quarta-feira, 29 de setembro de 2010

DILMA DIZ QUE PRETENDE AMPLIAR LINHA DE CRÉDITO DO BNDES PARA CULTURA

Rio de Janeiro – A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, afirmou hoje (26) que pretende ampliar a linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para abrir mais espaços culturais pelo país, principalmente salas de cinema. “Isso significa que a população brasileira tem o direito de ter acesso ao cinema, ao teatro, a bibliotecas e a todos os espetáculos de ópera clássica até as manifestações diversas dessa riqueza cultural imensa que nós temos”, disse.


De acordo com a candidata, o governo deve garantir a produção de bens culturais descentralizada, que respeite a diversidade cultural, garantindo o acesso da população a salas de espetáculos em todas as regiões do país. “Você não pode ter incentivos à cultura centralizados. Terá de ter essa diversificação para poder captar essa diferença. Essa diferença que dá também condições de mais democracia cultural no Brasil”, disse.

Dilma Rousseff defendeu que devem ser respeitados os locais onde a cultura se expressa com maior intensidade, como é o caso do Rio de Janeiro, que tem a capacidade de fomentar a cultura e torná-la um grande acontecimento para o país. “Muitas vezes o Rio de Janeiro vai ser o local que os outros estados vão utilizar para poder firmar a sua cultura. Porque o que acontece aqui nós todos brasileiros encaramos como sendo do Brasil”, afirmou.

A candidata disse ainda que para que o país estruture um projeto de Nação, são precisos, além de construir um país e uma sociedade desenvolvidas, dois elementos essenciais que, segundo ele, necessitam de incentivo. “Um é a educação de qualidade, o outro é o respeito mais absoluto a sua expressão cultural, que é o que você tem de identidade que mostra a alma desse povo, que é a nossa cultura. Por isso a questão da cultura pra mim é uma das questões mais estratégicas”.

Dilma Rousseff fez uma visita ao Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, conhecido como Feira de São Cristóvão, na zona norte da cidade. Ela ficou 25 minutos no local, e não teve como circular devido à aglomeração que se formou.

Com informações da Agência Brasil.

domingo, 26 de setembro de 2010

ANA MARIA CASCUDO:SEMENTE, FRUTO E FLOR


“Adestrei-me com o vento e minha festa é a tempestade”
Cecília Meireles
“Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar.”
Clarice Lispector


                Há pelo menos duas personalidades que me surpreendem pela força de suas individualidades: Luís Fernando Veríssimo(1) e Ana Maria Cascudo. Ambos tiveram pais exponenciais, dedicaram-se ao ofício da escrituração literária e sobreviveram, ilesos, resistindo à sombra ocultável da paternidade, à implacável aguarrás com potencial para desvanecer qualquer figura de qualquer matiz, ou, pior que isso, de indiciar sugestiva oportunidade de auto-promoção às custas do sobrenome ilustre que lhes sovinasse os valores pessoais.
                Em posição mais confortável, mas igualmente incômoda, situou-se Zélia Gattai, mulher do maior romancista brasileiro contemporâneo, Jorge Amado. Escritora que sempre teve uma identidade própria, mas esta se confundia com a do seu afamado companheiro. Mesmo quando produziu “Anarquistas graças a Deus”, ainda se tinha a impressão de que o dedo do notável escritor haveria passeado pelo teclado de sua máquina e produzido, senão a totalidade, alguns textos adjutórios. E também Clara Ramos, filha do notável Graciliano das Alagoas, que, bem a propósito, num gesto de ousada autoconfiança, tornou-se a mais autorizada especialista da obra paterna(2).
                É certo que, cedo ou tarde a verdade subjacente ao mito aflora, confirmando a versão, ou a desautorizando, por mérito próprio dos herdeiros, ou pelo desfazimento da sombra protetora, com a paralisia criadora ou o óbito dos instituidores da herança.
                Ocupo-me agora de Ana Maria, filha dileta do Mestre Luís da Câmara Cascudo e tão presente na vida desse extraordinário homem de letras norte-rio-grandense, quanto, só para citar como exemplo, minha amiga e colega de turma Vitória, filha do também valoroso intelectual potiguar Américo de Oliveira Costa e da culta e inteligente Helena Kazantzakis, esposa do excepcional pensador e escritor grego/cretense Nikos Kazantzakis(3).
                A diferença entre as duas herdeiras intelectuais e Ana Maria é que esta última se impôs com identidade inconfundível, conservando a memória do seu famoso ancestral, e até fundindo-se a ele, todavia sem se diluir ou amalgamar-se, como curadora do seu acervo e difusora de sua memória, num gesto também marcante de extrema ousadia e auto-confiança, mas tendo o cuidado de demarcar o seu território, imprimindo a sua “griffe” e afirmando-se como legítima portadora do DNA paterno, sem contudo ser caudatária por graça ou beneplácito desse legado. Mesmo porque é impossível a clonagem desse espécime irreproduzível.
                Ana Maria Cascudo é Ana Maria Cascudo, acidental e afortunadamente filha da maior expressão intelectual do Rio Grande do Norte, e das maiores do país, posição que não renega e que é motivo maior do seu orgulho, mas que não interfere nem pode ser dada como responsável pelas posições que conquistou – sobretudo em relação àquelas alcançadas após a morte do pai.
                É uma mulher extraordinária, inteligente, decidida, culta e original naquilo que faz – fazendo bem tudo o que faz.
                Graduou-se em Direito e foi uma das raras mulheres de sua turma. Foi promotora de justiça, a mais jovem do Brasil e a primeira do Rio Grande do Norte a participar de um júri. Jornalista dentre pouquíssimas do seu sexo. Foi uma mulher liberada, independente, bem à frente dos padrões de sua época de muito jovem, quando as mulheres eram preparadas para serem submissas e “guarda-costas” dos maridos (explico-me: aquela estória do `por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher´) como, exemplificativamente, e por vontade própria, muita renúncia, muito amor e a exata compreensão do destino do consorte, fez a sua mãe, dona Dahlia.
                No caso de dona Dahlia, menos do que a sua formação tradicional e a cultura da época, pesou mais a madura percepção de que o seu marido fora destinado a outro consórcio, paralelo ao seu e, e, por mais paradoxal que fosse, a esta circunstância deveria se submeter: as leituras, as pesquisas e o apaixonante ofício de escrever.
                Ana casou-se duas vezes, teve três filhos e três netos, e conseguiu manter-se funcional como dona de casa, doando-se como esposa, mãe e avó, mas conservando a sua identidade e independência. Nunca foi apêndice, nem metade ou anjo da guarda, sempre foi companheira, devotada, fiel, amante, mas companheira, parceira existencial. Assim foi com o major Newton Roberti Leite, primeiro marido, de quem se tornou viúva, e com a notável criatura humana com quem mantém uma relação estável, duradoura, amorosa e fraterna, Camilo Barreto.
                Tenho a premonição de que o mesmo destino da mãe será o de Camila, jovem advogada e escritora talentosa e criativa, que se envaidece da condição de neta e filha de quem é, mas se conserva individualista por crença e determinação pessoal. É conselheira intelectual da mãe (sobretudo nos títulos e nas avaliações das suas obras) assim como assessorava a avó Dahlia nos raros e encantadores depoimentos pessoais. Geralmente sobre o marido ou a sua convivência com o gênio da cultura potiguar.
                Recolhi, por obra e graça de Camila, sua filha, ainda no começo da sua adolescência, quando eu editava a Revista Exclusivo, um tocante depoimento de dona Dahlia sobre o seu namoro com um romântico Cascudo. Depois, Diógenes da Cunha Lima leu-me outro depoimento dessa encantadora criatura onde ela confessa e explica, com convicção e maturidade, sobretudo com muito amor e devoção ao marido, a sua decisão de secundá-lo e nunca disputá-lo com a sua obra, como já expus.
                (Aos nove anos de idade Camila publicou um livro infantil, “O Reino das Joaninhas” e agora, premida pelo ofício profissional da advocacia e um curso de pós-graduação na Argentina, escreve artigos e monografias jurídicas. Mas, aguardem e verão o renascimento dessa mais nova matriz Cascudiana)
                Por esses dois exemplos, creio mesmo que a estirpe do mestre Luís da Câmara Cascudo não conserva moldes que possam ser legados hereditariamente, ao invés, cria matrizes a cada geração, embora o gene responda fundamentalmente pelas características das matrizes. Assim sucedeu com o coronel Francisco Cascudo, político e jornalista, que criou a matriz de Luis, que, por sua vez se fez semente da matriz de Ana e esta, de sua filha Camila.
                Todos são personagens Cascudianos: o coronel, dona Dahlia, Ana e Camila. Longe de ser uma fatalidade é uma benção, porque todos se energizaram com a aura do sábio da Junqueira Aires. E é tão poderosa essa energia, irradiante e luminosa, que alcança até os ancestrais, como em relação ao pai Francisco, maior admirador e incentivador do filho, um homem maior que a sua estatura e que se agigantou mais ainda pela gênese, formação e decidido apoio ao magnífico rebento. Expandiu-se no filho.

                Diz Simone de Beauvoir(4) que não se nasce mulher: torna-se. Num primeiro momento se é tomado por duas linhas de reflexão coincidentes, mas não iguais. Aquela que nos conduz à singela constatação de que se nasce criança e que a natureza mulher revela a maturidade da espécie, e aquela, de mais difícil arquitetura, segundo a qual se nasce sexuado: masculino e feminino, macho e fêmea – condições biológicas. E que, ser mulher é condição humana.
                Segundo magistério de Hannah Arendt(5), condição humana não é a mesma coisa que natureza humana. A condição humana diz respeito às formas de vida que o ser humano impõe a si mesmo para sobreviver. As condições variam de acordo com o lugar e o momento histórico do qual o ser humano é parte. Nesse sentido todos os seres são condicionados, até mesmo aqueles que condicionam o comportamento de outros tornam-se condicionados pelo próprio movimento de condicionar. Sendo assim, somos condicionados por duas maneiras: Pelos nossos próprios atos, pelo que pensamos, por nossos sentimentos, em suma os aspectos internos do condicionamento, ou pelo contexto histórico que vivemos, a cultura, os amigos, a família; são os elementos externos do condicionamento.
                Posto desta forma, apesar da tese indicar certa complexidade filosófica, a equação nos parece mais raciocinada, mais plena de sentido, mais lógica. Ser mulher é ato de conquista, atestado de maturidade, certificação, transcendência. Assim como ser homem.
                Veja-se que a expressão “homem” já foi designação do próprio gênero, o ser humano, tal a sua proeminência numa cultura dominada por esta espécie. Gradativamente, como resultado de uma lenta mas obstinada luta pela igualação das condições, a mulher conquistou a posição de parceira nas elaborações sociais.
                Mas são condições diferenciadas, do ponto de vista biológico e, em decorrência desta natureza, que também diz respeito ao aspecto funcional. Sempre foi assim. A diferença entre antigamente e o momento contemporâneo é que hoje essa distinção não é aceita como reducionista, em desfavor da condição de plenitude da mulher, mas no reconhecimento de que o seu potencial competitivo ultrapassa o que antes era tido como limitações.
                Afinal, o homem também é limitado no seu contexto humano, tanto que expõe e amplia como vantagem, a sua condição física, antes dada como proeminente em relação à mulher. São biotípico e espiritualmente diferentes. Esta é lunar, aquele é solar. Esta é esquerda, aquele é destro. Passiva, ela, ativo, o homem. Ambos, seres animados pela mesma inteligência  e aptidão.
                Mas em favor da mulher milita a presunção de que ela é o mais importante ser em transição na natureza, porque é semente, é matriz e germinadora, tendo-se em mente que metade da população do universo é composta por pessoas de sexo feminino. E a outra metade de filhos dessa espécie.
                Essas digressões, aparentemente dissociadas do contexto, na verdade ajusta-se como uma luva á nossa perfilada. Ana competiu, lutou e venceu. Tornou-se mulher, condição humana e alcançou o ponto de equilíbrio com a outra espécie, dita dominante. Tanto é verdade, que os preconceitos e as desconfianças que a cercavam em razão da digital do pai, desvaneceram-se diante da evidência do seu espírito livre de amarras e aguerrido e do seu talento pessoal.
                Aos treze anos iniciou-se no jornalismo, quando muitas adolescentes ainda confidenciavam com suas bonecas ou suspiravam os primeiros sonhos sexuados. Manteve uma coluna sobre a Bossa Nova chamada “Cantinho Hi-Fi”. Prosseguindo no jornalismo, durante anos a fio manteve no jornal “A República” uma coluna em que escrevia sobre assuntos sócio-culturais reservando os domingos para a publicação de biografias femininas que lhe forneceu material para o primeiro livro – “Mulheres Especiais”.
                Lembro que a jornalista Ana Maria foi convidada por mim, com a intermediadora cumplicidade de Camila, para integrar a equipe de colaboradores da já citada revista Exclusivo,  e a matéria de sua estréia tratava de um assunto no mínimo intrigante, senão um tanto “gauche” para uma revista que se afirmava pelo bom gosto dos temas escolhidos: Unhas encravadas. Num primeiro momento, ficamos entre surpresos e constrangidos, mas depois que lemos o artigo pudemos comprovar a qualidade da jornalista, a capacidade de prestidigitadora, de manipuladora-aliciadora de textos banalizados, tal qual o fazia o Mestre Câmara Cascudo.
                Depois de “Mulheres Especiais”, publicou “O colecionador de Crepúsculos”, foto-biografia do pai ilustre; “Neblina da Vidraça”, sobre a vida e obra da poeta Palmyra Wanderley (6) e aguarda a edição de “O Herói Oculto”, já no prelo, biografia do avô, coronel Francisco Cascudo(7).
                Ocupa a cadeira número treze na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, sucedendo ao mestre Cascudo e essa foi considerada por ela a maior distinção que recebeu ao longo de sua vida; é membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e da União Brasileira de Escritores; uma das fundadoras da Academia Feminina de Letras do RN e da Academia de Letras Jurídicas do RN; sócia correspondente da Academia Paulista de Letras - onde o pai era membro – e da Academia de Letras, História, Cultura e Arte, também de São Paulo.
                Vale considerar que valoriza com entusiasmo todas as homenagens prestadas ao seu pai-ídolo, mas registra com muito carinho a original manifestação popular de uma escola de samba de São Paulo que escolheu o Mestre do Folclore Brasileiro como tema do seu enredo carnavalesco. Nisso ela se assemelha ao pai, na devoção e valorização da cultura popular. 
                Atualmente, a jornalista Ana Maria Cascudo é tema de trabalho de conclusão de curso das turmas de jornalismo da Universidade Potiguar
                Promove, patrocina, apóia, auxilia e estimula todas as iniciativas e eventos sobre a vida e a obra de Câmara Cascudo. Recentemente tomou sob seus cuidados o Ludovicus – Instituto Câmara Cascudo, fazendo doação dos direitos autorais da obra Cascudiana para esta entidade, objetivando a sua manutenção.
                É esposa, mãe de três filhos – Daliana, Newton e Camila, e avó de Diogo, Alana e Cecília, com muito açúcar e muito afeto. Católica apostólica romana, tem um pezinho nos terreiros dos cultos afro-brasileiros, pelo fascínio e magia dessa manifestação religiosa, mas sobretudo por suas raízes, campo de pesquisa e de estudo do seu pai. Ano passado realizou conferência sobre a obra de Cascudo na Universidade Católica de Umbanda, em São Paulo.
                Se me perguntassem quais os traços mais persistentes de Ana Maria,eu responderia, sem hesitar: a obstinação e a determinação, a inteligência aguda e a devoção filial.
                É mulher de personalidade forte, capaz de endurecer-se mas sem perder a ternura jamais, como o revolucionário argentino emprestado a Cuba. Ou, como na observação de Clarice Lispector, no preâmbulo deste texto, surpreender aos que pensam que a conhecem, sendo “...leve como uma brisa ou forte como uma ventania...” dependendo de quando e como você a vê passar.
(1) Verissimo escreveu mais de cinqüenta livros, incursionando com desembaraço pela crônica, romance, poesia e literatura infantil
(2) “Mestre Graciliano: Confirmação humana de uma obra”, 1979, premiado pelo Instituto Nacional do Livro. Ainda escreveu cinco livros: A Estrela Pisca-pisca Nórdica 1990 Zé da Verdade Melhoramentos 1990 A Formigarra Memórias Futuras 1992 Cadeia José Olympio 1992 Memórias da Cachorra Baleia Mem 1992. Faleceu aos sessenta anos de idade.
(3) "Não tenho nenhuma esperança. Não tenho medo de nada. Sou livre." Este é o epitáfio do poeta, novelista, dramaturgo e filósofo Nikos Kazantzakis, gravado em seu túmulo em Heraclion, na Ilha de Creta. Entre as suas principais obras, traduzidas para o português, destacam-se “O Cristo Recrucificado”, “A Última Tentação de Cristo”, “Zorba, o grego”, “Testamento para El Greco”, “Os irmãos inimigos”, “Toda Raba” e “O Pobre de Deus”.
(4) Escreveu cerca de vinte livros, distribuídos em ensaios filosóficos, romances, novelas, escrituras autobiográficas e peças de teatro. Uma das mais expressivas teóricas do movimento feminista, viveu com Sartre, o grande filósofo existencialista francês, com quem dividiu, sempre em desvantagem, a efêmera glória literária e filosófica.
(5) Teórica política, tida também como filósofa, judia alemã que emigrou para os Estados Unidos fugindo do nazismo. Autora de diversos ensaios, entre outros, “As origens do totalitarismo” e “Sobre a Revolução”. O comentário refer-se a outro dos seus livros, “A condição Humana”, publicado no final da década dos anos cinqüenta.
(6) Poeta natalense. Em 1914 fundou, juntamente com sua prima Carolina e outras jovens, a Revista Via-Láctea que seria a primeira feita por mulheres e dirigida ao público feminino, no Rio Grande do Norte. Esta revista circulou até o final de 1915 e cumpriu o importante papel de incentivar e divulgar a produção feminina do Estado. Colaborou em diversos jornais e revistas de seu tempo, como A Imprensa, A República e A União, do Rio de Janeiro; Revista Feminina e Revista Moderna, de São Paulo; Paladina do Lar, da Bahia; e Estrela, do Ceará, entre outras. Em Natal colaborou em A República, A Cigarra, Diário do Natal e Tribuna do Norte. Escreveu dois livros de poesias: Esmeralda e Roseira Brava.
(7) Pai do ilustríssimo Luis da Câmara Cascudo, foi o seu maior incentivador. Coronel da Guarda Nacional, foi comerciante, político, fundador e mantenedor do jornal “A Imprensa”, um dos dois periódicos existentes à época em Natal. Era, no dizer de Ticiano Duarte, “...uma espécie de “dono da cidade”. As sessões do cinema Royal só começavam com a presença do casal Francisco Cascudo - Donana. O mesmo ocorria, no cinema Polyteama, na Ribeira...”

PEDRO SIMÕES – Professor de Direito (aposentado). Escritor e Advogado

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

MONSENHOR LUCAS COMPLETA 40 ANOS DE ORDENAÇÃO SACERDOTAL

Dentro das comemorações alusivas aos 40 anos de ordenação Sacerdotal de Monsenhor Lucas Batista Neto, festejados com várias atividades e eventos, na próxima sexta-feira (24) a Câmara Municipal de Natal realizará, às 18h, uma Sessão Solene na qual entregará o título de Cidadão Natalense ao Padre José Fernandes de Oliveira (Padre Zezinho) e fará Menção Honrosa pelos 40 anos de missão evangelizadora de Monsenhor Lucas.No sábado (25), haverá um Retiro para a Família, tendo como principal pregador Padre Zezinho, além das cantoras Lea e Sônia e as irmãs de Belém, das 8h às 18h, no Hotel Pirâmide, com inscrições, já esgotadas, de 700 amigos e fiéis. No domingo (26),  Padre Zezinho fará um show, a partir das 17h, na comunidade de Uruaçu, encerrando a Festa dos Mártires, promovida pela Arquidiocese de Natal e Prefeitura Municipal de São Gonçalo do Amarante.Monsenhor Lucas encerrará suas comemorações com Missa Solene em Ação de Graças na segunda-feira (27), às 19h, na Catedral Metropolitana de Natal com participação de Padre Zezinho. Nesta data o Monsenhor completa os 40 anos de ordenação. Na missa, haverá a presença de 40 casais, cujos matrimônios foram celebrados por Monsenhor Lucas Batista Neto.

CONTRIBUIÇÕES

O religioso solicita a todo aquele que desejar lhe presentear que o faça, tão somente, através da doação de latas de leite ao GACC (Grupo de Apoio a Criança com Câncer), fraldas descartáveis ao Hospital Infantil Varela Santiago e papéis higiênico e toalha  a APAE (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais). Pessoas das referidas instituições receberão as doações durante a Missa, no dia 27 de setembro.
 
Comissão Central do Evento
Informações: (84) 9401- 3862 (Tânia Trigueiro)

 

terça-feira, 21 de setembro de 2010

ASSU TAMBÉM JÁ BRILHOU NAS PASSARELAS DO BRASIL

Antônia (Tony) Albano Lopes - Miss Rio Grande do Norte - 1985

Jimena Eudeweils Nunes Fernandes Teixira - Miss Rio Grande do Norte - 1987

domingo, 19 de setembro de 2010

'TODO E QUALQUER FANATISMO SÓ LEVA A MORTE"

Aldair Dantas

O bispo Magnus Henrique vai celebrar missa em Assu, sua terra natal

Agora ordenado bispo, Dom Magnus Henrique Lopes, 45 anos, prepara-se para assumir a sua nova função episcopal, tomando posse como primeiro bispo da Arquidiocese de Salgueiro, no Sertão de Pernambuco, no próximo dia 12 de outubro. Antes disso, ele preside celebrações às 19 horas deste domingo, dia 19, em Assu, sua terra natal e 19:30 desta terça, 21, em Itajá, também no Vale do Açu. Antes, ele falou ao repórter Valdir Julião, da TRIBUNA DO NORTE, reforçando a defesa da Igreja em relação a questões como divórcio, pedofilia, drogas, homossexualismo e o ensino religioso nas escolas. 

O senhor esperava esta nomeação para ser o primeiro bispo da nova paróquia de Salgueiro (PE)?

A nomeação saiu no dia 16 de junho, porém foi uma surpresa, porque poucos dias antes fomos chamados, a Nunciatura nos comunica, pergunta se a gente aceita e pede um tempo para rezar, para pensar, mas isso é questão de dez dias, se faz uma carta dizendo que aceita e naquela data se faz a publicação oficial.

As pessoas leigas, geralmente, acham que nomeação para bispo é só de padre, monsenhor. É comum a nomeação de freis para bispos na Igreja Católica?

Tem muitos, por exemplo, o bispo que vai me ordenar é um frade Capuchinho; o de Caicó, é um Capuchinho também; o de Petrolina é um frade, não é um Capuchinho, mas é um Carmelita.

O que é a Ordem dos Capuchinhos? Como foi a sua origem?

São Francisco segue o Evangelho, seguir Jesus Cristo de uma forma radical, ele nasceu em 1.282 e vem a falecer em 1.326. Então, daí muito jovem, primeiro ele vai para aquelas Cruzadas na esperança de receber títulos de nobre e cavalheiro, depois ele decide seguir um outro caminho. Ele começa a perceber que os leprosos precisavam de alguém para cuidar disso ai. Ele era filho de um grande comerciante e começa a ter um outro estilo de vida, olhar e cuidar dos leprosos, enquanto os leprosos moravam fora da cidade, porque eram excluídos, ele vai em busca dos leprosos, enquanto os leprosos tinham um chocalho para avisar que estavam passando por ali, e os outros se afastarem deles, São Francisco faz o contrário, vai em busca daqueles. São Francisco começa a questionar a sociedade de Assis, a família de São Francisco realmente, o pai dele, fica enlouquecido, porque preparava o jovem para ser um cavalheiro da nobreza, de repente o filho vai cuidar de leprosos. Ele renunciou a toda riqueza da família dos Bernardoni, o pai era um rico comerciante, comprava tecidos da França. Então, ele renuncia tudo e começa a se dedicar aos pobres, e esse estilo de vida dele foi a maior pregação. E foi uma pregação eloqüente, porque ai começam a surgir outros jovens de sua época que passam a ter esse estilo de vida, e ele começa a morar fora dos muros de Assis, de forma simples, e daí dessa intuição de São Francisco nasce a instituição. Então, com passar dos anos esse grupo cresce e se faz necessária a estruturação desses que estão aparecendo. A Ordem Franciscana foi criada e nasceu no berço para cuidar dos pobres, e ainda hoje os nossos conventos estação sempre com as portas abertas para colher os pobres.

Por que o nome dos Capuchinhos?

Pelo capuz pequeno, um grupo de frades que passam para uma observância mais radical da pobreza em 1538, e diminuem o capuz do hábito até pelas necessidades do tecido é diminuído, o capuccino, como  é em italiano. A sandália sempre fez parte da roupa, que é chamada purel, que era a roupa das pessoas pobres. O cordão justamente os pobres pegavam o tecido longo e amarrava a roupa na cintura, como forma de prender o hábito ao corpo e facilitar um pouco a caminhada. As sandálias significam despojamento, no frio de Assis, que chega zero grau, muitos deles, às vezes, não usavam sandálias.

Como o senhor vê a questão do celibato dentro da Igreja Católica, já que existe uma corrente, como os ex-padres, que defendem o fim do casamento dos padres?

O celibato dever perdurar sim, porque quando a pessoa vem para se consagrar, já vem consciente de que celibato existe e vai abraçar o celibato por causa do Reino dos Céus, está lá na Bíblia, que muitos serão eunucos por causa do Reino dos Céus.  Jesus Cristo era celibatário, tantos e tantos outros que seguiram Jesus foram celibatários. Isso não significa que outras pessoas que são leigas, também não possam pregar, na Igreja há espaço para todos, então, você como leigo casado há um grande espaço dentro da Igreja.

E essa questão de que ex-padres defendem a volta à batina para celebrar?

A Igreja diz que não, porque eles fizeram uma opção para o casamento, então o fato de estarem casados, eles podem seguir, fazer o seu trabalho, não necessariamente vai ter que celebrar missas.

E qual é a sua posição com relação ao aborto?

Minha posição é a da Igreja, é sempre a vida, para a Igreja é sempre a vida, ela sempre vai defender a vida.

O senhor vai tomar conta de 400 mil fiéis. O que o senhor falar numa celebração vai repercutir muito. Então, como o senhor analisa hoje a questão das drogas, principalmente entre os jovens?

Esse é um desafio para a sociedade como todo. Como Igreja, nós devemos nos comprometer sempre, como religioso, deveremos nos comprometer também com a dimensão social. A cruz é esta, essa minha ligação com Deus, mas essa ligação minha com o outro. Daí a dimensão vertical e a dimensão horizontal, daí o sentido de nossa fé, que é justamente a busca do caminho da ressurreição. E a Igreja se preocupa, inclusive teve uma Campanha da Fraternidade sobre as drogas, existe um trabalho imenso na Igreja para com os jovens drogados, existe também um trabalho preventivo, não só para aqueles que mergulharam nas drogas, mas também um trabalho preventivo, fazendo a esperança estar aí, para testemunhar essa preocupação da Igreja com as drogas, e com certeza nós como Igreja deveremos sempre arregaçar as mangas em busca desse jovem, que está sendo seduzido, e a gente sabe que existe todo um contexto sócio e econômico por trás disso aí, não é simplesmente o jovem que decidiu, também às vezes de uma família desencontrada.

Então, o senhor acha que houve  uma queda muito aguçada  de valores entre as famílias?

Justamente, a quebra de valores pós-modernidade, ela traz muitas coisas, e dentre elas, se desconsidera muitos valores cristãos e muitos outros valores para a sociedade. E esse desprezar de determinados valores éticos, e tantos e tantos outros, é que começamos a contemplar o mundo de certa forma desmoronando, quando da família que vai desmoronando, vai repercutindo nos filhos. Quantas vezes escutei e sei de jovens que passaram dificuldades, foram abordados por traficantes, para que vendessem drogas, inclusive fora do  país, há poucos dias teve um caso aqui em Natal, eles sairiam daquela situação e disseram que não. Quando retornaram, disseram, eu só me lembrava da minha mãe e do meu pai, o que eu aprendi na minha casa. Quer dizer, se você tem uma estrutura familiar, com certeza já dificulta essa manipulação ideológica, essa abordagem.

Então, a família ainda é a principal base da sociedade, apesar dessa quebra de valores?

Sim, porque é a primeira escola da fé, é a primeira escola da educação, quantas coisas você tem hoje porque trouxe do seu pai e da sua mãe.

Como o senhor avalia o episódio dessa queima agora do Alcorão, da questão do fanatismo religioso?

Todo e qualquer fanatismo, ele só leva à morte. Acho que deve existir aí, tanto barrar o fanatismo, como também deve existir o respeito. Não se respeita mais as religiões, e do jeito que se fez esse confronto com o Alcorão, se faz com qualquer outra religião. Agora, nós cristãos, quantas vezes, temos outra mentalidade, os nossos símbolos são agredidos, e a gente tem uma outra política, e ai entram os valores de respeitar, quantas vezes você foi educado por seu pai e por sua mãe para respeitar a pessoa mais velha.

O Brasil é o maior país católico do mundo. Mas o que o senhor diz do fato do catolicismo vir perdendo fiéis para outras religiões?

Se a gente pegar os dados, que eu não tenho aqui para lhe mostrar, você vai perceber o seguinte: pelo contrário, tem aumentado o número de católicos, agora claro que a população aumenta, tem aumentado o número de evangélicos, por exemplo, mas também tem aumentado o número de católicos.

Qual a sua avaliação dessa nova lei de tornar mais célere e fácil a instituição do divórcio?

A Igreja sempre foi contra o divórcio e vai ser, essa facilidade, ela só vem a trazer muitas vezes, não posso radicalizar, a irresponsabilidade das relações, do mesmo jeito que é fácil casar, é fácil também me separar, eu não penso nas conseqüências de um filho que vai nascer, fruto dessa desunião, eu não penso na minha irresponsabilidade. Com muita facilidade eu descarto um pedaço de papel, com muita facilidade eu descarto as pessoas, com muita facilidade eu descarto as relações.

Aí vem a questão da ruptura da família, que pode trazer problemas mais sérios?

Exatamente, é o que nós estamos vendo hoje aí.

Como o senhor analisa a questão da união de pessoas do mesmo sexo?

A Igreja mostra o seguinte: o homem foi criado para a mulher, está lá na Bíblia, e a mulher criada para o homem. Então não existe a união de pessoas do mesmo sexo, o sacramento do matrimônio entre o homem e a mulher é uma questão natural e divina. A união homossexual não é da lei natural.

E qual o seu posicionamento quanto à existência da pedofilia dentro da Igreja Católica?

A posição minha, é a posição da Igreja. O problema da pedofilia existe, existe, como existe em todas as instituições. A Igreja agora ficou alvo. Nós sabemos que, por dados estatísticos, o maior índice de pedofilia se dá dentro da própria família, a abordagem feita por pais, padrastos, por irmãos mais velhos. Então, o maior índice de pedofilia está na família, no entanto a Igreja está em voga, nós sabemos que existe por trás de tudo disso aí, uma certa perseguição à Igreja, não estou dizendo que não exista, os fatos existem, mas não tanto como está sendo feito. Agora o fato de existir a pedofilia, a posição da Igreja é contra, ele deve ser punido pela justiça, pela lei comum, ela age com misericórdia como o pai qualquer pai agiria com o filho, mas ele deve ser punido.

Desnudar esse problema dentro da Igreja, admitindo que existe isso, não foi importante para o seu crescimento?

Claro, a Igreja como instituição divina e conduzida por mãos humanas, ela sempre vai ter seus limites. Jesus tinha 12, dos 12 um negou, o outro traiu, outro pediu um lugar, quando chegar lá em cima, arranje um lugar à direita, outro à esquerda. Quantos tropeçaram, mas nem por isso aquele outros deixaram de pregar o Evangelho.

Aí todos foram perdoados?

Perdoados, mas é o tipo da coisa: Jesus convida a mudar de vida. Nós temos de ter o cuidado, de dizer assim, perdoado não significa legitimar o problema. Quando Jesus perdoa e desfaz, não tornes a pecar, essa é a linha da Igreja, o perdão que a Igreja fala não significa legitimar o problema, significa convidar à conversão.

Qual a sua posição sobre o ensino religioso dentro das escolas, não como matéria da grade regular e pedagógica?

Você não acha que o ensino religioso vai trazer valores, vai trazer uma chamada de respeito a tantas coisas, isso não vem só vem a colaborar com a instituição sociedade. A proposta do ensino religioso, não é uma proposta de credo, é uma proposta de ensino religioso. Não significa dar um norte de credo, tem de ensinar os valores religiosos.

Como vai ser o trabalho que o senhor pretende imprimir na nova Paróquia de Salgueiro, que o senhor vai assumir dia 12 de outubro, de ajuda aos pobres, por exemplo?

A Igreja sempre teve essa tradição e sempre terá. E em qualquer parte hoje, na sociedade em que vivemos, nós encontraremos espaço para trabalhar com os pobres, é somente querer. Isso não deve ser a preocupação, aonde vou encontrar um lugar para trabalhar com os pobres. Se olhar, a meta é grande e está cheia, tanto o trabalho assistencialista, como o trabalho que vai despertar, fazer com que as pessoas resgatem à dignidade humana, quer dizer que não é só trabalho assistencialista se faz necessário,  mas se faz necessário acima de tudo tirar essas pessoas, para que elas encontrem  o caminho da dignidade humana.

Fonte: Tribuna do Norte

Tribuna do Norte | “Todo e qualquer fanatismo só leva à morte”

Tribuna do Norte | “Todo e qualquer fanatismo só leva à morte”

PARABÉNS TERRA DOS CARNAUBAIS



As nossas origens tem raizes seculares, nasceram nas aspirações legitimas dos nossos ancestrais, homens e mulheres que multiplicaram seus valores na permanente labuta de uma liberdade para o futuro de nossas gerações.
 Hoje ao completar 47 anos de efetiva autonomia politico/administrativa, desejamos compartilhar do ufanismo maior da nossa sociedade, todos convictos de que a grandeza de um povo se dá pela solidariedade coletiva de seus habitantes.
Queremos nesta data magna, maior referencial da nossa recente história, saudar os precusores desta luta: aos primeiros habitantes, patriarcas da nossa colonização, do sentimento organizativo e empreendedeor do patrono Abel Alberto da Fonseca, somados ao idealismo do emancipador Olavo Lacerda Montenegro, dando ênfase,  continuidade de progresso, desenvolvimento e ações praticadas em pró do bem comum por todos seus governantes.
 Cada prefeito fez seu dever de casa, uns mais, outros menos, nem por isso deverão ser endeuzados nem subestimados, cada qual tem um quinhão de reconhecimento nestes 47 anos de glória do nosso povo.
Desejamos na condição de cidadão nativo, abnegado por este amado torrão, elevar nossos cumprimentos aos demais conterrâneos, certo de que o caminho percorrido ainda precisa muito de cada um de nós, para alcançar a trajetória do crescimento social, econômico e cultural que nossa gente luta para obter.
 Nossos parabèns Carnaubais, pilastra, esteio, pedra basilar do nosso sentimento atávico com profundo respeito pelo seu passado, presente e futuro.

(blogdoaluíziolacerda)

DE CHICO XAVIER

Se eu morrer antes de você,
faça-me um favor:
Chore o quanto quiser,
mas não brigue com Deus
por Ele haver me levado.
Se não quiser chorar, não chore.
Se não conseguir chorar,
não se preocupe.
Se tiver vontade de rir, ria.
Se alguns amigos contarem
algum fato a meu respeito,
ouça e acrescente sua versão.
Se me elogiarem demais, corrija o exagero.
Se me criticarem demais, defenda-me.
Espero estar com Ele o suficiente para
continuar sendo útil a você, lá onde estiver.
E se tiver vontade de escrever
alguma coisa sobre mim,
diga apenas uma frase:
- "Foi meu amigo,
acreditou em mim!"
- Aí, então, derrame uma lágrima.
Eu não estarei presente para enxugá-la,
mas não faz mal.
Outros amigos farão isso no meu lugar.
Amizade só faz sentido se traz o céu
para mais perto da gente,
e se inaugura aqui mesmo o seu começo.
Mas, se eu morrer antes de você,
acho que não vou estranhar o céu...
"Ser sua amiga...
já é um pedaço dele..."

Chico Xavier

AÇUENSES FESTEIROS - RELEMBRANDO 1991

O poeta, escritor, ator, jornalista potiguar do Assu Celso da Silveira, falecido em 2000. A fotografia fora tirada no dia de uma confraternização na granja de Juninho de Chico de Ernesto. Por trás de Celso, vejamos os irmãos Wiliame e Ernesto, da Banda Karkará.

Esquerda para direita: Lucinha Gurgel, Juninho (?) e Dolores Silveira Oliveira irmã de Celso da Silveira, mãe do poeta e advogado João Celso Neto, residente em Brasília. Fotografia data de 1991, na granja de Juninho.

ASSU ANTIGO

Casa do Português João Cachina, atualmente de proprieda de Raimundo Lemos, na praça do Sal ou praça do Sequicentenário.

CASA DO PORTUGUÊS JOÃO CACHINA

O POTIGUAR ORIGINAL

Meus amigos do RGnorte, meus conterrâneos do Açu. Se aproxima o pleito de 3 de outubro. Você carrega uma arma importante para mudar os destinos do seu estado, que é o seu voto. Ponha ele não sua mãe e decida com consciência, no pleito que se avizinha. Vote, mude para melhorar o seu estado, a sua comunidade. Afinal, me dê a oportunidade de servir com espírito público a terra potiguar e sua gente.

Com o abraço do,

Fernando Caldas

sábado, 18 de setembro de 2010

DOM FREI MAGNUS É ASSUENSE


Foi ontem na Catedral de Natal, a Ordenação Episcopal de Dom Frei Magnus Henrique Lopes, OFMCAP, com a presença de centenas de pessoas, inclusive uma grande comitiva da sua terra natal - o Açu de tantas figuras ilustres como ele próprio. Estive presenta aquela festa religiosa.

Fernando Caldas

Clique na imagem para visualizar melhor.

EX-ALUNOS DO MARISTA COMEMORAM 35 ANOS DO PRÉ-VESTIBULAR

Roberto Curioso, Carlos Cabral, Minervino Wanderley e Jorge Lira.

Acontecerão, no próximo dia 25, as festividades dos ex-alunos do Marista pela passagem dos 35 anos da turma de 1975.

Durante a confraternização, que terá buffet e churrasco regado a chope e muita música, haverá oportunidade de mostra de fotos antigas, relatos de fatos pitorescos, além de um campo de futebol, para que velhos craques revivam o passado.

É prevista a participação de cerca de 100 pessoas, dos quais 60 são ex-alunos, que irão acompanhados de seus familiares.

Programação:

- 11h: Missa na Capela do Colégio Marista, que será celebrada pelo Pe. Idalmo, também ex-aluno da turma de 1975;

- 12h: Descerramento da Placa Comemorativa;

- 12h30: Doações a entidades filantrópicas – prática já costumeira da Turma, vale a pena registrar;

- 13h30: Confraternização no Clube dos Funcionários da Caern, localizado no fim da av. Mor Gouveia, na entrada do Campus da UFRN.

Mais informações:

Carlos Cabral - 9955.0501
Jorge Lira - 9982.1012
Roberto Curioso - 9985.9889
Minervino Wanderley - 9134.4547

Na foto, Roberto Curioso, Carlos Cabral, Minervino Wanderley e Jorge Lira
Crédito: Divulgação

Minervino Wanderley (84) 9134.4547
Acesse: www.natalpress.com
Twitter: http://twitter.com/MinervinoWSalem

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

"O ASSÚ EM VERSOS DE UM FILHO SEU"

Rosivaldo Quirino é poeta açuense da nova geração. Ele atualmente é funcionário da Caixa Economica Federa, agênia de Açu-RN. Breve vou postar os versos deste livro que enriquece as letras açuenses.

ASSU ONTEM E HOJE

Do blog: Página R

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

ASSU ONTEM

Movimento cívico (1970), concentração na praça do Sal. Realização do CREA - Centro Regional de Escoteiros de Açu, ainda no tempo que João Marcolino de Vasconcelos - Lou, tomava a frente daquela instituição. Aquele movimento cívico fora realizado (que os escoteiros saíram da cidade de Angicos até a cidade de Açu, correndo) para homenagear a passagem do aniversário de emancipação pólítica da terra açuense.

domingo, 12 de setembro de 2010

A PRIMEIRA DAMA DE NATAL





(José Correia Torres Neto)

Natal, década de 40 - A cidade fervilhava de militares americanos e brasileiros.
Aviões, hidroaviões, Catalinas e Jeeps patrulhavam a vida dos natalenses.
Instalava-se na cidade a paraibana de Campina Grande, Maria de Oliveira Barros
(24/06/1920 - 22/07/1997). Começava neste ínterim a história da mais conhecida casa
de tolerância do Estado (do país ou do mundo?).
Entre as movimentações na Ribeira, nas pedidas de Cuba Libre no saguão do Grande Hotel, nas
notícias pelas Bocas de Ferro, na Marmita, em Getúlio e em Roosevelt e na nova geração de meio
americanos e meio brasileiros, lá estava Maria Barros enaltecendo-se na Cidade do Natal como a
proprietária do melhor (ou maior) cabaré. Tornou-se conhecida como Maria Boa. Mesmo com pouco
estudo ela despertou o gosto por música, cinema e leitura. O seu "estabelecimento" era o refúgio dos
homens da cidade, com residência fixa ou, simplesmente, por passagem por Natal, e servia de
referência geográfica na cidade. Jovens, militares e figurões acolhiam-se envoltos nas carnes mornas
das meninas de Maria Boa. Muitas mães de família tiveram que amargar, em silêncio, a presença de
Maria Boa no imaginário de seus maridos em uma época de evidente repressão sexual. Vários fatos
envolveram a personagem. Um episódio muito comentado foi a pintura realizada pelos militares em
um avião B-25. Um dos mais famosos aviões da 2a Guerra Mundial, os B-25 eram identificados com
cores características de cada Base Aérea. Os anéis de velocidade das máquinas voadoras da Base
Aérea de Salvador eram pintados com a cor verde. Os aviões de Recife, com a cor vermelha, e os de
Fortaleza, com a cor azul. Para a Base de Natal foi convencionada a cor amarela. Os responsáveis
pela manutenção dos aviões em Natal imaginaram também que deviam ser pintados no nariz do avião,
ao lado esquerdo da fuselagem, junto ao número de matrícula, desenhos artísticos de mulheres em
trajes de praia. Autorizada pelo Parque de Aeronáutica de São Paulo, a idéia foi colocada em prática.
Pouco tempo depois, os B-25 de Natal surgiram na pista com caricaturas femininas e alguns até com
nomes de mulheres. Alguns militares da Base escolheram o B-25 (5079), cujo desenho se aproximava
mais da imagem de Maria Barros. Outras aeronaves também receberam nomes como "Amigo da Onça"
e "Nega Maluca". Quem custou a acreditar neste fato foi a própria Maria. Até que alguns tenentes
decidiram levá-la até à linha de estacionamento dos B-25 logo após o jantar, para não despertar a
atenção dos curiosos. Ela constatou o fato. As lágrimas verteram de seus olhos quando viu à sua frente,
pintada ao lado do número 5079, a inscrição "Maria Boa". O mito "Maria Boa rendeu trabalhos
acadêmicos: o de Maria de Fátima de Souza, intitulado: "A época áurea de Maria Boa (Natal-RN 1999)".
O trabalho aborda o "fenômeno da prostituição infanto/juvenil, suas conseqüências e causas no
desenvolvimento físico e psicossocial de crianças e adolescentes (...)". Com o aprofundamento dos estudos
percebemos o importante papel dos bordeis na prostituição, bem como o fechamento dos mesmos (...).
Chegamos então ao cabaré de Maria Boa, já fechado. Tivemos, assim, a oportunidade de conhecer um
pouco da saga da Sra. Maria de Oliveira Barros, uma profissional do sexo, com grande importância na
história da prostituição de adultos, ou ainda, tradicional; das histórias contadas a seu respeito chamou-nos
atenção para sua representação social, seu "mito" e sua ligação com o imaginário masculino. Com isso,
passamos a averiguar mais profundamente uma participação na sociedade da época e buscamos reconstruir
parte de sua história enquanto meretriz, cafetina, e proprietária da mais famosa casa de prostituição que o
RN já conheceu." O Professor Márcio de Lima Dantas publicou em 2002 o texto "Retratos de silêncio de
Maria Boa. (...) Para além da atitude ética de proteger sua família, o que faz parecer um jogo com a
hipocrisia da sociedade, penso que, na atitude de se manter reservada, se inscreve outro aspecto digno de
ser ressaltado. Falo do mito que entorna a personagem Maria Boa, de certa maneira, criada e ritualizada
por ela mesma, dimensão de fantasia para além do empírico vivenciado. (...) Astuciosamente se fez
conhecer por "Maria", o antropônimo mais comum no universo feminino, genérico e pouco dado a
divulgações semióticas. Ironicamente é o nome da mãe de Jesus... Quem não tinha conhecimentom no
Estado de uma proprietária de um requintado lupanar, e que se chamava Maria, a Boa. O mito, da
constituição do éter, era aspirado por todos, preenchendo necessidades, ocupando lugares no espírito,
imprimindo fantasias nos adolescentes, despertando em jovens mulheres as aventuras da carne, engendrando
adultérios imaginários. Integrava, assim, o patrimônio individual e coletivo. (...)" Eliade Pimentel, no artigo
"E o carnaval ficou na memória" destaca a presença de Maria Barros nos carnavais de Natal: Lá pela década de 50, os desfiles passaram a acontecer na avenida Deodoro da Fonseca. Maria Boa desfilava com Antônio Farache em carros conversíveis. "Em 2003 o cantor Valdick Soriano, quando entrevistado por Everaldo Lopes, registrou que quando esteve em Natal, pela primeira vez, cantou até para as meninas de "Maria Boa".
Maria Barros é história. Mesmo sendo paraibana é a Primeira Dama (ou anti-Dama) de Natal.
Impera nas lembranças dos seus contemporâneos e se faz presente nos prostíbulos que ainda resistem
nas periferias da cidade ou travestidos de casas de "drinks" nos bairros mais nobres. Ela é citada no filme
For All - O Trampolim da Vitória (vencedor do Festival de Gramado em 1997) de Luiz Carlos Lacerda
e Buza Ferraz. O filme retrata a cidade do Natal em 1943 quando a base americana de Parnamirim Field,
a maior fora dos Estados Unidos, recebe 15 mil soldados, que vão se juntar aos 40 mil habitantes da cidade.
Para a população local a guerra possuiu vários significados: A chegada dos militares americanos alimentou
fantasias de progresso material, romance e, também o fascínio pelo cinema de Hollywood. Em meio aos
constantes blecautes do treinamento antibombardeio, dos famosos bailes da base aos domingos, dos cigarros americanos, da Coca-Cola e do vestuário estavam os sonhos natalenses. Sem questionamentos, "Maria Boa" foi uma das principais atrizes no elenco desse belicoso teatro. A Primeira Dama Maria Boa...


























PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...