sexta-feira, 8 de outubro de 2010
PORNAGRAFIA MUSICAL QUE FAZ SUCESSO
Aclamado pelo público e atendendo a pedidos, Cabrito faz única apresentação amanhã, no Taverna Pub
Sérgio Vilar // sergiovilar.rn@dabr.com.br
Escrachado, imoral, divertido, pornofônico, impublicável e proibido para menores de 18 anos. Suas composições embalam festas privês e em locais dantes muito navegados e têm se espalhado mais do que o DVD de Tropa de Elite pelas esquinas de Natal. O cara tem fã-clube, orkut e comunidades na internet, além de ser convidado especial do bloco de carnaval Caicoense Eu quero é gozar. Mas quem é esse super sucesso?
Por trás do personagem está Tertuliano Aires, premiado letrista potiguar Foto: Sergio Vilar/DN/D.A Press
Ele é Tertuliano Aires, mais conhecido por Cabrito - letrista notório na cidade, premiado em festivais de música e que também se serve da malícia libidinosa do personagem criado há poucos anos cujas canções também causam admiração pela qualidade harmônica e melódica, e claro, assombro pela excessiva obscenidade das letras. É pornografia em ritmo de samba, xote, forró, coco, frevo, tango e samba-reggae.
O músico faz uso da "literatura sacana" para atrair a atenção do público. A música é bastante elaborada com variação de ritmos capaz de agradar a todos os níveis sociais. Cabrito já vendeu mais de 15 mil cópias. Com o inesperado aumento de fãs, começaram as cobranças pelos seus shows até então limitados às festas, é... muito particulares.
Atendendo a pedidos, o cantor faz apresentação única neste sábado, no Castelo Pub, a partir das 22h. Cabrito irá apresentar as músicas do CD Os nominhos que ela tem. A festa ainda conta com a participação do cantor Kalberg Azevedo. A entrada custa R$10.
Serviço
O encontro que vai do riso à libertinagem
Atrações: Cabrito e Kalberg
Data e hora: amanhã, às 22h
Local: Castelo Pub - Rota do Sol (em frente ao estádio do ABC)
Entrada: R$ 10
(Fonte: Diário de Natal)
CULTURA NORDESTINA
"Céu enfeitado. Fotografia premiada no 2 º Concurso Um Olhar sobre a Cultura Popular Nordestina."
(Do blog: Assu é Assim, de Jean Lopes)
(Do blog: Assu é Assim, de Jean Lopes)
OBRA MALANDRA // A ÓPERA DO MALANDRO ILUSTRADA NAS TELAS DE UMA POTIGUAR
Uma releitura plástica da imortal Ópera do Malandro já pode ser vista na Pinacoteca do Estado. Se a obra musical de Chico Buarque já ganhou versão teatral e cinematográfica, a jovem artista plástica Hanna Lauria expõe hoje a exposição intitulada Obra Malandra, com 30 trabalhos em aquarela de nanquim inspirados nas tecituras malandras do brasileiro na ditadura Vargas. Ambientada em bordel e escrita em fins da década de 70, a Ópera do Malandro continua atual, e agora, plasticamente contemporânea pelas mãos de Hanna Lauria.
A mostra segue até 24 de outubro na Pinacoteca. A curadoria é de Ana Rique e Vicente Vitoriano, com apoio do Grupo Universitário de Aquarela e Pastel (Guap). Com 24 anos e portadora de uma raríssima síndrome que dificulta os movimentos, Hanna começou a desenhar aos 4 anos de idade. Aos 16 fez sua primeira exposição mostrando suas bonecas ingênuas e de expressões simples, cuja principal característica, mantida até hoje é o fato de não possuírem pescoço "para não segurar o pensamento".
Para esta exposição, a artista realiza desde fevereiro um extenso trabalho de pesquisa para reproduzir com perfeição os detalhes de época e dos cenários do bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, na década de 1940 - fase final do Estado Novo. Nas telas estão retratados os bordeis, os agiotas, os contrabandistas, os policiais corruptos, os empresários inescrupulosos. "As roupas, acessórios, costumes, tudo foi pensado e pesquisado", frisa Hanna.
A curadora Ana Rique destaca que a exposição Obra Malandra conseguiu trazer, com perfeição, todos os bonecos da jovem para o universo criado por Chico Buarque. "É um trabalho diferenciado e único, rico em detalhes. Ela conseguiu fazer a sua arte sem perder um traço sequer. Pelo contrário, cada vez mais rico. Vale à pena conferir", observa.
Serviço
Exposição Obra Malanda
Autora: Hanna Lauria
Local: Pinacoteca (antigo Palácio do Governo), Cidade Alta
Exposição: Aberta ao público até 24 de outubro
FONTE: Diário de Natal, caderno Muito.
A mostra segue até 24 de outubro na Pinacoteca. A curadoria é de Ana Rique e Vicente Vitoriano, com apoio do Grupo Universitário de Aquarela e Pastel (Guap). Com 24 anos e portadora de uma raríssima síndrome que dificulta os movimentos, Hanna começou a desenhar aos 4 anos de idade. Aos 16 fez sua primeira exposição mostrando suas bonecas ingênuas e de expressões simples, cuja principal característica, mantida até hoje é o fato de não possuírem pescoço "para não segurar o pensamento".
Para esta exposição, a artista realiza desde fevereiro um extenso trabalho de pesquisa para reproduzir com perfeição os detalhes de época e dos cenários do bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, na década de 1940 - fase final do Estado Novo. Nas telas estão retratados os bordeis, os agiotas, os contrabandistas, os policiais corruptos, os empresários inescrupulosos. "As roupas, acessórios, costumes, tudo foi pensado e pesquisado", frisa Hanna.
A curadora Ana Rique destaca que a exposição Obra Malandra conseguiu trazer, com perfeição, todos os bonecos da jovem para o universo criado por Chico Buarque. "É um trabalho diferenciado e único, rico em detalhes. Ela conseguiu fazer a sua arte sem perder um traço sequer. Pelo contrário, cada vez mais rico. Vale à pena conferir", observa.
Serviço
Exposição Obra Malanda
Autora: Hanna Lauria
Local: Pinacoteca (antigo Palácio do Governo), Cidade Alta
Exposição: Aberta ao público até 24 de outubro
FONTE: Diário de Natal, caderno Muito.
FESTA DO BOI COMEÇA AMANHÃ EM PARNAMIRIM
Terá início amanhã a 48ª edição da Festa do Boi, maior evento da pecuária norte-riograndense, no Parque de Exposições Aristófanes Fernandes. A expectativa dos organizadores é de que o volume de negócios gerados este ano cresça 20% em relação ao evento de 2009, chegando a R$ 70 milhões em movimentações financeiras, incluindo leilões, negócios na coreia e financiamentos através dos bancos do Brasil e do Nordeste.
A Associação Norte-riograndense de Criadores (Anorc) estima que 400 mil pessoas passarão pelo parque durante os oito dias de evento, que será realizado até o próximo dia 16 de outubro, com extensa programação de exposições, leilões e shows musicais. Serão 5 mil animais expostos no parque, entre bovinos, caprinos, ovinos e equinos.
De acordo com o presidente da Anorc, Marcos Teixeira, foram investidos cerca de R$ 100 mil na organização da Festa do Boi 2010, fora o valor mensal empregado na manutenção do parque de exposições. Ele afirma que estão sendo realizados os ajustes finais dos preparativos para o evento, com o intuito de deixar o Aristófanes Fernandes pronto para receber o público. “Estamos apenas aguardando a hora de oferecer ao povo do Rio Grande do Norte esse tradicional e belíssimo evento”, ressalta Teixeira.
Nos últimos dois anos, foram aplicados R$ 3 milhões em obras de reforma e ampliação do Parque. Entre as melhorias está a ampliação no número de argolas, que passou de aproximadamente 650 para 790.
No próximo ano, Marcos Teixeira, afirma que os expositores deverão contar com uma maior e mais confortável pista de desfiles. “Essa ampliação é um projeto que temos já há alguns anos e é muito solicitado pelos criadores”, completa.
Uma das principais inovações do evento em 2010 é a utilização de farelo de arroz para a cama dos animais, proporcionando mais conforto do que o bagaço de cana que era usado em anos anteriores. Outra vantagem do farelo de arroz é a produção de menos poeira, que incomodava bastante aos moradores do entorno do parque de exposições.
O assessor de imprensa da Anorc, Marcelo Abdon, afirma que o produto veio do Maranhão, em 10 carretas. “Há certa dificuldade em conseguir esse produto, porque o Rio Grande do Norte não tem grande produção de arroz. Mas ele é bem mais confortável para o gado, do que o bagaço de cana”, explica.
Fonte: Tribuna do Norte
A Associação Norte-riograndense de Criadores (Anorc) estima que 400 mil pessoas passarão pelo parque durante os oito dias de evento, que será realizado até o próximo dia 16 de outubro, com extensa programação de exposições, leilões e shows musicais. Serão 5 mil animais expostos no parque, entre bovinos, caprinos, ovinos e equinos.
De acordo com o presidente da Anorc, Marcos Teixeira, foram investidos cerca de R$ 100 mil na organização da Festa do Boi 2010, fora o valor mensal empregado na manutenção do parque de exposições. Ele afirma que estão sendo realizados os ajustes finais dos preparativos para o evento, com o intuito de deixar o Aristófanes Fernandes pronto para receber o público. “Estamos apenas aguardando a hora de oferecer ao povo do Rio Grande do Norte esse tradicional e belíssimo evento”, ressalta Teixeira.
Nos últimos dois anos, foram aplicados R$ 3 milhões em obras de reforma e ampliação do Parque. Entre as melhorias está a ampliação no número de argolas, que passou de aproximadamente 650 para 790.
No próximo ano, Marcos Teixeira, afirma que os expositores deverão contar com uma maior e mais confortável pista de desfiles. “Essa ampliação é um projeto que temos já há alguns anos e é muito solicitado pelos criadores”, completa.
Uma das principais inovações do evento em 2010 é a utilização de farelo de arroz para a cama dos animais, proporcionando mais conforto do que o bagaço de cana que era usado em anos anteriores. Outra vantagem do farelo de arroz é a produção de menos poeira, que incomodava bastante aos moradores do entorno do parque de exposições.
O assessor de imprensa da Anorc, Marcelo Abdon, afirma que o produto veio do Maranhão, em 10 carretas. “Há certa dificuldade em conseguir esse produto, porque o Rio Grande do Norte não tem grande produção de arroz. Mas ele é bem mais confortável para o gado, do que o bagaço de cana”, explica.
Fonte: Tribuna do Norte
BISPO MAGNUS NO PALÁCIO FELIPE CAMARÃO
Fotografias de João Maria Teixeira.
O Bispo Dom Frei Magnus da Diocese de Salgueiro - PE (ele é natural de Açu-RN), visitou ontem a prefeita do Natal Micarla de Souza acampanhado de familiares. Naquela oportunidade agradeceu a prefeita a doação do terreno onde está assentado o Convento Santo Antônio, na arua Santo Antônio, 683, Centro desta capital.
Fotografia de João Maria Teixeira - Esquerda para direita: Desembargador Armando Ferreira e sua esposa Salete Ferreira (tios daquele religioso), Frei Magnus, prefeita Micarla de Souza, (?), (?).
O Bispo Dom Frei Magnus da Diocese de Salgueiro - PE (ele é natural de Açu-RN), visitou ontem a prefeita do Natal Micarla de Souza acampanhado de familiares. Naquela oportunidade agradeceu a prefeita a doação do terreno onde está assentado o Convento Santo Antônio, na arua Santo Antônio, 683, Centro desta capital.
Fotografia de João Maria Teixeira - Esquerda para direita: Desembargador Armando Ferreira e sua esposa Salete Ferreira (tios daquele religioso), Frei Magnus, prefeita Micarla de Souza, (?), (?).
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
CLÍNICA ELDA BRANDÃO
Sobre a Clínica de Estética Elda Brandão
A Clínica de Estética Elda Brandão tornou-se um completo e moderno centro estético com aparelhos de última geração e equipe formada por profissionais capacitados na área de saúde. A melhor opção de estética para o público exigente de Natal. Venha conferir!
CARLOS GOMES - UM PEQUENO GRANDE HOMEM
Imagem do blog.
Por Pedro Simões, professsor de direito (Aposentado) Escritor e Advogado.
“Quem acende uma luz é o primeiro a se beneficiar da claridade”. (G.K. Chesterton)
Ele me diz, com voz muito grave e pousada nas palavras (como o pássaro no fio do telégrafo), que está cansado e desanimado e que agora quer descansar. Escrever suas memórias, talvez, realizar, quem sabe, um velho projeto de gravar um disco com as músicas prediletas, coisas da juventude, recolhidas nos programas da Rádio Poti...
Mas a voz sugestivamente musical que se vale da pauta no imaginário fio, é sem propósito, cavilosa, um lamento, um instante de distração do viés alinhavado da idade. Porque, percebe-se o brilho nos olhos, a firmeza da voz, a severidade com que trata a si mesmo. Até quando pede arrego, esgrima com uma retórica que nada mais é que o repositório das muitas decepções e indignações recolhidas no seu longo caminho de aprendizagem existencial.
Ele está com os braços apoiados no birô do seu escritório e olha, distraidamente, como um cacoete ou uma fuga para divagação, o retrato do seu velho pai. Percebo que desvia o olhar, certamente, permito-me a ilação, para não encarar a expressão de censura, somente captada por sua imaginação, desse notável jurista e homem público que nunca transigiu em questões de princípio, nem fugiu da liça dos bons combates.
Como se dissesse: “Que é isso, meu filho?” Ou não dissesse absolutamente nada e o olhar de censura pesasse mais que as palavras. Sei do que estou dizendo, porque era a maneira como o meu próprio pai me punia – com um olhar de doce censura, tristonho, frustrado, magoado.
No retrato, o desembargador José Gomes confronta a máquina fotográfica com serenidade, com um destemor natural, sem afetações. Talvez quisesse registrar a própria personalidade de homem simples que se conduzia segundo a sua própria essência, não quisesse aparentar algo diferente, distante daquele moço de Taipu, criado para ser um “homem de bem” segundo a cartilha dos antigamentes , especialmente do velho João Gomes.
Seu filho, Carlos Roberto de Miranda Gomes, Carlos Gomes, (Carlinhos para meia dúzia de amigos mais chegados) segue-lhe as pisadas na areia movediça da contemporaneidade, em que os valores se subvertem e a filosofia moderna se alicerça no propósito de “ter” ao invés do “ser”. Mesmo assim, ou talvez por isso, acompanha os passos do pai, evitando justapor às dele, as marcas do seu caminhar, porque embora seguindo as pisadas, marcadas indelévelmente no solo imemorial da mesma cidade onde viveram, com o mesmo norte magnético esmo balizado por Themis, a deusa da justiça, o filho forjou o própria molde, usando a mesma têmpera do pai.
Carlos Gomes é um pequeno grande homem – vou brindá-lo com o mesmo epíteto com que designei o meu pai, porque ele não comporta outra qualificação. De altura modesta, é um transcendente no seu íntimo, fato que compensa a baixa estatura, ou talvez a estatura seja um artifício, um engodo, ou um ato de humildade para não fazê-lo vaidoso por ser quem é.
Não temos uma biografia conjunta de longas jornadas. De fato, demos um com o outro na velha faculdade da Ribeira, quando cursávamos direito. Quando ele ingressou, eu estava no segundo ano. Alguém o apontou e me disse tratar-se do filho do desembargador José Gomes, um dos nossos professores de Direito Civil. E que o novo colega era um rapaz muito estudioso e esforçado. O “esforçado” ficava por conta do encargo adicional de uma ocupação formal no mercado de trabalho e de uma vida planejada para compromissos mais duradouros e efetivos.
Sinceramente, deu-me a impressão de um tipo que chamávamos de “Caxias”, equivalente, hoje, guardadas as proporções de tempo, espaço e recursos tecnológicos, a CDF ou NERD. Talvez tenha sido uma avaliação apressada e algo antipática da minha parte, que, áquela época me ocupava com coisas tão diferentes entre si e tão fascinantes quanto a filosofia existencialista, a literatura, a prática de esportes e as atividades sociais. Como me levei muito a sério na infância e na adolescência, descobrindo quem era e o que pretendia ser, realizava então a minha temporada adolescente, na contramão do meu amigo, um engajado nos batalhões da responsabilidade precoce. Alguém enredado nas malhas do exercício da maturidade enquanto os iguais viviam sonhos infanto-juvenis
Cruzávamos um pelo outro e nos cumprimentávamos formalmente. Éramos diferentes, saídos de mundos diferentes emoldurados, entretanto, pelos mesmos valores morais e intelectuais. Derivávamos. Ele, de criação rígida, disciplinada, cartesiana e positivista. Eu, oscilando entre o autoritarismo compensatório de minha mãe e o liberalismo arroubado do meu pai. Sobretudo no tocante à liberdade de pensamento, no descompromisso com doutrinas e dogmas, não apenas permitido, mas sugerido pelo meu pai, que se admitia materialista e ateu.
Mas, confesso, fascinava-me a postura de uma rigidez sem sossego do meu futuro grande amigo Carlinhos. A sua austeridade, o modo como pontificava entre os seus colegas de turma, sempre senhor de uma opinião ponderada, honesta e clarividente. Ele era estimado e respeitado, embora não cultivasse qualquer estratégia para conquistar uma ou outra posição. Nele essas qualificações eram tão espontâneas como o ato de respirar.
Destacava-se, na sua aparência, uns olhos vivos que pareciam captar tudo numa perspectiva de grande angular; o aprumo formal das suas roupas e uns bigodes negros e bem aparados. Pisava firme e decidido. Notei que tinha o hábito de falar, perscrutando ao seu redor, embora concentrado no interlocutor, como quisesse estar certo das suas possibilidades de defesa contra o imponderável, ou buscasse no vácuo uma linha de raciocínio adequada à argumentação.
Soube que trabalhava no Tribunal Regional Eleitoral, era exímio datilógrafo e dono de uma memória prodigiosa, capaz, por exemplo, de referir qualquer lei, decreto, regulamento ou ato normativo, sem consulta a qualquer texto ou repositório. E também que era casado e pai de uma filha. Já assentado no mundo, embora começasse a planejar a sua carreira.
Depois, os anos de chumbo nos afastaram. Perdi-me na voragem do desencanto e do medo, tolhendo-me, por vontade própria, a ânsia de explorar horizontes e de voar livre por espaços inexplorados. Vi-me, em 1965, no Rio de Janeiro, na Fundação Getúlio Vargas , e, retornando, fui contratado pela Prefeitura Municipal de Natal, no governo de Agnelo Alves, como Técnico em Organização e Orçamento, mercê do curso que fizera na FGV.
Em 1967 graduei-me, abandonando a velha faculdade e a convivência à distância com o meu notável colega.
(Nesse meio tempo, entre o pós-golpe militar e a ida ao Rio de Janeiro, apaixonei-me por uma colega de turma de Carlinhos com quem quase me casei, e ela reforçava a versão corrente que dava conta da inteligência, da aplicação aos estudos jurídicos e da integridade do meu amigo.)
Faço uma pausa providencial e necessária, para confessar que o cansaço existencial que atribuo como cavilação necessária ao meu dinâmico e tenaz amigo, é de fato, meu, genuinamente meu. Talvez tenha havido uma transposição motivada por uma sub-reptícia inveja do denodo e da persistência de Carlos Gomes. Cansei-me, porque me dei conta que o ser humano claudica pelo hábito de perseguir as mesmas imperfeições, e de cometer os mesmos erros. Fataliza-se à danação por conta própria.
Eis que, às vezes falta-me alento para animar os meus filhos, como muitas vezes careci de argumentos convincentes para estimular os meus alunos. Nunca Rui de Haia foi tão citado e o desalento tão incorporado ao leguleio dos desesperançados. O crime e os igualmente importantes e temerários pecados veniais das transgressões são composições triviais, empobrecendo as leituras do jornais e as audiências dos rádios e televisões. As tragédias são banalizadas. Os humanos parecem alimentar-se, como os urubus e os vampiros, da carniça e do sangue. E parecem não se importar com a corrupção e o declínio da moral.
Por isso tive a urgência de publicar uma série de perfis de criaturas que reputo comumente extraordinárias, porque conseguem permanecer pessoas comuns, alçando-se sobre os seus pares por praticarem conduta regularmente exigida pela ética, mas desprezada pela maioria.
É necessário essa amostra de modelagem para asseptizar os monturos de lixo, tonificar as mentes em crescimento e formação com exemplos dos que valem a pena, daqueles que, mesmo em minoria, valem por uma multidão.
Carlos Roberto de Miranda Gomes é um desses, dos mais destacados. Íntegro, no sentido de ser um feixe de fibras morais de incrível resistência, capaz de repelir as agressões fisiológicas dos corruptos e corruptores. Correto, na justa medida em que é capaz de aplicar a dosagem certa para cada uma das patologias sociais enfermiças e o justo incentivo à sanidade cívica.
É leal. Os que o conhecem, sabem da sua natureza solidária, fraterna, e, sobremodo combativa, quando se ombreia a alguém na veemente defesa das injustas ofensas e agressões. Eis porque a sua mediação é sempre solicitada nos conflitos corporativos e porque as suas opiniões são respeitadas como editos de sapiente jurisconsulto.
Casado há quase cinqüenta anos com a sua vizinha de ascendência italiana, Therezinha Rosso, mantém com a sua consorte uma relação de amor e de amizade, de um companheirismo bem sucedido. Pai de Rosa Lígia (de quem tive a honra de ser professor na UFRN), Teresa Raquel, Carlinhos (que é colega e amigo do meu filho mais velho, Marcos Frederico) e Rocco – todos graduados em Direito - deles recebeu outros filhos, tornando-se pai duas vezes, feito de açúcar candy, com cobertura de caramelo: Raphael, Gabriela, Lucas e Carlos Víctor, Carlos Neto e Maria Clara, que são as suas alegrias.
Família numerosa e unida, coesa, como aquele feixe de varas que o patriarca mandou os filhos quebrarem, sem sucesso, para amostrar o valor da união. Assim também o fizeram o pai, José Gomes e a mãe, Dona Lígia. Seis irmãos solidários: Moacyr, Fernando (falecido), Leda e Elza (que foram colegas de minha mãe no TRE), Socorro e José Gomes Filho (Zézinho).
Que ampliaram o patrimônio familiar com dezoito sobrinhos: José Neto, Flávio, Eduardo, Maria da Graça, Lúcia Maria, Renato, Maria Lígia, Fernando Filho, Clemente José, Gracia Maria, Tereza Cristina, José Júnior, José Henrique, Patrícia, Isaac Bruno, Flávia Luciana, Greenfell Filho, Rodrigo e Daniel.
Quem poderia aspirar uma riqueza maior?
Mantém-se como uma espécie de patriarca da família, menos por tradição e mais pelo espírito de clã, solidário, disponível, bom ouvinte e conselheiro, é também aquele cujo socorro é solicitado antes do recurso médico-hospitalar. É o enfermeiro experiente, o curandeiro milagroso que às vezes com a simples presença é capaz de afastar as idiossincrasias da saúde e do infortúnio.
É um ser Intelectual que, aproveitando a carona, como eu, segue a orientação de Chesterton quando esse nos adverte que a idéia sem a expressão, é idéia ociosa e a expressão, sem a ação é uma expressão inócua. Somos, permitam-me aproveitar novamente essa circunstância, homens de ação, executivos, embora criadores, contemplativos, líricos – numa definição, operários intelectuais.
Foi assim quando fizemos parceria para a criação do IBTJ, realizando o primeiro curso de direito para os cidadãos leigos; quando promovemos a edição de livros didáticos com metodologia inovadora, para circulação nas nossas turmas de direito da UnP; e foi assim na campanha pelas eleições diretas na OAB, já referida nos perfis de Adilson Gurgel e Paulo Lopo Saraiva.
Filiei-me a ele, a Adilson, o seu maior parceiro, e a Jales Costa. Enriqueci-me com essa adesão. Fortaleci-me porque pude dar vazão às convicções que mantinha reservadas na minha própria individualidade e encontrei identidade e ressonância nos propósitos que perseguia.
Posso, com essa série de perfis, e com o revigorante exemplo de Carlinhos, vivificar o legado de esperanças no futuro da minha terra, esmaecido e débil pelo campear das nulidades e das indignidades impunes. Porque esses modelos são contemporâneos, graças a Deus não integram ainda o “Era uma vez...” para que um cético não se refira aos exemplos como coisa passadista, sem viabilidade para sobreviver no “front” do contemporâneo.
É tão assustadora a conjuntura político-sócio-fiosófica que alguém já me disse que de nada adiantaria o retorno de Cristo, pois ele seria desprezado como visionário e inútil porque não traria teres e haveres, mas apenas palavras...
O tempo embarcou numa espaçonave no então Cabo Canaveral e, vencendo a gravidade e as distâncias, nos pôs frente a frente no Campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no final dos anos setenta, já amanhecendo os oitenta. Éramos, ambos, professores do curso de direito. Ele, vinculado ao Departamento de Direito Público e eu, ao de Direito Privado.
Até chegar ao magistério universitário, ele palmilhou muito chão de barro. O pai, juiz, fez a circunavegância no interior do estado - Angicos, Canguaretama e Macaíba - carregando na carroceria dos caminhões a mobília familiar, pois os magistrados de carreira, vocacionados para a função como o Dr. José Gomes da Costa, residiam nas suas comarcas para melhor atenderem aos jurisdicionados.
Por esta circunstância, atrasou-se nos estudos, embora os pais hajam feito fibras do coração, distribuindo-os entre casas de familiares para que pudessem estudar, já que a itinerância interiorana do pai tolhia tal iniciativa, já que cursavam o segundo grau e não existiam colégios desse nível nas cidades da judicatura paterna.
Fez o primário no Instituto Batista de Natal; o segundo grau no Ginásio Natal e o colegial no Atheneu. Graduou-se em Direito em 1968.
Teve um longo e proveitoso aprendizado no trabalho, realizado desde cedo, por decisão pessoal, consciente das dificuldades financeiras familiares, sem que tal empenho fosse solicitado pelo pai. Determinou-se a coadjuvá-lo na provisão de recursos, pela limitação financeira do ganho paterno – juiz daquela época ganhava pouco, e, se não aceitasse o subsídio dos governos municipais para manter-se independente, o salário acabava mal fosse recebido.
Tornou-se radialista, comerciário e comerciante e depois servidor do Tribunal Regional Eleitoral. De posse do título de graduação, foi Auditor do Tribunal de Contas e integrou o quadro de Procuradores do Ministério Público Especial junto ao mesmo órgão.
Foi o primeiro diretor da Escola de Contas Professor Severino Lopes de Oliveira e primeiro Controlador Geral do Estado do Rio Grande do Norte. Juiz do Tribunal Regional Eleitoral.
Por onde passou, deixou a marca do dinamismo, da correção e da eficiência. Por isso, foi tão requisitado para o provimento de outros cargos, não necessariamente remunerados, mas de suma importância para algum segmento do mister profissional a que se dedicava, a exemplo da Presidência do Núcleo de Estudos Jurídicos da UFRN (NEJUR) e do Instituto Brasileiro de Tecnologia Jurídica (IBTJ), além de integrante de diversas comissões e grupos de trabalho.
Foi Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil e membro do Instituto dos Advogados do Rio Grande do Norte. Integra o Instituto Histórico e Geográfico do RN, União Brasileira de Escritores do RN e a Academia de Letras Jurídicas do RN. Foi agraciado com inúmeras honrarias, dentre as quais destacam-se o título de Professor Emérito e Doutor Honoris Causa concedido pela UnP e a Medalha do Mérito Universitário, concedida pela UFRN.
No entanto, confidenciou-me que, a despeito da gratidão e da honra por haver sido agraciado por homenagens tão significativas e importantes, teria sido a exposição de motivos elaborada pelo então Procurador Geral do Ministério Público Especial, professor Múcio Ribeiro Dantas, encaminhada ao governador Geraldo Melo, para concessão da sua aposentadoria, a distinção que mais o sensibilizou.
Foi Professor do Curso de Direito de quase todas as instituições de ensino superior do nosso estado (UFRN, UnP, FARN, FAL, FACEX, ESA, FESMP e ESMARN). É pós-graduado em Direito Civil e Comercial e em Direito Constitucional.
É convidado como consultor e palestrante para assuntos relacionados com a Gestão Pública e se mantém como colaborador de jornais e revistas, além de coordenar um dos endereços eletrônicos mais acessados do nosso Estado, o “Blog do Miranda Gomes”.
É autor dos seguintes livros: Da remuneração dos vereadores, Oração de despedida, A proteção das minorias nas sociedades anônimas, Cadernos de Direito Tributário* (2 vols.), Lei Orgânica dos municípios do Estado do Rio Grande do Norte*, Licitação – teoria, prática e legislação, Curso de Direito tributário*, Cartilha ABC do consumidor, Da imunidade tributária dos aposentados e pensionistas, Manual de direito financeiro e finanças, Licitação – noções elementares, Testemunhos, Cartilha de gestão fiscal e Traços e Perfis da OAB/Rn.
Primeira inconfidência – Pouca gente sabe, mas Carlinhos é dono de uma voz belíssima, que o tempo não descurou. Desde criança era requisitado para se apresentar em festas e nas rádios natalenses. A primeira vez que cantou em público foi no próprio Instituto Batista de Natal e depois no “Domingo Alegre” de Genar Wanderley.
Em 1950 ganhou o concurso da mais bela voz infantil, conquistando o título de “Campeão Vic-Maltema” e com esse galardão, foi contratado pela Rádio Poti, nela permanecendo até 1954. Integrou o elenco de cantores da Sociedade Artística Estudantil e, gravou duas faixas num disco coletivo com os artistas da Rádio Poti e um disco solo na PRE-9, Rádio Clube do Ceará, onde em certa ocasião foi acompanhado por ninguém menos que Evaldo Gouveia.
Gravou também com o Trio Irakitan. Teve um programa semanal na mesma Rádio Poti, denominado “Almanaquinho Seta”, onde também se apresentavam Agnaldo e Selma Rayol. Prosseguiu com entusiasmo a sua trajetória artística até que o Desembargador José Gomes decidisse realinhá-lo para projetos mais concretos e duradouros, exatamente quando a jovem revelação musical se preparava para vôos mais ambiciosos: havia sido convidado para integrar, como profissional, o “cast” da Rádio Tamandaré de Recife, com a promessa de gravar um disco na indústria Rozemblit, dona do famoso selo “Mocambo”
Mas esta é outra estória, e tão fascinante, que não quero roubá-la do meu amigo, que fica nos devendo um livro cujo título sugiro tomar de empréstimo do cancioneiro Luiz Vieira: “O Menino Passarinho”.
Segunda inconfidência – É de índole pacífica. Conciliador e homem contido pela educação, é daqueles que conta até mil para não perder a paciência, porque antes de tudo respeita a dignidade e a compostura alheia. Mas, depois que excede a milésima contagem, que me perdoem o despropósito da referência, mas não resisto ao meu ímpeto nordestino: é igual a um siri numa lata.
Querem ver um homem valente e destemperado, que se pise no calo de estimação: a sua honra, a sua dignidade pessoal.
Terceira Inconfidência – Há uma passagem de muita singeleza da vida do meu amigo que ele recorda com muito orgulho. Foi quando serviu ao Exército (1959) no 16º R.I, na Companhia de Comando e Serviços - CCS. O comandante do Regimento era Dióscoro Gonçalves Vale, conterrâneo do Seridó, que depois chegou ao generalato; o comandante da Companhia era Milton Freire de Andrade que muitos anos depois comandou a Polícia Militar do nosso estado.
Disse-me Carlos Gomes que no serviço militar aprendeu muito civismo e a idéia de igualdade. R quer, com muita honra foi distinguido com a Medalha Marechal Hermes, de aplicação e estudo, exatamente no dia da inauguração de Brasília."
Sinto-me lisonjeado e honrado por ser seu amigo. A ligação pessoal me engrandece, é referência curricular e certamente afiançará os seus herdeiros que se valerão dos laços co-sanguíneos para atestar a pureza e a excelência da linhagem.
(*) Vic-Maltema era a marca de um achocolatado dos anos cinquenta que concorria com o Toddy e o Nescau.
Por Pedro Simões, professsor de direito (Aposentado) Escritor e Advogado.
“Quem acende uma luz é o primeiro a se beneficiar da claridade”. (G.K. Chesterton)
Ele me diz, com voz muito grave e pousada nas palavras (como o pássaro no fio do telégrafo), que está cansado e desanimado e que agora quer descansar. Escrever suas memórias, talvez, realizar, quem sabe, um velho projeto de gravar um disco com as músicas prediletas, coisas da juventude, recolhidas nos programas da Rádio Poti...
Mas a voz sugestivamente musical que se vale da pauta no imaginário fio, é sem propósito, cavilosa, um lamento, um instante de distração do viés alinhavado da idade. Porque, percebe-se o brilho nos olhos, a firmeza da voz, a severidade com que trata a si mesmo. Até quando pede arrego, esgrima com uma retórica que nada mais é que o repositório das muitas decepções e indignações recolhidas no seu longo caminho de aprendizagem existencial.
Ele está com os braços apoiados no birô do seu escritório e olha, distraidamente, como um cacoete ou uma fuga para divagação, o retrato do seu velho pai. Percebo que desvia o olhar, certamente, permito-me a ilação, para não encarar a expressão de censura, somente captada por sua imaginação, desse notável jurista e homem público que nunca transigiu em questões de princípio, nem fugiu da liça dos bons combates.
Como se dissesse: “Que é isso, meu filho?” Ou não dissesse absolutamente nada e o olhar de censura pesasse mais que as palavras. Sei do que estou dizendo, porque era a maneira como o meu próprio pai me punia – com um olhar de doce censura, tristonho, frustrado, magoado.
No retrato, o desembargador José Gomes confronta a máquina fotográfica com serenidade, com um destemor natural, sem afetações. Talvez quisesse registrar a própria personalidade de homem simples que se conduzia segundo a sua própria essência, não quisesse aparentar algo diferente, distante daquele moço de Taipu, criado para ser um “homem de bem” segundo a cartilha dos antigamentes , especialmente do velho João Gomes.
Seu filho, Carlos Roberto de Miranda Gomes, Carlos Gomes, (Carlinhos para meia dúzia de amigos mais chegados) segue-lhe as pisadas na areia movediça da contemporaneidade, em que os valores se subvertem e a filosofia moderna se alicerça no propósito de “ter” ao invés do “ser”. Mesmo assim, ou talvez por isso, acompanha os passos do pai, evitando justapor às dele, as marcas do seu caminhar, porque embora seguindo as pisadas, marcadas indelévelmente no solo imemorial da mesma cidade onde viveram, com o mesmo norte magnético esmo balizado por Themis, a deusa da justiça, o filho forjou o própria molde, usando a mesma têmpera do pai.
Carlos Gomes é um pequeno grande homem – vou brindá-lo com o mesmo epíteto com que designei o meu pai, porque ele não comporta outra qualificação. De altura modesta, é um transcendente no seu íntimo, fato que compensa a baixa estatura, ou talvez a estatura seja um artifício, um engodo, ou um ato de humildade para não fazê-lo vaidoso por ser quem é.
Não temos uma biografia conjunta de longas jornadas. De fato, demos um com o outro na velha faculdade da Ribeira, quando cursávamos direito. Quando ele ingressou, eu estava no segundo ano. Alguém o apontou e me disse tratar-se do filho do desembargador José Gomes, um dos nossos professores de Direito Civil. E que o novo colega era um rapaz muito estudioso e esforçado. O “esforçado” ficava por conta do encargo adicional de uma ocupação formal no mercado de trabalho e de uma vida planejada para compromissos mais duradouros e efetivos.
Sinceramente, deu-me a impressão de um tipo que chamávamos de “Caxias”, equivalente, hoje, guardadas as proporções de tempo, espaço e recursos tecnológicos, a CDF ou NERD. Talvez tenha sido uma avaliação apressada e algo antipática da minha parte, que, áquela época me ocupava com coisas tão diferentes entre si e tão fascinantes quanto a filosofia existencialista, a literatura, a prática de esportes e as atividades sociais. Como me levei muito a sério na infância e na adolescência, descobrindo quem era e o que pretendia ser, realizava então a minha temporada adolescente, na contramão do meu amigo, um engajado nos batalhões da responsabilidade precoce. Alguém enredado nas malhas do exercício da maturidade enquanto os iguais viviam sonhos infanto-juvenis
Cruzávamos um pelo outro e nos cumprimentávamos formalmente. Éramos diferentes, saídos de mundos diferentes emoldurados, entretanto, pelos mesmos valores morais e intelectuais. Derivávamos. Ele, de criação rígida, disciplinada, cartesiana e positivista. Eu, oscilando entre o autoritarismo compensatório de minha mãe e o liberalismo arroubado do meu pai. Sobretudo no tocante à liberdade de pensamento, no descompromisso com doutrinas e dogmas, não apenas permitido, mas sugerido pelo meu pai, que se admitia materialista e ateu.
Mas, confesso, fascinava-me a postura de uma rigidez sem sossego do meu futuro grande amigo Carlinhos. A sua austeridade, o modo como pontificava entre os seus colegas de turma, sempre senhor de uma opinião ponderada, honesta e clarividente. Ele era estimado e respeitado, embora não cultivasse qualquer estratégia para conquistar uma ou outra posição. Nele essas qualificações eram tão espontâneas como o ato de respirar.
Destacava-se, na sua aparência, uns olhos vivos que pareciam captar tudo numa perspectiva de grande angular; o aprumo formal das suas roupas e uns bigodes negros e bem aparados. Pisava firme e decidido. Notei que tinha o hábito de falar, perscrutando ao seu redor, embora concentrado no interlocutor, como quisesse estar certo das suas possibilidades de defesa contra o imponderável, ou buscasse no vácuo uma linha de raciocínio adequada à argumentação.
Soube que trabalhava no Tribunal Regional Eleitoral, era exímio datilógrafo e dono de uma memória prodigiosa, capaz, por exemplo, de referir qualquer lei, decreto, regulamento ou ato normativo, sem consulta a qualquer texto ou repositório. E também que era casado e pai de uma filha. Já assentado no mundo, embora começasse a planejar a sua carreira.
Depois, os anos de chumbo nos afastaram. Perdi-me na voragem do desencanto e do medo, tolhendo-me, por vontade própria, a ânsia de explorar horizontes e de voar livre por espaços inexplorados. Vi-me, em 1965, no Rio de Janeiro, na Fundação Getúlio Vargas , e, retornando, fui contratado pela Prefeitura Municipal de Natal, no governo de Agnelo Alves, como Técnico em Organização e Orçamento, mercê do curso que fizera na FGV.
Em 1967 graduei-me, abandonando a velha faculdade e a convivência à distância com o meu notável colega.
(Nesse meio tempo, entre o pós-golpe militar e a ida ao Rio de Janeiro, apaixonei-me por uma colega de turma de Carlinhos com quem quase me casei, e ela reforçava a versão corrente que dava conta da inteligência, da aplicação aos estudos jurídicos e da integridade do meu amigo.)
Faço uma pausa providencial e necessária, para confessar que o cansaço existencial que atribuo como cavilação necessária ao meu dinâmico e tenaz amigo, é de fato, meu, genuinamente meu. Talvez tenha havido uma transposição motivada por uma sub-reptícia inveja do denodo e da persistência de Carlos Gomes. Cansei-me, porque me dei conta que o ser humano claudica pelo hábito de perseguir as mesmas imperfeições, e de cometer os mesmos erros. Fataliza-se à danação por conta própria.
Eis que, às vezes falta-me alento para animar os meus filhos, como muitas vezes careci de argumentos convincentes para estimular os meus alunos. Nunca Rui de Haia foi tão citado e o desalento tão incorporado ao leguleio dos desesperançados. O crime e os igualmente importantes e temerários pecados veniais das transgressões são composições triviais, empobrecendo as leituras do jornais e as audiências dos rádios e televisões. As tragédias são banalizadas. Os humanos parecem alimentar-se, como os urubus e os vampiros, da carniça e do sangue. E parecem não se importar com a corrupção e o declínio da moral.
Por isso tive a urgência de publicar uma série de perfis de criaturas que reputo comumente extraordinárias, porque conseguem permanecer pessoas comuns, alçando-se sobre os seus pares por praticarem conduta regularmente exigida pela ética, mas desprezada pela maioria.
É necessário essa amostra de modelagem para asseptizar os monturos de lixo, tonificar as mentes em crescimento e formação com exemplos dos que valem a pena, daqueles que, mesmo em minoria, valem por uma multidão.
Carlos Roberto de Miranda Gomes é um desses, dos mais destacados. Íntegro, no sentido de ser um feixe de fibras morais de incrível resistência, capaz de repelir as agressões fisiológicas dos corruptos e corruptores. Correto, na justa medida em que é capaz de aplicar a dosagem certa para cada uma das patologias sociais enfermiças e o justo incentivo à sanidade cívica.
É leal. Os que o conhecem, sabem da sua natureza solidária, fraterna, e, sobremodo combativa, quando se ombreia a alguém na veemente defesa das injustas ofensas e agressões. Eis porque a sua mediação é sempre solicitada nos conflitos corporativos e porque as suas opiniões são respeitadas como editos de sapiente jurisconsulto.
Casado há quase cinqüenta anos com a sua vizinha de ascendência italiana, Therezinha Rosso, mantém com a sua consorte uma relação de amor e de amizade, de um companheirismo bem sucedido. Pai de Rosa Lígia (de quem tive a honra de ser professor na UFRN), Teresa Raquel, Carlinhos (que é colega e amigo do meu filho mais velho, Marcos Frederico) e Rocco – todos graduados em Direito - deles recebeu outros filhos, tornando-se pai duas vezes, feito de açúcar candy, com cobertura de caramelo: Raphael, Gabriela, Lucas e Carlos Víctor, Carlos Neto e Maria Clara, que são as suas alegrias.
Família numerosa e unida, coesa, como aquele feixe de varas que o patriarca mandou os filhos quebrarem, sem sucesso, para amostrar o valor da união. Assim também o fizeram o pai, José Gomes e a mãe, Dona Lígia. Seis irmãos solidários: Moacyr, Fernando (falecido), Leda e Elza (que foram colegas de minha mãe no TRE), Socorro e José Gomes Filho (Zézinho).
Que ampliaram o patrimônio familiar com dezoito sobrinhos: José Neto, Flávio, Eduardo, Maria da Graça, Lúcia Maria, Renato, Maria Lígia, Fernando Filho, Clemente José, Gracia Maria, Tereza Cristina, José Júnior, José Henrique, Patrícia, Isaac Bruno, Flávia Luciana, Greenfell Filho, Rodrigo e Daniel.
Quem poderia aspirar uma riqueza maior?
Mantém-se como uma espécie de patriarca da família, menos por tradição e mais pelo espírito de clã, solidário, disponível, bom ouvinte e conselheiro, é também aquele cujo socorro é solicitado antes do recurso médico-hospitalar. É o enfermeiro experiente, o curandeiro milagroso que às vezes com a simples presença é capaz de afastar as idiossincrasias da saúde e do infortúnio.
É um ser Intelectual que, aproveitando a carona, como eu, segue a orientação de Chesterton quando esse nos adverte que a idéia sem a expressão, é idéia ociosa e a expressão, sem a ação é uma expressão inócua. Somos, permitam-me aproveitar novamente essa circunstância, homens de ação, executivos, embora criadores, contemplativos, líricos – numa definição, operários intelectuais.
Foi assim quando fizemos parceria para a criação do IBTJ, realizando o primeiro curso de direito para os cidadãos leigos; quando promovemos a edição de livros didáticos com metodologia inovadora, para circulação nas nossas turmas de direito da UnP; e foi assim na campanha pelas eleições diretas na OAB, já referida nos perfis de Adilson Gurgel e Paulo Lopo Saraiva.
Filiei-me a ele, a Adilson, o seu maior parceiro, e a Jales Costa. Enriqueci-me com essa adesão. Fortaleci-me porque pude dar vazão às convicções que mantinha reservadas na minha própria individualidade e encontrei identidade e ressonância nos propósitos que perseguia.
Posso, com essa série de perfis, e com o revigorante exemplo de Carlinhos, vivificar o legado de esperanças no futuro da minha terra, esmaecido e débil pelo campear das nulidades e das indignidades impunes. Porque esses modelos são contemporâneos, graças a Deus não integram ainda o “Era uma vez...” para que um cético não se refira aos exemplos como coisa passadista, sem viabilidade para sobreviver no “front” do contemporâneo.
É tão assustadora a conjuntura político-sócio-fiosófica que alguém já me disse que de nada adiantaria o retorno de Cristo, pois ele seria desprezado como visionário e inútil porque não traria teres e haveres, mas apenas palavras...
O tempo embarcou numa espaçonave no então Cabo Canaveral e, vencendo a gravidade e as distâncias, nos pôs frente a frente no Campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no final dos anos setenta, já amanhecendo os oitenta. Éramos, ambos, professores do curso de direito. Ele, vinculado ao Departamento de Direito Público e eu, ao de Direito Privado.
Até chegar ao magistério universitário, ele palmilhou muito chão de barro. O pai, juiz, fez a circunavegância no interior do estado - Angicos, Canguaretama e Macaíba - carregando na carroceria dos caminhões a mobília familiar, pois os magistrados de carreira, vocacionados para a função como o Dr. José Gomes da Costa, residiam nas suas comarcas para melhor atenderem aos jurisdicionados.
Por esta circunstância, atrasou-se nos estudos, embora os pais hajam feito fibras do coração, distribuindo-os entre casas de familiares para que pudessem estudar, já que a itinerância interiorana do pai tolhia tal iniciativa, já que cursavam o segundo grau e não existiam colégios desse nível nas cidades da judicatura paterna.
Fez o primário no Instituto Batista de Natal; o segundo grau no Ginásio Natal e o colegial no Atheneu. Graduou-se em Direito em 1968.
Teve um longo e proveitoso aprendizado no trabalho, realizado desde cedo, por decisão pessoal, consciente das dificuldades financeiras familiares, sem que tal empenho fosse solicitado pelo pai. Determinou-se a coadjuvá-lo na provisão de recursos, pela limitação financeira do ganho paterno – juiz daquela época ganhava pouco, e, se não aceitasse o subsídio dos governos municipais para manter-se independente, o salário acabava mal fosse recebido.
Tornou-se radialista, comerciário e comerciante e depois servidor do Tribunal Regional Eleitoral. De posse do título de graduação, foi Auditor do Tribunal de Contas e integrou o quadro de Procuradores do Ministério Público Especial junto ao mesmo órgão.
Foi o primeiro diretor da Escola de Contas Professor Severino Lopes de Oliveira e primeiro Controlador Geral do Estado do Rio Grande do Norte. Juiz do Tribunal Regional Eleitoral.
Por onde passou, deixou a marca do dinamismo, da correção e da eficiência. Por isso, foi tão requisitado para o provimento de outros cargos, não necessariamente remunerados, mas de suma importância para algum segmento do mister profissional a que se dedicava, a exemplo da Presidência do Núcleo de Estudos Jurídicos da UFRN (NEJUR) e do Instituto Brasileiro de Tecnologia Jurídica (IBTJ), além de integrante de diversas comissões e grupos de trabalho.
Foi Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil e membro do Instituto dos Advogados do Rio Grande do Norte. Integra o Instituto Histórico e Geográfico do RN, União Brasileira de Escritores do RN e a Academia de Letras Jurídicas do RN. Foi agraciado com inúmeras honrarias, dentre as quais destacam-se o título de Professor Emérito e Doutor Honoris Causa concedido pela UnP e a Medalha do Mérito Universitário, concedida pela UFRN.
No entanto, confidenciou-me que, a despeito da gratidão e da honra por haver sido agraciado por homenagens tão significativas e importantes, teria sido a exposição de motivos elaborada pelo então Procurador Geral do Ministério Público Especial, professor Múcio Ribeiro Dantas, encaminhada ao governador Geraldo Melo, para concessão da sua aposentadoria, a distinção que mais o sensibilizou.
Foi Professor do Curso de Direito de quase todas as instituições de ensino superior do nosso estado (UFRN, UnP, FARN, FAL, FACEX, ESA, FESMP e ESMARN). É pós-graduado em Direito Civil e Comercial e em Direito Constitucional.
É convidado como consultor e palestrante para assuntos relacionados com a Gestão Pública e se mantém como colaborador de jornais e revistas, além de coordenar um dos endereços eletrônicos mais acessados do nosso Estado, o “Blog do Miranda Gomes”.
É autor dos seguintes livros: Da remuneração dos vereadores, Oração de despedida, A proteção das minorias nas sociedades anônimas, Cadernos de Direito Tributário* (2 vols.), Lei Orgânica dos municípios do Estado do Rio Grande do Norte*, Licitação – teoria, prática e legislação, Curso de Direito tributário*, Cartilha ABC do consumidor, Da imunidade tributária dos aposentados e pensionistas, Manual de direito financeiro e finanças, Licitação – noções elementares, Testemunhos, Cartilha de gestão fiscal e Traços e Perfis da OAB/Rn.
Primeira inconfidência – Pouca gente sabe, mas Carlinhos é dono de uma voz belíssima, que o tempo não descurou. Desde criança era requisitado para se apresentar em festas e nas rádios natalenses. A primeira vez que cantou em público foi no próprio Instituto Batista de Natal e depois no “Domingo Alegre” de Genar Wanderley.
Em 1950 ganhou o concurso da mais bela voz infantil, conquistando o título de “Campeão Vic-Maltema” e com esse galardão, foi contratado pela Rádio Poti, nela permanecendo até 1954. Integrou o elenco de cantores da Sociedade Artística Estudantil e, gravou duas faixas num disco coletivo com os artistas da Rádio Poti e um disco solo na PRE-9, Rádio Clube do Ceará, onde em certa ocasião foi acompanhado por ninguém menos que Evaldo Gouveia.
Gravou também com o Trio Irakitan. Teve um programa semanal na mesma Rádio Poti, denominado “Almanaquinho Seta”, onde também se apresentavam Agnaldo e Selma Rayol. Prosseguiu com entusiasmo a sua trajetória artística até que o Desembargador José Gomes decidisse realinhá-lo para projetos mais concretos e duradouros, exatamente quando a jovem revelação musical se preparava para vôos mais ambiciosos: havia sido convidado para integrar, como profissional, o “cast” da Rádio Tamandaré de Recife, com a promessa de gravar um disco na indústria Rozemblit, dona do famoso selo “Mocambo”
Mas esta é outra estória, e tão fascinante, que não quero roubá-la do meu amigo, que fica nos devendo um livro cujo título sugiro tomar de empréstimo do cancioneiro Luiz Vieira: “O Menino Passarinho”.
Segunda inconfidência – É de índole pacífica. Conciliador e homem contido pela educação, é daqueles que conta até mil para não perder a paciência, porque antes de tudo respeita a dignidade e a compostura alheia. Mas, depois que excede a milésima contagem, que me perdoem o despropósito da referência, mas não resisto ao meu ímpeto nordestino: é igual a um siri numa lata.
Querem ver um homem valente e destemperado, que se pise no calo de estimação: a sua honra, a sua dignidade pessoal.
Terceira Inconfidência – Há uma passagem de muita singeleza da vida do meu amigo que ele recorda com muito orgulho. Foi quando serviu ao Exército (1959) no 16º R.I, na Companhia de Comando e Serviços - CCS. O comandante do Regimento era Dióscoro Gonçalves Vale, conterrâneo do Seridó, que depois chegou ao generalato; o comandante da Companhia era Milton Freire de Andrade que muitos anos depois comandou a Polícia Militar do nosso estado.
Disse-me Carlos Gomes que no serviço militar aprendeu muito civismo e a idéia de igualdade. R quer, com muita honra foi distinguido com a Medalha Marechal Hermes, de aplicação e estudo, exatamente no dia da inauguração de Brasília."
Sinto-me lisonjeado e honrado por ser seu amigo. A ligação pessoal me engrandece, é referência curricular e certamente afiançará os seus herdeiros que se valerão dos laços co-sanguíneos para atestar a pureza e a excelência da linhagem.
(*) Vic-Maltema era a marca de um achocolatado dos anos cinquenta que concorria com o Toddy e o Nescau.
PALÁCIO FELIPE CAMARÃO
Texto e imagem de Hilneth Correia
Durante todo o mês de outubro será realiza o “Outubro Rosa”, movimento que é pretende conscientizar a população feminina sobre a importância do diagnóstico precoce e incentivar além do auto- exame, a realização de exames para detectar a doença.
O movimento é realizado em diversos países do mundo, que ganham iluminação em tons de rosa nos principais cartões postais.
Aqui em Natal três locais recebem iluminação cor-de-rosa: o Forte dos Reis Magos, a Prefeitura do Natal e o Shopping Midway Mall.
No Brasil, o número varia de 49 a 50 mil novos casos por ano, com destaque para a região sudeste que apresenta a maioria dos casos.
A mamografia é o exame principal para detectar o câncer e atenta que as mulheres a partir dos 40 anos devem procurar o mastologista para que o profissional defina qual a freqüência que o exame deve ser repetido.
O Palácio Felipe Camarão foi inaugurado em 1922 e atualmente é a sede da prefeitura da cidade de Natal. Localizado no bairro da Cidade Alta, foi construído em arquitetura eclética, mesclando influências de estilos arquitetônicos diversos. Seu nome homenageia Filipe Camarão - um dos maiores heróis da história da expulsão holandesa no Nordeste.
(Do site http://www.nahorah.net/)
Durante todo o mês de outubro será realiza o “Outubro Rosa”, movimento que é pretende conscientizar a população feminina sobre a importância do diagnóstico precoce e incentivar além do auto- exame, a realização de exames para detectar a doença.
O movimento é realizado em diversos países do mundo, que ganham iluminação em tons de rosa nos principais cartões postais.
Aqui em Natal três locais recebem iluminação cor-de-rosa: o Forte dos Reis Magos, a Prefeitura do Natal e o Shopping Midway Mall.
No Brasil, o número varia de 49 a 50 mil novos casos por ano, com destaque para a região sudeste que apresenta a maioria dos casos.
A mamografia é o exame principal para detectar o câncer e atenta que as mulheres a partir dos 40 anos devem procurar o mastologista para que o profissional defina qual a freqüência que o exame deve ser repetido.
Palácio Felipe Camarão - Natal/RN
Natal é a capital do Rio Grande do Norte e possui 806.203 habitantes. É conhecida como a "Cidade do Sol" ou "Noiva do Sol" por ser uma das localidades com o maior número de dias de sol no Brasil, chegando a aproximadamente trezentos.
(Do site http://www.nahorah.net/)
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
terça-feira, 5 de outubro de 2010
AOS NORTE-RIOGRANDENSES
Aos meus amigos e familiares do Rio Grande do Norte, especialmente, especialmente do Açu e Natal (terra que escolhi para viver a minha maturidade), agradeço pelos 133 votos que obtive para deputado estadual nas útlimas eleições gerais. Apesar da humilhação, da discriminação que sofrie, sendo excluídos por alguns dirigentes e coordenadores do meu partido (PPS), bem como da Coligação Vitória do Povo, que não me deram o direito de ser veículado na mídia, como rádio e televisão, para que eu pudesse disputar com igualdade e levar a minha mensagem a todos os potiguares. Certamente, teria um melhor resultado . Msmo assim assim, fiquei com a minha inexpressiva votação, na sexta posição de suplente) . Valeu a pena, o resultado não me faz recuar, desistir, muito engrandece a minha trajetória na política do meu estado, o meu currículo. Se nunca carreguei mágoa ou ressentemeto, não é gora que irei carregar neste meu velho, amigo e sofrido coração de tantas alegrias mas também de tantas decpções. A luta continua. Enquanto viver ea saúde me permitir me permitir, penso eu, em disputar pela oitava vez, outro cargo eletivo que eu achar conveniente.
Desejo dizer, portantanto, que a minha candidatura como já dissera antes, só teve um objetivo: disputar mais uma eleição, colaborar com com o processo democrático e, sobretudo contribuir com o nosso sofrido Rio Grande do Norte.
Nesta oportunidade, desejo parabenizar George Soares pela sua vitória a assembléia legistiva, bem como ao povo do Vale do Açu, por ter lhe ajudado a fazê-lo seu representante na casa legislativa da terra potiguar.
Com o abraço do,
Fernando Caldas Fanfa
VITÓRIA DE ROSALBA, COM 62.53 DOS VOTOS CONSOLIDA LIDERANÇA DO PREFEITO IVAN JUNIOR
Todos os candidatos apoiados por ele foram eleitos
A vitória da senadora Rosalba Ciarlini (DEM), com 62,53% dos votos válidos do município do Assu, consolida a liderança política do prefeito Ivan Júnior (PP), eleito em 2008. Ele cumpriu a palavra empenhada a Rosalba, que o apoiou naquela eleição.
“A vitória da senadora Rosalba Ciarlini foi muito importante para o nosso município, porque ela será uma parceira valorosa para trazermos bons projetos que estimulem a geração de emprego e renda para todos”, comemorou o prefeito Ivan Júnior. “É importante lembrar que Rosalba foi a autora do Projeto de Lei que deu origem a ZPE do Sertão, iniciativa que irá mudar a face econômica do Vale do Açu e de parte do Rio Grande do Norte”, lembrou o prefeito.
O “slogan” da administração de Ivan Júnior, “Trabalho e Trabalho” também foi lembrada pelo prefeito, fazendo uma ilação a futura administração da governadora Rosalba Ciarlini. “Rosalba trabalha e trabalha muito”, disse Ivan. “Basta ver suas administrações a frente da Prefeitura de Mossoró, aprovada por pelos mossoroense que agradeceram a ela dando 83,64 % dos votos válidos no município”, concluiu o prefeito.
Chapa
Todos os candidatos apoiados pelo prefeito Ivan Júnior foram bem votados no município do Assu e todos foram eleitos. Pela ordem, Rosalba Ciarlini (Governo), Garibaldi Filho e José Agripino (Senado), Fábio Faria (Câmara Federal) e George Soares (Assembleia Legislativa). (LS).
--
Eco Imprensa
Leonardo Sodré
9986-2453
João Maria Medeiros
9144-6632
www.ecoimprensanatal.blogspot.com
ecoimprensamarketing@gmail.com
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
JORGE FERNANDES, POETA NATALENSE
PERNAMBUCANAS POBRE USAM CARTÕES POSTAIS PARA QUESTIONAR CANDIDATOS
"Assistente social trabalha no programa "Eu Decido o Meu Voto". Foto: Emma Lynch/BBC"
Mulheres negras e pobres não têm voz, afirma Edclea Santos
A assistente social Edclea Santos tem uma ideia genericamente negativa dos políticos. Ela diz que somente de quatro em quatro anos eles prestam um mínimo de atenção para a sua vizinhança, localizada nos arredores de Olinda (Pernambuco). "Aí, chove candidato".
as eleições gerais do próximo dia 3, as últimas semanas viraram um verdadeiro dilúvio político. "Tem aqueles que só aparecem, prometem coisas, oferecem dinheiro às pessoas, pegam o seu voto e aí você nunca mais os vê de novo", diz Edclea.
Mas, neste ano, ela faz parte de um projeto que busca valorizar os votos das mulheres, que representam mais da metade do eleitorado brasileiro.
Várias organizações se uniram para ensinar as mulheres de algumas das partes mais pobres de Recife e Olinda a como tirar fotos, escolher os melhores ângulos e cortar as suas imagens.
As melhores fotografias foram transformadas em cartões postais a serem enviados a candidatos, questionando os seus pontos de vista sobre os mais variados assuntos, incluindo aborto, saúde, racismo, crime e violência doméstica.
As mulheres também receberam câmeras descartáveis para retratar o seu dia a dia.
A próxima fase da sua campanha, intitulada "Eu Decido o Meu Voto", ocorre na internet, com a publicação das respostas dos candidatos em um blog.
Elas também têm monitorado as opiniões dos candidatos no Twitter e checando as suas promessas.
"A ideia era provocar os candidatos a falar sobre assuntos femininos e, ao mesmo tempo, criar uma cultura junto às mulheres de cobrar mais dos candidatos em relação às suas próprias vidas", diz Nataly Queiroz, do Grupo Curumim, uma organização de defesa dos direitos da mulher que está fortemente engajada na campanha.
"As fotos são uma maneira das mulheres mostrarem elas mesmas as suas vidas, sem serem fotografadas por outras pessoas ou falando por meio de outros".
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
FERNANDO CALDAS FANFA É CANDIDATÍSSIMO A DEPUTADO ESTADUAL
PORQUÊ ESQUECERAM DE FANFA?
Por Aluízio Lacerda
Que diabos fizeram da imagem do Fanfa? Assisti todo santo dia a programação gratuita da justiça eleitoral na TV, vi todo tipo de candidato, irreverentes , debochados, iludidos, enganadores, espertinhos e outros profissionais da atividade politica.
De Juscelino a Tocha, de Irineu Jaburu a Dagô do Forró, todos democraticamente mostraram a cara e algumas breves palavras pra sensibilizar o eleitor.
O que achamos estranho foi o esquecimento dado ao varzeano Fanfa, terminou o horário gratuito e a imagem de Fanfa, nem de forma paga, apareceu na telinha da TV contratada para veicular a programação gerada pelo stúdio da sua coligação.
Não verifiquei no site do TRE o seu registro de candidatura, mas tudo indica que o conterrâneo Fanfa não oficializou se pedido de candidatura...
Espero receber do amigo Fanfa alguma justificativa...
O vale não pode jogar na lixeira uma das suas capacidades humana, pra isso relembro o fato, para que o candidato, não fique relegado ao ostracismo das urnas por maldade ou esquecimento.
Nota aos meus conterrâneos do Rio Grande do Norte, especialmente de Natal e do Vale do Açu: Apenas foi feito a minha inserção nos veículos de comunicação, na mídia do nosso estado, na segunda feira pela manhã (duas inserções). Sabe por que? Porque fui verdadeiro, leal com o meu partido. E quem é leal em política, coerente, penso eu, leva desvantagem, sai perdendo. Mas o justo não perdoa meu caro amigo Aluízio Lacerda. Após as eleições, seja qual for o resultado, irei receber com muita honra e dignidade, como irei também aos tribunais civil do meu estado para que fato de discriminação não venha mais a ocorrer na política potiguar como ocorreram com muitos outros. Breve comentarei este fato mais detalhadamente. Pore´m,. sou candidatíssimo, legalmente registro no TRE do meu estado, com o número 23456.
Fernando Fanfa Caldas
Por Aluízio Lacerda
Que diabos fizeram da imagem do Fanfa? Assisti todo santo dia a programação gratuita da justiça eleitoral na TV, vi todo tipo de candidato, irreverentes , debochados, iludidos, enganadores, espertinhos e outros profissionais da atividade politica.
De Juscelino a Tocha, de Irineu Jaburu a Dagô do Forró, todos democraticamente mostraram a cara e algumas breves palavras pra sensibilizar o eleitor.
O que achamos estranho foi o esquecimento dado ao varzeano Fanfa, terminou o horário gratuito e a imagem de Fanfa, nem de forma paga, apareceu na telinha da TV contratada para veicular a programação gerada pelo stúdio da sua coligação.
Não verifiquei no site do TRE o seu registro de candidatura, mas tudo indica que o conterrâneo Fanfa não oficializou se pedido de candidatura...
Espero receber do amigo Fanfa alguma justificativa...
O vale não pode jogar na lixeira uma das suas capacidades humana, pra isso relembro o fato, para que o candidato, não fique relegado ao ostracismo das urnas por maldade ou esquecimento.
Nota aos meus conterrâneos do Rio Grande do Norte, especialmente de Natal e do Vale do Açu: Apenas foi feito a minha inserção nos veículos de comunicação, na mídia do nosso estado, na segunda feira pela manhã (duas inserções). Sabe por que? Porque fui verdadeiro, leal com o meu partido. E quem é leal em política, coerente, penso eu, leva desvantagem, sai perdendo. Mas o justo não perdoa meu caro amigo Aluízio Lacerda. Após as eleições, seja qual for o resultado, irei receber com muita honra e dignidade, como irei também aos tribunais civil do meu estado para que fato de discriminação não venha mais a ocorrer na política potiguar como ocorreram com muitos outros. Breve comentarei este fato mais detalhadamente. Pore´m,. sou candidatíssimo, legalmente registro no TRE do meu estado, com o número 23456.
Fernando Fanfa Caldas
O PRESIDENTE FIGUERÊDO NO AÇU
Esquerda para direita: O presidente João Batista de Figuerêdo, Corália de Sabóia Costa.
(Foto cedida por Carmém Délia).
(Foto cedida por Carmém Délia).
João Figuerêdo foi o segundo presidento do Brasil a visitar o município do Açu (antes, teria sido o estadista Getúlio Vargas que fora recebido pelo prefeito do Açu Ezequiel Fonseca Filho em sua casa onde hoje está instalado a Casa de Cultura - Sobrado da Baroneza), quando da inauguração da Barragem Armando Ribeiro Gonçalve (Barragem do Açu), em 1983. Aquele presidente fora recebido no Campo de Pouso do Açu, pelo presidente da Câmara dos Vereadores da terra açuense Domício Soares Filgueira filho (Domicito) que se dirigiram num ônibus, junto com o prefeito do Açu Ronaldo Soares e demis autoridades cívis e militares, até o local daquela barragem.
O por quê da fotografia: Corália (foto acima), que era comerciante no ramo de calçados, politiquiera ao extremo, admiradora daquele presidente, sabendo que ele, Figuerêdo, era torcedor do Fluminense (clube de futebol carioca), se vestil com a camisa daquela agremiação futebolística e compareceu a solenidade de inauguração da barragem citada acima. Ela, Corália, estando próxima do palanque oficial (cordão de isolamento), Figuerêdo logo que terminou a solenidade, seguiu em direção a Corália para abraçá-la e tirar a foto histórica. Fica mais este registro para a memória da terra açuense.
Fernando Caldas Fanfa
Assinar:
Postagens (Atom)
PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...
-
Um dos princípios que orientam as decisões que tratam de direito do consumidor é a força obrigatória dos contratos (derivada do conceito de ...
-
Uma Casa de Mercado Mercado Público (à direita) - Provavelmente anos vinte (a Praça foi construída em 1932) Pesquisando os alfarrábios da...