terça-feira, 3 de agosto de 2021

 

ZOLIMPIADAS DO SERTÃO

 

Sonhei com as Zolimpíadas

Chegando no meu sertão

Foi o maior espetáculo

Que se viu na região

Tinha gente que só a peste

Lá das brenhas do nordeste

Chegando de caminhão

No desfile de abertura

A bandeira nordestina

Toda feita de retalhos

Pelas mãos de Severina

E eu ali, de camarote

O bode virou mascote

A tocha era a lamparina

A nossa delegação

Para conquistar os louros

Desfilou de guarda-peito

Gibão e chapéu de couro

E enfrentando a batalha

Conquistou muitas medalhas

de bronze, de prata e ouro

Quem carregou a bandeira

Foi Ritinha de Zé Bento

Já a pira foi acesa

Por Tonin de Livramento

Nosso atleta principal

E recordista mundial

Do hipismo de jumento

Antes das competições

Um lanche bem reforçado

Com buchada, cajuína

Rapadura e milho assado

Fava verde com galinha

Sarapatel com falinha

Angu com bode guisado

Nas águas do Velho Chico

As provas de natação

Os pulos ornamentais

De cima de um paredão

Ginástica num terreiro

Remo e vela num barreiro

E judô num palhoção

A maratona, seu moço

Era por nossas estradas

Atravessando os riachos

Nas veredas, nas quebradas

Da paisagem nordestina

Ao som do galo-campina

E da patativa golada

Na competição de tiro

Os velhos de bacamarte

Pé-de-bode, granadeira

Vestimenta de zuarte

E davam cada pipoco

Do sujeito ficar môco

De se ouvir em toda parte

A prova de atletismo

Conhecida por carreira

De cem e duzentas léguas

Com barreira e sem barreira

Foi por dentro do cercado

Atravessando um roçado

Pelo meio das capoeira

Os saltos, lá no sertão

Eram provas de “pinote”

De riba de uma barreira

Num pedaço de caixote

O cabra de lá pulava

Num açude tibungava

Caindo feito um caçote

O jogo de futebol

Se jogava sem chuteira

Num campo de chão batido

No alto de uma ribanceira

As traves de barandão

O campo sem marcação

No calor e na poeira

Levantamento de peso

Quem ganhou foi Sebastião

Cinco sacos de Farinha

Três arrobas de algodão

Com esse peso todinho

Ele se ajudou sozinho

E se sagrou campeão

O arremesso de pedra

Quem ganhou foi Expedito

No tiro com baladeira

Carmelita fez bonito

E Já na queda de braço

O ouro foi pra Inaço

E a prata pra Benedito

Fizeram de três batentes

Pódio pra premiação

Com uns ramos de onze-horas

Era a coroação

E numa latada de lona

Asa branca na sanfona

Completava a emoção

E assim eu me acordei

Com orgulho do sertão

Desse povo vencedor

De tão grande coração

De história tão sofrida

Que nas batalhas da vida

Nasceu pra ser campeão

Autor, Desconhecido

Vou tentar descobrir o autor.

 

Ivânio Tenório, Divulgando a Cultura Nordestina.

 

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

O dia em que o Fortaleza jogou no Açu/RN

Numa época em que o intercambio futebolístico era raro, mesmo entre clubes da capital potiguar e do interior do Rio Grande do Norte, amadores ou profissionais, existia um time que realizava amistosos, dentro e fora de casa, contra o América, ABC e representantes de outros estados nordestinos.

Inclusive era comum os times mossoroenses, no período de 20 a 40, receber elencos paraibanos, como o Treze de Campina Grande. Foi o extinto Centro Esportivo Açuense (CEA) quem quebrou estas regras, como atestam os seguintes jogos com as fichas técnicas. (logo abaixo)

Porém uma das partidas mais sensacionais aconteceu no domingo, 16 de novembro de 1952, quando o CEA empatou em 3 a 3 com o Fortaleza, o famoso tricolor da capital cearense. O embate ocorreu no antigo Estádio Senador João Camara, assim denominado em homenagem ao político norte norte-rio-grandense morto quatro anos antes.

Certamente o jogo do CEA com o Leão do Pici teve o endosso do paraibano radicado em Açu, Arcelino Costa Leitão, que, na época, chegou a presidente do clube da capital do Ceará, e, nos anos 60, prefeito no município açuense (ver postagem de 2/10/2016).

O jogo foi noticiado, sem mais detalhes (exceto placar, data e local) no jornal diário vespertino católico A Ordem, na página 3, edição da segunda-feira. Em meio ao informe do ‘Domingo esportivo – Os jogos disputados no Brasil’, do campeonato carioca, paulista, mineiro, gaúcho e amazonense ao paraibano.

América 3 x 1 Centro Esportivo Açuense
Data: segunda-feira, 28/5
Competição: amistoso
Estádio: Juvenal Lamartine
Cidade: Natal/RN
Árbitro: Eugenio Silva
Gols: Franklin (2), Pernambuco e Melado
América: Gerim, Artemio, Barbosa, Ozi, Pretinha, Ernani, Gilvan, Dieb, Franklin, Pernambuco (Tico) e Gilvandro
CEA: Jairo, Mimi, Saraiva, Zezinho, Edson, Dedito, Lino, Melado, Juarez, Piolho e Waldir
No domingo abc 3 a 0 CEA.

América 1 x 3 CEA
Data: 10/9
Competição: amistoso
Estádio: Senador João Camara

Cidade: Açu/RN

quinta-feira, 29 de julho de 2021

 Choro as dores de quem não pode

e não consegue conter esta revolta.
Sufoco os gritos na garganta
e sinto as palavras a fragmentarem-se dentro de mim.
A transformarem-se
talvez noutra matéria, talvez mais livres.
Como águias a planarem,
sem terem limitações, sem idade.
Como se o mundo de repente
se tornasse mais leve e mais justo, como se deixassem de ter corpo e, de repente,
tivessem todas as possibilidades do céu.
Ilusões que levam à revolta.
E clamo, não um clamor sem sentido
mas de dor que corrói como ácido.
Mais como um apelo à consciência
de quem poder me ouvir.
Não se pode conviver nem compactuar com esta insensatez.
Com esta anarquia , de mentes tardias e vazias
que não têm memória.
Assim atiro frases em volta,
cega de angústia e de revolta.
Cristina Costa, poetisa portuguesa
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quarta-feira, 28 de julho de 2021

Taí mais uma obra de arte do nosso criador. Divisa do RN e PB. Rio calabouço, Passa e Fica - RN.
 
 Pode ser uma imagem de natureza
 
 

O RIO GRANDE DO NORTE NUM CONTO POÉTICO DE LINO SAPO


Cumpade PEDRO VELHO me diga como você anda? Inda ta trabaiando muito? E como anda cumade NÍSIA FLORESTA? Caba veio tou puraqui meio perdido, é uma históra meia adoidaiada mai se o senhor me ouçar desbatarei sem arrudei. Eu vinhe pra essas bandas buscar um TOURO chamado GUAMARÉ, pra levar lá pru ALTO DO RODRIGUES. Meu patrão seu ANTÔNIO MARTINS comprou o bichinho a seu MÉSSIAS TARGINO, meu patrão é abastado, é um homem bom e influente, foi amigo de infânça de RUY BARBOSA. Ele vive muito bem, agora eu cumpade, é que ando com uma maruzia e uma azalação da mulinga. Cumpade ultimamente eu ando meio os imboléus, já fiz inté prumessa e já rezei pra SÃO PEDRO, SÃO FERNANDES e inté para SÃO VICENTE, pru mode eles falar com meu BOM JESUS pra eu ter BOA SAÚDE. Asto dia eu fui ao DOUTOR SEVERIANO e ele me arreceitou um lambedor de JAÇANÃ. Inda disse mai, que era bom pra eu viajar, ir pra outros lugares, ele inté me idicou BARCELONA, MACAU, EQUADOR ou se não quisesse sair do Brasil fosse pra PORTALEGRE ou pru ESPÍRITO SANTO. Sabe o que eu fiz? Eu fui foi pro PARANÁ, mas pense cumpade cumaé pequeno, é um PARAZINHO!!. Mai purlá tem um TABOLEIRO GRANDE com uma AREIA BRANCA, bem pru lado tem uma SERRA NEGRA DO NORTE, na verdade é uma SERRINHA!, Só que lá enriba cumpade tem uma PEDRA GRANDE e é uma PEDRA PRETA e purriba dela tem uma NOVA CRUZ feita de ANGICOS. Mai lá cumpade é tão quente, tão quente que parece o ceará, um CEARÁ-MIRIM, claro. Cumpade prosiando e atencionando as coisas purcá mai que BAÍA FORMOSA, é muita bunita. Me alembrei de seu LUIZ GOMES, ele inda mora pru trai daquelas MONTANHAS? E seu PEDRO AVELINO, ainda é morador de seu AFONSO BEZERRA? São um povo muito prestativo. Cumpade! Tou me alembrando que tenho uma conta a acertar, é umas PENDÊNÇIAS com seu SEVERIANO MELO, tou só esperano baixar a IPUEIRA par ir cobrar meus GALINHOS que ele trouxe lá da SERRINHA DOS PINTOS. ITAJÁ na hora de a gente acabar com esse quelelé esse EXTREMOZ, esse CARNAUBAIS de desavenças, acabar de vez com essa picuinha.Cumpade cortei esse chãozão de uma ponta a outra, em todo canto ta uma caristia danada, as coisas tá pelo oio da cara. Cumpade vou te dizer uma sabença, do jeito que a coisa tá rumando só vai piorar, prumode de que ultimamente passei uma fome danada. O senhor me imagina que nessa sumana só comie uns peixinhos, Uns ACARI pequeno que parecia um BODÓ. PATU ver JAPI die inté a SANTO ANTÔNIO e a SÃO MIGUEL uma boa forragem pru bucho, pidie com tanta esperança que chega fechei os oios e imaginei o rango, e falei arto e GROSSOS, SÃO MIGUEL DO GOSTOSO!!!!! Mudando o prosiado o cumpade se alembra da fazenda siridó? Pois bem, tá bunita, lá fizero CURRAIS NOVOS, só de PAU DOS FERROS duro feito ASSÚ, e de CARNAÚBA DOS DANTAS, lá daquela LAGOA DANTA. Cumpade foi trabaiada danada os morão foram tudim cortado pur seu FRANCISCO DANTA e o empregado dele seu JOSÉ DA PENHA. Cumpade ficou de primera, lá tem o mai bunito JARDIM DO SERIDÓ. O padroeiro da fazenda é um santo de casa, é SÃO JOSÉ DO SERIDÓ, e a padroeira não pudia ser de outro lugar e esculhero SANTANA DO SERIDÓ, mai dizem as más línguas, Cá pra nós, que ela num tá fazendo nenhum milagre não, tão inté quereno jogalá no mato. Já tem inté gente chamando, ver se pode, de SANTANA DO MATO. Desse jeito tá rim já pensou cumpade, se o padroeiro não fizer milagre, e quiserem jogalo naquele CAMPO REDONDO, imagine só cumpade aquele CAMPO GRANDE, vão bem apilidar de SÃO JOSÉ DE CAMPESTRE. Magina só? Mai cumpade cum toda buniteza o lugar tá sem um pé de vida, logo adispois que seu BENTO FERNANDES bateu as botas, os filhos RAFAEL FERNANDES e RODOLFO FERNANDES quisero vender as terras, inda chegaro a vender uma parte para ALMINO AFONSO, que fez um SÍTIO NOVO, que vai do RIACHO DA CRUZ inté o MONTE DAS GAMELEIRAS. Cumpade num vendero todinha pruque seu MARCELINO VIERA e seu FERNANDO PEDROSA cuma era os moradores mai antigo se intrumeteram. Tavam brabos e eles diziam: o resto vocês não vendem, o pai de vocês era um santo já esquecerão? Vocês deveriam era fazer uma igreja para o pai de vocês, pra noise as terras inda são daquele santo. E a SERRA DE SÃO BENTO ninguém toca, e do jeito que eu tou me agarru cum cobra piso inté em cascavel e CERRO CORÁ. 
Cumpade a confusão foi grande demai, era tanta da fofoqueira na fazenda, pisano purriba das plantas e se rindo, que parecia um JARDIM DE PIRANHA. O qui qui foi maior quando FRUTUOSO GOMES falou que as TIMBAÚBAS DOS BATISTAS tava sendo irrigado do OLHO DÁGUA DOS BORGES. Minina cumpade, quando MARTINS oiçou foi logo dizeno: quero ver irrigar lá do meu MONTE ALEGRE, pruque lá é uma LAGOA SALGADA! Nisso cumpade, chega RAFAEL GODEIRO trazendo o CORONEL EZEQUIEL e o TENENTE ANANIAS. Cumpade quando os homi chegaru, inté a CRUZETA, feita de OURO BRANCO, fincada na entrada da fazenda, num pé de BARAÚNA, ficou sem ENCANTO. O estrelado foi logo falando: e essas mueres VIÇOSA não têm nada que VENHA VER aqui. Nesse momento cumpade, ele espiou pra eu, que me tremie todinho, logo ele cumpade que me achava caipira e só me chamava de CAIÇARA DO NORTE. Ai Ele preguntou o que é que eu fazia ali. A voz ficou entalada mai eu resmunguei tempo dispois: vinhe rezar pra SÃO BENTO DO NORTE. Ele chega muchou e com um olhar macriado disse: aqui só tem rezatório só se for pra SÃO BENTO DO TRAIRI, vá simbora percurar outro santo. Arribe para o oeste lá tem muitos, talvez você encontre um SÃO FRANCISCO DO OESTE. Não precisou nem terminar a pronunciada, sai em toda disparada, parecia inté que agora eu nadava e vuava que nem um CAIÇARA DO RIO DOS VENTOS. Cumpade! Cumpade! Fui muito azilado, na carreira bati num palanque que tava o GOVERNADOR DIX-SEPT ROSADO, o SENADOR ELOI DE SOUSA e mesmo na horinha que o SENADOR GEORGINO AVELINO tava se pronunciando. Quando os povos me viro na carreira em direção ao palanque, pensava que eu ia matar os chefes políticos. Nisso o CORONEL JOÃO PESSOA me viu, no aperreio que eu tava eu nem pensava, daquele jeito eu merguiaria inté no RIO DO FOGO. Cumpade quando eu espio pru lado o MAJOR SALES e o TENENTE LAURENTINO já vinha nos meus carcanhar pega num pega. Ai foi que eu corri, inda mai com o tiro zunindo no peduvido, pulei por riba de uns PILÕES e sai com a gota serena. Escutei na carreira quando dona LUCRÉCIA disse, é guerra, FELIPE GUERRA! Felipe venha pra casa meu fio, SÃO JOÃO DO SABUGÍ pruteja meu fio. Não parei cumpade de correr, se eles me pegam eles iam JUNDIÁ de eu. Dei um pitú nos homi e sai meio escundido pru trai de uma LAJES PINTADA, peguei um RIACHUELO e sai sem deixar rasto. Vie de longe uma VÁRZEA e ai eu fui em busca do PORTO DO MANGUE que era menos perigoso. Quando cheguei purlá só tinha PASSAGEM na canoa TIBAU DO SUL. A TIBAU já havia saído, elas chegam em PARELHAS mais uma sae meia hora antes. Ai cumpade eu pensei desse jeito num dá, sou nortista, no sul num vou agüentar. Então cumpade eu sai por um BREJINHO e vie um filete d’água conhecido, era do RIACHO DE SANTANA uma ÁGUA NOVA tumei logo umas goipada. Adispois cheguei a uma BAIXA VERDE e vie muita arvures agrandaada fui andando pra lá, cumpade pense num lugar bem sombraiado paricia um JARDIM DE ANGICOS. Pensei ter escapado dos homi mai a armadia foi pior. Sai bem no meio de uma aldea dos índios JANDÚIS e MOSSORÓ, continuei andano como se num tivesse percebido nada. Foi quando ouvi o pajé MAXARANGUAPE dizer pra dois índios assim: IPANGUAÇU, PARNAMIRIM corram atrás e PARAÚ e tragam para mim, eles realmente me pararu, me amarraru e me colocaru em uma LAGOA DE PEDRA e adispois em um POÇO BRANCO. Cumpade o corpo todo tremia, a voz já não saia, os cabelu nem sentava no casco. Foi quando eu a lembrei de SANTA MARIA e do meu anjo da guarda, SÃO RAFAEL, e cumecei a rezar, nisso o pajé me olhou da cabeça aos pés e disse: UMARIZAL, TAIPÚ vá buscar CANGUARETAMA. Cumpade pense numa agonia danada enquanto eles saia eu me borrava todo nas calças. Quando vortaru o pajé falou: veja filha se esse serve? Enquanto eu espiava aqueles cabelus e oios pretu feito a casca de uma CARAÚBAS, ela tapava o nariz e balançava a cabeça em negação. Entonce JUCURUTU me soltou e APODI disse aqui é PASSA E FICA mai você num vai ficar. O pajé com um oiar dar uma ordem e ARÊS trai um jumento, ITAÚ inda diz: o nome dele é nema. Ai me ajuda a muntar no burro, e espanca o animal que sae em toda carreira, enquanto eles gritam aqui num é lugar pra covardes. Cumpade o burro curria e eu agradecia pru céu, o meu estoque de santo já tinha acabado, mai inda restava alguns, então comecei a agradicer, a SÃO PAULO DO POTENGI, SÃO GONÇALO DO AMARANTE e SÃO JOSÉ DO MIPIBÚ. Fiz o sinal da SANTA CRUZ e sai me escurregando nos espinhaço do burro, que começa a desembestar e a pular devido a catinga, e eu gritano aperriado upa, upa, UPANEMA, pare meu bichinho. Nisso só ouvir a burduada cai estatelado no tronco de um pé de MACAÍBA, e ali mesmo adormecie todo duido. Acordei com o canto dum CAICÓ e dum TANGARÁ. despertei adispois de uma madorna boa e sai andano a pé com o bucho roncando que parecia um trovão, a vista já tava escura de sede, num via mai nada. Só sei que cheguie numa LAJES e caminhei até achar uma LAGOA NOVA pra me banhar, e bem na frente encontrei uma LAGOA DE VELHOS. Pedi cumida e me derum umas GOIANINHAS, preguntei onde estava, e eles disserum na SERRA DO MEL, então sai por entre umas plantaiada que formava uma FLORÂNIA e que parecia uma VILA FLOR. Seguie as abeias e achei uma JANDAIRA, e que mé, foi um SÃO TOMÉ. Rumei para o oeste e dicie a SERRA CAIADA na noite de NATAL. Foi lá que vie a beleza e a PUREZA de ALEXANDRIA, chamei um menino pru nome de IELMO MARINHO e pedi um favor. Só pra dar um recado aquela donzela que meu coração amou. Mas o minino olhou e disse: Deus que me livre meu sinhor, aquela muier bunita é fia de seu JOÃO DIAS e ele é o lampiã da regiã. Te juro cumpade, em nome da VERA CRUZ, aquela muier inté os anjos seduz. Tudo que hoje eu mai quiria era com ela casar, e se isso um dia vier a acontecer, pode ter certeza, pra eu será o trofé do meu TRIUNFO POTIGUAR.

terça-feira, 27 de julho de 2021

Lindos casários de Lavras/MG.



 PENSAMENTOS

João Lins Caldas, poeta, pensador potiguar, nascido em Goianinha, de tradicional família do Assu, escreveu (pena que ficaram apenas em manuscritos) um livro intitulado 'Árvore de Raios', com mil pensamentos. Não sei ao certo, a razão do título do sonhado livro que desejava publicar trilingue. Vejamos para o nosso deleite apenas dez pensamentos filosóficos, ainda esquecido das letras brasileiras, conforme adiante:
- Deus não as projeta, mas as quedas são naturais.
- A vida é necessariamente celeste.
- Ó! sim, estou cansado e, se possível, para regressar de mim.
- A vida faz muitos sacrificados.
- O idealismo invulgar da vida que vulnerabilza os mortos, e tudo para julgado.
- Aqui estamos, com a vida, os que dela nos maravilhamos.
- Eu não vos digo de mim, mas - perdão! eu não me embriago é dos vossos vinhos.
- O homem ainda não deu riso às feras. Ainda não lhes deu às feras a sua ferocidade toda.
- Aqui está como é a vida: toda essa água a caminho do mar...

 


 


 


 


PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...