quinta-feira, 8 de abril de 2010

POESIA DE JOÃO CELSO FILHO

TEUS OLHOS, MARIA

Teus olhos, Maria,
formosos, lindos
como o dia;
feitos de luz,
de risos, são
de amor,
Neles contém meu coração
Oh! flor.

Teus olhos são belos,
cheios de castos anhelos;
neles se encerram
o céu e a terra.
Teu riso santo,
ai, meu triste canto.

Sim, são teus olhos
faróis acesos,
sempre presos em mim,
oh! querubim.

Ai, que funda mágoa
se os olhos teus, rasos d´água
um dia eu visse.
Escuta, Maria,
o mundo em vez de belo, vão seria,
profundo, sem ermo
porque eles são
meu coração.
E eu sou feliz,
ai, o teu olhar me diz.

(O poema acima está musicado pelo assuense Samuel Fonseca).

quarta-feira, 7 de abril de 2010

OS DESTINOS DA FRUTICULTURA

Por Carlos Eduardo Alves, advogado e ex-prefeito de Natal

Preocupa muito a situação dos produtores de frutas do Rio Grande do Norte, uma atividade que gera milhares de empregos e que fixa o homem ao campo, diminuindo o êxodo rural e o consequente inchaço das cidades, com a inevitável marginalização de centenas e centenas de cidadãos pela perda de sua dignidade.
É bem verdade que algumas dessas dificuldades não estão ao alcance do governo resolver. É o caso da queda do dólar frente ao real. Como 80% da nossa produção é vendida para o exterior, os produtores estão perdendo competitividade no mercado externo.
O Brasil hoje tem uma economia forte, o que é muito bom para o país como um todo, que tão bem resistiu à recente crise econômica mundial. No entanto, este fortalecimento da nossa moeda afeta alguns setores voltados para a exportação. É o que se chama de injunções do mercado.
Porém, um dos maiores problemas que vem afetando os produtores de frutas são as cheias que ocorreram nos últimos dois anos e que trouxeram uma enxurrada de prejuízos, especialmente para os produtores de banana do Vale do Assu. A solução técnica concentra-se na construção da Barragem de Oiticica, que por sinal está contemplada nas emendas coletivas da bancada federal. Outra grave questão diz respeito às condições de escoamento das safras. O diagnóstico dos Mercados Atacadistas e hotigranjeiros aponta que se perde  no país 30% da produção de frutas, legumes e verduras no caminho do campo às cidades pelas péssimas conndições das estradas brasileiras, como também pelo tempo perdido na viagem. Nosso Estado não está fora desta estatística.
Uma das soluções plausíveis é voltar nossa produção para o mercado interno. Há vários estudos mostrando a melhoria de renda da produção brasileira e do Nordeste em especial. É um novo público consumidor que está se agregando ao mercado e que não pode ser desprezado.
Mas voltando ao mercado externo, segundo alguns estudiosos do assunto, é importante que a atividade seja planejada de forma unificada, ou seja, uma boa alternativa é a formação de cooperativas. Isso daria mais força à negociação e também na hora da compra de insumos.
Aí é que o poder público pode atuar. Além de cuidar melhor das estradas, incentivar e dar apopio para a consolidação dessas cooperativas, garantindo assistência técnica para aqueles produtores que precisem melhorar sua produtividade e sua logística de distribuição dos produtos.

WWW.CARLOSEDUARDOALVES.COM.BR

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A CARNAUBEIRA É DO VALE DO AÇU

O RIO

O rio Piranhas/Açu se encontrando com o atlântico em Macau.

Por João Lins Caldas

Alvo e largo, profundo entre os cabeços brancos
É o rio a se estirar vendo os bambus copados
E lhe vão a correr pelo seios nevados
As torrentes de encher os lagos e os barrancos

Das águas que carrega, os largos veios francos,
Descidos de alta serra e na várzea alongados,
Caminho do oceano, olhando os descampados,
Lá se vão a tremer pelos rasgados flancos.

Onde vai leva a andar os balseiros folhudos
Os escombros de palha, os canaçus caídos
Os restos de fogueira e os ramos velhos mudos

E carrega, a rolar, aos pedaços e aos galhos,
Os altos mulungus, os gravatás fendidos,
As lavouas de abril e a lama dos atalhos...

domingo, 4 de abril de 2010

JOÃO MOACIR DE MEDEIROS QUE EU CONHECI

*Por João Celso Neto
(Artigo transcrito do seu blog "Falando o Que Penso", em 22.2.2008

A vida me reservou muitos momentos mágicos e felizes, oportunidades raras. Dentre tantas, me fez conhecer e conviver com Moacir Medeiros, entre janeiro de 1960 (quando cheguei ao Rio de Janeiro) até sua morte ocorrido recentemente.

É verdade que já não nos víamos há mais de 20 anos, 25 talvez. Porém, muitas vezes nos falamos ao telefone, em papos prolongados, nesses últimos anos. Trocávamos informações sobre a genealogia comum. Todas  as (poucas) ocasiões em que me acontecia de ir ao Rio, prometia ir visitá-lo na Almirante Guillem, 332 - Leblon. E, por algum motivo, no máximo, lhe telefonava, mas não tinha a ventura de vê-lo.

Eu o via, pela primeira vez, ainda de calças curtas, anos 50, numa manhã de domingo em Natal. Tio Celso me disse que ele era um publicitário famoso e que era nosso primo. Eu conhecia apenas Zaíra e Félix. Tia Maroca e D. Maria Francisca.

Quando nos mudamos para a terra carioca, comecei a conviver amiúde e quase que diariamente com ele, inclusive fazendo refeições em sua casa, naquele tempo de transição. O convívio se ampliou quando papai foi trabalha na JMM, na Almirante Barroso. Então, eram, sim, diários nossos encontros. Posso dizer que vi um gênio trabalhar e criar.

Poeta maravilhoso, porém modesto, preferia exaltar Caldas, e vários outros. Com ele aprendi tovas e sonetos alheios. E jamais deixei de louvar-lhe a veia poética, sendo um dos meus prediletos sua "Aspiração", sua ânsia de ser montanha, e de ser pedra, em vez de ser homem.
Poderia pedir como herança sua os retratos de Vovô que ele prometeu, tantas vezes, me mandar (pelo menos uma cópia).

Porque nada iguala ou suplanta a memória da convivência e da admiração que nutri por Moacir.
Devo-lhe um genial prefácio para o livro "Glosas de Hélio Neves de Oliveira", praticamente rabiscado ou improvisado em momento de, nele, habitual inspiração. Vivemos episódios que somente a lembrança pode e deve guardar.

Uma noite, em Copacabana, em 1967, assisti ao encontro de duas inteligências privilegiadíssimas, ele e Tio Expedito, a se somarem, sem disputas ou tentativas de vitória, deixar mudos quem teve a felicidade de estar presente.

Este mundo fica, certamente, mais pobre quando morre um homem como Moacir. Em compensação, o "outro", a verdadeira pátria de nós todos, se enriquece na mesma medida.

Imagino que farra podem estar fazendo, ou vão fazer quando se encontrarem, Moacir Medeiros, Expedito Silveira, João Lins Caldas, Orígenes Lessa (imortal da ABL, a cuja posse compareci, a seu convite, graças ao tempo em que OL trabalhou na JMM e foi colega de papai lá), além de Nathércia, Hélio e Dolores.

*João Celso Neto, poeta, engenheiro, advogado, natural do Assu, reside em Brasília. .

Em tempo: Moacir Medeiros era assuense, um dos maiores publicitários brasileiros. Foi ele, Moacyr, o primeira publicitário a fazer campanha eleitoral marketizada no Brasil (campanha de Celso Azevedo para prefeito de Belo Horizonte - MG, em 1954). Por sinal Moacir faleceu no dia das eleições de outubro de 2008. Fica o registro.

CARNAVAL DE ASSU, 1964

Carnaval no Clube Municipal, altos da prefeitura. Esquerda para direita:imenes/Francisca, João Batista/Louridnha, Edgard Montenegro, Edagarzinho Montenegro.

ASSU ANTIGO

O sobrado a esquerda da praça etúlio Vagas entã denominada de praça da Proclamação (fotografia acima) era onde funcionava o Bar Astronauta. Fora demolido para dar lugar a uma casa (vizinho a Senhora Anita Caldas pelo lado esquerdo e pelo lado direito Eloi Fonse/Marina) do Senhor Tião Diogenes.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

QUANDO A GENTE É CRIANÇA

Por João Lins Caldas, poeta potiguar.

Quando a inocência não cheira
Pelos vergais da existência
São flores de laranjeira
Todos requebros de infância...
A gente vê-se criança
Na vida de brincadeira...
Por tudo respira essência,
Por toda parte fragrância...
Ah! Quando a gente é criança
Na vida de brincadeira!...

LOGOMARCA - NOVO GOVERNO DO RN

quinta-feira, 1 de abril de 2010

ILUSTRES FIGURAS DO ASSU DE ANTIGAMENTE

Foto de Genilda.

Esquerda para direita: Astrogildo Soares (advogado), João Marcolino de Vasconcelos Lou (advogado), Cabo Manuel, João Germano (tabelião e escrivão), Adroaldo Soares de Macedo (advogado), Armando (advogado), Migas Fonseca (juiz de paz), Expedito Silveira (promotor), d. Túlio Fernandes (juiz de direito), Kaká (oficial de justiça), Sabóia de Sá Leitão (juiz de paz), Santos Oliveira (tabelião e escrivão), Francisco Amorim - Chisquito (prefeito municipal do Assu) e Cozinho Germano (tabelião e escrivão. A fotografia deve ser entre 1954-55.

ASSU ANTIGO

A fotografia fora tirada no Colégio as Freiras (Educandáio Nossa Senhora as Vitórias, de Assu) provavelmente no final da década de qurenta. Na foto, senhoras assuenses participando de um retiro espiritual com o Padre José Gusmão. Foto cedida por Genilda Soares de Macedo Varela para colaborar com este blog sobre o Assu de antigamente. Clique na imagem para melhor visualizar.

Fernando Fanfa Caldas

ASSU EM REVISTA


"Assu em Revista", editado em 1980, salvo engano, po Francisco Amorim ou por Marcos Henrique. Aquela edição traz artigos e ilustrações além do município do Assu, carnaubais e região, bem como suas figuras ilustres, sua gente evidente. Na fotografia abaixo o fazendeiro Alfredo Soares de Macedo (imagem da revista foi cedida pela sua neta Genilda Soares de Macedo Varela, filha de Adroaldo Soares de Macedo que foi tabelião e advogado no Assu) e seu neto Gustavo Alberto de Macedo Varela. Ainda me lembro do velho Alfredo. Ele viveu mais de 1O0 anos e morava na rua Ulisses Caldas, 433, Macapá, antigo bairro do Assu, também denominaa de Lagoinha. A sua casa era onde hoje reside, se não me falha a memória, Walfredo Freire de Carvalho hoje remodelada.

quarta-feira, 31 de março de 2010

SÃO JOÃO É EM AÇU

CARNAVAL DO ASSU, 1965

Na fotografia acima, esquerda para direita: Expedidito Silveira (que foi promotorm público de Assu no início na década de sessenta), Geraldo Dantas (na época funcioário do Banco do Brasil), Maria Auxiliadora Montenegro (esposa de dr. Edgar Montenegro, Francisca e Ximenes. Na fotografia abaixo esquerda para direita: Zé de Ana (comerciante em Assu), Edmar Montenegro, Maria Auxiliadora e seu marido Edgard Montenegro que naquela época, 1965, era deputado estadual, e Francisca Ximenes.

CASARÃO DO BANGUÊ - ASSU

Casarão do Banguê, distrito de Assu. Segundo depõe o historiador Ivan Pinheiro era de proprieade do Sr.Zuza Marreiro que construiu em 1911. Tempos depois d. Senhorinha Pessoa casado que era com Alexandre de Carvalho (Xanduzinho) adquiriu por herança.

terça-feira, 30 de março de 2010

UM BELO POEMA DE WALFLAN DE QUEIROZ

Ah, minha alma triste implora perdão
Nunca desejei de ti preces, ternura
Teus olhos que se encontravam com os meus
Eram como um farol me guiando no mar cheio de tormentas da minha vida.

(Walflan de Queiroz é poeta potiguar de São Miguel, conisderado um dos melhores poetas potiguares).

CORAÇÃO MALSINADO

Por João Lins Caldas

Coração malsinado das torturas,
Coração de mulher sem amor ter,
Goza um pouco a ventura de querer
Que este gozo é maior que outras venturas.

Tens, como as dores que hoje tens seguras,
Do amor a porta sem poder se erguer.
Ah! Que ventura se ilusões, das puras.
Hoje pudesses, coração, conter!

Mas não! Que o gelo que dá vida à morte
É o mesmo gelo que campeia forte
Nesse teu seio onde batalha a dor...

És para o tédio e para o mal nascido...
Muda essa sorte, coração ferido,
Abre essa porta para o meu amor!...

segunda-feira, 29 de março de 2010

LOURENÇO, O SERTANEJO (II)

"Cero dia, na estrada do Vale, Lourenço enconntrou-se com o Coronel Moisés.
- Bom dia, Lourenço. Observo que o vento norte continua soprando para você. Tudo verde no sítio... progredindo...
- Certo, Coronel. Nem todo mal é mal. O mundo dá mais volta que roleta. Hoje, sou dono da Pedras Branca. Ontem, era o senhor. Eu sei que o Coronel foi à casa de meu pai naquele dia, com seus filhos armados até os dentes. Mas, Coronel, não guardo rancor. Já se vão os anos, já sou pai de famíilia. Querendo aparecer com d. Josefa nós ficaremos contentes. Lunarda é mulher de verdade, Coronel. É a mão que pega o leme da nossa casa. Eu sou o casco do navio velho que balança o mar. Aguento o rojão... O Coronel precisa conhecer Lunarda. Como é bonita! E Juraci, um bichinho que nasceu por lá. Dá gosto de ver, Coronel. É a menina mais bonita do Vale.
O Cornel Moisés ficou engasgado. Bateu no ombro de Lourenço e disse:
- A vida também é madastra. Às vezes, vem como as ondas do mar e leva tudo na maré. O meu gado...
Ah, Coronel! Não me fale em gado! È o meu fraco. Quando vejo um bezerro escaramuçar, tenho uma vontade danada de pegar no rabo dois bichinhos e de alisar, como aliso os cabelos de minha menina... O meu negócio é comprar e vender bois. O negácio melhor do mundo, Coronel. Conhece aquela história dos franceses quando quiseram tomar o nosso Brasil? Já ouviu falar num tal de Vileganhão?
- Sim - soriu o Coronel - Eu conheço a história da Invasão Francesa, Villegagnon, o bravo aventureiro.
- Pois se reuniram na assembléia e discutiram como haveriam de governar o nosso Brasil. Apresentaram os problemas e perguntaram ao Comandante: "Qual o primeiro negócio para o norte do Brasil?" Respondeu: "Gado bem administrado". "Qual o segundo negócio para o mesmo liugar?" e o comandante ainda respondeu: "Gado sem administração". Pois bem , Coronel, é o que faço. Compro, vendo, solto os rebanhos no mato e deixo engordar. E ainda tem mais, Coronel. É um negócio alegre. Todo mundo corre para ver uma boiada, parece festa. Os meninos gritam, os vaqueiros abóiam...
É isso mesmo, Lourenço. Dou-lhe os parabéns. Agora vou me apartar. Vou à casa do Compadre Chico Inácio que está adoentado. Até à vista, Lourenço.
- Até outro dia, Coronel.
Coitado do Coronel Moisés! Está ficando velho e cansado. Os filhos no mundo... essa vida! - E Lourenço, ficando a espera no seu alazão, esquipou rumo ao lar."

Maria Eugênia

(O texto acima é o segundo capítulo do livro intitulado "Lourenço, O Sertanejo", da escritora assuense Maria Eugênia. è um romance, prosa sertaneja, cujo protagonista é o fazendeiro (falecido no início da décadade de setenta) Epifânio Barbosa, figura abastada e esperitiosa da região do Assu).

sexta-feira, 26 de março de 2010

MACAPÁ OU LAGOINHA

Macapá ou Lagoinha eram assim denominados a localidade que fica entre a rua Ulisses Calçdas até o bairro Bela Vista também denominado de Boi Chôco. Não sei porque razão aquelas denominações deixaram de serem conservadas até pelos mais antigos assuenses. Pois bem, a poetisa assuense Sinhazinha Wanderley retrata o Macapá, dizendo assim neste sonete que veremos adiante para o nosso deleite:

Macapá, Bairro outrora desprezado,
Hoje feliz, alegre, florescente...
Tendo vista boa e nobre povoado.

Em frente à "Lagoinha"; e aí ao lado
Um roçado em cultivo vividente,
Ali, o palmeiral verde, luzente,
E junto um matagal estrelaçado.

A enchente extravasou-te, "Lagoinha"
Pra descrever-te, a poesia minha
Não tem beleza, as expressões são baldas...

Mas sonhas um porvir aureolado
O pobre bairro outrora abandonado
Tem o nome febril de Ulisses Caldas!

Sinhazinha Wanderley

Fernando Fanfa Caldas

AQUELA NOITE


Por Renato Caldas

Era o finá da cuiêta...
Disso, inda tô bem lembrado.
As salina parecia,
Arguns pedaços de dia,
Qui a noite tinha rôbado.
Aquela noite bonita,
Qui se tornô tão mardita,
Qui me faz tão desgraçado.

Naquela noite de lua:
- Deus num me castigue não -
Mais ante, eu ficasse mudo,
Ficasse cêgo de tudo,
Pra num sê tão bestaião,
De cantá praquela ingrata,
Naquela noite de prata
"O Luá do meu Sertão".

Naquela noite, Seu môço...
Seu Môço, naquela noite;
Mais ante eu bebesse o fé,
Sofresse dores crué,
Levasse os quarenta açoite,
Fosse pregado na cruz,
Sofresse mais que Jesus,
Morresse naquela noite.

Fernando Fanfa Caldas

MANOEL CALIXTO CHEIO DE GRAÇA E quem não se lembra de Manoel Calixto Dantas também chamado de "Manoel do Lanche?" Era um dos nosso...