sexta-feira, 22 de setembro de 2017

LOURIVAL AÇUCENA – O GRANDE ARTISTA DE NATAL


t2ec16z8e9s4l8dbrcrpi9gw60_58
A Provinciana Natal dos tempos de Lourival Açucena.
Rostand Medeiros – Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte – IHGRN
Seu nome de batismo era Joaquim Eduvirges de Melo Açucena, nascido em Natal no dia 17 de outubro de 1827, quando a Independência do Brasil havia sido proclamada apenas cinco anos antes. Quando aquele jovem veio ao mundo a sua cidade era então muito acanhada, de população reduzidíssima, provinciana, longe de tudo e de todos e sem nenhuma importância. Tão sem importância que só recebia uma vez por mês um navio de cargas e passageiros.
Ele era filho de Manoel Joaquim Açucena, homem robusto, um nacionalista exaltado e grande tocador de violão. Aventuroso, consta que para se encontrar com sua futuras esposa, Maria Pacífica de Melo, o pai de Lourival Açucena atravessava o rio Potengi a nado e com a roupa na cabeça, depois andava léguas até a região de São Gonçalo do Amarante para se encontrar com a jovem Maria[1].
alfa-1
De sua mãe Lourival Açucena herdou o gosto pela leitura dos clássicos do nosso idioma, o instintivo rigor gramatical e as frases apuradas. Do pai ficou a voz forte, o gosto pelo violão e uma fidelidade romântica pelas noites enluaradas.
Consta que Lourival Açucena estudou francês, latim, retórica, filosofia, mas não foi um estudante exemplar destas matérias. Exemplar mesmo o jovem foi com o violão nas mãos, que aprendeu com seu pai.

www.brasiliana.usp.brhandle1918011391-085
Fonte – http://www.brasiliana.usp.brhandle1918011391-085
Em 1839, no final do Período Regencial, a Província do Rio Grande do Norte era governada pelo goiano Manuel de Assis Mascarenhas (veja imagem acima), que tinha inclusive o título de “Dom”[2]. Por esta época o jovem Lourival Açucena já era um exímio cantador e foi levado até o fidalgo Presidente por seu pai. Ao invés de declamar versos clássicos, como seria a praxe na época, o garoto atacou com um animado lundu e o então mandatário potiguar gostou bastante.[3]
Um Funcionário Público de Voz e Violão
Os que conhecem do tema, que não é o meu caso, afirmam que a sua poesia era ligada ao Romantismo, mas tinha forte relação tardia com o Arcadismo.
Jovem de espirito alegre, que fazia amizades de maneira muito fácil, amante das serestas, das noitadas, teve uma vida agitada e participava ativamente dos serões boêmios de Natal. Apesar disso, segundo Luís da Câmara Cascudo, não era chegado a bebidas. Isso talvez explique como alguém que gostava de cantorias e da noite chegou aos 80 anos, em um tempo onde a medicina era bastante limitada.

matriz-corpo-santo-recife
Antiga matriz do Corpo Santo em Recife, atualmente demolida. Local da apresentação de Lourival Açucena na capital pernambucana em 1848 – Fonte – https://patrimonioespiritual.org/2016/03/02/matriz-do-santissimo-sacramento-e-santo-antonio-recife-pe/
Já como cantor alcançou fama nos festejos religiosos, sendo considerado um cantante de grande qualidade e que se acompanhava ao violão. Na semana santa de 1848 realizou a sua única viagem para fora do seu estado natal, onde apresentou “As lamentações de Jeremias” em Recife. O fato se deu na imponente igreja do Corpo Santo, que atualmente não existe mais[4]. O padre local, conhecido tenor sacro, ficou impressionado com a apresentação do natalense[5].
Artista praticamente completo, Joaquim Eduvirges de Melo Açucena também participou de peças teatrais. Em 1853 representou o personagem capitão Lourival na peça O Desertor Francês, aparentemente uma adaptação da peça Le Desérteur, um drama de cinco atos do francês Louis Sèbastien Mercier[6]. Sabemos que a sua apresentação foi tão marcante, que até a sua morte todos em Natal passaram a lhe chamar pelo nome do personagem que interpretou.

kgrhqiokioe5dtwdpqboflutjg60_57
A pequena Natal da época de Lourival.
Joaquim Açucena logo estará no funcionalismo público estadual como “Praticante dos Correios”, ganhando dezesseis mil réis. Depois passou para a Tesouraria e em 1859 chegou a Oficial-Maior. Câmara Cascudo comenta que esta última promoção se deu neste ano pela sua voz. Mas não foi na base do grito. Mas cantando!
Nesse tempo as festas na igreja de São Miguel, em Extremoz, que então estava em construção, eram muito populares e Joaquim Açucena arranjou um jeito de fugir do trabalho para cantar nas missas. Ocorre que naquele ano o baiano João José de Oliveira Junqueira[7], então recém-empossado Presidente da Província do Rio Grande do Norte, assistiu a festa religiosa em Extremoz, onde o bardo Açucena tocou e cantou.
alfa-35
A autoridade gostou do que ouviu e perguntou quem era o ilustre trovador. Ao responder o questionamento de Oliveira Junqueira, um dos acompanhantes aproveitou e contou a história da tal fugida de Lourival Açucena da sua repartição. Este foi então chamado diante do Presidente e se apresentou bastante trêmulo, certamente imaginando algum tipo de castigo. Mas para sua surpresa e do bajulador safado e extremamente invejoso que o denunciou, o Presidente Oliveira Junqueira pediu ao cantador para tocar alguns lunduns, modinhas[8], xácaras[9] e realizar alguns solos de violão. A autoridade ouviu tudo extasiado e ao final declarou “Gostei muito! Você é um artista Seu Açucena. Está nomeado Oficial Maior da Tesouraria”.
É provável que com este gesto o Presidente Oliveira Junqueira quisesse mostrar sua indignação com a denúncia destinada a prejudicar o cantador. Ou talvez desejasse ter por perto alguém com a capacidade que Lourival Açucena tinha com a viola nas mãos, para lhe distrair nas horas de folga[10].
alfa-34
Se para entrar no serviço público nos dias atuais as pessoas tem de “queimar as pestanas” estudando muito, Lourival Açucena, sem demérito algum já que era a realidade do seu tempo, subiu no funcionalismo publico de viola na mão e declamando versos.
O Bardo No Xilindró Da Fortaleza Dos Reis Magos
Se em Recife foi onde Lourival Açucena se apresentou com galhardia e sucesso na igreja do Corpo Santo, foi igualmente na capital pernambucana que em 1861 ele teve seus textos publicados pela primeira vez em um pequeno jornal chamado “O Recreio”.
Mas no ano de 1888 houve muita dor de cabeça para Lourival Açucena, inclusive ele passou um período atrás das grades.
alfa-36
Consegui uma cópia do periódico “Gazeta de Natal”, edição de sábado, 21 de janeiro de 1888, onde na primeira página dá conta que o então Presidente da Província potiguar, o pernambucano João Capistrano Bandeira de Melo Filho, do Partido Conservador, abriu um inquérito para apurar desvios de recursos na coletoria de impostos da cidade potiguar de Macau, onde o titular era Lourival Açucena.
O periódico natalense não explica detalhes do caso, afirmando que Bandeira de Melo usava de muita rigidez das leis existentes para punir Lourival, entretanto era extremamente brando com um caso semelhante ocorrido em Nova Cruz, com o funcionário publico A. Lopes Pessoa da Costa, seu correligionário. Aquela velha história, ainda bem atual, de se utilizar a lei para os inimigos e abrandar tudo para os amigos!

Forte dos Reis Magos
Fachada da Capelinha do Forte dos Reis Magos e parte do pátio interno. Foi nesta fortaleza que Lourival Açucena passou alguns meses preso.
Mas como na história potiguar tudo que envolveu Lourival Açucena terminava em festa, consta que a sua passagem pelos cárceres da Fortaleza dos Reis Magos foi marcado pela pouca rigidez do seu aprisionamento. Sabemos que através da anuência do comandante da fortaleza, amigo do cantador de longa data, a farra foi tanta e tão boa que Lourival Açucena passou mais alguns dias na fortaleza por vontade própria.
Percebi que os biógrafos de Lourival Açucena focaram muito mais no burlesco do caso, do que na ideia de entender o que realmente aconteceu. Mas não sei o quanto Lourival Açucena estava envolvido em desvios na coletoria de Macau, pois os dados são limitados e o meu conhecimento das leis da época é restrito. Mas lendo a edição de “Gazeta de Natal” fica nítido que seus amigos desejavam protegê-lo do rígido Bandeira de Melo, tanto assim que passou pouco tempo preso.
Muitos Filhos E Um Deles Morreu Pelo Uso de Morfina
Lourival ascendeu muito no funcionalismo público da sua época. Certamente por ser um homem competente no seu trabalho, mas sem dúvida ajudou bastante o fato dele ser bom de viola, de conversa e de amizades.
1880-10-06 (2) - Copia
Joaquim Açucena foi comandante de um dos destacamentos da Guarda Nacional do Rio Grande do Norte, onde recebeu a patente de capitão. Foi também delegado de polícia, 2° juiz de paz da paróquia de Natal, chefe de seção da Secretaria de Governo e exerceu a função de oficial de gabinete do Presidente Gustavo Adolfo de Sá. Ele se aposentou com um salário nada irrelevante de 1:300$000 (Um mil e trezentos réis)[11].
Mas se seu salário não era tão módico assim, ficou registrado que levava uma vida frugal, espartana e que quase passava necessidades, embora não lhe faltasse nada devido às inúmeras amizades que fez ao longo dos seus 80 anos de vida.
É provável que a sua remediada situação financeira fosse uma consequência de outra “atividade” na qual o bardo natalense foi extremamente atuante – Fazer filhos. Lourival Açucena foi pai de dezenove filhos legítimos e treze rebentos bastardos. Trinta e dois no total.

1889-SD - Copia
Versos da lavra de Lourival Açucena, em honra ao marechal Deodoro da Fonseca.
Sabemos que ele teve três esposas que podemos enquadrar como “oficiais”. Estas foram Antônia Cândida de Albuquerque, cuja união aconteceu em 1852, com Flora Carlinda de Vasconcelos, em 1865, e a última, já no limiar da vida, com Silvânia, a quem carinhosamente denominou de “gentil porangaba”. Não é a toa que foi chamado por um jornal local de “O rouxinol das saias”[12].
Entre seus filhos, ao menos três deles seguiram a carreira militar no Exército. Foi o caso do tenente-coronel Reynaldo Lourival, que passou a residir no Rio de Janeiro, e do major Pedro Lourival, que passou a residir em Pelotas, Rio Grande do Sul[13].
Já  o cadete Carlos Lourival, outro filho de Lourival Açucena que seguiu a carreira das armas, morreu com 21 anos em decorrência do “uso imoderado de morfina”. Este jovem nascido em Natal era fruto do seu segundo casamento, morava em São Paulo e estava lotado no 10° Regimento de Cavalaria, onde e faleceu na madrugada de 4 para 5 de julho de 1889[14].

1889-29-07 - Copia
Texto sobre a morte do cadete Carlos Lourival.
Segundo um jornal do Rio Grande do Sul, devido a sua ausência no quartel os seus companheiros de farda arrombaram as dependências do seu alojamento e encontraram seu corpo prostrado em sua cama ás onze da manhã de 5 de julho. O jornal informou ainda que o cadete Carlos Lourival sofria de insônia e utilizava morfina para conciliar o sono, mas na noite de 4 de julho tomou uma dose mais elevada que o normal e isso ocasionou a sua morte[15].
Cantor de Modinhas

DSCF0386 - Copia
Terceira sede da redação do jornal A República, na Rua Dr. Barata, na Ribeira, Natal. Lourival Açucena escreveu em vários jornais da cidade.
Lourival Açucena escreveu em muitos jornais da cidade, mas não chegou a publicar nenhum livro durante a sua vida, preferindo a viola e a cantoria. Foram seus muitos amigos que publicaram um pequeno texto com alguns de seus poemas trinta dias após a sua morte.
Foi Luís da Câmara Cascudo, com a ajuda de Joaquim Lourival, filho do poeta, que recolheu o que foi possível de seus poemas, publicando um volume em 1927. Este filho do bardo foi igualmente uma figura muito conhecido em Natal, sendo proprietário de uma escola particular e chamado por todos de “professor Panqueca”.

1939-12-01 - Copia
Manchete do interessante texto produzido por Câmara Cascudo sobre Lourival Açucena em 1939, no jornal “A República”.
Câmara Cascudo, nascido em 1886, ainda teve oportunidade de assistir uma cantoria do então septuagenário Lourival Açucena na festa de Nossa Senhora da Apresentação. O bardo glosava os motes dados pela multidão de forma atenta e chamava atenção pela prontidão da rima e do vocabulário. Cascudo comentou em 1939 que o nosso artista era muito orgulhoso e vaidoso. Pois se em uma apresentação ele não fosse o primeiro a subir no palco, batia o pé e não cantava mais. E que ninguém falasse alto durante sua apresentação, pois ele parava e não recomeçava mais. Ainda bem que no tempo de Lourival Açucena não existiam os celulares![16]
Conhecido como o “cantor de modinhas”, Lourival Açucena teve durante 60 anos a primazia da voz nas festas e solenidades natalenses. Segundo Câmara Cascudo ele foi a alma alegre da cidade. Improvisador de festanças, marcador de quadrilha, artista dramático, fazedor de brindes, compadre de meio mundo de gente, respeitado e cortejador, era ainda aquele que conhecia “Os tristes desvios das altivosas criaturas”[17].


NOTAS
[1] Algumas fontes apontam que esta peripécia no rio Potengi teria sido realizada pelo próprio Lourival Açucena, mas em um interessante texto de Luís da Câmara Cascudo publicado em 1939 ele aponta o fato ligado ao pai do poeta. Ver o periódico A República, Natal-RN, edição de quinta-feira, 12 de janeiro de 1939, pág. 3.
[2] Manuel de Assis Mascarenhas nasceu em Goiás Velho no dia 28 de agosto de 1806, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 30 de janeiro de 1867. Filho de Francisco de Assis Mascarenhas, conde e marquês de São João da Palma, no Brasil, e 6º conde da Palma, em Portugal.
Proprietário rural em Campos (RJ) formou-se em leis pela Universidade de Coimbra e tornou-se condestável e diplomata do Império. Foi nomeado pelo Governo Imperial adido de 1ª classe na legação brasileira em Berlim e, em seguida, secretário da legação em Viena. Em 1830, deixou definitivamente a diplomacia e voltou ao Brasil, atendendo urgente chamado de seu pai, para ajudá-lo a gerir a propriedade da família em Campos. Nesta atividade, demorou-se, no interior fluminense, por três anos, para depois ingressar na magistratura. Foi juiz em Vassouras e desembargador da Relação da Corte. Filiado ao Partido Conservador, presidiu as províncias do Rio Grande do Norte (1838-43) e Espírito Santo, (1843). Eleito deputado-geral pelo Rio Grande do Norte à 4ª legislatura e, na seguinte, por Goiás. Em 1850, foi escolhido, em lista tríplice, senador pelo Rio Grande do Norte. Embora conservador, em várias oportunidades aprovou os liberais, tornando-se, por fim, conselheiro-chefe do Partido Liberal. Em 1º de junho de 1839, ingressou no Instituto Histórico e Geográfico do Brasileiro (IHGB) como sócio correspondente. Ver – https://ihgb.org.br/perfil/userprofile/MAMascarenhas.html
[3] O lundu, ou lundum, chegou ao Brasil através de escravos Bantu de Angola e áreas circundantes, sendo uma dança de casal muito sensual, voluptuosa e considerada bastante lasciva. Foi altamente popular em todo o Brasil no século XVII e início do século XVIII. Posteriormente substituído pelo maxixe (que também foi considerado escandaloso …) e, segundo alguns autores, em seguida pelo samba. Ver TINHORÃO, José Ramos. Pequena história da música popular: da modinha à lambada. São Paulo-SP: Art, 1991, p. 41. Sobre o encontro de Açucena com esta autoridade ver A República, Natal-RN, edição de quinta-feira, 12 de janeiro de 1939, pág. 3.
[4] O conjunto arquitetônico da igreja do Corpo Santo foi demolido para a construção da Avenida Marquês de Olinda em 1913.
[5] Ver http://adcon.rn.gov.br/ACERVO/secretaria_extraordinaria_de_cultura/DOC/DOC000000000113068.PDF
[6] Louis Sèbastien Mercier (1740-1814) foi um escritor francês, autor dramático da época revolucionária, membro da Convenção. Autor do romance de costumes Tableau de Paris, conhecido documento de caráter histórico e sociológico sobre a situação da sociedade francesa na véspera da Grande Revolução.
[7] João José de Oliveira Junqueira (Salvador, 10 de março de 1832 – 9 de novembro de 1887) foi um magistrado e político. Era filho do senador João José de Oliveira Junqueira, ministro do Supremo Tribunal de Justiça. Foi deputado provincial, deputado geral, ministro da Guerra e senador do Império do Brasil de 1873 a 1887. Antes disso foi presidente das províncias do Piauí (1857 a 1858), Rio Grande do Norte (1859 a 1860) e de Pernambuco (1871 a 1872). Ver http://www.wikiwand.com/pt/Jo%C3%A3o_Jos%C3%A9_de_Oliveira_Junqueira_J%C3%BAnior
[8] A modinha era uma canção de origem portuguesa leve, sentimental e muito popular nos séculos XVIII e XIX. Alguns dos primeiros exemplos de modinhas estão nas Óperas Portuguesas (1733-41). Originalmente melodias simples, as modinhas costumavam serem abrilhantados com intrincados e elaborados efeitos musicais quando executados para a nobreza. Elas foram introduzidas no Brasil no final do século XIX onde permaneceram como expressões simples da vida urbana. Ver TINHORÃO, José Ramos. Pequena história da música popular: da modinha à lambada. São Paulo-SP: Art, 1991, p. 47.
[9] A xácara é uma narrativa popular cantada em versos também denominada romance, em que acontece algum episódio trágico, oriundas de Portugal e Espanha ainda encontradas no Brasil do século XIX. Ver FARIA, Edméia. Folclore Poético em Pompéu. Belo Horizonte-MG: Maza Edições, 2000, p. 59.
[10] Ver o periódico A República, Natal-RN, edição de quinta-feira, 12 de janeiro de 1939, pág. 3.
[11] Para se ter uma ideia podemos comparar os vencimentos da aposentadoria que Lourival Açucena ganhava com os vencimentos da aposentadoria de um juiz de direito na mesma época, que era de 4:800$000 (Quatro mil e oitocentos réis). Ver Mensagem lida pelo Governador Augusto Tavares de Lyra em 14 de julho de 1904, na abertura do Congresso Legislativo do Estado do Rio Grande do Norte, na página 114. Em 1904 Lourival Açucena tinha 77 anos.
[12] Sobre este apelido jocoso ver o periódico O Caixeiro, Natal-RN, edição de quinta-feira, 10 de agosto de 1893, pág. 4. Aparentemente as suas duas primeiras esposas faleceram em decorrência de partos mal assistidos.
[13] Ver o periódico A República, Natal-RN, edição de quinta-feira, 19 de outubro de 1927, pág. 1, na reportagem comemorativa dos 100 anos de nascimento de Lourival Açucena.
[14] Atualmente o local onde se situava o 10° Regimento de Cavalaria do Exército Brasileiro é a sede da Academia de Polícia Militar do Barro Branco (APMBB), da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Ver CERQUEIRA, Homero De Giorgi. A disciplina militar em sala de aula. São Paulo-SP: Ed. Biblioteca 24 horas, 2009, p. 51.
[15] Sobre a morte de Carlos Lourival ver os periódicos A Gazeta de Natal, edição de sábado, 27 de julho de 1889, pág. 2 e A Federação, Porto Alegre-RS, edição de segunda-feira, 29 de julho de 1889, pág. 1. A razão do falecimento do cadete Carlos Lourival ter sido estampada na primeira página deste jornal gaúcho deve-se ao fato dele ter vivido alguns anos naquele estado, onde fez muitos amigos, serviu em alguns quartéis e chegou a cursar a Escola Militar.
[16] Ver A República, Natal-RN, edição de quinta-feira, 12 de janeiro de 1939, pág. 3.
[17] Ver CASCUDO, Luís da Câmara. Introdução. In: AÇUCENA, Lourival. (Joaquim Eduvirges de Melo Açucena). Versos reunidos por Luís da Câmara Cascudo. 2. ed. Natal: Editora Universitária, 1986, p. 25-26

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Craques do passado. Mestre Francisquinho, além de um músico de qualidade, também dava show com a bola nos pés. Fundou juntamente com irmãos e primos o Palmeiras, que acabou sendo o grande adversário por muitos anos do Centro Sportivo Assuense.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

AFINAL O AUTOR DE “O PEQUENO PRÍNCIPE” VEIO MESMO À NATAL?

Na história do Rio Grande do Norte diversas pessoas já relataram a passagem do grande escritor e aviador francês Antoine de Saint-Exupéry por Natal, ocorrida no fim da década de 20.
Entre alguns relatos, o autor da super obra “O Pequeno Príncipe” teria se inspirado neste baobá que fica no bairro de Lagoa Seca em Natal ao criar alguns desenhos de seu livro.


Entre os anos de 1985 e 1995 escritores potiguares como Pery Lamartine e Nilo Pereira, escreveram artigos com relatos de testemunhas oculares da presença do francês na cidade. De acordo com Lamartine, o que dificulta a pesquisa é o fato de que nos anos 1920 os pilotos franceses e brasileiros não registravam seus voos.

Existe uma passagem no livro que diz: “vamos nos livrar das ervas daninhas antes de se tornarem baobás que poderiam explodir o planeta”. O escritor estaria se referindo ao baobá de Natal, que teria sido visitado por ele nas décadas de 20 e 30, quando teria sido inclusive hóspede da proprietária do terreno.

O poeta e professor Diógenes da Cunha Lima, que comprou o terreno da árvore afim de preservá-la, conta também que há no livro desenhos como elefante, estrela, vulcão, dunas e falésias, elementos que lembram o mapa e outros símbolos do Rio Grande do Norte.

O poeta e professor Diógenes da Cunha Lima e o sobrinho-neto de Saint-Exúpery. Foto: Canindé Soares
Já em 2009 a imensa árvore recebeu a visita do sobrinho-neto de Saint-Exupéry, o engenheio François D’Agray. Ele esteve em Natal à convite da Prefeitura Municipal para o lançamento dos livros “O Pequeno Príncipe Me Disse” e “Antoine de Saint-Exupéry – A História de uma História”, da escritora paulista Sheila Dryzun.
Alguns atribuem também a relação do francês com o RN pela presença de outro grande baobá plantado desde 1877 na cidade de Nísia Floresta, próximo a Natal.
Mas afinal, Saint-Exúpery, autor de uma das obras literárias mais traduzidas do mundo, passou mesmo por Natal?


Quem conta é o francês Patrick de Bure, entusiasta da História da aviação que em 2010 foi morar em Natal.
Primeiro ele relembra que Saint-Exupéry, deixou a cidade Bordéus, na França, e após dezoito dias de cruzando o Atlântico no navio de carga S. S. Massilia chegou à Buenos Aires, na Argentina. Ele, que também era aviador, foi visitar o escritório da companhia de aviação Aéropostale, e permaneceu no país por “apenas” 15 meses. Esta foi a única vez que o escritor veio à América Latina na sua vida.
Assim, Saint-Exupéry nunca esteve em Natal em missão oficial de avião, e portanto os baobás potiguares não foram a fonte de inspiração do escritor. Segundo Bure, as árvores foram avistadas quando ele estava voando sobre as paisagens do norte da África, local que abriga milhares delas.
Mas o escritor e pesquisador potiguar Rostand Medeiros diz ter uma hipótese. Segundo ele, Antoine de Saint-Exupéry teria feito uma escala em Natal de navio, na mesma viagem em que seguia para Argentina.
Intrigante. E você, o que acha?
Com informações de TOK de História

De: https://curiozzzo.com




segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Ah! Quando a gente é criança, na vida de brincadeira.

João Lins Caldas

Mais de 95% do melão exportado pelo Brasil é produzido no RN



Exportações do estado cresceram 200% entre janeiro e agosto, na comparação com o mesmo período de 2016. Ao mesmo tempo, Ceará registrou queda de 95%.


Por Igor Jácome, G1 RN
Fazendas no RN produzem 96% do melão exportado pelo Brasil (Foto: Anderson Barbosa/G1
O crescimento das exportações de melão ultrapassaram a barreira dos 200% no Rio Grande do Norte, entre janeiro e agosto, na comparação com o mesmo período de 2016. Com o resultado e a queda de produção dos concorrentes diretos, o estado também se tornou responsável por 95,9% de toda a venda da fruta para o mercado externo.
Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Ao longo do ano passado, o estado já liderava o setor, mas era responsável por cerca de 50% das exportações das frutas frescas para fora do país, com US$ 75,3 milhões comercializados. O vizinho Ceará contava com outros 47% do mercado, com vendas de US$ 70,8 milhões.
Entre janeiro e agosto o RN comercializou US$ 47 milhões. Parece pouco, diante dos US$ 100 milhões estimados para o ano, mas existe explicação. De acordo com o empresário Luiz Roberto Barcelos, maior produtor do país e presidente do Comitê Executivo de Fruticultura do RN, a produção se torna mais intensa a partir de setembro, até janeiro. "Neste período do ano, apenas o Brasil fornece as frutas para o mercado Europeu, que é o maior consumidor", revela.

Mercado externo representa cerca de 50% da produção nacional de melão (Foto: Anderson Barbosa/G1)
O mercado externo, ainda de acordo com Luiz Roberto Barcelos, consome 50% da produção nacional do melão. Apesar de não ter grandes variações positivas, ele considera que essa fatia é mais estável, ao contrário do mercado interno.

RIO ASSU (PIRANHAS)
Domingo dia 17.09.2017

Mostrar mais reaçõe

Governo do RN anuncia pagamento de servidores que ganham entre R$ 3 mil e R$ 4 mil

Segundo governo, dinheiro entrará nas contas nesta terça-feira (19). Ainda não há data para pagamento de quem recebe acima dos R$ 4 mil.
  


Por G1 RN
18/09/2017 

Governo anunciou pagamento de quem ganha entre R$ 3 mil e R$ 4 mil (Foto: Thyago Macedo)


Governo anunciou pagamento de quem ganha entre R$ 3 mil e R$ 4 mil (Foto: Thyago Macedo)

O governo do Rio Grande do Norte anunciou que vai depositar nesta terça-feira (19) o pagamento da folha de agosto, aos servidores ativos, aposentados e pensionistas que recebem entre R$ 3 mil e R$ 4 mil.

Ainda não há data prevista para o pagamento dos salários de quem recebe acima R$ 4 mil. "Será realizado o mais breve possível, a partir da disponibilidade de recursos", informou a administração estadual, em nota.

O montante pago nesta terça soma R$ 51.370.510,23. No último dia 9, foram pagos os vencimentos de quem recebe até R$ 3 mil. Além destes, servidores da Educação e dos órgãos da administração indireta, que têm arrecadação própria, também receberam dinheiro.

De acordo com o governo, com a realização do depósito nesta semana, 80,49% do funcionalismo público terá recebido integralmente seus vencimentos, o que dá um valor total de R$ 190.925.074,92.


domingo, 17 de setembro de 2017

Eis abaixo, um dos poemas em linguagem matuta, rude do sertanejo nordestino, de autoria de Renato Caldas, página 20, do livro intitulado 'Fulô do mato' (uma raridade) segunda edição, publicado em 1953, pelo jornal "Tribuna da Imprensa, do Rio de Janeiro, com ajuda dos deputados federais Aluísio Alves e Carlos Lacerda, que depois fora governador da Guanabara, atual Rio de Janeiro. Renato Caldas "foi quem deu nome ao Rio grande do Norte, nas letras nacionais" com a publicação do referenciado livro publicado em primeira edição em 1940. Ele, Renato Caldas, era discípulo e amigo do menestrel maranhense Catulo da Paixão Cearense, autor da célebre canção intitulada 'Luar do sertão


quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Mantido veto à lei que declara patrimônio cultural o Teatro Sandoval Wanderley

O Plenário da Câmara Municipal de Natal aprovou, na sessão ordinária dessa terça-feira (12), um veto integral ao Projeto de Lei nº117/2017, de autoria do vereador Fernando Lucena (PT), subscrito pela vereadora Natália Bonavides (PT) e pelo vereador Klaus Araújo (SD), que declara Patrimônio Cultural Imaterial da cidade de Natal o Teatro Municipal Sandoval Wanderley. Foram 12 votos a favor, 6 contra e 4 abstenções.

Localizado no bairro do Alecrim, na Avenida Presidente Bandeira, o Sandoval Wanderley é um teatro de arena com capacidade para 150 espectadores. É referência de divulgação e cumpre um papel importante na cena cultural da cidade. Foi o segundo a ser construído na capital, em 1962, e leva o nome do ator assuense Sandoval Wanderley, que criou os grupos Conjunto Teatral Potiguar, em 1941, e o Teatro de Amadores de Natal, em 1951.
“Hoje é um dia de luto para a cultura popular do Rio Grande Norte. Infelizmente, a bancada governista enterrou sem choro e sem vela a história do Teatro Sandoval Wanderley. Porque ao declarar Patrimônio Cultural Imaterial a gente queria impedir que o ‘Teatrinho do Povo’ fosse destruído, haja vista que a intenção do prefeito Carlos Eduardo Alves é acabar mesmo”, criticou o vereador Fernando Lucena.
Segundo ele, com a paralisação dos teatros Sandoval Wanderley e Alberto Maranhão, os movimentos artísticos populares ficam sem espaço para apresentar os seus trabalhos. “Resta apenas o Teatro Riachuelo, mas esse é um teatro de shopping: caro, requintado e elitizado. Grupos teatrais de escolas públicas, emboladores de coco, cantores locais, entre outros, não tem acesso fácil. Outra coisa, embarcar na promessa de que vão construir um novo teatro na Ribeira em substituição ao Sandoval Wanderley é a mesma coisa que acreditar em papai noel”, acrescentou.
Por sua vez, a líder da base governista, vereadora Nina Souza (PEN), falou que o projeto que declarou o Sandoval Wanderley como Patrimônio Cultural e Imaterial foi votado sem um debate aprofundado. “Como entrou na ordem do dia 20 de junho em regime de urgência, a instrução do processo não foi observada da forma correta. Existe uma lei municipal que determina o encaminhamento à Funcarte de todas as matérias que versam sobre Patrimônio Imaterial para serem submetidos ao Conselho de Cultura. O veto aconteceu porque a tramitação do texto foi equivocada, fizemos apenas uma correção”, explicou a parlamentar.
Vereadores lançam Frente Parlamentar em Defesa da Gestão Pública
Na sequência, em botação única os parlamentares deram parecer favorável ao Projeto de Resolução nº00023/2017 apresentado pelo vereador Dinarte Torres (PMB) que dispõe sobre a criação e regulamentação da Frente Parlamentar em Defesa da Gestão Pública.
“Estamos trazendo profissionais, professores e estudantes de Gestão Pública para participar dos debates conosco no Legislativo natalense. Sabemos que a profissionalização para os servidores públicos apresenta-se de extrema importância na gestão pública atual. Diante disso, nosso objetivo é abrir um espaço de construção de conhecimentos sobre essa e outras questões”, concluiu Dinarte.
CMN
https://blogdobg.com.br

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Essa que eu hei de amar…


Essa que eu hei de amar perdidamente um dia
será tão loura, e clara, e vagarosa, e bela,
que eu pensarei que é o sol que vem, pela janela,
trazer luz e calor a essa alma escura e fria.


E quando ela passar, tudo o que eu não sentia
da vida há de acordar no coração, que vela…
E ela irá como o sol, e eu irei atrás dela
como sombra feliz… — Tudo isso eu me dizia,


quando alguém me chamou. Olhei: um vulto louro,
e claro, e vagaroso, e belo, na luz de ouro
do poente, me dizia adeus, como um sol triste…


E falou-me de longe: "Eu passei a teu lado,
mas ias tão perdido em teu sonho dourado,
meu pobre sonhador, que nem sequer me viste!"

Guilherme de Almeida

segunda-feira, 11 de setembro de 2017


Eduardo Alexandre Garcia
Placa do carro: RN 1.
Era o carro oficial do governo.
Nele, o presidente da República: João Café Filho em visita a sua terra natal, Natal.
O lugar? Canto do Mangue, Rocas.
Foto: Acervo Sylvio Pedroza - CEDOC/FJA

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...