilhões por ano com os benefícios que serão revisados — R$ 20 bilhões com auxílio-doença e R$ 7,5 bilhões com aposentadorias por invalidez. A expectativa é de reaver cerca de R$ 6,3 bilhões com o cancelamento de pagamentos indevidos.

O governo pretende realizar mutirões de perícias até aos sábados. Ao todo, serão chamados 1,1 milhão de aposentados por invalidez com menos de 60 anos e 530 mil pessoas que recebem auxílio-doença. A forma como os segurados serão convocados ainda está sendo definida pelo INSS. Os segurados não precisam procurar as agências da Previdência antes de receber a convocação.


Bônus

Fiscais do INSS poderão pesquisar informações dos beneficiários nas redes sociais para verificar se o segurado tem condições ou não de voltar ao mercado de trabalho. Serão analisadas, por exemplo, postagens no Facebook que envolvam fotos em festas, viagens, passeios em cachoeiras e manifestações populares.

É facultativo ao perito médico aderir às revisões. Na próxima segunda-feira, o INSS deve divulgar o número de peritos que irão participar dos mutirões em todo o Brasil. Estima-se uma adesão de 70% do quadro de médicos. Para cada revisão, eles receberão um Bônus Especial de Desempenho Institucional por Perícia Médica em Benefícios por Incapacidade (Besp-PMBI).

O diretor sindical da Associação Nacional dos Médicos e Peritos da Previdência Social (ANMP), Luiz Argolo, explica que as perícias devem começar no final de agosto ou começo de setembro, já que o INSS ainda vai regulamentar a portaria. Serão avaliados benefícios concedidos administrativamente, pela Previdência, e judiciais, contemplados por decisões da Justiça. “Faremos a vistoria e, caso haja irregularidades, recomendaremos ao juiz a suspensão do benefício”, informa.

A Lei prevê que as revisões devem ser feitas a cada dois anos. Porém, isso não é feito desde 1992. “Ficamos carente de gestão no âmbito do INSS durante aproximadamente 10 anos. É importante frisar que a revisão não serve para retirar direitos dos segurados, mas, sim, fazer uma radiografia da realidade dos benefícios”, diz Argolo.

Com 37 anos na função, Argolo destaca que foram dados auxílios-doença e aposentadorias por invalidez a pessoas que não passaram por perícia. “Imaginava-se que o prazo de um beneficio fosse de até dois anos, inicialmente, mas há casos que perduram por mais de cinco, seis, sete e até oito anos. Há situações mais graves em que o segurado não tem condições de se restabelecer nesse período, já que carece de um tratamento mais prolongado. Mas essas seriam as exceções”, aponta.


Fonte: Correio Braziliense, em 06/08/2016

domingo, 7 de agosto de 2016

UMA NOITE DE ESTRELAS

        


ALEJURN MESA COM DIÓ EETC DSC07155 (1)O jurista Odúlio Botelho Medeiros
Odúlio Botelho
IHGRN – UBERN – ALEJURN – OABRN
(Discurso proferido por Odúlio Botelho Medeiros na solenidade de posse de novos sócios efetivos do IHGRN realizada no dia 14 de julho de 2016)
“Várias são as linguagens do aprendizado existencial. E algumas frases trazem o efeito dessa ilustração: ‘A história é a mestra da vida’ (Cícero); ‘A filosofia é uma preparação para a morte’ (Sócrates); ‘A arte justifica o sofrimento da vida’ (Schopenhauer)” – Poeta Horacio Paiva, em seu discurso de posse em 29.03.2016 no IHGRN – publicado na Revista nº 93- ano 2016 – página 79.
 “Esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé” (1 JO 5.4).
“É melhor a sabedoria do que a força” (Eclo. 9,16).
“Mais vale o bom nome do que muitas riquezas; acima do ouro e da prata, está o bom acolhimento” (Pr 22,1).
“A memória guardará o que vale a pena. A memória sabe de mim mais do que eu; e ela não perde o que merece ser salvo” (Eduardo Galeano – escritor e pensador uruguaio, falecido em 14 de abriu de 2015).
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Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte – IHGRN, fundado em 29 de março de 1902 – Fonte – ormuzsimonetti.blogspot.com
Após os pensamentos acima transcritos, que merecem de todos nós algumas reflexões, eis um pouco da longa vida deste Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. Como é público e notório sempre existiram os “loucos geniais”, como disse certa vez o inesgotável Câmara Cascudo. E é puramente verdadeira essa máxima do velho Mestre. O Des. Vicente Simões Pereira de Lemos ao lado de 25 outros pioneiros fundaram este instituto. Registre-se que dentre esses sócios-fundadores, cinco se destacaram como ex-governadores do Estado: Alberto Maranhão, Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, Joaquim Ferreira Chaves, Augusto Tavares de Lyra e Antônio José de Melo e Souza. A ata de instalação do IHGRN ocorreu precisamente aos 29 dias do mês de março do ano de 1902, décimo quarto da Republica, no salão do Atheneu Norte-rio-grandense, tendo sido aclamada a Diretoria Provisória, com a seguinte formação – Presidente: Dr. Olympío Vital; Vice-presidente: Dr. Alberto Maranhão; Primeiro secretário: Dr. Pinto de Abreu; Segundo secretário: Dr. Luiz Fernandes; Orador: Des. Meira e Sá; Tesoureiro: Veríssimo de Toledo. Nesta oportunidade o Presidente declarou instalado o instituto, cujos fins e objetivos estão contidos no art. 1º do Estatuto da entidade, assegurando que trata-se de uma associação civil sem fins econômicos, com sede e foro na cidade de Natal capital do Estado.
Para não importunar a eminente plateia afirmamos, de viva voz, que os institutos pertencem ao gênero academia, conforme o entendimento do historiador gaúcho Paulo de Azeredo:
“O termo Academia tem sua origem na Grécia, em torno do século III AC, quando Platão passou a reunir pensadores que discutiam questões filosóficas em um local chamado Jardins de Akademus (herói Ateniense). O grupo passou a ser conhecido por Akademia. Com o tempo, a reunião de pessoas especializadas em uma determinada área também passou a receber a mesma denominação. Mais tarde o termo passou a ser usado também para designar estabelecimentos de ensino superior e posteriormente escolas onde se ministram práticas desportivas, artísticas e outras. Sociedades de caráter científico, artístico ou literário também passaram a ser denominadas de academia. Atualmente, quando nos referimos genericamente à ACADEMIA, estamos nos referindo ao sistema educacional e ao meio intelectual como um todo.”
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Outra parte da sede do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte – IHGRN – Fonte – ihgrn.blogspot.com
O eminente Presidente Honorário Vitalício, Jurandyr Navarro, em trabalho ainda inédito também descreve o nosso instituto da seguinte forma:
“Essa entidade secular guarda, em seu acervo, obras raras, separadas pelo seu valor em depósito selecionado, podendo enumerar algumas delas: o livro de Barleus, encontrado somente um exemplar no Rio de Janeiro, segundo alguns; a obra do Padre Luiz Monte ‘Fundamentos Biológicos da Castidade’ (primeira edição), escrita no início da década de 1930, redigida por um sacerdote católico, a única sobre o assunto, analisada sob o ângulo científico e não, apenas, sob o aspecto moral por outros já debatidos; uma Bíblia escrita em idioma estrangeiro; a obra do Cônego Jorge O’Grady de Paiva, ‘Dicionário de Astronomia e Astronáutica’, o primeiro escrito na América Latina sobre o assunto. Assim como objetos, considerados relíquias, tais a Estola do Padre Miguelinho; as vestes sacras do primeiro Bispo Dom Antônio de Almeida, etc.”.
Em verdade convivemos com as dificuldades que são próprias de entidades culturais públicas e privadas, especialmente em relação aos poderes constituídos. Entretanto, esses óbices vêm sendo paulatinamente ultrapassados, mercê da vontade de todos os que se envolvem nos campos da intelectualidade. Com a máxima sinceridade não poderemos somente admirar e contemplar. Os tempos são outros exigem muito esforço e a necessidade de fazer e de produzir. Precisamos, assim, interagir com os seus dirigentes para que a chama idealística dos mais antigos, não se limite, apenas a quimeras e sonhos idos e vividos. A Casa da Memória precisa somar o seu passado aos dias que virão, porque o Instituto Histórico pertence aos mais novos, ou seja, as futuras gerações. Assim, estamos aqui para aprender, colaborar, unir e produzir visando, primordialmente, o desenvolvimento cultural do Estado.
IHGRN 1902
Convite para discussão dos estatutos do IHGRN em 1902, ano de sua criação.
Mas, minhas senhoras e meus senhores que abrilhantam esta reluzente noite, chega de saudade, como diria o poeta. Vamos falar de forma direta sobre os novos valores que passam a compor o quadro de sócios efetivos da instituição que são nomes importantes da magistratura, da advocacia privada ou institucional, do Ministério Público, do magistério universitário e, por que não dizer, da própria cultura norte-rio-grandense. São eles: Dr. Francisco Eduardo Guimarães Farias – Juiz Federal; Dr. Marcelo Alves Dias de Souza – Procurador da República; e Dr. Washington Alves de Fontes – brilhante advogado, atualmente exercendo o cargo de Procurador-Chefe da Assembleia Legislativa do RN.
Como se vê, o quadro do instituto recebe de braços abertos os seus novos membros que com certeza muito contribuirão para o aperfeiçoamento desta entidade cultural.
Lembro a todos os presentes, que por aqui já passaram muitos valores intelectuais ao longo dos 114 Anos de existência da gloriosa Casa da Memória. Dentre esses destacamos, nesta oportunidade, o mestre Câmara Cascudo, Manoel Rodrigues de Melo, Oswaldo de Souza, Hélio Dantas, Nestor dos Santos Lima, João Medeiros Filho, Enélio de Lima Petrovich, Otto de Brito Guerra e Olavo de Medeiros. Hodiernamente contamos com a experiência e o inestimável apoio dos ex-presidentes Jurandyr Navarro, Valério Mesquita e do atual Presidente Ormuz Barbalho Simonetti. 
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Foto da década de 1920, mostrando a sede do IHGRN, ao lado da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação, na Praça André de Albuquerque, centro de Natal.
Falemos agora sobre a nossa estrela maior – Glorinha Oliveira que recebe nesta solenidade o merecido título de Sócia Honorária, por tudo que vem fazendo pela música popular brasileira, especialmente neste Estado. Seus dons artísticos são múltiplos: canto, rádio teatro, declamação, arte cênica, sendo, também, uma grande contadora de estórias. Valério Mesquita que se cuide! Bem, Presidente Ormuz, declaro que cumpri com muito prazer a missão de bem receber os novos sócios efetivos e a sócia honorária Glorinha Oliveira que vem nos brindando há muito tempo. Desta forma, os confrades ora empossados passam a fazer parte do acervo cultural deste Instituto.
Resta lembrar a máxima popular de que “a união faz a força”. Assim, estamos evidentemente agrupados para projetar o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte para a frente e para o alto. Castro Alves já dizia: “sou pequeno, mas só fito os andes”.
Muito obrigado!
E para fechar o domingo com as recordações de menino que morava no beco do Colégio, gostava muito de ver os ensaios do primeiro vocalista de Assu que cantou Inglês(do jeito que ele entendia) e que fazia muito sucesso nos bailes da nossa cidade. Falo do saudoso Manoel Raposa, ídolo do conjunto musical do também saudoso maestro Cristovão Dantas. Tem uma geração que ia as festas e que vai gostar muito da lembrança.

Lucílio Filho.

Aquarela com café. Arte de Lúcia Caldas.
Nenhum texto alternativo automático disponível.
 
 
O corpo nada mais é
que um mero casulo
para a alma borboleta.

RN completa 515 anos neste domingo

                                       
O Rio Grande do Norte completa 515 anos neste domingo, dia 07. A data é alusiva ao Marco de Touros, implantado neste dia no ano de 1501 e é considerado o mais antigo no País. Para alguns historiadores, é a prova de que, juridicamente, o País foi descoberto a partir do RN.

Parte dessa história, notadamente a partir do período imperial, está preservada pelo Memorial do Legislativo Potiguar. Seu acervo documental remonta ao ano de 1835, no período imperial, quando o Parlamento foi instalado. A data será marcada na Assembleia por uma sessão solene na próxima terça-feira (9), às 9h, propositura do deputado Gustavo Carvalho (PSDB).

Foi há 16 anos, no dia 30 de maio do ano 2000 que o Dia do Rio Grande do Norte foi oficialmente instituído, durante o governo Garibaldi Alves Filho. A data foi criada com a Lei nº 7.831, de autoria do então deputado estadual Valério Mesquita. A pedra que demarca o início da história em solo potiguar foi colocada durante a expedição comandada por Gaspar de Lemos e André Gonçalves, a mando do rei português D. Manoel I.

“A apresentação da Lei nº 7.831, pelo ex-deputado estadual Valério Mesquita, é mais uma prova da contribuição permanente da Casa Legislativa para a preservação da história do nosso povo. Como dizia Câmara Cascudo: a Memória é a imaginação do povo, mantida comunicável pela tradição, movimentando as culturas, convergidas para o uso, através do tempo", destaca o deputado Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa.

O Marco de Touros, feito em pedra mármore com o desenho da Cruz da Ordem dos Cavaleiros de Cristo, famosa Cruz de Malta, registrando a presença portuguesa na área, foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural (Iphan) e está atualmente preservado na Fortaleza dos Reis Magos. Na praia do Marco, em Touros, uma réplica do monumento lembra aos potiguares e visitantes aonde tudo começou.

A história do período colonial reporta que nas faixas de terras em que o território brasileiro foi dividido por D. João III e entregue a particulares ligados à Coroa, a capitania Rio Grande ficou sob a administração de João de Barros e Aires Cunha, tendo sido posteriormente abandonada devido às dificuldades e passando assim para a administração da capitania de Pernambuco.

No campo político e social, uma significativa parte desses 515 anos de história do RN, a partir do período imperial, pode ser conferida no Memorial do Legislativo Potiguar. O espaço de preservação e resgate está localizado na sede da Assembleia Legislativa, na Praça 7 de Setembro, Cidade Alta, com horário aberto para visitação de 8h às 15h.

Sua linha de pesquisa vai desde a instalação do parlamento norte-rio-grandense, em 1835, sob a presidência do Padre Francisco Brito Guerra, até o período atual. No momento, está em curso no Memorial o levantamento histórico da criação de todos os municípios do RN, para a edição de um livro. Este levantamento, aliás, foi a primeira atividade do Memorial, uma das responsáveis por sua origem.

Sua equipe, coordenada pela jornalista Bernadete Oliveira, já fez a catalogação de mais de três mil imagens fotográficas, disponibilizadas em álbuns para acervo e pesquisa a partir do período imperial, passando pelos diversos momentos históricos do País;

http://novojornal.jor.br

sábado, 6 de agosto de 2016

 
Francisco Cabral de Oliveira

91 anos de Idade

Pai. Amigos para sempre bons amigos.

 A vida é o caminho que se percorre em busca dos sonhos, da felicidade, da construção dos valores éticos, morais e religiosos, da solidariedade com os mais necessitados e das amizades sólidas, que fazem o homem um ser, infinitamente, capaz de viver em sintonia com o criador.

 Seguindo uma trajetória de luta com honestidade e perseverança, foi que Francisco Cabral de Oliveira, homem simples e ...batalhador alcançou, com muito esforço e dedicação, a realização dos seus maiores sonhos: Empresário bem sucedido, o reconhecimento da sociedade, e o mais importante destes sonhos, o de criar e educar uma família, no caminho do bem e da moral.

  É com a certeza de que a vida é sempre uma conquista, que hoje comemoramos a graça de viver os seus 91 anos, bem vividos e com muita lucidez. Todos nós, seus familiares e amigos, agradecemos a Deus por tê-lo conosco todo esse tempo, poder gozar de sua companhia, receber suas orientações, e acima de tudo, receber o seu amor.


  Foi com esse amor que construiu a sua família, educando os filhos no caminho da verdade e da justiça, dando com seu exemplo, ensinamentos de humildade e de bom caráter, pois sempre fez questão de ser honesto em todo o seu agir, ao longo do tempo, e esses valores continuam norteando a sua existência até os dias de hoje.


  E, na alegria deste momento pedimos e rogamos a Deus, que todo o bem que ele fez e faz até agora aos seus familiares e amigos, reverta-se em paz e saúde para que possa celebrar outros aniversários deste valioso tesouro, que ele mesmo nos deu sob a forma de Bom Filho, Bom Irmão, Bom Pai, Bom Esposo, Bom Avô, Bom Sogro e Bom Amigo.


Nossa eterna Gratidão a Deus por tamanha Benção!
Parabéns! Muitas felicidades.
Esses são os votos de quem te ama:
Filhos, Netos, Bisnetos, Irmãos, Cunhada,
Sobrinhos, Genros, Noras e Amigos.
Que Deus, o todo poderoso, ainda lhe conceda muitos anos de vida, com saúde, paz e prosperidade.
 
 

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

ALGUMAS CURIOSIDADES DO ASSU NOS ANOS CINQUENTA



No dia 22 fevereiro de 1950 formou-se a comunidade do estabelecimento de ensino Instituto Padre Ibiapina, composta de quatro irmãs, tendo como superiora a Reverendíssima Madre Maria Josélia Tibúrcio. 
A existência do IPI muito se deve aos empresários Minervino Wanderley e Joaquim de Carvalho Costa - curadores do Patrimônio de São João Batista. 
No dia 31 dezembro de 1950 circulou o nº 34 da Revista ATUALIDADE, dirigida pelo senhor Arcelino Costa Leitão. A revista era mimeografada. 
Essa edição trouxe o programa de visita do governador recém-diplomado do Rio Grande do Norte, senhor Jerônimo Dix-Sept Rosado Maia. 
A comitiva governamental estava prevista a chegar às 9h00, sendo recebida por uma comissão formada pelo prefeito, o criador Fernando Tavares (Vem-Vem) e o empresário Arcelino Costa Leitão na comunidade rural de Lagoa do Mato (a antiga estrada Mossoró/Assu passava  por essa localidade).
Depois, já na cidade, seguiu uma vasta programação: Saudação pelo prefeito doutor Edgard Montenegro, pelo advogado Expedito Silveira e estudante Terezinha de Sá Leitão; desfile de escolas municipais, almoço no palacete de deputado Pedro Amorim, com discurso de Francisco Amorim; partida de futebol entre o Centro Esportivo Assuense e Macaíba Futebol Clube; sessão no Grupo Escolar, falando o prefeito Edgard Borges Montenegro, professora Maria Olímpia Neves de Oliveira e estudante João de Oliveira Fonseca; Reveillon e saudação do ano novo pelo jornalista Urbano Brandão tendo transmissão da Voz do Município e animação da Banda de Música do Centro Regional de Escoteiros do Assú.
Em dezembro de 1951 – O Sobrado dos Dantas, à Rua Casa Grande (atual Praça Getúlio Vargas), onde funcionou a Casa Dantas e o Hotel Assú (hoje, casa pertencente a família Simonetti), incendiou, quando ali funcionava o escritório do DNOCS. Segundo narrativa do Sr. José Anselmo Wanderley, então servidor do DNOCS em Assú, o sinistro foi causado por displicência de quem, com um candeeiro, tentou tirar gasolina armazenada em tambores, ali guardada para abastecer o avião da repartição quando vinha ao município do Assú.
No sábado, dia 23 de abril de 1955, a União de Escoteiros do Brasil concedeu ao assuense professor Luiz Correia Soares de Araújo, a mais alta condecoração escoteira – o Tapir de Prata.
*_*
- A Lei número 28 do dia 18 de agosto de 1953, autorizou o levantamento de empréstimo no Banco do Brasil S.A., no valor de Cr$ 2.000.000,00 (dois milhões de cruzeiros), para aquisição e instalação de uma Usina Elétrica e da construção do prédio para a mesma. Tal usina por muito tempo serviu a esta cidade. Sua instalação deu-se no prédio, até hoje conhecido como “Motor Velho”, situado na esquina das ruas Dr. Luiz Antonio com Adalberto Amorim.
- A Lei número 26 de 11 de dezembro de 1956. Concedeu o Diploma de “Benemérito da Cidade” ao cidadão Celso Dantas da Silveira. Informou o jornalista que nunca foi informado oficialmente sobre o fato e consequentemente não recebeu a honraria. “O Prefeito Municipal do Assú, Estado do Rio Grande do Norte no uso de suas atribuições legais... faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu Sancionarei a seguinte Lei: Art. primeiro - É Conferido ao cidadão Celso Dantas da Silveira, o Diploma de 'Benemérito da Cidade do Assú'. Prefeito - Francisco Augusto Caldas de Amorim. Secretário Geral da Prefeitura - João Marcolino de Vasconcelos. 
Monsenhor Júlio Alves ladeado por irmãs e alunas do Educandário
Conforme Ata da primeira sessão da Câmara Municipal do Assú do dia 07 de outubro de 1957 os vereadores Celso Dantas da Silveira, Francisco Soares de Macêdo e Manuel Corcino da Costa emitiram Projeto de Lei concedendo o título de Cidadão Assuense, ao vigário local Monsenhor Júlio Alves Bezerra, ao Sr. Arcelino Costa Leitão e ao escrivão e tabelião da Comarca, aposentado, Sr. João Germano Sobrinho.
Acontece que, no dia 22 de outubro, a Câmara Municipal recebeu oficio do Monsenhor Júlio Alves Bezerra tratando do Projeto de Lei de autoria do vereador Celso Dantas da Silveira e outros, da concessão do título de Cidadão Assuense, no qual Sua Reverendíssima declara não aceitar o "Título de Cidadão Assuense”. E, na sessão do dia 23, foi a vez da Câmara receber outro ofício, desta feita do Sr. João Germano Sobrinho, também não aceitando o título e expôs seus motivos, agradeceu aos signatários do Projeto a lembrança e declara, "por feito moral e formação religiosa, ser obrigado a renunciar as honrarias do projeto”
O vereador Pedro Borges fez longas considerações sobre os ofícios, dizendo estranhar e lamentar as atitudes daqueles cidadãos, visto à Câmara só querer através do projeto em questão honrar, os ditos cidadãos.
 
Fotos coletadas na internet nos sites:
Livros:
Assu - Dos Janduís ao Sesquicentenário - Ivan Pinheiro.
Assu - Gente Natureza e História - Celso da Silveira
História da Câmara do Assu - Auricéia Lima.
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Não procures os teus anjos em lugares inacessíveis e distantes , olha para o desenrolar dos teus dias estonteantes e os encontrarás onde menos esperas.

São Gonçalves
 
Da linha do tempo/Face de Laélio Ferreira

NATAL NAS QUEIXAS DO POETA...

"O epitáfio mais pomposo,
a quem, porventura, o gozo
do que não teve, dará?...
– Na vala comum, não dorme,
o diamante rude e enorme
do crânio de Itajubá? (4)

E eis o que este te diria,
sem a santa hipocrisia
do que te disse – por Deus!
Vê quão fiel se te ajusta,
Natal, cidade-Locusta (5),
Cornélia... (6) de filisteus!
–”A terra onde tenho o nome,
mata os poetas – de fome.
Profeta, nenhum se viu...
A parábola de Cristo
não teve melhor registo,
mais dura não se cumpriu!
“Moura-torta (7) de poetas!
Em minha vida, completas
o que fizeste aos demais!
Não venhas, depois, no trilho
dos meus versos: – Ai, meu filho!–
carpir, (8) madrasta mendaz! (9)
És linda. Iara (10) morena,
pulando da água serena
do Potengi, (11) a cantar,
nua, à sombra dos coqueiros,
perfumada de cajueiros
– os seios furando o mar...(12)
–Jamais quiseste, entretanto,
ouvir o amoroso canto
de um filho. Formosa e cruel,
à míngua os matas. E, calma,
lhes negas tivessem alma.
És mãe – como a cascavel... (13)
Porventura, alguma estátua
já ergueste, cabocla fátua,(14)
a quem fosse meu irmão?
Se a políticos se faça,
quando farás, e em que praça,
a de Alberto Maranhão? (15)
Órfão de paz e conforto,
que importa – depois de morto –
teus remorsos merecer?
Maldita sejas se, um dia,
tentares, hiena impia,
as cinzas me revolver! (16)
De resto, não m’as perdeste?
Melhor destino, foi este,
que o de um rótulo em latim
– língua de enterro e de foro,
em que se diz que foi de ouro
tanta vasilha ruim...
A glória a que aspiro – a única –,
a que há de ser minha túnica,
mais sagrada que a de um rei,
posse, intangível, se planta
na alma do povo – que canta
as canções que lhe ensinei!

NOTAS DE LAÉLIO FERREIRA DE MELO

5) Locusta. Ver nota em Jardim tropical.
6) Colonia Cornelia Veneria Pompeianorum. Cidade romana de Pompéia,
destruída por uma erupção do Vesúvio, no ano 79 d.C.
7) Entidade fantástica do folclore português, personagem mourisca malfazeja, o oposto da moura-encantada.
8) Arrancar (o cabelo) em sinal de dor. Tratar de, dizer, contar, exprimir,
lamentando-se; queixar-se de; lamentar, chorar.
9) Mentirosa, hipócrita, falsa. Traiçoeira, desleal, pérfida.
10) Segundo Câmara Cascudo (Dicionário do Folclore Brasileiro – 9ª. edição,Global Editora), “Nome convencional e literário da mãe-d’água, iara, senhora”.A Enciclopédia Compacta Brasil – Larousse Cultural, Nova Cultura,1995, define-a como “figura mitológica difundida entre os indígenas e caboclos após o século XVII, de aculturação provavelmente européia e
tendo suas raízes nas sereias. Loira e muito bonita, a mãe-d’água atrai os
pescadores, ou quem quer que se aproxime de rio ou praia à noite, e leva
o pretendente a afogar-se em busca de diversão. Em algumas comunidades é reputada como protetora das águas e pescas. Sendo meio peixe emeio mulher, apresenta-se a pentear os cabelos, a cantar ou mesmo conversando com algum passante. Encantado e quase que sob efeito hipnótico, o pretenso parceiro mergulha nas profundezas da água, onde sufoca e morre”.
11) “Rio em cuja margem direita está a cidade do Natal. O mesmo Rio Grande do Norte, dando nome à Capitania, Província e Estado. De poti-gi, rio dos camarões” (Luis da Câmara Cascudo, Nomes da Terra, Fundação José Augusto, 1968). A “iara morena” de OM, hoje em dia, não se arriscaria a mergulhar nas águas do rio – o “Potengi amado” da “Serenata do pescador” (Ver O cancioneiro de Othoniel Menezes, neste volume). O mito folclórico, hoje, não resistiria à poluição do curso d’água, altamente comprometido por culpa da administração pública e da ganância empresarial. Bela e pobre iara!
12) O poeta construiu a imagem dos “seios furando o mar” levando em conta o formato semicircular do litoral natalense entre as Pontas de Genipabu (ao Norte) e a do Pinto (ao Sul).
13) A cascavel (Crotalus durissus) é ovovivípara (animal cujo ovo é incubado no interior do organismo materno, sem se nutrir à custa desse organismo). Os ovos se rompem dentro da fêmea e nascem as cobrinhas formadas. Diz-se, no sertão, que a mãe cascavel pratica o infanticídio, matando e devorando (canibalismo) os filhotes que se aproximam do seu focinho.
14) Estulta; néscia, tola, insensata.
15) Quase oitenta anos depois, Alberto Maranhão continua sem um broze em praça pública. Enquanto isso...

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...