sábado, 19 de dezembro de 2020

 O MIXTO DE ZÉ ROCHA

João Etelvino Lopes, de tradicional família Lopes, do então distrito de Ipanguaçu, denominado Saco, atual e próspero município de Itajá, costumava ir à cidade de Angicos. Certa vez, pegou o mixto (meio de transporte coletivo no Nordeste no passado (conforme fotografia abaixo, ilustrativa), que fazia a linha Angicos a Mossoró (o povoado Saco fica setenta e poucos quilomemetros daquela cidade do oeste potiguar), de propriedade de Zé Rocha, que tinha como motorista de nome Severino, natural de Angicos. Ao chegar no Saco, o motorista daquele transporte deu uma parada para João Etelvino descer, o qual perguntou a Severino o valor da passagem. Severino respondeu: - “Não custa nada, Seu João, disponha de um angicano.” - João Etelvino agradeceu da seguinte forma: - “Severino, também disponha de um sacana.”- Não sabia Etelvino que sacana é sinônimo de safado, pilantra, patife e outros ‘bichos’. Estórias do Nordeste brasileiro.
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Gervazio Costa e Maria Selma de Sales

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Maria Olímpia Neves de Oliveira ou "Maroquinha" como era chamada carinhosamente, se viva fosse estaria completando hoje, 18, cem anos de idade. Além de ter sido a primeira mulher a se eleger vereador, foi também a primeira mulher a se eleger prefeito do município do Assu, pelo então PSD, administrando a terra assuense entre 1963 a 1968. Antes, porém Maria Olímpia fora aluna do Colégio Nossa Senhora das Vitórias (Colégio das Freiras), professora no Grupo Escolar Cel. José Correia e participou ativamente da vida social, cultural e política da terra assuense. Em fins dos anos sessenta ou início de setanta ela regressou ao Rio de Janeiro, para trabalhar no INDA atual INCRA (Institututo de colonização e reforma agrária), a convite do ex-senador e ex-prefeito de Mossoró, Dix-Zuit Rosado. Tranferida para Brasilia, onde se aposentou aos setenta anos de idade, Maria Olímpia viveu os últimos dias de sua vida. O seu nome, o que ela representou, honra e dignifica a cidade do Assu. Ela, Maroquinha, era minha vizinha e com ela convivi no meu tempo de adolescente.

Na fotografia abaixo, Maria Olimpia ladeada pelo presidente da República Humberto de Alencar Castelo Branco, num encontro de prefeitos da América Latina, 1965. Fica o registro.

Fernando Caldas
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 "Triunfar na vida não é ganhar. Triunfar na vida é levantar e recomeçar cada vez que se cai".

Pepe Mujica



quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

O CENTENÁRIO DE UMA GUERREIRA

 Por João Celso Neto

Nascida aos 18 de dezembro de 1920, Maria Olímpia Neves de Oliveira (mais conhecida como Maroquinhas ou Olímpia) saiu de sua cidade natal ainda bem criança, quando seu pai faleceu, em 1923. Sua mãe, paraibana, foi com os dois filhos viver sob a proteção de um irmão, padre, tenho morado em várias cidades paraibanas onde seu “Tio Padre” fosse ser pároco. O sobrinho virou coroinha. Cerca de dez ou doze anos depois, o Padre Jose Neves de Sá transferiu-se para o Rio de Janeiro e entendeu que no então Distrito Federal poderia não ter condições de manter os três. Como consequência, os três voltaram a morar no Açu-RN.
Seu irmão, meu pai, concluíra seus estudos ginasianos interno na capital pernambucana enquanto ela iniciaria o Curso Normal na Escola N. Sra. das Vitórias (o popular “colégio das freiras”), talvez em uma das suas primeiras turmas. Destacava-se em várias atividades da vida social e cultural e demostrou ser excelente professora no Grupo Escolar Tenente-Coronel José Correia, que iria dirigir muitos anos depois.
A política entrou em sua vida, inicialmente, dada sua atuação junto ao então Prefeito Manoelzinho Montenegro. Cerca de quinze anos depois, tendo voltado (pela segunda vez) a residir onde nascera, por haver passado a viver com Arcelino Costa Leitão e este ser ligado ao PSD e capitanear as campanhas dos candidatos do partido, como João Câmara (foi Senador) e José Arnaud (Deputado Federal, genro do senador) em diversas eleições. Inevitavelmente, ela passou a ter importante participação naquela tarefa. Em 1958, Costa foi eleito Prefeito e ela, logo depois, Vereadora.
Maroquinhas, ou “a Onça”, foi eleita para suceder Costa Leitão, e seu mandato foi estendido para seis anos por decisão do governo federal, ao adiar as eleições marcadas para 1965 e que só foram realizadas em 1966. Foi a primeira mulher a se eleger Prefeita do município e suas reconhecidas qualidades fizeram com que ela fosse frequentemente chamada para participar de comícios em outras cidades do estado. Ao encerrar seu mandato, as circunstâncias da vida levaram-na para morar no Rio de Janeiro, onde foi nomeada para o Incra (então Inda), até ser aposentada do serviço público federal compulsoriamente no dia em que completou 70 anos de vida, deixando para trás um legado de exemplos e competência.
Permaneceu lúcida, respeitada e querida por muitos anos mais até que, como disse Bandeira, a “indesejada das gentes” veio busca-la na exata data de seu aniversário de 98 anos, em Brasília para onde o Incra a transferira em 1982.
Sua vontade expressa foi atendida quanto a ser sepultada no Açu, sendo velada na Câmara Municipal e com direito a uma missa de corpo presente na Matriz de São João Batista em que fora batizada.
Evidentemente, na atividade política, teve adversários que venceu e que a venceram nas urnas, contudo soube ter o mérito cristão de não guardar mágoas e, pelo contrário, buscar a reconciliação com todos eles enquanto estavam “a caminho”.
Pessoas como Maria Olímpia deixam sua marca indelével e, assim, se tornam inesquecíveis.


Cuscuz é declarado Patrimônio Imaterial da Humanidade

 Por: AFP


Foto: Arquivo/DP
Os conhecimentos, as práticas e as tradições relacionadas ao preparo e ao consumo do cuscuz foram declarados 
Patrimônio Imaterial da Humanidade nesta quarta-feira (16).

Reunido por videoconferência, o Comitê de Patrimônio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a 
Ciência e a Cultura (Unesco), sob a Presidência da Jamaica, aprovou este caso apresentado em conjunto por Argélia, 
Mauritânia, Marrocos e Tunísia.

Esses países haviam argumentado que tais saberes e práticas, parte integrante de seu patrimônio cultural, eram 
praticados por todas as populações de Argélia, Marrocos, Mauritânia e Tunísia, de todos os gêneros, de todas as idades, sedentários ou nômades, rurais ou urbano, incluindo os imigrantes, e em todas as circunstâncias: dos pratos do dia a dia 
às refeições festivas.

https://www.diariodepernambuco.com.br/

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

‘Resistir às incertezas é parte da Educação’, diz Edgar Morin

Por Revista Prosa Verso e Arte

                                                

                                        


O papel da Educação em tempos de crise
Em entrevista concedida a Audrey Furlaneto | O Globo*

RIO – Aos 97 anos (2019), o francês Edgar Morin, um dos maiores sociólogos vivos, autor de mais de 30 livros, entre eles títulos canônicos como “O Método” ou “Os Sete Saberes Necessários para a Educação do Futuro”, Morin desacelerou as viagens nos últimos anos, recolhido à vida em Montpellier , no Sul da França, mas decidiu cruzar o Atlântico para visitar o Brasil , onde, como conta, gostaria de ter morado.

Por mais de 40 minutos, discorreu, ora em francês, ora em espanhol, sobre os desafios da Educação em tempos críticos, mas driblara temas da política local.

Eis a entrevista:

Qual é o papel da Educação hoje?

O papel da Educação é de ajudar os alunos a enfrentar problemas da vida. Isso de uma forma geral, mas sobretudo num mundo em crise. Eu fiz vários livros sobre Educação e, para mim, a ideia fundamental é que falta nos programas de Educação alguns temas fundamentais para que as pessoas possam enfrentar problemas da vida.

Que temas são esses?

Em primeiro lugar, a Educação trata de conhecimento, mas é preciso fazer a pergunta: o que significa conhecer? Porque conhecer pode ser uma armadilha, que guarda ilusões, equívocos, erros. Devemos ensinar aos jovens todas as dificuldades do conhecimento, todas as possibilidades de erro. Por exemplo, uma percepção visual não é uma fotografia, é uma reconstrução com os olhos. As pessoas que estão longe de mim parecem pequenas aos meus olhos, mas na minha mente estão normais. Ou seja, todo conhecimento é uma tradução e uma reconstrução. E, em cada tradução, há possibilidade de erro. É muito importante ensinar a enfrentar o erro. O segundo problema da Educação é a compreensão humana. Não se ensina a compreender o outro. Quando falo do outro, não falo de estrangeiros, de pessoas que falam outra língua ou que são de outro país. Falo de quem está ao seu lado. É muito importante para a vida compreender esse outro. Então, tem a questão da crise. A crise é um momento de muito mais incertezas que em tempos normais. Há angústias e dificuldades. Na Educação em tempos ditos normais, ensinam-se certezas, e não incertezas. Por exemplo, quando a França era um país ocupado pelos alemães, havia uma situação de incerteza, e era preciso encontrar possibilidades de enfrentar isso. Resistir à incerteza é importante.

O senhor costuma dizer que estamos imersos numa crise. Que crise é esta?

Não é unicamente uma crise econômica, aquela que começou em 2008, mas é uma crise de civilização, das relações humanas. É uma crise de mentalidades, uma crise da Humanidade que não chega a se tornar Humanidade porque a globalização criou uma unificação técnica do planeta, mas não fez uma compreensão das culturas. Ao contrário: as culturas se fecharam em si mesmas, quando começou a unificação técnico-econômica. É uma crise generalizada, enfim. É preciso ensinar hoje em dia, as várias características da globalização. Há características positivas e muito negativas. Uma parte das populações asiáticas ou latino-americanas que saíram da pobreza e passaram à classe média, mas outra parte dos pobres caiu na miséria. O processo da globalização ainda está descontrolado e nos conduz à possibilidade de catástrofe generalizada. Esses problemas precisam estar na Educação. Para onde vamos? Onde estamos, humanos? Hoje em dia é necessário ter consciência de que pertencemos à espécie humana, que tem um destino comum frente a tantos perigos terríveis. Não existe essa consciência, mas o oposto dela. A crise, a angústia fazem com que as pessoas se fecham em suas próprias identidades, etnias, religiões, nações. A Educação precisa ensinar essa consciência de pertencimento à Humanidade.

O senhor disse que resistir é importante em tempos de crise. A Educação é uma forma de resistência?

Sim, resistência é um tema fundamental da Educação hoje. Existe uma onda generalizada de retrocessos, uma crise generalizada de democracia em muitos países. É uma degradação do pensamento político que não é nada mais do que uma obediência à economia. Vivemos a destruição da política em proveito da economia. O poder econômico controla a política, e não mais o caminho oposto. Nessa onda de retrocessos, de crise na democracia, há o neo-autoritarismo, um novo tipo de poder, como na Turquia, na Rússia, na Hungria e aqui mesmo, no Brasil. A França também corre este perigo, além de outros países. É uma época de retrocessos e devemos resistir. Resistir pelos valores humanistas, resistir pelos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Temos que manter essa ideia de fraternidade humana, de uma economia solidária, devemos manter uma ideia de, digamos, oásis, outro tipo de vida que não obedeça a poderes econômicos. Isso é resistência.

O senhor citou a Hungria, um país que adotou medidas restritivas na Educação, fechando inclusive universidades. No Brasil, recentemente, o Ministério da Educação bloqueou 30% do orçamento para universidades…

Veja, cada país tem sua especificidade. Há uma tendência em todos os países, sobretudo nesses países autoritários, de se eliminar a cultura humanista em prol da adaptação a uma realidade econômica imediata. Devemos resistir justamente a isso.

No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro declarou em abril, no Twitter, que se pretende “descentralizar investimentos em faculdade de filosofia e sociologia (humanas)”, com o objetivo de “focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como Veterinária, Engenharia e Medicina”. Como o senhor vê isso?

Há uma necessidade vital de salvaguardar as Ciências Humanas e também de não fragmentar a cultura científica e a cultura humanista. O importante é manter a relação entre as duas. Porque a cultura humanista tem o poder da reflexão, da meditação sobre as descobertas da cultura científica. De novo: devemos resguardar todos os saberes.

Qual é a importância da Educação pública?

A Educação pública não pode ter um interferência, não pode ser regida, e, por isso, a princípio, é mais livre. Mas frequentemente perde essa liberdade. O ensino público precisa de uma reforma profunda, mas não há um só país que tenha chegado a uma Educação capaz de contemplar de forma igualitária o pensamento complexo, capaz de relacionar, sem fragmentar, a cultura humanista e a cultura científica.

O governo brasileiro vem defendendo o ensino das crianças em casa, o chamado “homeschooling”. O que o senhor acha desse modelo? E qual é o papel da escola na formação do indivíduo?

A vantagem da escola é que existe uma relação pessoal do professor com os alunos. Se o professor tem a paixão de ensinar, se tem o amor dos alunos… Olha, Platão dizia que, para ensinar, é necessário Eros, quer dizer, amor. A escola dá a possibilidade de relações concretas, e se existe essa paixão, o professor pode ajudar os pequenos a se tornarem adultos mais conscientes. A escola é uma possibilidade de fazer amigos e amigas, e isso é um tesouro que se carrega para toda a vida. Há este elemento que é muito importante na escola como lugar sede da Educação, o de não deixar a criança ilhada, isolada do mundo. Pode-se até ajudar com internet, televisão e outras coisas, mas é fundamental o aprendizado em coletivo.

Numa entrevista recente ao jornal “Le Monde”, o senhor disse que perdeu as ilusões. O que isso significa?

O que eu digo é que ficam comigo todas as aspirações da adolescência, mas não mais as ilusões.

Quais seriam suas ilusões perdidas?

A ilusão de pensar que poderíamos fazer um mundo totalmente novo. Não se pode conseguir um mundo totalmente harmonioso. Sempre haverá a luta entre diferentes forças, os conflitos, as brigas por união, por solidariedade. A luta é permanente, é parte de toda a História humana, não se pode pensar num ponto onde há harmonia total. A sociedade é um misto de ordem e desordem. A ilusão é a perfeição, e estamos num mundo imperfeito. Mas, não esqueçamos, ele pode ser melhorado.

Fonte: * O Globo.


A morte é mais leve que uma pluma. A responsabilidade de viver é mais pesada que uma montanha.

(Provérbio japonês)






 Pois choras...


Amor que não mais se viu,
O que era doce
Num desejo precoce,
Ao longe partiu.

Sonho que fugiu,
De um jeito tão troce,
Num tempo veloce,
Ao vento sumiu.

O som perdeu-se,
Céu de lá fora
Não mais ouviu-se

Aos olhos de outrora;
Nada percebeu-se,
Pois, ao pressentir; foste embora...

(Luci Rucinski)

Meus queridos e queridas assuenses... Com muita alegria, nesta quinta-feira (17), seremos diplomados prefeito e vice-prefeita pela juíza eleitoral Dra. Suzana Paula, em uma cerimônia on-line, via plataforma Google Meet. No meu coração de gestor e de gente desta terra, a gratidão é um sentimento compartilhado com todos vocês, que mais uma vez confiaram em nosso projeto. Vamos dar continuidade aos sonhos que projetamos para Assú. E com a graça de Deus e a força de nosso povo, conquistaremos tudo o que for necessário para que, em nossa cidade, todos tenham vida digna... Obrigado, terra querida!




Allyson Bezerra
OBRIGADO, Rio Grande do Norte!💙
O deputado estadual e prefeito eleito de Mossoró Allyson Bezerra (Solidariedade) destacou sua atuação na Assembleia Legislativa durante sessão ordinária nesta terça-feira (15). O parlamentar mossoroense participou da sessão em plenário.
"Tenho orgulho de ter chegado a essa Casa sendo o deputado mais votado na minha terra Mossoró e trabalhar incansavelmente pelo nosso povo, de ser um deputado atuante, de representar os anseios da minha terra e da juventude do RN que acreditou e confiou em mim. Quero agradecer a cada um de vocês pelo apoio e atenção", afirmou Allyson.
O parlamentar também citou a campanha vitoriosa para a Prefeitura de Mossoró. Derrotando uma das maiores oligarquias do estado, Allyson foi eleito prefeito com 65.297 votos.
"A campanha era o improvável, impossível, mas Deus nos abençoou. Agradeço ao meu Deus. Faço política por vocação e paixão pelo meu povo. Na minha campanha, cada pessoa que me abraçava, muitas olhavam pra mim e diziam não desista, não pare, você vai ser prefeito. Estou com muita disposição para trabalhar e temos trabalhado desde a vitória", destacou ele.
"Estamos imbuídos em um sentimento de fazer uma gestão histórica, assim como foi a nossa campanha. O povo deu uma resposta. Sou grato a todos que nos apoiaram e caminharam comigo. Serei o prefeito de todos os mossoroenses, independente de religião ou condição financeira",
O prefeito eleito também reforçou que sua gestão vai buscar apoio de todos os deputados estaduais e tem diálogo aberto com todos. "Precisarei do apoio dessa Casa Legislativa, dos vereadores, da bancada federal, do governo estadual. Certamente buscaremos fazer uma grande gestão. Estarei na Prefeitura de Mossoró pronto para receber todos os deputados", finalizou Allyson.
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 ANTIGA PROPAGANDA POLÍTICA 


PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...