sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

UMA GLOSA DE LAÉLIO FERREIRA

M O T E :


Cangagay no Rio Grande
vai ser sucesso em Natal

G L O S A :

Cu de boi grosso se expande,
nos blogues, becos, jornais...
Faniquitos, uis e ais
- Cangagay no Rio Grande!
Debates, mesas, estande:
muito fresco – um festival!
De muita coceira anal
essa estética do cangaço
de Lampião tem um traço
- vai ser sucesso em Natal!

Laélio Ferreira

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

terça-feira, 30 de novembro de 2010

O LIVRO DE LEONARDO SODRÉ

Vendas na Banca Prática , Tirol . Preço: R$25,00

FRASE

"De políticos quero distância de léguas".

(A referenciada frase dizia o cidadão (poeta potiguar do Açu) João Lins Caldas (1888-1967) ainda em 1930. Será que ele tinha razão?)

Postado por Fernando Caldas 

POESIA

TALVES

Por Socorro Guilherme, poetisa açuense

Talves eu não tenha a sabedoria de uma coruja,
ou os olhos de uma águia para ver de muito longe.
Talves eu não tenha o canto lindo de um sabiá.
Talvés eu não tenha a leveza do bater de asas de um beija-flor...
mas consigo plantar flores para que eles venham até elas.
Talves eu não tenha a doçura do mel que as abelhas produzem...
mas posso ter a delicadeza de tratar bem as pessoas mesmo nas horas dificies.
Talves eu não consiga levantar as asas e seguir sem você em frente em longos vôos.
Talves eu não consiga ser como o pardal que se ele for aprisionado em uma gaiola ele morre...
mas posso tentar ser justa e digna para me manter sempre livre.
Talves por não ter sabedoria de corija, ou olhos de águia,
é que minhas asas as vezes ficam feridas e sangram...
mas mesmo assim, graças a natureza que é bela e sabia, eu e você conseguimos nos recuperar.


(Do Blog de Juscelino França)

Postado por Fernando Caldas

FESTA RELIGIOSA DO RN PODE TORNAR-SE PATRIMÔNIO CULTURAL DO BRASIL

O governador Iberê Ferreira de Souza encaminhou nesta segunda-feira um pedido ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional para que a tradicional Festa de Sant'Ana de Caicó seja reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil. O pedido encaminhado pelo governo do estado será analisado pelo Conselho do Iphan em uma reunião prevista para a primeira quinzena do mês de dezembro.

No Seridó, Sant'Ana é reverenciada desde 26 de julho de 1748, data em que a Igreja e o povo da região começaram a celebrar os louvores de sua padroeira, apresentando-lhe suas preces.

(Do Diário de Natal)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

UMA GLOSA DE XAVIER



Levando um litro de mel
Dessa abelha italiana,
Com muita santa bacana
Tomei cachaça no céu.
Aprontei, fiz escarcel,
Dancei com defuntos nus,
Quebrando a famosa cruz,
Os anjos bateram palmas.
Sonhei mais cantando as almas
Lá no hotel de Jesus.


Luiz Xavier

Postado por Fernando Caldas

UM MONUMENTO RÚSTICO NA TERRA DOS CARNAUBAIS

Os casarões são sinônimo de passado, tradição, herança e um verdadeiro legado cultural dos povoados nas terras dos Carnaubais. Mesmo com aspectos rústicos, tais edificações revelam parte de nossa história e os modos de vida rural de nosso varzeano com raízes locais em épocas marcadas pela pujança econômica de intensa produção agropecuária.

( ..)

Do Blog de Tony Martins, Carnaubais-RN

ASSU- ASSINADO CONTRATO COM EMPRESA QUE IRÁ ADMINISTRAR A ZPE DO SERTÃO

Com a presença da governadora eleita do Rio Grande do Norte, a senadora Rosalba Ciarlini (DEM), o contrato para administração da ZPE do Sertão foi assinado na manhã deste sábado, 27, pelo prefeito Ivan Júnior e os sócios da empresa ZPE do Sertão Administradora LTDA.

“Estamos vivendo um momento histórico para região. Nós estudamos muito e decidimos por Assu. Nosso trabalho é procurar dotar toda infraestrutura. Já estamos em contato com as universidades, empresários e com a classe política que nunca mediram esforços para consolidação da ZPE do Sertão”, disse Brian E Tipler, um dos sócios da empresa administradora da ZPE.

Ainda de acordo com Brian Tipler, responsável por implantar, gerir e atrair investidores para a ZPE do Sertão, se todo trâmite ocorrer dentro da normalidade, Assu colocará em funcionamento sua ZPE do Sertão, ainda no próximo ano.

Projeto

A senadora Rosalba Ciarlini, autora do Projeto de Lei que criou a ZPE do Sertão no Senado Federal, participou da assinatura do contrato, inclusive assinando como uma das testemunhas. Para Rosalba, a ZPE do Sertão é a certeza de um futuro prospero para o desenvolvimento regional do RN. “Hoje é a certeza de um passo para o futuro. Eu sempre fiz questão de acompanhar todo processo, como a desapropriação da área de mil hectares onde funcionará a ZPE, a sanção presidencial e agora a assinatura da empresa administradora. Vamos levar desenvolvimento e geração de emprego para o interior e assim diminuir as desigualdades”, disse Rosalba.

O prefeito de Assu, Ivan Júnior (PP), vem trabalhando arduamente para consolidar a ZPE do Sertão. “Somos determinados e vamos conseguir viabilizar esse projeto. Conseguimos sensibilizar toda bancada federal. A primeira a acreditar foi a senadora Rosalba Ciarlini. Ela me ajudou, sensibilizando os parlamentares. Agora o senador José Agripino colocou uma emenda de R$ 60 milhões que vamos conseguir liberar, porque para a região será sinônimo de redenção econômica”, afirmou Ivan.

O senador Garibaldi Filho (PMDB), o deputado federal Fábio Faria (PMN) e o deputado estadual eleito George Soares (PR), também estiveram presentes a solenidade de assinatura do contrato com a empresa que administrará a ZPE do Sertão.

Prazos

O presidente da empresa administradora da ZPE, Victor Samuel Cavalcante da Ponte, possui três meses para apresentar o projeto alfandegário. Depois de aprovado, o próximo passo será buscar as licenças relacionadas ao meio ambiente, depois de aprovadas, vem à captação de investidores. “Vamos trabalhar para que daqui a um ano a primeira estrutura da ZPE esteja pronta”, disse Victor Samuel.

Com informações da assessoria de imprensa da senadora Rosalba Ciarlini

AGÊNCIA ECO DE NOTÍCIAS
Leonardo Sodré João Maria Medeiros
Editor Geral Diretor de Redação
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Postado po Fernando Caldas

A RESIDÊNCIA NA TERRA DE MARIA EUGÊNIA MONTENEGRO

Fotografia: Ilustração do blog.

Por Márcio de Lima Dantas, professor de Literatura Portuguesa do Departamento de Letras da UFRN

Vai ficar na eternidade,
Com seus livros, com seus quadros,
Intacto, suspenso no ar!


Manuel Bandeira


Diante da fachada, de um azul intenso, a memoração com sua vertigem soberana, solenemente aciona aquela sensação de quando nos defrontamos com um objeto estético ou agente impregnado com a pátina da História. A larga calçada clama a deferência, lançando-nos nos recônditos de um imaginário que diz para retirarmos as sandálias. É uma antiga casa. Sua simetria rigorosamente bilateral é composta de três grandes janelas, ladeadas por duas portas, todas rasgadas em arcos abaulados, sendo que um terço do comprimento é ocupado por uma semi-rosácea de vidro transparente, dividida em cinco segmentos. Lembra um pouco, pelos frisos, pelos contornos em alto-relevo, brancos, e pela predominância dos ângulos retos, as construções neoclássicas. Encimando o conjunto descrito, há uma estreita platibanda de despojado lavor, preenchida por azulejos com motivos geométricos. Todas as portas e janelas são divididas em duas abertas partes, denotando uma ausência de temeridade, convidando a brisa tépida, vinda dos carnaubais, a refrescar os dias ensolarados e quentes do Vale do Assu.

Situada entre a praça Getúlio Vargas e o antigo Beco do Padre, a casa fica no rez-de-chaussez., ou seja, existe apenas o pavimento térreo. Voltada para o sol nascente, limita-se a um comprido retângulo um pouco acima do nível da rua. Um batente dá acesso ao assoalho da sala. Não há sótão, tampouco porão, indiciando o pouco caso com o inconsciente ou uma busca de elevação espiritual. Há apenas o plano terrestre, no qual os cômodos representam as partes do corpo com suas demandas simbólicas. Residência ideal para os que se sentem intrinsecamente ligados à vida e ao que ela proporciona de beleza estética e prazer físico.

É aqui onde reside a escritora norte-rio-grandense Maria Eugênia Maceira Montenegro, nascida em 1915, e que no passado e cabalístico sete de outubro, fez oitenta e oito anos de existência. Advinda das Minas Gerais, casada com um Engenheiro Agrônomo que estudou em Lavras, veio morar numa fazenda do antigo arraial de N. Sra. dos Prazeres do Assu. A casa ostenta uma simplicidade que muito se assemelha às antigas residências senhoriais, quedada defronte à Igreja Matriz, um pouco mais à esquerda de quem fica de costas para a casa. Distância suficiente para ouvir o hinário e as rezas da igreja em louvor a São João Batista.

A porta principal não é trancada à chave, como se aguardasse permanentemente uma visita, que trouxesse alvíssaras ou simplesmente o agradável de uma presença, campeando sobre a solidão, espantando-a para as ermas estradas deixadas no passado. Ao ser anunciado por uma moça muito gentil, a velha senhora se faz demorar um pouco, suficiente para o advento no corpo de uma dignidade herdada das antigas famílias mineiras. Adentra na sala, qual rainha destronada e no exílio, derramando sorrisos e palavras de boas vindas. O corpo alquebrado pela velhice torna-se em festa. Parece vir de longe, arrastando consigo, num hieratismo franco e discreto, o cortejo de emblemas da sua estirpe. Os poucos momentos de uma agradável visita alicerçarão um ou dois dias de prazerosa lembrança, esgarçando-se com o passar dos dias. Os idosos, aqueles não amargos, sustentam-se nos exíguos fios das reminiscências geradas por algum fortuito evento sucedido num dia, como se fossem esmolas, - farelos de vida -, doados parcimoniosamente pela Fortuna.

Tudo resguarda uma história. A pátina de Cronos, qual esmalte transparente, recobre todos os pertences da antiga casa. Parece não haver arcanos de espécie alguma. Qualquer presença pode ser dita e explicada de onde veio. A transparência é tamanha que a luz esplende seus reflexos no assoalho recoberto por mosaicos, cuidadosamente limpo, denotando lugar no qual não transita muita gente, onde a solitude repousa, com a mesma paciência da dona.

A casa com seus objetos dispostos nos cômodos, submetida à cal viva do tempo, reveste-se de um caráter antípoda. Ao mesmo tempo que se funda numa necessidade da existência, pois é ela a outorgadora de uma identidade, subjetiva ou social; em contrapartida, está sempre na iminência de se extinguir, de sucumbir quando do desaparecimento do seu proprietário. Os herdeiros, mercenários, deterão apenas o que tiver valor financeiro. Quando do passar de poucos dias, os relógios farão escorrer seus ponteiros em direção às insossas efemérides e novidades da vida ordinária.

O cortejo de signos: telas, bibelôs, panos de renda, alfarrábios, indumentárias, móveis antigos, ensaia as pompas das exéquias, esboçando a dolente canção elegíaca do esquecimento atroz que cobrirá a Velha Dama, - malgrado as horas dedicadas à escritura de livros com forte conteúdo humanista, - sim, só os objetos serão gratos àquela que os animou e imprimiu sua consideração ao seu estado, indiferente, de mineral. Os tempos vindouros não prometem mais transcendência por meio da arte. A terra se encontra em transe. Não temos garantia de nada. Os objetos prantearão a menina feia, vinda de muito longe, de um lugar chamado Minas Gerais, lavrado entre montanhas recobertas de exuberante verde-lodo, chegada esposa e indo viver numa fazenda povoada de plantas e animais, de acidentes geográficos e paisagísticos, dos quais não sabia o nome nem a função, e cujo território passava metade do ano acinzentado. Nessa ambiência, as tramelas da memória foram arrebentadas pelas amoladas foices da solidão. Imagens mentais tiveram que ser confeccionadas em feixes de frases, engendrando livros nos quais os revérberos autobiográficos tonificaram obras que hoje irrigam o sistema literário do Rio Grande do Norte. Tudo me chama: a porta, a escada, os muros,/as lajes sobre mortos ainda vivos...(Cecília Meireles).

Agora a lonjura dos dias é preenchida por lembranças. Uma fadiga crônica se instalou – “estou morta de viver” – nos ossos. Nunca mais a deixará. O dízimo da velhice é alto. Labaredas consomem as derradeiras energias. Apóia-se nas paredes. Desculpa-se. Quedada sobre as cadeiras, agarra-se às autênticas amizades – ao telefone: “diga, meu querido” -. No limiar dos oitenta e nove anos de idade ainda está aberta ao cultivo de uma nova amizade. (Que alma!). Houve quem dissesse que muito ela havia se arrependido de não ter sido mais desprendida, de não ter aberto sua biblioteca a mais pessoas, de não ter amado mais. O balanço de uma vida é sempre um processo solitário e ímpar, pródigo de sentimentos dúbios ou culpas de desbotado matiz.

Da memória desprendem-se nomes, intactos, cada um com sua devida importância, com seu lugar numa história de vida: Nelson, Nieta, João Lins Caldas, Mário, Solon, Rita, Renato Caldas. Lembrar também cansa. Exercício que arrasta o inútil de abstrações que não levam a lugar nenhum. Vive-se de Vida. Nunca ouvi dizer o contrário. Recordações são cinza fria nos lábios, representações de somenos. Nonadas.

Na vasilha de ungüento restou um pouco de sal. Na despensa apenas um tanto de óleo sagrado, suficiente para untar o corpo baço, pleno de ranhuras, pontilhado de sardas e de outras manchas outorgadas pelo caminhar em agrestes rodagens. A sobrevivente antecipou o luto.

Resta o aguardo. Mulheres de pescadores, azuis, como na tela de Picasso, na praia, ansiando o nome dos desaparecidos. Os quadros, desbotados, quietos, na parede.

Alguém sabe de alguma profecia, que falasse, assim, de uma imperatriz exilada, vinda de um país distante onde as montanhas, no raiar do dia, espreguiçam-se entre a névoa e um exuberante verde? Alguém, ao dizê-la, estancaria a nascente viril de um desespero sem lágrimas: o meu. Alguém? Alguém....

Postado por Fernando Caldas

domingo, 28 de novembro de 2010

"PAZ PARA O RIO"

TELAS DE *CECÍLIA BARBALHO

*Cecília Barbalho é artista plástica açuense, parnamirinense por escolha.
A vida nos faz amadorecer, já diz o adágio popular, é no sofrimento que nos tornamos fortes! fiz uma avaliação forte e profunda sobre a política assuense, cheguei a uma conclusão: lutar... insistir... pessistir... e nunca desistir... na próxima eleição terá 15 vereadores na câmara! é chegada a hora da mudança e da renovação! elaborei 11 propóstas para o estado do Rio grande do norte: agora chegou a hora de reelaborar essas propóstas para o povo da terra dos poetas!
Escrito por juscelinofranca

A POESIA OCULTA DE OTHONIEL MENEZES1

Ilustração deste blog. Fotografia: Do blog Glosando o mundo...

Celso da Silveira2

Othoniel Menezes (1895-1969), cognominado “príncipe dos poetas norte-rio-grandenses”, autor de meia dúzia de livros de poemas, a maioria de sonetos, imortalizou-se, entretanto, pela canção que se popularizou com o nome de “Praieira” ou “Serenata do pescador”, musicada por Eduardo Medeiros, um músico autodidata que não ficou esquecido graças a essa “pérola do amor” que é o poema de Othoniel.
Othoniel viveu uma vida nômade a partir de tenra idade, sendo vítima de infortúnios mais de que de aventuras. Menino, teve de se deslocar da terra natal para o sertão seridoense feito carga em lombo de animal, fazendo uma retirada ao inverso, num comboio de burros, quase imitando a fuga de Jesus para o Egito, para salvar-se. Sofrera, ainda no ventre materno, os efeitos da bexiga contraída por sua mãe na gravidez e foi acometido de varíola com menos de dois anos de idade. Foi servidor público mal remunerado, carregou uma velhice de pobreza até o extremo de precisar da ajuda de amigos e do Lions Clube de Natal, quando residia, quase esquecido e doente, à rua Correia Teles, Cidade Alta, em Natal, onde nos idos da década de 1950, como repórter de A República, fui entrevistá-lo por conta da repercussão de suas necessidades para sobreviver, denunciadas na Assembléia Legislativa pelo então deputado Túlio Fernandes.3 Foi a partir desse momento que conheci o Othoniel Menezes amargurado, que fora amigo do meu pai – João Celso Filho4 – em Assu, quando ali esteve à frente da Mesa de Rendas Estaduais. Othoniel contou, na entrevista, que o seu livro Sertão de espinho e de flor, premiado com a publicação por força de uma Lei Estadual5 há cerca de doze anos, só fora editado pelos esforços e boa vontade do diretor da Imprensa Oficial, e também poeta Antônio Pinto de Medeiros, mas censurava muito a qualidade do papel em que foi impresso – papel jornal.
Esse livro não deve passar sem uma reedição, porque constituiu a obra poética mais importante do autor potiguar. É um canto ao “sertão selvagem de Euclides”, como ele preconizou numa sextilha septissilábica no Canto I, um documento testemunhal de uma época no interior do estado nordestino, um trabalho de antropologia cultural, a descrição de costumes, práticas e comportamentos sertanejos, num Rio Grande do Norte primitivo e rude, palmilhado apenas por cascos de animais. Sertão de espinho e de flor, guardadas as devidas proporções e a geografia do espaço onde se desenrolam as cenas e situações enfocadas, eu diria que equivale à Ilíada e mesmo o situaria como nossa divina comédia.
Mas, não é o Othoniel Menezes do Jardim tropical (1923), da Canção de montanha (1955) e do Sertão de espinho e de flor, (1952) que trago para este registro de sua obra. Aqui desejo revelar um Othoniel  ocultado, desconhecido, ignorado, insuspeitado, salvo revelar presença de espírito de João de Oliveira Fonseca (1917- 1989), seu colega, como funcionário da construção da Base Americana de Parnamirim e, como poeta, um assuense que voltou à terra natal para jamais abandoná-la até à morte. Aqui me refiro ao Othoniel Menezes fescenino, pornográfico, proibido, indiscreto, impublicável.
O poeta João Fonseca é autor da trova que anda nas antologias dos trovadores nacionais: “Amor é ver mordidura / de aranha caranguejeira / se não mata a criatura / aleija pra vida inteira”. A esta trova Othoniel respondeu:

Diz Fonseca – A Terra inteira 6
não és Tu, Deus, quem governas!
É a aranha caranguejeira
que a mulher tem entre as pernas.

A verdade que isto encerra
nada tem de ímpia ou estranha
o Sol, que domina a terra
tem a forma de uma aranha!

Othoniel, cujo convívio tive o privilégio de privar, juntamente, ao de Jayme Wanderley (outro grande poeta esquecido, autor de Espinho de jurema, partícipe da turma de Jorge Fernandes e Cascudinho, em 1928), sempre se revelou uma pessoa sofrida, magoada, amargurada e descontente com a sua pobreza.  Orgulhoso
de sua obra poética, como ser humano não se dobrava a ninguém para pedir o que quer que fosse. Em sua passagem pela construção da Base, alguém observou que ele vestia uma camisa com o colarinho puído7 e ele não demorou na condenação ao observador maledicente:

A camisa rota, oh corno
e tal qual só você viu
foi de uma foda no torno
com a puta que lhe pariu...

E segue:

Ninguém deve ser julgado
pela camisa que veste:
mesmo bem encadernado
sacana é coisa que preste?

Melhor é andar maltrapilho
viver-se do que se ganhe
do que, cafetão e não filho,
luxar com o suor da mãe...

Ouve agora a eterna lei:
todo de seda ou no enxurro,
um poeta é sempre um rei
– e um burro é sempre um burro!.

Na Base, em 1943, parece que Othoniel era apenas um burocrata encarregado de preencher as requisições de materiais solicitados pelos engenheiros ou mestres-de-obras. Nessa época era funcionário da Base, o jovem Gumercindo que, segundo informação de João Fonseca, era o próprio Gumercindo Saraiva,8 que se tornou pesquisador, escritor, musicista, folclorista, ensaísta, autodidata que pertenceu à Academia Norte-Rio-Grandense de Letras e faleceu tocando seu instrumento predileto – o violino (1915- 1988), porque Gumercindo, como encarregado do depósito de material, espécie de almoxarife, às vezes fazia restrições aos pedidos preenchidos pelo poeta. Certa vez Othoniel foi cáustico com o outro:

Cagando mais do que come,
só tem um jeito você:
substituir, no seu nome,
a inicial por um “C”!

E esta outra quadrinha:

Se merda entrasse na obra,
Gumercindo, abrindo o tampo,
forneceria, com sobra,
cimento pra todo o Campo.

16.02.43

Dessa mesma fase há algumas quadrinhas em que o poeta fustiga, causticamente, as figuras que não se enquadravam na sua empatia afetiva. Não há história a contar, mas as duas quadras que seguem fazem sentido por si mesmas, mostrando que o poeta não suportava os erros matemáticos do colega:

Beata velha xibiu,
cu velho birrento e arcaico,
em que compêndio é que viu
metro ao cubo de mosaico?

Pomboca não multiplica!
Fruta velha não dá goma!
Diga se foi com tal pica
que andou brochando esta soma!

Mas, a face maldita do poeta de “Praieira” não estancou aí. Parece que ele estava com furor mórbido para condenar Deus e o Diabo na terra do Sol. No rol dos colegas, na Base de Parnamirim, só Fonseca foi poupado. Quem fizesse qualquer restrição, ou tecesse comentário desairoso ao trabalho de Othoniel, sofria as conseqüências do seu tacape arrasador. Por esse mau pedaço passou um certo “censor”, sobre quem ele aconselha a assumir a mesma atitude de Apeles – não passar dos sapatos. Vejam só:

Suas funções não confunda,
dos seus tamancos não desça,
– você só pensa com a bunda,
só caga pela cabeça!

Pobre de quem o poeta não simpatizasse. Contra esses, ele usava sua verruma afiada, sem meias palavras, como um ditador absoluto usa seu poder exterminador:

A ensinar-lhe higiene, eu entro
com um conselho em que insisto:
abra o cu e escarre dentro
que ele só serve pra isto.

Aí está um outro Othoniel Menezes, “príncipe” da pornografia – uma poesia mal compreendida no RN, onde nem sempre a intelectualidade está informada de estudos muito sérios de autores responsáveis que pesquisaram poetas greco-romanos e latinos da antiguidade clássica, sem falar no poeta Manoel Maria Barbosa du Bocage, neles detectando palavrões da fala do povo, como “pica”, “corno”, “greta”, “puta”, “teta”, ou não leu em Eça de Queiroz a descrição de uma cena de minete, ou desconhece um poeta da seriedade de Carlos Drummond de Andrade, algumas vezes indicado para Prêmio Nobel de literatura, que tem um poema intitulado “A língua lambe”9, recentemente publicado no jornal “Folha de São Paulo”, em que faz a apologia da língua como instrumento sexual.
Como nota final, acrescento: Othoniel Menezes, Jayme Wanderley, Meira Pires10 e eu, todas as manhãs, a partir de 9 horas, em 1952, reuníamo-nos em torno de uma mesa do Tabuleiro da Baiana, à Praça Augusto Severo, servidos pelo garçom Fumaça, para cafezinhos e conversas. Eu estava com o livro de estréia no prelo da Tipografia Vilar, na atual rua Câmara Cascudo – 26 Poemas do Menino Grande11 – e ele me estimulou muito a escrever.
Visitou, com Jayme – que a gente chamava “Poetajeime” -, a tipografia para acompanhar a composição, impressão e confecção do livro.
Tanto ele quanto Jayme fumavam um cigarro atrás do outro, às vezes acendendo o novo cigarro com a ponta do que acabavam de fumar. Escondia suas privações, mas não podia esconder a amargura de não ter um lugar ao Sol e não ter sido contemplado com uma situação econômica que o livrasse das dificuldades financeiras porque passava.
Othoniel e Jayme tiveram suas musas inesquecíveis, cuja memória era sempre evocada por eles: Maria, de Othoniel, e Miriam, a primeira esposa de Jayme.

Notas

1 Matéria publicada no jornal O Poti edição do dia 27 de outubro de 1991, um domingo. OM, em casa, nunca proferiu uma palavra chula, obscena, pornofônica. Era exigente com os filhos, nesse aspecto. “Fresco” e/ou “veado”, na sua boca, no lar, não passava de “pederasta” – e olhe lá!
2 Celso Dantas da Silveira (Assu/RN, 25.10.1929/Natal-RN, 02.01.2005). Jornalista, professor, ator teatral, poeta, escritor, editor e boêmio. Escreveu ou organizou dezenas de livros. Seu maior sucesso editorial – considerado até os dias de hoje como o maior best-seller potiguar, com quatro edições (uma delas, a última, não autorizada pelos herdeiros) - foi Glosa glosarum, uma coletânea de glosas fesceninas por ele organizada. Celso, ainda que fosse um ótimo poeta moderno, não escrevia glosas (décimas). Era, sim, um construtor de motes deliciosos, provocando os glosadores. O “gordo Celso” – como lhe chamavam os amigos – era prodigioso causeur. Bebia bem e comia ainda melhor, alegre, amigo, brilhante. Foi casado com a inesquecível poetisa Myriam Coely de Araújo (ver nota 79, em A canção da montanha).
3 Túlio Fernandes de Oliveira. Bacharel em Direito e político, filho do poeta e magistrado Sebastião Fernandes, sobrinho de Jorge Fernandes. Casado com a educadora e jornalista Chicuta Nolasco Fernandes. Foi deputado estadual em vários mandatos.
4 João Celso Filho morreu na Fazenda Limoeiro, de sua propriedade, em 14 de novembro de 1943, no Assu-RN. Advogado, professor, proprietário rural, dramaturgo, contista, orador e poeta. O edifício do Fórum, em Assu, tem o seu nome. Fazia glosas fesceninas.
5 Lei Estadual n. 145, de 1900, já citada.
6 João Fonseca, durante décadas, guardou os fesceninos do amigo, ciosamente. O autor destas notas os leu a primeira vez, em Assu, em 1957.
7 Publicada em vários jornais do Estado (RN), uma crônica do autor destas notas revela detalhes do acontecimento:

A CAMISA DO POETA

No tempo da guerra, muita gente se empregou em “Parnamirim Field”. Dentre esses pioneiros burocratas – recrutados, diziam, sob o olhar atento do pastor batista doutor Mateus, tido como coronel da inteligência da
USAF –, estavam Othoniel Menezes, o poeta da “Praieira”; “seu” Galvão, pai do professor Cláudio Galvão – este, escritor e pesquisador emérito; Deoclécio Sérgio de Bulhões, homeopata, homem boníssimo e caridoso que mais tarde seria vereador em Natal, por muitas legislaturas; Agenor Ribeiro, depois empresário; Rômulo “Minha gata” que, deixando Parnamirim, foi para o Banco do Brasil; Emanuel Rivadávia, também, posteriormente, servidor do BB, no México e nos Estados Unidos. Fluente em inglês, traduziu e leu para o general Eisenhower, em 1945, um discurso escrito por Othoniel, saudando o futuro presidente dos Estados Unidos, em nome do pessoal civil da Base. Misturando-se a essa boa gente, para lá também acorreram alguns “artistas” do Grande Ponto, filhinhos de papai, arranhando inglês, charlando, dançando fox no Aero, bodando na praça Pedro Velho.
Na sopa (ônibus), guiada por “Charuto”, negão forte e valente, embarcava o pessoal na Pracinha (“Pedro Velho”, hoje “Cívica”) e embiocava na “Parnamirim Road”, a “Pista”. Fazia pit stop no portão da Base, ia em frente e deixava os “porcos” no Post of Engineers. “Porco”, era o apelido dado aos funcionários subalternos, operários, que viajavam nas carrocerias dos caminhões – alcunha que depois se generalizou.
De Natal à Base, no ônibus, não viajando criança ou mulher – o que era raro – a esculhambação era grossa. Vida alheia, anedotas cabeludas, acenos para as peniqueiras no trajeto, algazarra, esbórnia total.
Othoniel Menezes, arredio, desconfiado, da raça irritável dos poetas, como afirmava Virgílio, somente com os mais íntimos trocava piadas. Era sofrido, pobre – mas, altivo, culto e probo. Jornalista de renome, secretário do jornal A República, amigo de Café Filho, socialista, admirador de Luiz Carlos Prestes, escrevera em 1935, praticamente sozinho, o jornal A Liberdade. Tachado de “comunista”, passou quase três anos na cadeia. Em Parnamirim, não ligava para o apelido de “Ipecacuanha” (tinha mania por chá caseiro!).
Deu o troco ao autor da proeza, o colega Deoclécio Bulhões, caridoso esoterista e homeopata, que tinha uma imponente trunfa: sapecou-lhe a alcunha de “Professor Bendengó”! Prudente, o vate guardava distância dos “artistas” do Grande Ponto, alguns deles, até, filhos de amigos e parentes.
O diabo, porém, atenta! Quando não dá o ar da graça, de corpo presente, manda um secretário. Um belo dia, na rebarba de uma daquelas algazarras, do fundo do coletivo, ouviu, clara e maliciosa, a acaçapante e maldosa agressão: “Othoniel, poeta da camisa rasgada!”
Vilipendiado, trêmulo, em cima da bucha, levantou-se e partiu pra briga. Era homem de coragem comprovada. Não conseguiu chegar à patota. Os amigos não deixaram. A cotiada camisa que vestia, cerzida e passada, engomada, pelas mãos da sua Maria, era tão-só o espelho da sua pobreza respeitável e resignada. Não lhe pisassem! Não conseguiu identificar o autor da agressão gratuita. Nunca soube quem foi, nunca lhe disseram.
Minutos depois, já no Post of Engineers, ainda pálido, calado, à vista dos companheiros solidários, sentou-se à mesa e, a manuscrito, em letras garrafais, numa folha de cartolina made in USA – depois afixada no Quadro de Avisos – fulminou o gaiato:

A camisa rota, oh corno,
e tal qual só você viu,
foi de uma foda no torno
com a puta que lhe pariu!

“Ipecacuanha”, então, esboçou um acanhado sorriso para o futuro vereador – o “Professor Bendengó” – e encerrou, para sempre, “o assunto”.
8 João Fonseca e Celso da Silveira enganaram-se. O “alvo” de OM não era, à época, o futuro escritor e musicólogo. O Gumercindo era outro, sujeito muito gordo e avermelhado, chefe dos bombeiros encanadores) do Posto de Engenharia da Base Aérea. Sobre Saraiva, ver nota, em Sertão de espinho e de flor.
9 O poema de Drummond: “A língua lambe as pétalas vermelhas/ da rosa pluriaberta; a língua lavra/ certo oculto botão, e vai tecendo/ lépidas variações de leves ritmos./E lambe, lambilonga, lambilenta,/E lambe, lambilonga, lambilenta,/a licorina gruta cabeluda,/ e quando mais lambente, mais ativa,/ atinge o céu do céu, entre gemidos,/ entre gemidos, balidos e rugidos/ de leões na floresta, enfurecidos”.
10 Inácio Meira Pires (Ceará-Mirim/RN, 15.03.1928-Natal/RN, 18.11.1982). Ator e teatrólogo. Diretor, por longos anos, do então Teatro Carlos Gomes, em Natal. Mudou o nome da casa de espetáculos para Teatro Alberto Maranhão. Participou do Conselho de Cultura do Estado e da Academia de Letras. Por breve tempo, chegou a ser diretor do Serviço Nacional de Teatro.
11 Publicado em 1952, com impressão da Tipografia Vilar, Natal.
 
(Nota do blog: Agradecemos ao poeta e cronista Laélio Ferreira (filho do grande bardo Othoniel Menezes), pelo envio do belo texto transcrito acima que, certamente, engrandece a história da literatura potiguar). 
 
Fernando Caldas

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

SAUDADES DO ASSU

Meu caro Fernando Caldas.

Saúde e Paz!

Somente agora li o seu comentário, postado na coluna que tenho lá no Jornal da Besta Fubana. E fazia tempo que não visitava a sua excelente página da Web. Atualmente, fugindo do calor em Natal, estou na praia de Enxu Queimado, em Pedra Grande, aceiros do Mato Grande, onde tenho uma casa. Por cá, com mais sossego, ultimo uma revisão final do volume "OTHONIEL MENEZES - Obra Reunida", que, há anos, zelosamente organizo, seleciono e anoto - um "calhamaço" de quase mil páginas, editado pela UNA, de Marize Castro. Não sei se vossa mercê já leu a biografia do meu Poeta, escrita por Cláudio Galvão (houve, apenas, um pré-lançamento).

Nesse trabalho, Cláudio - até com o meu auxílio - descreve a passagem de Othoniel pelo Assu, dando conta das amizades que por lá fez. Quanta gente boa e inteligente, meu caro!

Quando, pela vez primeira, fui a sua terra, a serviço, ainda um adolescente, Papai me recomendou aos amigos que tinha deixado. Fui tratado como um príncipe, paparicado até. Walter Leitão, Dona Clarisse, João Fonseca, Xisquito, dona Maria Eugênia, o insubstituível João Lins Caldas - muita gente amiga e fraterna. Por outro lado, no que tange à boemia, pintei e bordei: me danei pro "Gango", pras vaqueijadas (eram tão diferentes das de hoje!), fiz grandes amizades. Não dispensava, ainda, uma boa cerveja gelada, nos escondidos do Mercado, uma jogatina dos diabos e eu só cubando , na boníssima companhia de João Fonseca e Renato Caldas (sentado, ele, numa "poltrona" de sacos de farinha!). E esse povo todo, Fernando, do seu bom sangue.

Saudades!

Em Brasília, auditor do TCU, sempre dava um jeito de vir à Jerimunlândia, programando as inspeções para passar no Assu (dando uns carões em Walter Leitão, desleixado e querido Prefeito). Nessa época, um primo (do lado materno) era gerente do Banco do Brasil, Nílson Segundo, e eu dava, sempre, um jeito de demorar no Vale...

Hoje em dia, vagabundando, viajando sempre pras bandas de Mossoró, nunca mais entrei no Assu. Não há mais motivação: foram-se todos, ou quase todos, para o Azul...

C'est la vie, meu caro.

Abraço afetuoso do admirador,

Laélio Ferreira

PENSAMENTOS FILOSÓFICOS

Fotografia: Esquerda para direita: O poeta potiguar João Lins Caldas e o renomado romancista brasileira autor do romance intitulado de "A Mulher Que Fugiu de Sodoma". Rio de Janeiro, 1930.

Oh vida! Os teus milagres nem sempre são doçuras, mas não me des tanto, Tanto! Não me des tanto, tanta amargura.

Saio de mim e, às vezes me procurando. Perdão se me acho e assim às vezes fora de mim.

Cantai lindo pássaro. Cantai amorosamente a vossa alegria. Assim que se é pássaro.

A vida incide aflitivamente a . É a concessão irrefreável.

Com esses olhos grossos de chuva eu quero chorar.

Errar é comigo. Nunca acerto convosco.

A gaiola da vida tem muitos pássaros. às vezes carrega pássaros mortos. E cantos fúnebres nos vagões dos pássaros.

Febre há. Bem dentro da minha febre.

Autor: João Lins Caldas

Postado por Fernando Caldas

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

ASSU ESTREIA CONTRA O ALECRIM NO ESTADUAL 2011

A Federação Norte-riograndense de Futebol (FNF) anunciou oficialmente o regulamento e a tabela do Estadual 2011. O campeonato será disputado em dois turnos: O 1º turno será denominado Taça Cidade do Natal e o 2º turno será a Copa Rio Grande do Norte, com o campeão da Taça Cidade do Natal 2011 sendo declarado, automaticamente, o primeiro representante do Rio Grande do Norte na Copa do Brasil 2012.

Integrarão o Campeonato Estadual de Futebol 2011 as seguintes associações: ABC, Alecrim, América, Potiguar (Mos), Baraúnas, ASSU, Corintians, Santa Cruz, Centenário Pauferrense e o representante da 2ª Divisão de profissionais de 2010.

A primeira rodada será no dia 30 de janeiro e ASSU estreia jogando contra a equipe do Alecrim no estádio Edgarzão, às 17h.

Escrito por Alderi Dantas

GALINHOS, RN

Foto: Thyrone Barbosa Domingos
in Olhares

(Do blog Balaio Porreta 1986)
Postado por Fernando Caldas

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...