domingo, 3 de abril de 2011

Um Navarro lembrado, outro esquecido

Yuno Silva - repórter

Incompreendido ou avançado demais para sua época, Newton Navarro continua vagando pela desmemoriada Natal na forma de painéis e poemas. Considerado o “poeta da cidade”, alcunha pela qual ficou conhecido entre os intelectuais que circularam pela capital potiguar nos idos dos anos 1950 e 60, o artista plástico, poeta e escritor será lembrado no evento “Navarro na Veia”, promovido pelo Departamento de Letras da UFRN nesta quinta-feira, às 9h, no Auditório B do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes – CCHLA.

yuno silvaMural de Newton Navarro escondido numa eletrônica na Ribeira, onde no passado funcionou a confeitaria Nova Delícia. O dono da loja, José Moreira, sabe da importância da pintura e tenta preservá-laMural de Newton Navarro escondido numa eletrônica na Ribeira, onde no passado funcionou a confeitaria Nova Delícia. O dono da loja, José Moreira, sabe da importância da pintura e tenta preservá-la
Na ocasião, haverá mesa redonda com presenças do artista plástico Dorian Gray Caldas, contemporâneo de Navarro (1928-1991), do editor e sebista Abimael Silva, e do professor do Departamento de Artes da UFRN Vicente Vitoriano, que publicou tese de doutorado sobre o homenageado; mais lançamento de três títulos reeditados pela Sebo Vermelho Edições – “Beira-Rio” (1970), “Do outro lado do rio, entre os morros” (1974) e “ABC do cantador Clarimundo”. A programação também inclui recital de fragmentos poéticos de Navarro interpretados pelo professor e ator Val Dias, a presentação musical com Carlos Bem, que canta Natal em seu recente disco “Anjo do Sol”.

Falecido há exatos vinte anos, precisamente no dia 18 de março de 1991, Navarro deixou um legado artístico pouco conhecido pelos natalenses: “As pessoas conhecem a ponte Newton Navarro, a galeria de arte (na Funcarte), mas não o artista. Há um certo descaso das instituições com nossa memória”, disse a professora Cellina Rodrigues Muniz, do Departamento de Letras da UFRN, que coordena o evento “Navarro na Veia”. “É impossível prever os desdobramentos a partir desse evento (‘Navarro na Veia’), mas esperamos que, a partir do relançamentos de seus livros, ele possa ser mais lido”, disse Muniz.

Casado com a professora de artes Salésia Navarro, também falecida, Newton deixou um único herdeiro, Edson Moura, sobrinho do casal que está viajando, segundo informou o editor Abimael Silva: “Edson me autorizou a reeditar os livros, que estavam todos esgotados. Ninguém contou a cidade como Navarro, e era um sonho antigo meu relançar estes livros”, disse Abimael – cada título ganhou apenas 200 exemplares.

Artista cosmopolita e boêmio, Newton Navarro ainda pode surpreender incautos que desconhecem o valor de sua obra, e seus traços inigualáveis podem ser encontrados onde menos se espera. Na face mais esquecida da cidade, a TRIBUNA DO NORTE encontrou um desses tesouros: por trás do Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão, na Ribeira, na antiga confeitaria Nova Delícia, onde hoje funciona a Eletrônica Nacional, em meio a uma pilha de televisores quebrados, mais um painel com o traço inconfundível do artista. “Sei da importância desse trabalho, já pintei toda a loja mas deixei o painel intacto”, disse José Moreira, 59 anos, proprietário da eletrônica. “Veja só que bonito: bacalhau, vinho do porto, o violeiro... estou querendo cortar estas estantes para mostrar melhor a pintura”, disse Moreira, espécie de guardião da obra. Ele alugou o prédio há cerca de sete anos, e contou que Navarro tomou muitos porres quando a confeitaria funcionava no local, há mais de 20 anos. Na parede em frente, outro tesouro: um painel em baixo relevo do artista Jordão, contemporâneo de Navarro e autor do painel que enfeita a fachada do Centro de Convenções. A confeitaria pertencia ao português Olívio Domingues, fechada após seu falecimento.

Dorian Gray, o amigo e o restaurador

“Fui companheiro de Newton Navarro nos anos 1950, realizamos, junto com Ivon Rodrigues, a primeira exposição modernista de Natal em uma galeria que funcionava na sede da Cruz Vermelha no Grande Ponto”, lembra o artista plástico Dorian Gray Caldas, 81. “Vinha de uma escola clássica, influenciado pelo meu tio Moura Rabelo, mas já começava a fazer experiências deformando a realidade. Foi o início do flerte com o modernismo. Não queria ficar só nisso, então comecei a investir no abstracionismo. Levei para a exposição quadros com paisagens lunares e Navarro obras impressionistas”, lembra.

Segundo Dorian , esse foi o primeiro salão de arte moderna de Natal. Mas ele e Navarro repetiram a dose em 1952, quando realizaram a exposição “Divina Providência”, também no Grande Ponto: “A partir desta exposição, que gerou grande repercussão na época, as pessoas começaram a prestar atenção na arte moderna produzida na capital potiguar”, contou. Caldas ainda lembrou da presença marcante dos cartunistas Erasmo Xavier e Adriel Lopes, dois nomes que alavancaram o modernismo em Natal. Dorian Gray comemora a recente recuperação de quatro painéis instalados no Campus Central do IFRN: “A restauração foi feita em cerca de 80 metros quadrados de painel. Navarro foi o artista mais penalizado daquela época, pois boa parte de seus trabalhos eram feitos sobre papel (material considerado frágil, perto das telas própria de pintura) e painéis em paredes, então muita coisa se perdeu”, lamenta. Dorian Gray tem vasto acervo de Navarro, entre fotografias, aquarelas, desenhos e bico de pena.

Em 1994 foi realizada a mais significativa exposição sobre o artista, a mostra Navarro Navarrear, na Funcarte. No ano passado, o Sesc promoveu uma exposição com telas e gravuras do pintor.

Fonte: Caderno Viver - Tribuna do Norte

A FORÇA DA POESIA FESCENINA



Existe uma literatura que não pode aparecer em lugares que exijam certa contenção ou recato, pois o comportamento e a etiqueta de algumas pessoas não aceitam conhecê-la, fazer sua leitura e muito menos ouvi-la. Decerto por isso, o norte-rio-grandense Oswaldo Lamartine de Faria, quando da primeira edição de Uns Fesceninos (Rio de Janeiro, Artenova, 1970), na coleção “Erotika lexicon”, avisava que seu livro era “publicado especialmente para bibliófilos e colecionadores em edição fora de mercado”. As manifestações dessa literatura tanto se veiculam em poesia quanto em prosa, sabendo-se embora que a poesia fescenina tem maior ocorrência do que a segunda, porque a rima é de mais fácil memorização e divulgação.

Um mote bem-sucedido que leva a determinada estrofe fica martelando na cabeça de espectadores ouvintes e poetas que apreciam as diferentes modalidades da poesia popular, estando a poesia fescenina aí incluída. Para que alguém verseje sobre atos cotidianos que desafiem o pudor, que desvelem o escondido da genitália e que exponham situações do ridículo humano, basta que esteja em ambientes coletivos principalmente, na rua ou no bar, na cidade ou no mato, onde quer que ocorram flagrantes que desenredem o novelo popularmente satírico e criativo dessa poesia.

A segunda edição de Uns Fesceninos saiu em 2008 no Recife, pela Bagaço, organizada pelo poeta e professor pernambucano Carlos Newton Júnior. Reproduzida em fac-símile diretamente da primeira, a partir de um exemplar que continha anotações feitas minuciosamente à mão por Oswaldo Lamartine. Envolvendo parte da produção norte-rio-grandense do gênero, deste livro participam 17 poetas com breves contribuições, pequenos poemas quase todos acompanhados de um relato em forma de causo, para ilustrar o acontecimento que deu origem aos versos. O tom é invariavelmente jocoso, gozador, sem papas na língua ou sem peias no lápis de quem os criou.

Os poetas que praticam a poesia fescenina glosam sobre situações as mais inusitadas. Há o caso de um delegado que queria empastelar um jornal interiorano, quando alguém da redação escreveu circunstancialmente num papel qualquer em forma de paródia “Liberdade! Liberdade!/ Onde estás, fela da puta?” O autor do desabafo foi preso pelo delegado da cidade, um sujeito que atendia por Aguiar, e logo após o poeta Damasceno Bezerra cometeu estes versos em cima daquele mote: “Não sei, ao certo, a verdade,/ Do fato como se deu./ Sei que Mesquita escreveu:/ Liberdade! Liberdade!/ E, por infelicidade,/ Um guarda-civil recruta/ Vai entrando, à força bruta,/ Sem nada o interceptar,/ Chamando por Aguiar:/ Onde estás, fela da puta?” A encomenda de um bodegueiro para conter e prevenir os seus devedores resultou na quadrinha de Jayme Wanderley: “Para não haver transtorno/ Aqui neste barracão,/ Só vendo fiado a corno,/ Filho da puta e ladrão.” Os versos anônimos de um ex-detento permitem que ele se vingue impiedosamente do juiz que um dia o condenou. A autoridade funcionava como barbeiro nas horas vagas, mas um barbeiro especial: “Eu afirmo e dou-lhe fé/ com toda convicção:/ Já tem outra profissão/ o juiz de São José./ Tosou Maria José,/ raspou-lhe as beiras da greta,/ por causa dessa faceta,/ é que todo mundo diz,/ que ele, além de juiz,/ é barbeiro de boceta.”

A morte não é levada a sério por alguns poetas. No cotidiano, de resto, pode-se comumente observar pessoas rindo em velórios, bebendo cachaça, fumando e arriscando um namoro. O poeta José Areias, numa roda de cachaça, ouviu de um dos boêmios presentes uma quadra de outro poeta, Américo Falcão: “Não há tristeza no mundo,/ Que se compare à tristeza/ Dos olhos de um moribundo,/ Fitando uma vela acesa”. Areias arrematou com esta quadrinha infame: “Não há tristeza no mundo,/ Que se compare à tristeza/ Do sujeito olhar um fundo,/ Sem ficar de vela acesa”. A última estrofe do soneto “Enterro do pecado”, de Abner de Brito, sugere um rito profano ao comparar o corpo da mulher a um cemitério no qual, numa metafórica sexualizada, será enterrado o pecado: “Abre os teus braços, mata-me desperto,/ Se tens no corpo um cemitério aberto,/ Vamos fazer o enterro do pecado…”.

A condição do pobre, jamais esquecida em poesia, inspirou os versos de Renato Caldas a partir do mote Se merda fosse dinheiro/ Pobre nascia sem cu!: “Talvez não tivesse cheiro,/ Servia de brilhantina./ Ninguém cagava em latrina/ Se merda fosse dinheiro./ Todo mundo era banqueiro!/ Sanitário - era baú,/ Porém aqui no Assu,/ A terra do interesse,/ Se tal coisa acontecesse/ Pobre nascia sem cu…”. O mesmo Renato Caldas, desejando publicar um livro, soube da presença do jornalista Carlos Lacerda em visita ao Rio Grande do Norte, no início da década de 1950. Lacerda estava a promover a campanha contra a seca nordestina “Ajuda teu irmão”, e o poeta aproveitou para sapecar a estrofe: “Seu doutor Carlos Lacerda/ Já que inventou essa merda/ De Ajuda a teu irmão,/ Publique Fulô do Mato,/ Ajude ao velho Renato,/ Poeta lá do sertão…”.

Ainda que seja feita de palavrões, irreverência, sátira e ataque ao duvidoso bom gosto pequeno-burguês, essa poesia continua a transitar de boca em boca, atravessando gerações, cidades e países. Seria difícil alguém imaginar que, por trás da seriedade de um Manuel Bandeira ou de um Carlos Drummond de Andrade, havia os cultores de versos altamente eróticos, sem excluir cargas do obsceno e do pornográfico. Mais recentemente, na obra de um Glauco Mattoso, encontra-se toda uma literatura vinculada ao calão fescenino. Mesmo os que hipocritamente se voltam contra e olham de viés construções desbocadas e chulas, motes lascivos e às vezes impróprios, se tiverem oportunidade, certamente vão conferir e se deleitar sozinhos com o proibido estampado em versos que a musa popular facilitou e ditou aos seus poetas.

Fonte: Jornal da Besta Fubana

sábado, 2 de abril de 2011

Assembléia

As Assembléias Legislativas do Brasil foram criadas em 1834, por força do Ato Adicional à Constituição do Império. Nessa época, o País vivia sua primeira experiência federativa, em função do caráter descentralizador que marcou a fase inicial das Regências.

Com o advento da República, as Assembléias Legislativas das Províncias foram rebatizadas com o nome de Assembléias Legislativas Estaduais.

A Assembléia Legislativa representa as aspirações, as necessidades e a vontade da sociedade. Conhecida como a casa do povo, a Assembléia Legislativa é o Poder responsável pela elaboração das Leis Estaduais, competindo-lhe fiscalizar os atos do Poder Executivo e zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes.

A Assembléia da Província do Rio Grande do Norte foi instalada a 02 de fevereiro de 1835, e sua sede teve vários nomes:

• Em 1835 – Assembléia Legislativa Provincial
• Em 1891 – O Poder Legislativo
• Em 1892 – Congresso Legislativo
• Em 1898 – Manteve-se Congresso Legislativo Estadual ou Congresso Estadual
• Em 1948 - Palácio Amaro Cavalcanti
• Em 1971 – Palácio José Augusto


Passos da Assembléia Legislativa
• Em 02/02/1835 – Instalou-se na Câmara Municipal
• Em 18/09/1947 – Avenida Getúlio Vargas
• Em 15/08/1963 – Mudou-se provisoriamente para um prédio situado à praça André de Albuquerque, propriedade do Sindicato dos Contabilistas. • Em 28/03/1967 – Transferiu-se para a rua Jundiaí, ocupando amplo e moderno edifício do Instituto de Previdência do Estado (IPE).

No dia 31 de Janeiro de 1983, o Deputado Carlos Augusto Rosado, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte, com os demais deputados da 9ª Legislatura, inauguraram as instalações da nova sede do Palácio José Augusto. Governava o Estado nesse período, o Sr. Lavoisier Maia Sobrinho.
O Poder Legislativo Estadual era composto pelos seguintes Senhores Deputados:

• Alcimar Torquato de Almeida
• Antônio Severiano da Câmara
• Antônio Willy Vale Saldanha
• Carlos Augusto de Souza Rosado
• Dary de Assis Dantas
• Eustáquio José de Lucena
• Garibaldi Alves Filho
• Gilberto de Barros Lins
• Jeová Carneiro Alves
• José Dantas Cortez
• José Marcílio de Medeiros Furtado
• José Patrício de Figueiredo Junior
• Luiz Antônio Vidal
• Manoel Montenegro Neto
• Marcio Djalma Cavalcanti Marinho
• Nelson Queiroz dos Santos
• Onésimo Fernandes Maia
• Otávio Osvaldo Garcia
• Paulo Gonçalves de Medeiros
• Paulo de Tarso Pereira Fernandes
• Roberto Brandão Furtado
• Ruy Pereira Júnior
• Theodorico Bezerra
• Vivaldo Silvino da Costa

Após vinte anos de uso, inaugurou-se a ampliação da sede do Poder Legislativo no dia 11 de Dezembro de 2002, na 57ª Legislatura o Deputado Álvaro Dias – Presidente da Assembléia. Ampliou as antigas instalações de 2.800 para 9.600 metros quadrados de área construída.

Atualmente o novo prédio conta com gabinetes Parlamentares, gabinetes para a Presidência, 1ª Secretaria e 1ª Vice-Presidência, instalações para as Comissões Permanentes, Procuradoria Geral, Secretarias Administrativa e Legislativa, Biblioteca, Auditório, Espaço Cultural, Salão Nobre, Salão de Eventos, sala de Multiuso, Bancos, Restaurante, Lanchonete, rampa de acesso para portadores de deficiência física, dois elevadores, e estacionamento privativo.
A mesa Diretora era composta pelos seguintes Deputados:

Presidente Álvaro Dias
1º Vice-Presidente Ricardo Motta
2º Vice-Presidente Tarcísio Ribeiro
1º Secretário Robinson Faria
2º Secretário Marciano Júnio
3º Secretário Wober Júnior
4º Secretário AlixandreCavalcanti

Em homenagem a Deputada Maria do Céu Fernandes foi criado um Espaço cultural com o seu nome.
Em 03 de outubro de 1989, foi promulgada a Constituição Estadual trabalho realizado pela Assembléia Estadual Constituinte, cuja Mesa tinha os seguintes integrantes:

Presidente – Dep. Arnóbio Abreu
Vice-Presidente – Dep. Carlos Augusto
1º Secretário – Dep. Robinson Faria
2º Secretário – Dep. Rui Barbosa
Relator Geral
Dep. Nelson Queiroz
Deputados Constituintes
Dep. Amaro Marinho
Dep. Ana Maria
Dep. Arnóbio Abreu
Dep. Carlos Augusto
Dep. Carlos Eduardo
Dep. Cipriano Correia
Dep. Gastão Mariz
Dep. Getúlio Rego
Dep. Irami Araújo
Dep. José Adécio
Dep. José Dias
Dep. Laíre Rosado
Dep. Leônidas Ferreira
Dep. Kleber Bezerra
Dep. Manoel do Carmo
Dep. Nelson Freire
Dep. Nelson Queiroz
Dep. Patrício Júnior
Dep. Paulo de Tarso
Dep. Paulo Montenegro
Dep. Raimundo Fernandes
Dep. Ricardo Motta
Dep. Robinson Faria
Dep. Rui Barbosa

Fonte: Assembléia Legislativa do RN

SOBRE JOSÉ GONÇALVES DE MEDEIROS

José Gonçalves de Medeiros era potiguar de Acari. Poeta, seminarista, advogado, orador, ensaísta, intelectual. Deu a sua colaboração literária na imprensa de Natal, João Pessoa e Recife, estudou no velho Atheneu, de Natal, e na velha Facudade de Direito do Recife. Político, deputado estadual constituinte [eleito em 1947] junto com Pedro Amorim, Abelardo Calafange, Mário Negócio, Moacir Duarte, Dix-Zuit Rosado, Aristofanes Fernandes, Ezequiel Fonseca Filho, Djalma Marinho, Silvio Pedrosa. No governo de Dix-Sept Rosado exerceu o cargo de Diretor da Imprensa Oficial do Estado. Nasceu em 1919 e morreu no desastre aviatório do rio do Sal, nas proximidades de Aracaju (SE) numa manhã de 12 de julho de 1951 (poucos meses antes teria sofrido um acidente automobilístico que vitimou o mossoroense Mário Negócio, numa viagem com destino a capital pernambucana, nas proximidades de Tacima, na Paraíba) que vitimou também o governador Dix-Sept Rosado, entre outros auxiliares e amigos daquele governante, como Fernando Tavares (Vem-Vem) e Maria Celeste Tavares (meus avós materno), da cidade de Açu. O poeta Gonçalves em 1945 teria produzido o premonitório poema sob o título "Despedida do Pássaro Morto", pois quis o destino pelo qual era perseguido, que ele morresse voando numa aeronave. Sobre ele, o jornalista Ticiano Duarte conta um episódio "espantoso e esquesito" no seu próprio dizer, que certo dia, poucos meses da morte dele, Zé Gonçalves, teria sido convidado por ele para entrar numa certa igreja do Centro do Recife ao que Gonçalves teria lhe mostrado uma inscrição tumular da seguinte forma: "José Gonçalves de Medeiros, 1908. Saudades dos seus familiares".  

Vamos conferir o referenciado poema adiante transcrito:

O vôo também é sensualidade
Estremeço e vibração de pássaro
Que possui e penetra o
espaço.
E era como se possuísse
e penetrasse a alma
do tempo.
Se eu morrer como
um pássaro
Deixo aos que me amaram, aos que
me quiseram e me
gostaram, como eu
era, o meu sempre
displicente adeus.
Estou compreendendo
que se morrer num vôo
antes de tocar a terra
do mundo, serei como
a pena do pássaro
ferido de morte.
Serei um pássaro de
fogo que vem do
céu para repousar
no seu ninho de areia.
Chorem, bebam, dancem,
riam, passeiem, pela
alma do amigo que
não foi pássaro mas
morreu como eles.


Fernando Caldas

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Natal terá apenas quatro partidas

De acordo com matéria do jornal Folha de São Paulo, as cidades de Natal, Cuiabá e Manaus receberam apenas quatro jogos da Copa do Mundo de 2014. As cidades com maior número de partidas são Rio de Janeiro e São Paulo, que deverão sediar sete jogos da competição. A capital paulista foi confirmada, apesar de ainda não ter iniciado a contrução do seu estádio (Itaquerão) como sede da abertura do Mundial. O Rio de Janeiro ficará com a responsabilidade de organizar a grande final. Enquanto isso, as cidades nordestinas que pediram apoio do BNDES, através de empréstimos, não conseguiram a liberação dos recursos. Os estádios da Fonte Nova e Castelão ainda não foram contemplados com os recursos.

Caderno Esporte - TN
NÃO É MENTIRA NÃO!



 
Nesta sexta-feira (1º de abril) a equipe de produção e jornalismo da Inter TV Cabugi desembarca em Carnaubais para filmagem do programa Minha Cidade.
Um vasto roteiro foi agendado pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo pra fazer parte das filmagens do Projeto Monha Cidade executado pela afiliada da Globo.
 Conforme  repasse ao blog pelo jornalista Carlos da Inter TV Cabugí, a equipe estará em nossa cidade nas primeiras horas desta manhã.

Escrito por aluiziolacerda

quinta-feira, 31 de março de 2011

MAIS UM POUCO DO POETA RENATO CALDAS

(Foto do arquivo de Franklin Jorge. Da esquerda: Renato Caldas (na sua modesta casa que não mais existe da Praça Pedro Velho, de Açu, e o escritor Franklin Jorge. 

O poeta assuense Renato Caldas foi um dos fundadores da Loja Maçônica Fraternidade Açuense. Participei ainda menino, do ato do assentamento da pedra fundamental da futura sede daquela maçonaria nos idos de 1968. Naquela ocasião o bardo Renato Caldas declamou o poema bíblico de sua autoria intitulado "Justo e Perfeito Preito a "Maçonaria", que diz assim:

Oh! Quão bom e quão suave
É que os irmãos vivam em união
É como o óleo precioso sobre a
cabeça, que desce sobre a barba,
a barba de Aarão, e que desce a
orla dos seus vestidos.
Como o orvalho de Hermom
que desce sobre os montes
de Sião; porque ali o Senhor
ordena a benção e a vida
para sempre.

Postado Fernando Caldas

POESIA


Uma voz eu ouvi, vinda não sei de onde,
Dizendo-me que, algum dia,
Eu faria uma viagem para muito longe.

Uma voz eu ouvi, vinda das pequenas ondas do mar,
......Dizendo-me que, eu deixaria este mundo por outro,
Esta vida, por uma vida melhor,
Esta estranha voz, agora eu sei, veio da noite,
Veio do rio, ou então, daquele sombrio cipreste, que,
Como a minha solidão, ofereço a Deus.

Walflan de Queiroz, poeta potiguar de São Miguel
(Livro de Tânia, 1963)


quarta-feira, 30 de março de 2011

BAMBAM VEM FIRME E FORTE COM TODA BICHARADA

Esta semana o pré-candidato pelo PTN Bandeirante garante que não abre mão de sua candidatura á vereador pelo município de Assú. Em bate bola ao De 8 á 80 , Bambam disse que ele é realmente o representante da classe Gay em Assú. "Eu sou sim o legítimo representante da classe Gay, lésbicas, GLS e Simpatizantes aqui em Assú. Vou lutar para que seja reconhecida aqui em nossa cidade uma entidade ligada esses que são ainda bastante descriminalizados" . Essa semana mais 2 pré-candidatos serão apresentado ao nossos leitores.

 





LULA "DOUTOR HONORIS CAUSA"

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu pela Universidade de Coimbra, o título de "doutor honoris causa". Conforme havia prometido, aquele título que recebeu "com muita honra", nas suas próprias palavras, dedicou ao seu amigo e ex-vice presidente da República José Alencar, falecido ontem (29). 


Técnicos da Petrobras visitam Cine-teatro para fazer ajustes ao projeto original de recuperação do prédio

Imagem simulada como ficará o cine depois da reforma
Nesta terça-feira, 29, uma equipe de engenheiros da Petrobras esteve no histórico prédio onde funcionou o Cine-teatro Pedro Amorim para fazer alguns ajustes que são necessários ao projeto original, para recuperação do prédio.
Em seguida, após as recomendações dos técnicos da Petrobras, servidores da Prefeitura do Assú iniciaram os ajustes para que o projeto de possa ser finalizado e o contrato de patrocínio da obra possa ter as assinaturas pela Petrobras e prefeitura.
A documentação para a restauração do Cine-teatro Pedro Amorim foi entregue a Petrobras no dia 6 de abril de 2010. Naquela época a previsão era de que as obras seriam iniciadas ainda no primeiro semestre de 2010.
A reforma do histórico espaço cultural partiu de iniciativa do prefeito Ivan Júnior, que esteve - juntamente com a deputada federal Fátima Bezerra (PT) -, na direção da Petrobras, em Brasília, para solicitar o patrocínio da Petrobras.
“Se tudo correr dentro do prazo estipulado, ainda neste semestre a verba deverá ser liberada para o início das obras”, disse o diretor do Centro Escolar de Arte e Cultura (Cenec), Gilvan Lopes, que vem acompanhando o projeto desde o início. O projeto foi orçado em R$ 1,4 milhão.
O projeto contempla a restauração da fachada do prédio, com a manutenção da arquitetura da época, ampliação do espaço interior de 98 cadeiras para 200, construção de dois camarins, sala de concentração, sala de projeção, edificação de três novos banheiros – um deles adaptado para pessoas portadoras de necessidades especiais -, completa climatização, sonorização, reforma do palco e decoração.

terça-feira, 29 de março de 2011

ZÉ ALENCAR VISTO POR PEDRO SIMON


Parte do pronunciamento do senador Pedro Simon (PMDB-RS) proferida no Congresso Nacional sobre José Alencar vice-presidente da república em agosto de 2009. Vamos conferir


“O Zé Alencar é, hoje, uma das melhores referências.  Como ser político e como ser humano.  Ser, enquanto substantivo, positivo.  Mas, que deveria ser, também, enquanto verbo, normativo.  O Zé Alencar é como deveria ser o político e o humano. Como deveríamos ser todos nós, seres políticos e seres humanos. A verdadeira encarnação da ética, do bom profissionalismo, do equilíbrio, da serenidade, da perseverança, da humildade, da modéstia, da esperança e da fé”.

(Do Blog: Registro como seu entusiasta a minha homenagem a este grande brasileiro que foi Zé Alencar. Descanse em paz valente lutador, exemplo de cidadão e homem público).

Fernando Caldas

segunda-feira, 28 de março de 2011

A Noite em Natal, por Luís da Câmara Cascudo


Bric-à-Brac. A Imprensa, 11 de Maio de 1924
In A Cidade de Natal nas Crônicas Cascudianas dos anos 20, Raimundo Arrais
Despensa o commentario. Basta annunciar. Natal a noite. Estamos vendo uma cidade quieta como se aprendesse o movimento com as mumias pharaonicas. Sob a luz (quando ha) das lampadas amarellas arrastam, meia duzias de creaturas magras, uma "pose" melancolica de Byrons papa - gerimúns. 
Depois, um "film" no Royal ou Rio Branco ou poker somnolento do Natal club. 
Estive uns tempos inquerindo de como alguns amigos meus passavam as primeiras horas da noite. As respostas ficam todas catalogadas em trez classes. Indolencia. Ficam em casa e tentam ler. 
Sahem e não havendo (desde que morreu Parrudo) nada de novo entre nós, deixam-se ficar madorrando numa praça silenciosa. Instincto de elegancia. Natal club. Ahi está como vive a noite um rapaz nesta terra de vates e de enchentes. 
Não possuimos o instincto do "saloon', do ambiente, do ajuntamento. Em 1888 Paula Ney affirmava que os brasileiros só se reuniam em caso de briga. Deve ser verdade. Das quinze a vinte sociedades litterarias, dansantes, e operarias que existem por aqui duas abrem o que se convencionou chamar “os seus salões”.
O habito de palestra não é brasileiro. Nós descutimos. Somos discursophilos. Não sendo o nosso forte as leituras dos assumptos em controversia pomos a razão na força do berro. 
Adhemar Vidal registrou a primeira observação, Gilberto Freyre a segunda. Chamou-a Stentormania. É, talvez, esta a maior affastante das nossas conversas. lndole calma e extranhamente irritavel, perdemos o "aplornb" logo as contestações iniciaes. A formula do brasileiro julgar é simples e peremptorio. Sabio ou nullo. Nunca dispomos de um elogio para quem discordamos. 
O brasileiro só está de acordo quando ouve ou narra anedotas. 
É logico não estamos sempre no véso de cantar historias jocosas. D'ahi o afastamento. Quem sahe de casa leve obrigatoriamente uma novidade. Se não, não, como diria o velho fidalgo portuguez. 
Entre os natalenses as novidades raream. Substituiram-nas pelo “ouvi-dizer”, “estão decendo por ahi” e quejando. 
Aquelles, por higiene moral imunes de tal vicios ficam em casa ou jogam o desplicente poker no Natal-club. E penso que só!...

NatalPress - Minervino Wanderley

Cortezia ao velho amigo Gruvião...


cabritodoJoao_1
Arte cedida do blog de Aclecivan Soares

(Do Blog de Aluíziolacerda)

PRA RECORDAR - BALAS E GULOSEIMAS


Imagens do Museu do Ipiranga
(Do blog: Almanaque do Malú)

A sogra, sempre ela

O guarda manda o sujeito parar o carro.
- Seus documentos, por favor. O senhor estava a 130km/h e a velocidade máxima nesta estrada é 100.
- Não, seu guarda, eu estava a 100, com certeza.
A sogra dele sentada no banco de trás corrige:
- Ah, Chico, que é isso! Você estava a 130 ou mais!
O sujeito olha para a sogra com o rosto fervendo.
- E sua lanterna direita não está funcionando...
- Minha lanterna? Nem sabia disso. Deve ter pifado na estrada...
A sogra insiste:
- Ah, Chico, que mentira! Você vem falando há semanas que precisa consertar a lanterna!
O sujeito está fulo e faz sinal à sogra para ficar quieta.
- E o senhor está sem o cinto de segurança.
- Mas eu estava com ele. Eu só tirei para pegar os documentos!
A sogra não fica calada:
- Ah, Chico, deixa disso! Você nunca usa o cinto!

O sujeito não se contém e grita para a sogra:
- CALA ESSA BOCA!
O guarda se inclina e pergunta à senhora:
- Ele sempre grita assim com a senhora?
Ela responde:
- Não, seu guarda. Só quando está bêbado como agora.



ANIVERSARIANTE DO DIA



O blog felicita nesta data o municipio de Alto do Rodrigues, nosso co-irmão, bom vizinho na trato relacional, uma gente boa de tradições e costumes semelhantes, desenvolvida pela capacidade tenaz dos seus bravos filhos, cuja origem bem representa o nivel de progresso desde seu fundador Joaquim Rodrigues Ferreira, passando pela proeza administrativa do primeiro prefeito constitucional João Fernandes de Medeiros (João de Tereza), Francisco de Oliveira Melo (Chico Elizeu) Abelardo Rodrigues Filho (4 mandatos), Pureza Melo, Geraldo Magela ( 2 mandatos), Suzana Melo e atualmente no exercício do poder Eider Medeiros.
Enquanto nosso municipio ( Carnaubais), teve 8 figuras dominando administrativamente nossa gente, o aniversariante deu oportunidades a 7 filhos, concedendo o supremo privilégio de governar seus destinos, nesta trajetória de 48 anos de autonomia politica/administrativa...
Parabéns... Mil felicidades a todos os Altorodriguenses por tão significativa data!

Escrito por aluiziolacerda

sábado, 26 de março de 2011

Imagem do facebook de um amigo.

O pobre me deu uma esmola de Deus te favoreça.
"Deus te favoreça!" favoreça-me Deus com essa esmola do pobre.


João Lins Caldas

sexta-feira, 25 de março de 2011

DO FACEBOOK DE PEDRO SIMÕES

CARLOS PENA FILHO - Retrato Campestre - Uma obra plástica de um lirismo a um só tempo singelo e filosófico.

"Havia na planície um passarinho,
um pé de milho e uma mulher sentada.
E era só. Nenuhm deles tinha nada
...com o homem deitado no caminho.

O vento veio e pôs em desalinho
a cabeleira da mulher sentada
e despertou o homem lá na estrada
e fez canto nascer no passarinho.

O homem levantou-se e veio, olhando
a cabeleira da mulher voando
na calma da planície desolada.

Mas logo regressou ao seu caminho
deixando atrás um quieto passarinho,
um pé de milho e uma mulher sentada."
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"ASSU É ASSIM"

 Assú continua brotando à poesia...
Alento dos que a amam de verdade,
Romântica, ébrio na sua nostalgia,
Ao vê coruscante sol dessa cidade.


Wilson Soares

PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...