terça-feira, 11 de julho de 2017

OLHOS NEGROS


Teus olhos negros Maria,

São uns olhos singulares,

São tão cheios de poesia,

São tão cheio de cismares

Que, por vê-los, certo dia

Passei a noite cantando,

Teu sono mesmo sonhando,

Vendo o sonho dos luares...

Depois, refleti comigo:

“ - Não há no céu uma estrela,

Um astro formoso, amigo,

Com o brilho dos olhos dela.

Se algum dia eu fosse Deus

O senhor das borboletas,

Formaria estrelas pretas

Do brilho dos olhos teus.”

João Lins Caldas
Assu, 1910
__________________In, Almanaque Literário de Pernambuco, para 1910



Nos teus braços aconchego-me
Sinto o teu calor
Meu coração flutua
No teu amor.

...Viajo no teu esplendor
Leve, sinto
Tua aurea de luz
Minha respiração é profunda.

Protegida nos teus braços
É momento de sonho, acordo
Sem proteção
Meu coração chora.

Na solidão
Sinto falta dos teus braços
Dos teus abraços
Do teu perfume.

Do teu olhar doce
Da tua alma, choro
Choro,
Perdida no tempo.

Minha alma condena-me
Tristeza,
Queria estar
Nos teus braços.

Por Cristina Costa

segunda-feira, 10 de julho de 2017

LENDA

OÁSIS

 

Conta uma popular lenda do Oriente que um jovem chegou à beira de um oásis junto a um povoado e, aproximando-se de um velho, perguntou-lhe:
– Que tipo de pessoa vive neste lugar ?
– Que tipo de pessoa vivia no lugar de onde você vem ? – perguntou por sua vez o ancião.
– Oh, um grupo de egoístas e malvados – replicou o rapaz – estou satisfeito de haver saído de lá.
– A mesma coisa você haverá de encontrar por aqui –replicou o velho.
No mesmo dia, um outro jovem se acercou do oásis para beber água e vendo o ancião perguntou-lhe:
– Que tipo de pessoa vive por aqui?
O velho respondeu com a mesma pergunta: – Que tipo de pessoa vive no lugar de onde você vem?
O rapaz respondeu: – Um magnífico grupo de pessoas, amigas, honestas, hospitaleiras. Fiquei muito triste por ter de deixá-las.
– O mesmo encontrará por aqui – respondeu o ancião.
Um homem que havia escutado as duas conversas perguntou ao velho:
– Como é possível dar respostas tão diferente à mesma pergunta?
Ao que o velho respondeu :
– Cada um carrega no seu coração o  ambiente em que vive. Aquele que nada encontrou de bom nos lugares por onde passou, não poderá encontrar outra coisa por aqui. Aquele que encontrou amigos ali, também os encontrará aqui, porque, na verdade, a nossa atitude mental é a única coisa na nossa vida sobre a qual podemos manter controle absoluto.


sabedoriauniversal.wordpress.com

domingo, 9 de julho de 2017

Cartão postal com vista tomada da recente concluída Avenida Tavares de Lyra.
Nessa avenida, no trecho entre o largo denominado "Praça Leão XIII" ao Cais Augusto Lyra, existia um quarteirão de casas até 1910.

Nesse ano o governo Alberto Maranhão e Quincas Moura, Presidente da Intendência, iniciaram as desapropriações e a picareta iniciou a derrubada das construções que dividiam a avenida.
Em novembro de 1911 a Tavares de Lyra estava em grande parte aberta e construídos novos prédios em ambos os lados.
 

Em dezembro de 1913 a Intendência arborizou a avenida com mongubeiras e instalou vários bancos, com encostos mais ou menos confortáveis.
No início de 1914 as mongubeiras foram arrancadas e substituídas por palmeiras, como se vê nessa imagem.
 

No ano seguinte as palmeiras foram então substituídas pelos "ficus benjamim", os quais deram sombra à avenida durante várias décadas.
 

Em novembro de 1918 calçaram a avenida com paralelepípedos.
Em 1920 retiraram os bancos.


Aqui é possível ver o largo(ainda um descampado) denominado praça Leão XIII, em frente a igreja do Bom Jesus, à espera da efetiva inauguração da praça.

Fotógrafo: Não informado
Ano: 1914

De:  André Madureira

sábado, 8 de julho de 2017

HUMOR

- Mulher, quem é a senhora, tão chique com essas roupas que não repete nunca?
- Ah! Eu sou a reencarnação da Princesa Isabel, aquela que libertou os escravos no Brasil.
- Ou, bicha, deixe de mentira. Quem te falou isso?
- Foi Nossa Senhora...
A pobre botou a mão no peito e exclamou:
- Eeeeeeeuuuu???!!!

Marcos Sá de Paula

sexta-feira, 7 de julho de 2017

LENDA

É uma história muito velha que meus avós me contaram. E Anita, muito tenra e sabida, começou a narrativa das mais belas das lendas que sabia: - Eram seus olhos irmãos, lumes de uma só cara. Azuis, eram a graça da sua dona, uma princesa muito moça, que os nobres desejavam. Virgem, morreu por uma tarde triste. Os reis choraram, toda corte chorou. Na manhã do dia seguinte, foram tira-la do quarto. A morta estava sem olhos. Então foi que se soube. Pela madrugada, sem que ninguém notasse, muito tenro e bonito, um anjo levou-lhe os olhos. Do direito, que estava mais puro, fez o mar muito azul. Amigo do azul, jogou o restante sobre a face da terra: e o mar desenrolou-se azul e muito belo. Do alto, uma lágrima muito branca, a última do segundo olho, brilhava sob os dedos do anjo. Estimada do anjo, ela rolou de seus dedos. Atraída pelo azul, rolou sob o mar. E o mar, que devia ser azul, modificado pela lágrima, tornou-se verde.

João Lins Caldas, Poeta assuense
Assu, 25.2.1909

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Este pedreiro achou uma “tigela canibal” de mais de 500 anos no RN

Marcelo Sena de Oliveira, de 29 anos é pedreiro no município de Lagoa D’anta, há 125 quilômetros de Natal. Ele retirava areia de um terreno para a construção de sua casa, quando notou algo mais firme enterrado na areia. Sem saber do que se tratava, Marcelo bateu com sua pá para tentar encontrar o objeto, até ver algo com o aspecto de uma tigela.

 “Ela estava inteira, mas quando fui tirar ela se despedaçou. Deixei os pedaços lá porque porque eram muito miúdos”, contou Marcelo ao jornal Tribuna do Norte. Pela decoração do utensílio ele desconfiou que o artefato fosse indígena. “Mas como a gente mora no interior não conhecia ninguém que pudesse dizer que era mesmo. Aí, quando soube que a minha professora dava aula de educação indígena, dei para ela”, acrescentou.

Marcelo é formado em pedagogia, e sua professora de pós-graduação é a antropóloga Taís Cruz, que, ao receber apenas parte do objeto de presente do aluno, e comparar com as descrições de um livro do arqueólogo brasileiro, André Prous, logo teve a certeza de que aquele era um material produzido há mais de 500 anos.

Arqueóloga Taís Cruz com índios na Baía da Traição

“A forma das grandes vasilhas abertas nem sempre é muito regular, traduzindo muitas vezes um certo desleixo com a simetria dos volumes. Em compensação, a decoração, exclusivamente pintada, obedece normas estritas e foi realizada com muito esmero. A borda é reforçada do lado de fora, apresentando uma estreita faixa plana decorada com frisos de bastonetes verticais ou oblíquos compondo triângulos”, narra o livro. Só o fragmento da tigela pesa cerca de 10 quilos!

Aqui está parte do objeto encontrado

Toda a descrição confere exatamente com o artefato encontrado em Lagoa D’anta. Segundo Taís Cruz, essas tigelas eram artigos de rituais onde se comia as vísceras de guerreiros inimigos. “Ela não era uma vasilha simples, era usada para um ritual, por isso tem essa riqueza de detalhes”, acentuou.
Para a professora, essas peças tem a capacidade de contar pequenos capítulos de uma história que foi praticamente dizimada pelo colonizador. Dessa forma, é possível também revelar um pouco mais nossa própria identidade. “É uma peça única feita pelo povo único e que pode dizer muito de como aquele povo vivia”, disse Taís. A peça foi encontrada em 2012 e reconhecida somente em 2015.

Mas infelizmente existe uma ameaça






O estudante Marcelo Sena de Oliveira informou na época que caminhões retiravam areia do local. Ele que poderiam haver outras peças semelhantes completamente despedaçadas pela atividade dos carros. O presidente da Câmara de Natal foi informado da importância histórica do local, e disse que vai tentar evitar a exploração para a construção civil.

Um mês depois o achado da tigela chegou ao conhecimento de especialistas do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e da UFRN confirmaram que a área caracterizava-se como sítio arqueológico.

Fonte: Tribuna do Norte

De: https://curiozzzo.com
Cartões postais onde aparece a Fortaleza dos Reis Magos.
As duas imagens mostram a Fortaleza separadas em cerca de 40 anos.
- Em cima, na imagem mais antiga, a autoria é do fotógrafo mossoroense João de Miranda Galvão.
Foto feita em cerca de 1922.

- Em baixo, na imagem mais recente, é de autoria de Jaeci Galvão.
Foto feita no inicio dos anos 1960 após restauração da Fortaleza.
Foi nessa restauração que a edificação perdeu parte de seu frontão superior.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Fernando Caldas compartilhou um link.
1 h
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Da esquerda: Mariana e Diva (filhas), minha mãe Gelza, Meu pai Edmilson, minha mulher Eliane e essa figura editor deste blog chamado Fernando Caldas.
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"Quando entendes quem és e o que é, teu brilho se projeta, se irradia no universo e tudo ao seu redor se torna criativo e cheio de oportunidades."

domingo, 2 de julho de 2017

Omara Portuondo e Ibrahim Ferrer - Silencio

JOÃO CELSO FILHO, advogado, jornalista, professor, poeta, comerciante. Sempre destacava-se no que fazia. Escreveu peças para teatro e foi diretor do jornal "A Cidade". Era um apaixonado pela natureza. Faleceu na manhã de 14 de novembro de 1943.
Segue, abaixo, um soneto (DITOSOS) escrito por ele, em 2 de maio de 1915.

Hoje, na Casa do Cordel (palestra proferida pelo poeta assuense Ivan Pinheiro) no instante que eu declamava uma poesia do poeta Renato Caldas. Programação "Café Cordel", do poeta Abaeté. Natal.

EU...TU Eu sou doçura, Mas o mel és tu A imagem é minha, Mas a cor é dada por ti A flor sou eu, Mas tu és a fragrância Eu sou felicidade, Ma...