segunda-feira, 17 de maio de 2010
Geraldo Melo diz que só falou com Wilma sobre 2 candidaturas: a dela ao Senado e a dele a deputado
Dei uma saída e por cerca de 4 horas fiquei longe do computador.
Tempo suficiente para encontrar duas mensagens passadas pelo ex-governador Geraldo Melo, ex-PSDB, hoje filiado ao PPS.
Para dizer que nunca foi convidado pela ex-governadora Wilma de Faria para ser seu primeiro suplente, como tem sido divulgado.
“Desminto categoricamente e cabalmente essa invenção de que eu teria sido convidado para ser candidato a suplente de Wilma. Esse assunto não foi tratado, referido, citado. Você tem a minha palavra de que uma ideia tão idiota não poderia ter sido sequer mencionada. Edinólia esteve presente e pode testemunhar, se a minha palavra não for suficiente. Posso lhe garantir que ninguém, nem mesmo Wilma, que reconheço ser uma pessoa corajosa, teria coragem de me fazer semelhante proposta. Eu estou quieto no meu canto. Não estou incomodando a ninguém. Por que tudo isso? Só queria mesmo entender”.
Geraldo confirmou, como o Blog publicou, que Wilma esteve na casa dele, mas garantiu que o assunto conversado não passou pela suplência de senador.
“Ela esteve em minha casa. Sobre esse assunto não se falou nem de leve. Nem de brincadeira. Você tem a minha palavra sobre isto.Ela realmente falou comigo sobre duas candidaturas: a dela ao Senado e a minha, a deputado federal, que ela apelou veementemente para que eu seja candidato. O resto é mentira. Para não dizer o que de fato é”.
*
Apesar de não ter falado nada sobre convite de Wilma para Geraldo ser suplente, o Blog não tem como não publicar declaração do ex-governador.
“Desminto categoricamente e cabalmente essa invenção de que eu teria sido convidado para ser candidato a suplente de Wilma. Esse assunto não foi tratado, referido, citado. Você tem a minha palavra de que uma ideia tão idiota não poderia ter sido sequer mencionada. Edinólia esteve presente e pode testemunhar, se a minha palavra não for suficiente. Posso lhe garantir que ninguém, nem mesmo Wilma, que reconheço ser uma pessoa corajosa, teria coragem de me fazer semelhante proposta. Eu estou quieto no meu canto. Não estou incomodando a ninguém. Por que tudo isso? Só queria mesmo entender”.
Geraldo confirmou, como o Blog publicou, que Wilma esteve na casa dele, mas garantiu que o assunto conversado não passou pela suplência de senador.
“Ela esteve em minha casa. Sobre esse assunto não se falou nem de leve. Nem de brincadeira. Você tem a minha palavra sobre isto.Ela realmente falou comigo sobre duas candidaturas: a dela ao Senado e a minha, a deputado federal, que ela apelou veementemente para que eu seja candidato. O resto é mentira. Para não dizer o que de fato é”.
*
Apesar de não ter falado nada sobre convite de Wilma para Geraldo ser suplente, o Blog não tem como não publicar declaração do ex-governador.
(Do blog de Thaisa Galvão).
domingo, 16 de maio de 2010
FAMÍLIA WANDERLEY
Dados Biográficos | |
Nasci em 11 de setembro de 1953, no bairro de Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, pelo que posso ser considerado um legítimo carioca da gema.
Filho de um casal de dentistas, Mauricio Wanderley e Zilah Saraiva Wanderley (ambos falecidos), sou o mais velho de 5 irmãos (3 homens e 2 mulheres).
Minha ascendência paterna origina-se na colonização holandesa de Pernambuco.
Filho de um casal de dentistas, Mauricio Wanderley e Zilah Saraiva Wanderley (ambos falecidos), sou o mais velho de 5 irmãos (3 homens e 2 mulheres).
Minha ascendência paterna origina-se na colonização holandesa de Pernambuco.
Meu avô, Eustórgio Wanderley, foi um conhecido poeta na primeira metade do século XX e uma parte da história dos Wanderley é narrada no livro Dona Sinhá e o Filho Padre, de Gilberto Freyre.
Entretanto, a origem dos Wanderley dos nossos dias vem da Holanda do século XIV, mais precisamente do ano de 1480, como segue documentado no relato abaixo sob o título FAMÍLIA WANDERLEY - HISTÓRIA E GENEALOGIA, textos compilados por Francisco Wanderley Bezerra de Patos/PB.
Pelo lado materno, minha ascendência é alemã.
Tenho uma ligeira inclinação por genealogia...
FAMÍLIA WANDERLEY
É uma presença inevitável em todas as atividades normais. Fazendeiros, deputados provinciais, estaduais, gerais, cinco vezes presidindo a província. Fundam jornais, mantêm tipografias, advogam; são jornalistas natos, prosadores, tribunos ao nascer. Oferecem o primeiro médico, o primeiro romancista, o maior poeta, poetisas excelsas. São debatedores, arrebatados, brilhantes, com a impecável tradição da cortesia, da palavra airosa, do gesto oportuno e lindo.
Atestam, através do tempo, a maior e mais notável contribuição intelectual de que uma família possa orgulhar-se.
Noventa e nove por cento dos Wanderley escrevem versos, discursam e fazem jornal, inesgotáveis de inspiração, inalcançáveis pelos diabos azuis do desânimo, ignorando o que Stevenson denominava a dignidade da inércia.
O moto da família holandesa dos Wanderley anunciava, há mais de quatrocentos anos, essa divina continuidade funcional: "SEY TALTYDT VAN EENDERLEY SIN". Seja sempre um Wanderley, haja, exista, viva sempre, um Wanderley. E eles têm cumprido a profecia heráldica que orna, qual uma flâmula, o brasão fidalgo.
Teve um filho de nome Hendrick.
HENDRICK JARICHS VAN DER LEY (Filho de Jarichs), foi quem assinou em 1579 a carta de Independência da Holanda.
Nasceu em 1530. Assinou esse tratado como representante da província de Friesland, em Utrecht. Era general. Casou três vezes e teve nove filhos. Morreu em Roterdã e um de seus filhos era oficial.
JAN HENDRICK VAN DER LEY, filho de Hendrick, nasceu em 1567 e faleceu em Roterdã.
GEORGIUS VAN DER LEY, advogado, nasceu na então província de Frisia, em 1607.
Estes foram os primeiros. Dessa pequenina aldeia de Ley partiram para o Brasil os portadores do nome tradicional. "Seja sempre um real (verdadeiro) Wanderley" é o velho "slogan" que deve ser transmitido de geração a geração.
A Família Wanderley, diz Borges da Fonseca, (Nobiliarquia Pernambucana, vol. 1 e 2) teve o seu princípio em Pernambuco com Gaspar Wanderley, Capitão de Cavalaria das tropas holandesas (Cast li 6, n.74 Lucid. Liv. 3, cap. 7, 172 e173) de cuja nobreza temos testemunho autêntico em uma certidão do Conde Maurício de Nassau.
Eu a vi a própria e a tive muito tempo em mãos, que m'a deu a ver o Mestre de Campo Antônio da Silva e Melo; e depois de sua morte a seu irmão Dr. João Maurício Wanderley, vigário de Camaragibe por via de seu parente o pe. Francisco Xavier de Paiva Lins, cura de Santo Antônio, que é a seguinte:
"João Maurício, pela graça de Deus, Príncipe de Nassau, Conde de Katzenellenbogen, Vianen e Dietz, Senhor de Beilstein, Mestre da Ordem Taem Teutônica de São João, Governador por Sua Serenidade Eleitoral de Brandenburgo dos Principados de Cleve e Minden, e dos Condados de Mark e Ravensberg, Mestre de Campo General das Províncias Unidas dos Países Baixos, fazemos saber aos que a presente virem que, quando o senhor João Maurício Wanderley, que presentemente assiste em Lisboa, nos pediu lhe quiséssemos dar uma certidão de nobre progênie de seu pai e avôs e todos que tiverem e ainda hoje têm o nome de Wanderley, sempre foram e ainda são Fidalgos de Sangue e linhagem nobre e assim no tempo de nossos antecessores como durante o tempo do nosso governo mereceram dos ditos Wanderley, sempre serem do Senhor Eleitor de Brandenburgo honrados com os primeiros corpos ofícios e dignidades nobres de sua pátria nos quais serviram sempre com muito louvor e honra. Em fé da verdade mandamos despachar sob nossa própria firma e selo. Data em Singen aos 20 de Dezembro de 1668 anos. JOÃO MAURÍCIO príncipe de Nassau (Selos)."
O escritor Luís da Câmara Cascudo, referindo-se ao período flamengo, situou muito bem o domínio holandês, com estas poucas palavras, a que ele chama de "fase quase doméstica nas lembranças coletivas" (1).
"Quando dizemos 'no tempo dos holandeses', significamos uma vida normal, organizada e lógica, desaparecida e lembrada, cheia de elementos humanos, sangrando de naturalidade. Naturalmente tem amigos saudosos e inimigos pesados de rancor, ambos com razão pessoal que é uma fidelidade intelectual ao patrimônio de cada família, umas descendentes do flamengo; outras agredidas pelos holandeses há trezentos anos. O mesmo acontece nas terras das seduções Jesuitas, nas cidades e vilas que foram aldeias governadas pela Companhia de Jesus. Ainda há quem os cite fechando os olhos, com vontade de trazer o Tempo para trás, e outros permanentemente furiosos, como portadores inesquecidos de uma afronta individual. O interesse instintivo que temos pelo Holandês pertencente mais ou menos à classe das relíquias familiares guardadas pela razão na sua antiguidade e pela ligação ao passado, resistindo, pela sua própria densidade, ao atrito desgastador de três séculos".
Entretanto, a origem dos Wanderley dos nossos dias vem da Holanda do século XIV, mais precisamente do ano de 1480, como segue documentado no relato abaixo sob o título FAMÍLIA WANDERLEY - HISTÓRIA E GENEALOGIA, textos compilados por Francisco Wanderley Bezerra de Patos/PB.
Pelo lado materno, minha ascendência é alemã.
Tenho uma ligeira inclinação por genealogia...
FAMÍLIA WANDERLEY
HISTÓRIA E GENEALOGIA
Introdução...
O coronel do regimento de burgueses, Gaspar van Nieuhof van der Ley, ex-capitão de cavalaria, talvez parente de Johan Nieuhof, seu contemporâneo, autor da Memorável Viagem, de variada notícia para o Brasil-Holandês, deve ser o avô ou bisavô da pernambucana dona Josefa Lins de Mendonça, casada com o possível português João de Sousa Pimentel, plantadora da semente no Arraial Nossa Senhora dos Prazeres do Assu, fundado pelo capitão-mor Bernardo Vieira de Melo, para nós, de saudosa memória. Pelo ramo eminentíssimo dos Lins, vieram os Wanderley, brotando nos filhos, Gonçalo Lins Wanderley, que deve ser o segundo gênito, e João Pio Lins Pimentel, o primogênito que, ao fazer-se maçom na SIGILO NATALENSE em 1838, é maior de 40 anos, casado e proprietário, residente no Assu.
Em pouco mais de um século o Wanderley estende a ramaria prolífera cobrindo o mural provinciano com as graças do engenho, irresistível na conquista social.É uma presença inevitável em todas as atividades normais. Fazendeiros, deputados provinciais, estaduais, gerais, cinco vezes presidindo a província. Fundam jornais, mantêm tipografias, advogam; são jornalistas natos, prosadores, tribunos ao nascer. Oferecem o primeiro médico, o primeiro romancista, o maior poeta, poetisas excelsas. São debatedores, arrebatados, brilhantes, com a impecável tradição da cortesia, da palavra airosa, do gesto oportuno e lindo.
Atestam, através do tempo, a maior e mais notável contribuição intelectual de que uma família possa orgulhar-se.
Noventa e nove por cento dos Wanderley escrevem versos, discursam e fazem jornal, inesgotáveis de inspiração, inalcançáveis pelos diabos azuis do desânimo, ignorando o que Stevenson denominava a dignidade da inércia.
O moto da família holandesa dos Wanderley anunciava, há mais de quatrocentos anos, essa divina continuidade funcional: "SEY TALTYDT VAN EENDERLEY SIN". Seja sempre um Wanderley, haja, exista, viva sempre, um Wanderley. E eles têm cumprido a profecia heráldica que orna, qual uma flâmula, o brasão fidalgo.
Luís da Câmara Cascudo
O Brasão de Família...
Deve-se ao holandês J.B.Beer van der Ley, de Harlem, Holanda, a cópia autêntica do Brasão da família Wanderley. " Seja sempre um real (verdadeiro) Wanderley ", é a determinação histórica do brasão fidalgo.
Origem...
JARICHS VAN DER LEY - um "landlord" - Era dono da pequena vila de Laij ou Ley, o primeiro de que se tem notícia, em 1480.Teve um filho de nome Hendrick.
HENDRICK JARICHS VAN DER LEY (Filho de Jarichs), foi quem assinou em 1579 a carta de Independência da Holanda.
Nasceu em 1530. Assinou esse tratado como representante da província de Friesland, em Utrecht. Era general. Casou três vezes e teve nove filhos. Morreu em Roterdã e um de seus filhos era oficial.
JAN HENDRICK VAN DER LEY, filho de Hendrick, nasceu em 1567 e faleceu em Roterdã.
GEORGIUS VAN DER LEY, advogado, nasceu na então província de Frisia, em 1607.
Estes foram os primeiros. Dessa pequenina aldeia de Ley partiram para o Brasil os portadores do nome tradicional. "Seja sempre um real (verdadeiro) Wanderley" é o velho "slogan" que deve ser transmitido de geração a geração.
História...
A Família Wanderley, diz Borges da Fonseca, (Nobiliarquia Pernambucana, vol. 1 e 2) teve o seu princípio em Pernambuco com Gaspar Wanderley, Capitão de Cavalaria das tropas holandesas (Cast li 6, n.74 Lucid. Liv. 3, cap. 7, 172 e173) de cuja nobreza temos testemunho autêntico em uma certidão do Conde Maurício de Nassau.Eu a vi a própria e a tive muito tempo em mãos, que m'a deu a ver o Mestre de Campo Antônio da Silva e Melo; e depois de sua morte a seu irmão Dr. João Maurício Wanderley, vigário de Camaragibe por via de seu parente o pe. Francisco Xavier de Paiva Lins, cura de Santo Antônio, que é a seguinte:
"João Maurício, pela graça de Deus, Príncipe de Nassau, Conde de Katzenellenbogen, Vianen e Dietz, Senhor de Beilstein, Mestre da Ordem Taem Teutônica de São João, Governador por Sua Serenidade Eleitoral de Brandenburgo dos Principados de Cleve e Minden, e dos Condados de Mark e Ravensberg, Mestre de Campo General das Províncias Unidas dos Países Baixos, fazemos saber aos que a presente virem que, quando o senhor João Maurício Wanderley, que presentemente assiste em Lisboa, nos pediu lhe quiséssemos dar uma certidão de nobre progênie de seu pai e avôs e todos que tiverem e ainda hoje têm o nome de Wanderley, sempre foram e ainda são Fidalgos de Sangue e linhagem nobre e assim no tempo de nossos antecessores como durante o tempo do nosso governo mereceram dos ditos Wanderley, sempre serem do Senhor Eleitor de Brandenburgo honrados com os primeiros corpos ofícios e dignidades nobres de sua pátria nos quais serviram sempre com muito louvor e honra. Em fé da verdade mandamos despachar sob nossa própria firma e selo. Data em Singen aos 20 de Dezembro de 1668 anos. JOÃO MAURÍCIO príncipe de Nassau (Selos)."
Presença dos holandeses...
O escritor Luís da Câmara Cascudo, referindo-se ao período flamengo, situou muito bem o domínio holandês, com estas poucas palavras, a que ele chama de "fase quase doméstica nas lembranças coletivas" (1)."Quando dizemos 'no tempo dos holandeses', significamos uma vida normal, organizada e lógica, desaparecida e lembrada, cheia de elementos humanos, sangrando de naturalidade. Naturalmente tem amigos saudosos e inimigos pesados de rancor, ambos com razão pessoal que é uma fidelidade intelectual ao patrimônio de cada família, umas descendentes do flamengo; outras agredidas pelos holandeses há trezentos anos. O mesmo acontece nas terras das seduções Jesuitas, nas cidades e vilas que foram aldeias governadas pela Companhia de Jesus. Ainda há quem os cite fechando os olhos, com vontade de trazer o Tempo para trás, e outros permanentemente furiosos, como portadores inesquecidos de uma afronta individual. O interesse instintivo que temos pelo Holandês pertencente mais ou menos à classe das relíquias familiares guardadas pela razão na sua antiguidade e pela ligação ao passado, resistindo, pela sua própria densidade, ao atrito desgastador de três séculos".
Sabidos e inteligentes
Há duas categorias de pessoas que, sobretudo no Rio Grande do Norte, merecem um debruçamento maior, uma atenção mais atenta, um enfoque mais aproximado: o inteligente e o sabido. O inteligente é como o grão. Se não morrer, será infecundo. A fecundidade do sabido é feita na cotidianidade dos seus sonhos. O inteligente é aritmético. Consegue sobreviver. O sabido é geométrico. Quase sempre vive sobre. O inteligente é polivalente na ordem do conhecimento. O sabido, na ordem do aproveitamento.O inteligente é grosseiro às vezes, mas humano, profundamente humano. O sabido se irrita, mas é sempre fino. Fino e aderente. Sobretudo ao poder. E quando eu falo em Poder, não me refiro pura e simplesmente ao Sistema. Me refiro ao poder, podendo. Feito de números. Sobretudo de números. O inteligente pode ser desligado. O sabido, nunca. O inteligente gosta de se encontrar com velhos amigos. O sabido prefere localizar novos. Se vão lhe render dividendos. O inteligente é simples. O sabido é complexo. Chegar a ele, às vezes não é fácil. O mundo é dos sabidos. A vida, dos inteligentes. Na sua intensidade. A ambição do inteligente é limitada. Porque limitada, nem consegue ser ambição. O sabido é, sobretudo, ambicioso, explicação maior do seu sucesso. O inteligente poderá ser sábio. O sabido, jamais. A fé do inteligente é escatológica. Do sabido, circunstancial. O inteligente não consegue ser audaz. A ousadia, porém, é o oxigênio do sabido. O inteligente aguarda a morte como passagem; para o sabido, ela não é objetivo de cogitações.O inteligente gosta de bibliotecas; o sabido, de computadores. O inteligente sonha com Paris, escreve maravilhosamente sobre Paris, mas suas notas são escritas em Tibau ou na Redinha. O sabido dorme em Lisboa, acorda em Hong-Kong e janta em Ponta Negra. O inteligente sorri. E no sorriso se esboça a silhueta da paz. O sabido ri. E ri gostosamente. O inteligente tem saudades; o sabido, nostalgia. O inteligente mergulha no silêncio. O sabido vira taciturno. O inteligente fica só, para estar com os outros; o sabido, para libertar-se deles. O inteligente cria; o sabido amplia. O inteligente ilumina; o sabido ofusca. O inteligente pensa em canteiros de flores; o sabido, em projetos de reflorestamento. O antônimo de inteligente é burro, de sabido é besta; às vezes (quem sabe) viram sinônimos. Ser, para o inteligente é fundamental. Parecer, para o sabido é prioritário. E como vivemos no mundo das aparências, nele o inteligente não terá vez. Desde que mude os seus critérios. Aí então, aflora a crise do desencanto. É quando a mediocridade se entroniza, o supérfluo se instala e a inteligência se rende. A não ser que o inteligente se chame Unamuno, reitor imortal. Por isso, ele foi magnífico. Do contrário não teria sido reitor, mas feitor. E de feitores o Brasil está cheio. Sabidos, por sinal. Sabido é Diógenes da Cunha Lima. Inteligente é Jarbas Martins. Cascudo é inteligente. Sabida é sua entourage. Inteligentes são Zila Mamede e Otto Guerra. Inteligente é Waldson Pinheiro. Inteligente foi Miriam Coeli. Inteligente é Padre Ônio (de Cerro Corá) e Dom Heitor (de Caicó). Inteligente foi Dom Costa (de Mossoró). Inteligente foi o pastor José Fernandes Machado. Inteligente é Anchieta Fernandes. Inteligente é Vingt-un. O inteligente compra livros. O sabido, ações. Para o sabido, as letras que realmente valem são letras de câmbio. Inteligente é quem trabalha para viver razoavelmente. Sabido é quem consegue que outros trabalhem para que ele viva maravilhosamente. O inteligente sua. O sabido transpira. O inteligente acorda cedo. Para ele, Deus ajuda a quem madruga. O sabido acorda tarde. Outros madrugam por ele. Sem o inteligente, o que seria do sabido? Inteligentes são Manoel Rodrigues de Melo e Raimundo Nonato. Sabido é Paulo Macedo. Também "imortal". Inteligente é Dorian Jorge Freire. Sabido é Canindé Queiróz. Inteligentes são Eulício e Inácio Magalhães. Inteligente era Hélio Galvão. Sabido é Valério Mesquita. Inteligentes eram José Bezerra Gomes e João Lins Caldas. Inteligente foi Jorge Fernandes. Sabido, Sebastião.Inteligente é Erasmo Carlos. Sabido é Roberto.Inteligente foi Garrincha. Sua inteligência, porém, não foi além de suas pernas. Com elas, encantava. Sabido é Pelé. Transformou suas pernas em objeto de lucro. Não é a toa que a cidade de Garrincha se chama Pau Grande. E Pelé nasceu onde? Não foi em Três Corações? Ao mesmo tempo pode amar Xuxa, o Cosmos ou as audiências na Casa Branca.Há um campo, porém, onde o número de sabidos é pródigo. Mas pelo menos hoje, eu não quero pensar nos inteligentes e sabidos quando se trata de competição eleitoral. Aqui, o sabido leva sempre vantagem.Quem não se lembra de 74? O inteligente não era Djalma? Sabido, porém, foi Agenor. E o povo do RN optou por quem? Pelo inteligente ou pelo sabido?
(Transcrito do jornal O Poti, de natal, edição de 14.8.1983).
Fernando Caldas Fanfa
Agricultor apela: “Se Deus não mandar a chuva, não sei o que vou fazer”
Isaac Lira, reporter.
A expressão “ao Deus dará” era usada em tempos remotos como negativa diante do pedido de esmolas de algum mendigo. Com o tempo, o “Deus dará” foi ganhando o sentido que tem hoje: de algo ou alguém jogado à sua própria sorte, sem rumo e auxílio. Contudo, desde o fim de abril a escassez de chuva no semi-árido potiguar emprestou de vez à famosa expressão as cores do desamparo. Não existe Deus dará. Deus não deu, a chuva não veio e o que sobra é isso: “Se Deus não mandar a chuva, eu não sei o que vou fazer. Não tenho por onde ir”, expressa o agricultor José Gilberto da Fonseca, de 59 anos, que planta e colhe milho, feijão, mandioca, desde os 10 anos no município de Santa Cruz.
Ao saber da história de José Gilberto é possível entender o porquê do sentimento de “ao Deus dará”. Ele vive na comunidade de Santa Luzia, a cerca de 10 quilômetros do município de Santa Cruz. O agricultor não sabe precisar quantas famílias exatamente vivem em Santa Luzia, embora tenha um motivo razoável para ter na memória a informação precisa: as famílias dos arredores sobrevivem todas da água armazenada em sua cisterna.
Como os tempos são de “seca verde”, onde a cor da paisagem dá uma falsa sensação de fartura, a água está escassa. Aliás, escassa para o consumo humano, rara para o crescimento do pasto para o gado e quase inexistente para o cultivo.
Dessa forma, o agricultor se vê numa “escolha de Sofia”: preparar a terra para plantar ou manter o pasto para o gado. Não existe uma única resposta e cada um segue a sua intuição. José Geraldo preferiu manter o pasto, mas não foi totalmente feliz em sua escolha. O alimento não foi conservado em quantidade suficiente e o criador já perdeu uma vaca, vitimada pela fome. Um outro animal foi salvo graças a cinco sacos de ração, contudo, como o dinheiro está acabando, as outras vacas – 18 no total – não terão a mesma sorte. Sem plantação e com os bichos secando mais que a paisagem, José Gilberto já planeja se desfazer de parte do patrimônio para conseguir sustentar a mulher, o filho, a nora e a neta de apenas três meses. “Se for o jeito, vou precisar vender algum animal. Fico com pena porque na época de fartura uma vaca dessas vale R$ 1 mil. Se for agora, mal pagam R$ 600”, lamenta.
Em situação semelhante e ao mesmo tempo inversa está o agricultor Manoel Batista da Silva, de 53 anos. Semelhante porque também não há perspectivas. Diversa porque Manoel fez uma escolha contrária a de Gilberto: preferiu plantar feijão e milho a manter o pasto para os animais. Como as precipitações têm sido irregulares, não há muita esperança que a colheita sirva para comer o resto do ano. Ao mesmo tempo, os animais emagrecem ao passar do tempo e devem estar nas mãos de um negociante esperto em breve. “Vou dar duas semanas, se não chover, vou vender pelo menos umas três cabeças de gado”, diz Manoel.
Os dois produtores rurais – Gilberto e Manoel – são ainda companheiros em outra sina. Falta água potável para a comunidade de Santa Luzia. Como a estiagem tem secado a cisterna de Gilberto, o que resta às famílias dos arredores são os barreiros, reservatórios de água reservados aos animais. “Ali bebe de tudo, urubu, boi, cachorro, o que o senhor imaginar. E também nós, quando não tem água na cisterna pra todo mundo”, diz Gilberto. E complementa: “É pouco pra todo mundo aqui da comunidade, mas eu não consigo negar água. Não sei o porquê. Só de pensar em negar água a um cristão já me dá uma coisa ruim”.
Dentre os produtores rurais, Manoel e Gilberto fazem parte de uma categoria ainda mais desamparada. A reportagem conversou com vários agricultores e a maioria listava um trunfo: a aposentadoria. “Quem tem aposentadoria ainda consegue dar um jeito”, explica o representante da Associação dos Produtores Rurais do Trairi. Gilberto, Manoel e muitos outros não podem contar com essa sorte. Estão, de fato, “ao Deus dará”. Mas e se Deus negar?
Projetos existem, falta agilidade na sua execução
É quando o rumo “natural” dos acontecimentos não engrena e uma parcela da população sente na pele os efeitos da desventura que o poder público tem a obrigação de cumprir o seu papel, qual seja proporcionar uma vida digna a todos, segundo a Constituição Brasileira. Os produtores rurais sabem disso. O que muitos deles não sabem é que os Governos federal e estadual aplicam uma série de projetos e programas para ajudar os agricultores a conviver com os inevitáveis e periódicos tempos de estiagem.
O grande projeto do Governo Federal para tentar amenizar a situação dos que sofrem com a seca é o Garantia-Safra, que paga R$ 550 para agricultores familiares que perderam pelo menos 50% da produção. Apesar de ser o carro-chefe do Governo, o projeto sofre com atrasos e dificuldades provenientes da burocracia. Na última semana, a parcela referente ao ano 08/09 começou a ser paga, um ano depois das perdas da safra. As perdas deste ano ainda estão sendo catalogadas e o dinheiro deve sair no próximo ano. “Infelizmente, o Ministério ainda não conseguiu dar agilidade suficiente para o processo. Mas uma coisa é certa: o dinheiro é pago e os produtores contam com essa renda”, diz Elton Dantas, extensionista rural da Emater.
Com relação à convivência imediata com a falta de água, atuam principalmente dois projetos no Estado. Um deles é do Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Social, e o outro é da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos. São o Segunda Água e o Programa Simplificado de Abastecimento, respectivamente. O Segunda Água atua na construção de tecnologias sociais de armazenamento de água, como cisternas, barragens subterrâneas, entre outros. É a Emater quem executa o programa, inclusive avaliando a viabilidade técnica de cada propriedade. As prefeituras são responsáveis pelo cadastro e indicação de quem deve receber o benefício. Da mesma forma, o Programa Simplificado de Abastecimento de Água, da Semarh, que consiste na perfuração de poços para comunidades pelo Estado. Cada poço serve a dezenas de famílias. “Temos ainda projetos de dessalinização, no chamado saneamento rural. Nosso projeto de perfuração de poços é um dos maiores do Brasil”, explica Féliz Fialho, coordenador de Gestão de Recursos Hídricos da Semarh. O primeiro programa – federal – tem o perfil de ajudar no armazenamento de água para a criação e o plantio, enquanto que o segundo procura dar água de qualidade para o consumo humano.
Para completar existe o sistema de financiamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário (Mais Alimentos). Nele é possível financiar, com baixas taxas de juros, tratores, silos, construção de barragens e uma série de outras benfeitorias. Nesse caso, a intenção é beneficiar uma série de cadeias produtivas (criação de animais e plantio).
Um fato que chama a atenção é que, apesar da existência de programas e projetos que amenizem a convivência com a seca, muitos dos produtores rurais não se sentem amparados pelo poder público. A reportagem conversou com vários na Associação de Produtores Rurais do Trairi e todos tinham reclamações. No caso do crédito, eles argumentam que os agricultores já não podem acumular mais dívidas. A título de informação, o Governo Federal estuda inclusive um novo perdão às dívidas de produtores rurais, em medida provisória a ser apreciada pelo Legislativo.
Nos demais projetos, ou não se conhece a sua existência ou eles ainda não conseguiram contemplar os produtores de locais mais afastados. Elton Dantas, da Emater, reconhece as dificuldades: “Não temos como chegar a todos os agricultores e por isso precisamos de parcerias com sindicatos e Prefeituras”. Félix Fialho confia no Programa Simplificado de Abastecimento para dar um destino mais digno a essa população. “Estamos com 60% da meta realizada. Iremos chegar a dois mil poços até o fim do ano”, encerra.
(Transcrito do jornal Tribuna do Norte, de Natal, 16.5.2010).
Júnior SantosApesar da existência de programas e projetos que amenizem a convivência com a seca, produtores rurais não se sentem amparados pelo governo
Se os desígnios de Deus são insondáveis, os caminhos traçados pelos homens, ao contrário, são passíveis de análise, classificação e definição. A chuva não veio. Ninguém há de levantar as mãos ao céu e blasfemar contra a vontade divina. O agricultor potiguar, ainda cheio de fé, bem sabe. Em contraponto, o mesmo produtor rural tem ciência de que pode e deve cobrar de alguém, não a falta de chuva, mas uma solução até mesmo paliativa para conviver com um problema secular e previsível. Apesar da existência de inúmeros projetos governamentais, o produtor rural potiguar ainda se sente desamparado.Ao saber da história de José Gilberto é possível entender o porquê do sentimento de “ao Deus dará”. Ele vive na comunidade de Santa Luzia, a cerca de 10 quilômetros do município de Santa Cruz. O agricultor não sabe precisar quantas famílias exatamente vivem em Santa Luzia, embora tenha um motivo razoável para ter na memória a informação precisa: as famílias dos arredores sobrevivem todas da água armazenada em sua cisterna.
Como os tempos são de “seca verde”, onde a cor da paisagem dá uma falsa sensação de fartura, a água está escassa. Aliás, escassa para o consumo humano, rara para o crescimento do pasto para o gado e quase inexistente para o cultivo.
Dessa forma, o agricultor se vê numa “escolha de Sofia”: preparar a terra para plantar ou manter o pasto para o gado. Não existe uma única resposta e cada um segue a sua intuição. José Geraldo preferiu manter o pasto, mas não foi totalmente feliz em sua escolha. O alimento não foi conservado em quantidade suficiente e o criador já perdeu uma vaca, vitimada pela fome. Um outro animal foi salvo graças a cinco sacos de ração, contudo, como o dinheiro está acabando, as outras vacas – 18 no total – não terão a mesma sorte. Sem plantação e com os bichos secando mais que a paisagem, José Gilberto já planeja se desfazer de parte do patrimônio para conseguir sustentar a mulher, o filho, a nora e a neta de apenas três meses. “Se for o jeito, vou precisar vender algum animal. Fico com pena porque na época de fartura uma vaca dessas vale R$ 1 mil. Se for agora, mal pagam R$ 600”, lamenta.
Em situação semelhante e ao mesmo tempo inversa está o agricultor Manoel Batista da Silva, de 53 anos. Semelhante porque também não há perspectivas. Diversa porque Manoel fez uma escolha contrária a de Gilberto: preferiu plantar feijão e milho a manter o pasto para os animais. Como as precipitações têm sido irregulares, não há muita esperança que a colheita sirva para comer o resto do ano. Ao mesmo tempo, os animais emagrecem ao passar do tempo e devem estar nas mãos de um negociante esperto em breve. “Vou dar duas semanas, se não chover, vou vender pelo menos umas três cabeças de gado”, diz Manoel.
Os dois produtores rurais – Gilberto e Manoel – são ainda companheiros em outra sina. Falta água potável para a comunidade de Santa Luzia. Como a estiagem tem secado a cisterna de Gilberto, o que resta às famílias dos arredores são os barreiros, reservatórios de água reservados aos animais. “Ali bebe de tudo, urubu, boi, cachorro, o que o senhor imaginar. E também nós, quando não tem água na cisterna pra todo mundo”, diz Gilberto. E complementa: “É pouco pra todo mundo aqui da comunidade, mas eu não consigo negar água. Não sei o porquê. Só de pensar em negar água a um cristão já me dá uma coisa ruim”.
Dentre os produtores rurais, Manoel e Gilberto fazem parte de uma categoria ainda mais desamparada. A reportagem conversou com vários agricultores e a maioria listava um trunfo: a aposentadoria. “Quem tem aposentadoria ainda consegue dar um jeito”, explica o representante da Associação dos Produtores Rurais do Trairi. Gilberto, Manoel e muitos outros não podem contar com essa sorte. Estão, de fato, “ao Deus dará”. Mas e se Deus negar?
Projetos existem, falta agilidade na sua execução
É quando o rumo “natural” dos acontecimentos não engrena e uma parcela da população sente na pele os efeitos da desventura que o poder público tem a obrigação de cumprir o seu papel, qual seja proporcionar uma vida digna a todos, segundo a Constituição Brasileira. Os produtores rurais sabem disso. O que muitos deles não sabem é que os Governos federal e estadual aplicam uma série de projetos e programas para ajudar os agricultores a conviver com os inevitáveis e periódicos tempos de estiagem.
O grande projeto do Governo Federal para tentar amenizar a situação dos que sofrem com a seca é o Garantia-Safra, que paga R$ 550 para agricultores familiares que perderam pelo menos 50% da produção. Apesar de ser o carro-chefe do Governo, o projeto sofre com atrasos e dificuldades provenientes da burocracia. Na última semana, a parcela referente ao ano 08/09 começou a ser paga, um ano depois das perdas da safra. As perdas deste ano ainda estão sendo catalogadas e o dinheiro deve sair no próximo ano. “Infelizmente, o Ministério ainda não conseguiu dar agilidade suficiente para o processo. Mas uma coisa é certa: o dinheiro é pago e os produtores contam com essa renda”, diz Elton Dantas, extensionista rural da Emater.
Com relação à convivência imediata com a falta de água, atuam principalmente dois projetos no Estado. Um deles é do Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Social, e o outro é da Secretaria Estadual de Recursos Hídricos. São o Segunda Água e o Programa Simplificado de Abastecimento, respectivamente. O Segunda Água atua na construção de tecnologias sociais de armazenamento de água, como cisternas, barragens subterrâneas, entre outros. É a Emater quem executa o programa, inclusive avaliando a viabilidade técnica de cada propriedade. As prefeituras são responsáveis pelo cadastro e indicação de quem deve receber o benefício. Da mesma forma, o Programa Simplificado de Abastecimento de Água, da Semarh, que consiste na perfuração de poços para comunidades pelo Estado. Cada poço serve a dezenas de famílias. “Temos ainda projetos de dessalinização, no chamado saneamento rural. Nosso projeto de perfuração de poços é um dos maiores do Brasil”, explica Féliz Fialho, coordenador de Gestão de Recursos Hídricos da Semarh. O primeiro programa – federal – tem o perfil de ajudar no armazenamento de água para a criação e o plantio, enquanto que o segundo procura dar água de qualidade para o consumo humano.
Para completar existe o sistema de financiamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário (Mais Alimentos). Nele é possível financiar, com baixas taxas de juros, tratores, silos, construção de barragens e uma série de outras benfeitorias. Nesse caso, a intenção é beneficiar uma série de cadeias produtivas (criação de animais e plantio).
Um fato que chama a atenção é que, apesar da existência de programas e projetos que amenizem a convivência com a seca, muitos dos produtores rurais não se sentem amparados pelo poder público. A reportagem conversou com vários na Associação de Produtores Rurais do Trairi e todos tinham reclamações. No caso do crédito, eles argumentam que os agricultores já não podem acumular mais dívidas. A título de informação, o Governo Federal estuda inclusive um novo perdão às dívidas de produtores rurais, em medida provisória a ser apreciada pelo Legislativo.
Nos demais projetos, ou não se conhece a sua existência ou eles ainda não conseguiram contemplar os produtores de locais mais afastados. Elton Dantas, da Emater, reconhece as dificuldades: “Não temos como chegar a todos os agricultores e por isso precisamos de parcerias com sindicatos e Prefeituras”. Félix Fialho confia no Programa Simplificado de Abastecimento para dar um destino mais digno a essa população. “Estamos com 60% da meta realizada. Iremos chegar a dois mil poços até o fim do ano”, encerra.
(Transcrito do jornal Tribuna do Norte, de Natal, 16.5.2010).
ASSU EM VERSOS V
ASSU
Por Carolina Wanderley
Terra bendita, onde abriguei ditosa,
De minha infância as ilusões fagueiras,
Cercada, qual rainha majestosa,
Das verdes palmas das carnaubeiras;
Terra gentil que acolhes carinhosa,
Nas oiticicas densas e altaneiras
Bandos de aves gazis, que em voz maviosa
Cantam do sol às luzes derradeiras.
Se eu algum dia, trêmula, velhinha,
Presa `{a mágoa que aos poucos me definha,
Ao teu solo volver, berço risonho,
Agasalha-me ainda com ternura
Como outrora, nos dias de ventura,
Agasalhaste o meu primeiro sonho.
Por Carolina Wanderley
Terra bendita, onde abriguei ditosa,
De minha infância as ilusões fagueiras,
Cercada, qual rainha majestosa,
Das verdes palmas das carnaubeiras;
Terra gentil que acolhes carinhosa,
Nas oiticicas densas e altaneiras
Bandos de aves gazis, que em voz maviosa
Cantam do sol às luzes derradeiras.
Se eu algum dia, trêmula, velhinha,
Presa `{a mágoa que aos poucos me definha,
Ao teu solo volver, berço risonho,
Agasalha-me ainda com ternura
Como outrora, nos dias de ventura,
Agasalhaste o meu primeiro sonho.
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