domingo, 8 de janeiro de 2012

SAUDADES DE CELSO DA SILVEIRA


ARTIGO DO BLOG MEDIOCRIDADE PLURAL, DE LAÉLIO FERREIRA), PUBLICADO EM 8 DE JUNHO DE 2011) 

***

"O último riso de Celso
(TRIBUNA DO NORTE) 






04/01/05 

Yuno Silva Repórter

“Sem choro nem vela, sem discursos nem flores”, assim escreveu Celso da Silveira em sua última carta. Dono de um humor contagiante, bom de papo e grande contador de causos, a tarefa de tentar resumir mais de meio século de dedicação à cultura em algumas linhas de jornal é uma tarefa, no mínimo, cruel e injusta.

Tristeza era uma palavra que não existia no dicionário do poeta, jornalista e inquieto agitador cultural que tão bem soube encantar populares e intelectuais com suas histórias desconcertantes e hilárias.

Esses foram os últimos e respeitados pedidos do ilustre assuense falecido às 11h05 do domingo, no Hospital do Coração, onde estava internado desde a semana passada (26/12) com problemas respiratórios que culminaram em uma parada cárdio-respiratória e conseqüente estado de coma.

Durante toda a manhã e tarde de ontem, amigos, parentes, leitores anônimos e fãs velaram o corpo do escritor Celso da Silveira, 75 anos — 52 dos quais dedicados a vida artística, principalmente literária — no centro de velório Morada da Paz, de onde seguiu para sepultamento no Cemitério Parque de Nova Descoberta, às 16h.

“Celso sempre participou ativamente da vida cultural do Rio Grande do Norte, tanto como jornalista quanto como poeta e escritor. Ele era, sobre tudo, uma pessoa extremamente alegre. Sua presença era garantia de descontração, risadas, piadas e anedotas... sem dúvida vai fazer muita falta”, disse Clotilde Tavares, atriz, escritora e responsável pela propagação da (triste, não!) fatídica notícia.

Considerado um dos grandes nomes da cultura potiguar e dos últimos polígrafos do RN, Celso da Silveira escreveu e carimbou seu nome na história recente do Estado: “sua ausência na Academia Norte-rio-grandense sempre foi sentida, mas ele nunca ligou para esse negócio de ser ‘imortal’. Sua versatilidade e habilidade para escrever trovas irônicas e poemas bem-humorados deixou uma lacuna que dificilmente será preenchida”, afirmou o jornalista Vicente Serejo. Ele lembra com alegria das cartas que recebia do poeta criticando alguma nota publicada, apontando informações equivocadas ou quando queria saber das fontes para pesquisar sobre assunto de seu interesse. “Celso conservou esse hábito até o fim e era muito bom receber suas correspondências. Desbravador e descobridor, foi o primeiro a falar sobre o poeta modernista João Lins Caldas, também de Assu, à quem dedicou o poema O Gênio Virá em seu primeiro livro: ‘Eu quero de ti, Caldas, apenas a herança // de tua inteligência que não morre’. Só 20 anos depois, nos anos 70, é que a Fundação José Augusto viria lançar uma antologia sobre Caldas”, lembrou Serejo.

A estréia foi aos 22 anos de idade

Autor de 37 títulos lançados, entre cordel, glosa, causos, poesia e folclore, Celso estreou em 1952 com o livro “26 poemas do menino grande”. Antes de sua incursão e mergulho na literatura, já havia atuado com êxito nos palcos, chegando a ganhar o prêmio de melhor ator no II Festival Nordestino de Teatro Amador: “Celso começou a se relacionar com a intelectualidade atuante logo que chegou em Natal, onde veio se envolver com jornalismo e teatro.

Engajou-se no teatro, trabalhou com Sandoval Wanderley, ganhou prêmio e bolsa para estudar teatro no Rio de Janeiro. Nessa época dirigiu o primeiro espetáculo ao ar livre, o auto natalino ‘O Caminho da Cruz’, mas acabou se desencantando com as artes cênicas”, contou o escritor Tarcísio Gurgel, seu colega nos tempos de teatro.

“Pouco depois enveredou de vez para o lado da literatura, pela poesia oral. Celso era dono de humor rasgado e pela presença de espírito”, acrescentou Tarcísio.

Glosa Glossarium” seria o próximo livro a lançar

Com Myriam Coeli, sua primeira esposa, dividiu a autoria do livro ‘Imagem Virtual’, em 1961, mais para vencer a timidez da poetisa e lançá-la no mercado do que qualquer outra coisa. A poetiza morreu em 1982 vitimada por um câncer.

No fim dos anos 80, decide abrir sua própria editora, a Boágua, cuja proposta era a de editar obras de escritores potiguares com custos baixos, pequenas tiragens e prezando pela qualidade literária. Foi assim que lançou, 1992, o póstumo “Da boca do lixo a construção servil”, de Myriam Coeli com ilustrações de Assis Marinho.

“Era uma figura, seguia os moldes dos tradicionais poetas assuenses. Celso sempre esteve presente nos últimos 50 anos da vida cultural da província. Grande glutão e contador de anedotas, contagiava todos com suas gargalhadas. Trabalhou em rádio, jornal e TV, era um artista multifacetado”, lembrou o jornalista Woden Madruga, seu parceiro de redação na TN.

Sua veia humorística parece ter realmente influenciado a todos pois, durante a conversa com Woden, o telefone falhou diversas vezes e ele, do outro lado da linha soltou: “só pode ser brincadeira do Celso lá de cima”, divertiu-se.

Outro parceiro de redação que lembra como Celso era impetuoso é o acadêmico Ticiano Duarte. “Fomos companheiros no Jornal de Natal, na Folha da Tarde, na República e na Tribuna. Inteligente, um dos melhores poetas do RN com conjunto de obra respeitável, Celso da Silveira era um grande contador de causos, boêmio e parceiro de vigílias. Amante do carnaval, gostava de sair vestido de pierrot e era membro da equipe que acompanhava o Rei Momo nos ‘assaltos’ carnavalescos”. Para a escritora Marize Castro, Celso é referência para o jornalismo, a poesia e o humor Norte-riograndense: “era um homem questionador e estava sempre disponível para o humor”.

Pai do escritor e poeta Eli Celso e casado com Lourdes da Silveira, 54, sua segunda esposa com quem viveu 22 anos, Celso foi o primeiro assessor de imprensa do Governo do Estado (cargo criado em 1961 pelo governador Aluízio Alves); e dirigiu veículos como a TRIBUNA, a Rádio Cabugi e a TV Universitária. Sua obra mais conhecida é o livro “Glosa Glosarum”, coletânea de glosas de diversos autores norte-rio-grandenses que será reeditada pelo Sebo Vermelho.

“Estava nos planos de fecharmos 2004 com esse livro mas veio a doença e ficamos no aguardo. Agora a 4º edição será lançada no fim de janeiro com apenas 300 exemplares. ‘Glosa Glosarum’ é considerado um best-seller da poesia potiguar. Era dos últimos intelectuais do quilate de Deífilo Gurgel, Ney Leandro de Castro, Dorian Gray e Sanderson Negreiros”, disse Abimael Silva. Como bom filho da terra, ele dizia que ‘toma café, almoça e janta Assu”.

SABER PEDIR




"Nós somos mendigos de DEUS.
Os que têm dinheiro, pedem paz. Os que têm paz, pedem amor. Os doentes reclamam saúde. Os oprimidos exigem justiça. Os errantes querem pouso. Os caluniados suplicam verdade. Os intranquilos mendigam a fé. Os orgulhosos esmolam humildade. Os humildes vêm a DEUS e aí se tornam pequenos grãos de milho.
Não há quem fique sem pedir. Mas, não há quem, pedindo, fique sem receber.
É a infinita Bondade de DEUS à qual nós temos que agradecer."

(Livro Comece o dia feliz)
Livro de reflexão de J.S. Nobre

sábado, 7 de janeiro de 2012


‎"A Mulher foi feita da costela do homem,
não dos pés para ser pisada,
nem da cabeça para ser superior,
mas sim do lado para ser igual,
debaixo do braço para ser protegida
e do lado do coração para ser amada."

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

DE GUIMARÃES ROSA

‎"O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem..."

FRANCISCO AMORIM


Por Ezequiel Fonseca Filho
(Do livro Poetas e Boêmios do Açu, 1984)

Enquanto o impaludismo chegava a Várzea do Açu, trazido da África pelo Gâmbia, o mais terrível vetor dessa doença, Francisco Amorim escrevia um livro de versos intitulado "Seriema". Nessa época resolvi transferir minha família para Natal, deixando-me ficar como médico no foco da doença sobre a ação de atebrina.

Enquanto a copeira arranjava a mesa para o almoço, Francisco Amorim lia, para mim, alguns sonetos do seu livro. Vejamos este:

Vagando pelas ruas da cidade
A seriema cisma. , assim parece
Esquecer um vislumbre de saudade
Que cada dia no seu peito cresce.

A sua alma, talvez, creio, padece
a humana gente a pérfida maldade.
E, indiferente, cada vez mais tece
A mágoa que traz felicidade.

Alheia ao mundo filosofa a esmo.
Pára, absorta, na atitude mesmo
De quem até de si fica esquecida.

Horas a fio vendo-a meditando,
Eu também igual à Seriema eu sou na vida.

Levantando os óculos até a testa, pergunta-me: você acha que Seriema é uma ave cismarenta?  continua:

 A Seriema triste, recolhida
Aos recantos felizes da cidade,
Vive agora, de todos escondida,
Na sua ingênua infelicidade.

E quer assim viver, creio, esquecida
Dessa enganosa e vil humanidade,
Dentro do seu sonho, embevecida,
Gozar um pouco de tranquilidade.

No seu isolamento, cisma, pensa...
A visão do passado, viva, intensa,
Lhe traz o coração em desatino.

Pobre pernalta, à mágoa assim tamanha,
É igual, talvez, à mágoa que acompanha
As asperezas deste meu destino.

Chisquito, como o chamamos na intimidade, escreveu outro livro de versos a que deu o nome de "Teu Livro". Vamos ler outro soneto seu:

TEU LIVRO

Nem mesmo um só instante, flor que estimo,
Deixei de ver-te no meu pensamento.
O teu olhar, teu gesto, o teu arrimo,
Não fugiam de mim, um só momento.

Um detalhe sequer, que vale um mimo,
Se harmonizava com meu sentimento,
E se versos fazer ainda me animo,
É que tu és o meu deslumbramento.

Este livro, mulher, escrevi quando
Exilado de ti, olhar chorando,
Busquei no verso suportar a dor.

É teu. Não me pertence. Foi escrito,
Com o pranto que verti, quando proscrito,
Chorava a perda do primeiro amor.

Vamos ler mais um soneto

SÚPLICA

Vai alta noite já. Entro em meu quarto
À procura de um bem que não existe.
Passo as horas cismando, cheio, farto,
Desta saudade que em meu ser persiste.

Tenho opressão como se fosse enfarto,
Se processando na minha alma triste.
E se ânsias cruéis, sozinho parto,
Volto a te desejar. Ninguém resiste.

É a falta de ti que me aborrece.
E a insipidez da ausência me parece,
O longo isolamento do degredo.

Vem, já não suporto este martírio,
Aos meus olhos eu vejo a luz do círio,
Fica perto de mim. Não tenhas medo.

Chisquito não é só poeta. Tem livro também em prosa. "EU CONHECI SESYON" é um dos seus livros já em quarta edição. Além deste, tem outros: A "História da Imprensa do Açu"; A "História do Teatro", "Açu de Minha Meninice", e muitos outros. Chisquito é um dos mais salientes escritores de sua terra.

Em uma das eleições municipais para prefeito, Chisquito obteve maioria de votos. Eleito, exerceu a função de Prefeito, deixando um raio de luminosidade na sua Administração Municipal.

Postado por Fernando Caldas





quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A PRECE















Senhor, Tu  me mostrastes todas as estrelas e me acenaste para mim todos os brilhos do Teu mundo celeste.
A teoria dos astros em revoada
Arcanjos de longas asas como brilhantes acesos numa noite de eternidade.


(...)

João Lins Caldas, poeta potiguar assuense

A CARNAUBEIRA É NOSSA

                                                                      Ilistração do blog.


Por Vicente Serejo
(Artigo publicado em 22.11.05, Jornal Hoje)

Tem razão o poeta Diógenes da unha Lima no seu desassossego diante da investida dos cearenses dispostos a adotar a carnaubeira como símbolo, quando é quase centenária sua presença no nosso Brasão de Armas. E  é bom saber que a sua permanência nos é garantida por decreto de julho de 1909, portanto, há quase cem anos, quando Alberto Maranhão governava o Rio Grande do Norte, e tinha como vice0governador o ilustre poeta Henrique Castriciano, apenas vinte e um anos depois da então novíssima República nesta terra de Poti

É esta e discrição: O Brasão de Armas do Estado do Rio Grande do Norte é um escudo de campo aberto, dividido  dois terços de altura, tendo no plano inferior o mar, onde navega uma jangada de pescadores, que representa a indústria do sal e da pesca. No terço superior, em campo de prata, duas flores aos lados e dois capulhos de algodoeiro. Ladeiam o escudo, em toda a sua altura, um coqueiro à direita e uma carnaubeira à esquerda, tendo os troncos ligados por duas canas de açúcar presas com o laço com as cores naturais.

Acrescenta, ainda, o decreto: "Tanto os móveis do escudo, como os emblemas, em cores naturais, representam a flora principal do Estado. Cobre o escudo uma estrela branca, simbolizando o Rio Grande do Norte na União Brasileira".  finaliza com uma informação preciosa, fechando o decreto de apenas dois artigos: "O desenho original deste brasão de armas, executado pelo sr. Corbiniano Villaça, será arquivado na Secretaria do Governo e dele se tirará uma cópia autêntica para o arquivo do Instituto Histórico e Geográfico do Estado".

Tem razão, portanto, o poeta Diógenes da Cunha Lima, presidente da Academia  Norte-Rio-Grandense de Letras, quando defende a carnaubeira eleita há quase cem anos como um dos nossos símbolos. , como se não bastasse, a carnaubeira foi tema de um ensaio de quase sessenta páginas do maior Historiados do estado, Câmara CaScudo, pouco conhecido, mas publicado no número 2, ano, 26, edição de abril/junho de 1964 da Revista Brasileira de Geografia, só relançada em 1991 pela Coleção Mossoroense  numa edição fac-similada.

Neste ensaio, Cascudo considera improvável que Humboldt tenha pelo menos visto uma carnaubeira para descrevê-la como a Árvore da Vida. A carnaubeira foi descrita pela primeira vez por Jorge Marcgrav, informa Cascudo. O que Humboldt deve ter visto foi a palmeira carandá, muito semelhante, até na riqueza da cera natural, e não a nossa carnaubeira.  por isso desautoriza a afirmação antiga. Humboldt nunca viu a carnaubeira e sim a palmeira carandá, descrita por Klare S. Markley, um estudioso paraguaio, apesar do nome.

Interessante é o detalhe que Cascudo registra ao estudar o Brasão Holandês do Rio Grande do Norte. Para ele, não se justifica, como símbolo de presença abundante, a ema que passeia no campo do brasão: A não ser como homenagem ao chefe Janduí.  explica: é palavra de origem tupi, corruptela de Nhandu-I e quer dizer ema-pequena. É dedução lógica que Cascudo vai lastrear com o lema 'Velociter', "corredor, o que corre muito".  afirma, definitivo, fechando a discussão: "Janduí é a ema do brasão holandês do Rio Grande do Norte".

Postado por Fernando Caldas

domingo, 1 de janeiro de 2012

RETROSPECTIVA


FANFA SEMPRE FANFA


Por Aluizio Lacerda, BlogdeAluízioLacerda

Não poderia ser diferente ter no sangue tão profunda vertente, sua genealogia transcende vultos memoráveis da mais pura linhagem do saber, cultura poética das mais aguçadas da ribeirnha fertilizadora do ubérrimo vale do Açu, tradições que se evidenciam no presente, através do belissimo trabalho, feito abnegadamente por Fernando Caldas (Fanfa), cotidianamente um apaixonado dos causos e causas dos costumes regionalistas.

Fanfa tem sido um perfeito tradutor das grandes sabedorias que a eternidade consumiu com o passar do tempo, mas todos continuam revigorados no presente, graças ao timoneiro contemporâneo, usando o máximo da sua inteligência para fazer fluir as memórias das gerações passadas, no universo intelectual das gerações do presente.

Fanfa é na verdade um canal aberto, uma via direta para os caminhos do futuro dos que desejam cultuar momentos de prazeirosas leitura, amantes da arte e seguidores dos talentosos vates antepassados.

Faço uma santa devoção, diuturnamente dou uma acessada no blog do companheiro Fanfa, cada dia, cada noite, sinto o feliz prazer de rever fatos e fotos, informações e relatos de um tempo que se foi, que se não tiver outros Fanfas, preocupados com a sua propagação, certamente deixarão de aparecer, nunca de existir.

Parabéns, amigo Fanfa, continue sua prodigiosa labuta, resgate historicamente o legado deixado pelos grandes menestréis do nosso amado rincão.

"Fanfa sempre Fanfa" esse é o Fernando Caldas que bem conheço, guardião das estrofes bem produzidas, sempre alerta as rimas, repentes, toadas ou loas da exuberante poesia, cantada em vento e prosa nas alpendradas rústicas, choupana do pobre ou sobrado do rico, ilustradas pelo farfalhar das abundantes carnaubeiras do nosso torrão.

Escrito por aluiziolacerda às 17h03






RTROSPECTIVA


FANFA SEMPRE FANFA


Por Aluizio Lacerda, BlogdeAluízioLacerda

Não poderia ser diferente ter no sangue tão profunda vertente, sua genealogia transcende vultos memoráveis da mais pura linhagem do saber, cultura poética das mais aguçadas da ribeirnha fertilizadora do ubérrimo vale do Açu, tradições que se evidenciam no presente, através do belissimo trabalho, feito abnegadamente por Fernando Caldas (Fanfa), cotidianamente um apaixonado dos causos e causas dos costumes regionalistas.

Fanfa tem sido um perfeito tradutor das grandes sabedorias que a eternidade consumiu com o passar do tempo, mas todos continuam revigorados no presente, graças ao timoneiro contemporâneo, usando o máximo da sua inteligência para fazer fluir as memórias das gerações passadas, no universo intelectual das gerações do presente.

Fanfa é na verdade um canal aberto, uma via direta para os caminhos do futuro dos que desejam cultuar momentos de prazeirosas leitura, amantes da arte e seguidores dos talentosos vates antepassados.

Faço uma santa devoção, diuturnamente dou uma acessada no blog do companheiro Fanfa, cada dia, cada noite, sinto o feliz prazer de rever fatos e fotos, informações e relatos de um tempo que se foi, que se não tiver outros Fanfas, preocupados com a sua propagação, certamente deixarão de aparecer, nunca de existir.

Parabéns, amigo Fanfa, continue sua prodigiosa labuta, resgate historicamente o legado deixado pelos grandes menestréis do nosso amado rincão.

"Fanfa sempre Fanfa" esse é o Fernando Caldas que bem conheço, guardião das estrofes bem produzidas, sempre alerta as rimas, repentes, toadas ou loas da exuberante poesia, cantada em vento e prosa nas alpendradas rústicas, choupana do pobre ou sobrado do rico, ilustradas pelo farfalhar das abundantes carnaubeiras do nosso torrão.

Escrito por aluiziolacerda às 17h03








segunda-feira, 1 de novembro de 2010

CRÔNICA DE JOÃO CELSO NETO

(Título do blog)


Projetos para 2012

Há o renovado desafio do papel em branco (da tela em branco, melhor dizendo) sabendo que não se tem muito de novo, genial ou extraordinário para dizer nesta época de final de ano.
Renovar os votos de sempre é o que cumpre fazer. Desejar que o balanço de 2011 haja sido positivo e que 2012 seja ainda melhor, trazendo muitas alegrias, momentos inesquecíveis, inúmeras razões para celebrar.
De minha parte, não tenho do que me queixar, sobretudo porque este finalzinho de dezembro trouxe instantes de satisfação e a realização de alguns projetos que estavam empacados. Estou entrando o Ano Novo com os dois pés direitos.
A saúde está indo, com os achaques da velhice sob controle, o 67 não deve pesar mais do que pesou o 66. Se bem que submetido à medicação continuada, que diabetes e colasterol não dão folga. Parou, sobem as taxas.
Aprendi, às custas de um infarto, que devo me preocupar apenas com as coisas que estejam a meu alcance resolver. O Brasil e seus males não é problema para cuja solução eu possa ajudar (nem minha ajuda seria aceita ou requisitada).  O Judiciário é outra questão que foge da minha alçada (ah como muita gente não estaria onde está ou esteve nem certas decisões teriam sido tomadas, se dependesse de mim). O Legislativo, por fim, a meu sentir, não tem mais remédio.
Se penso assim em relação ao Brasil, que dirá do resto do mundo. Cada qual com seus dramas e a responsabilidade de encontrar suas soluções. Sobra pra mim visitar o que quero conhecer antes, que acabe. Tomara que a Grécia se conserte a tempo. Sinto saudades da Europa, que não é revisitada por mim desde 2001. Talvez eu vá assistir a uma apresentação de Andre Rieu (lá, pela metade do preço, ou menos até, que estão cobrando para as de São Paulo. Aqui, custará 600 reais uma cadeira parterre que na França sairá por € 80,00).
Vida que segue, sempre confiando que o Pai vai nos propiciar, a tempo e a hora, tudo aquilo que fizemos por merecer e desafios proporcionais às nossas humanas forças.
E, nos da terra, que meus parceiros escrevam suas memórias para reuni-las e contar nossas experiências embratelinas,  legado a mais do que já fizemos enquanto fomos empregados. Eu estou fazendo a minha parte, embora num rascunho já revisado quase que diariamente. Espero ter fechado em mais uns 6 meses.
Escrito por J.Celso

Nota do blog: João Celso é poeta assuense, funcionário aposentado da Embratel, advogado em Brasília, neto de João Celso Filho, sobrinho do poeta Celso da Silveira, de Maria Olímpia Neves de Oliveira (minha querida Maroquinhas). Afinal, João Celso é gente do Assu inteligente.

Fernando Caldas

A minha mulher Eliane, com quem sou casado há 25 anos.

Creio na beleza do teu porte,
Na doce floração do teu receio.
Creio, feliz, no teu melhor anseio
E creio-me feliz por ver-te forte.
Creio em teus olhos divisar meu norte
Nos teus olhares julgo ver mais forte.
Creio na fé de ter nos teus afetos
Nos teus sorrisos doces, prediletos,
Na luz que vem seus divisar escolhos...
Na pureza infantil dos teus desvelos
Creio na prece muda dos teus olhos.

Caldas

DE MADRE TERESA DE CALCUTÁ


Enquanto estiver vivo, sinta-se vivo.
Se sentir saudades do que fazia, volte a fazê-lo.
Não viva de fotografias amareladas...
Continue, quando todos esperam que desistas.
Não deixe que enferruje o ferro que existe em você.
Faça com que em vez de pena, tenham respeito por você.
Quando não conseguir correr através dos anos, trote.
Quando não conseguir trotar, caminhe.
Quando não conseguir caminhar, use uma bengala.
Mas nunca se detenha.





'Se conseguir ver o que eu vi, compartilhe." 

sábado, 31 de dezembro de 2011

MENSAGEM DE ANO NO DE IVAN JUNIOR



(Do blog de Nelson Dantas)

POESIA NORDESTINA


"Oliveira de Panelas, poeta e repentista pernambucano, certa vez se deparou com um desafio no mínimo inusitado: Após consertar seu carro na oficina de um amigo e perguntar quanto havia custado o conserto, ouviu do dono da Oficina que o concerto ficaria de graça caso ele fizesse um verso, falando sobre o seu "órgão sexual". Surpreso e ao mesmo tempo indignado, Oliveira resolveu brincar com o seu amigo dono da oficina e descreveu assim, o" dito cujo":
  "Essa rôla antigamente
  Vivia caçando briga
  Furando pé de barriga
  Doidinha pra fazer gente
  Mas hoje tá diferente
  Dormindo um eterno sono
  Não quer mais saber de fazer
  Com a cabeça encostada
  Na porta do cú do dono
  Já fiz muita estripulia
  Firme que só bambu 
  Mas parecia um tatu
  Fuçava depois cuspia
  Reinava na putaria
  O priquito era seu trono
  Trepava sem sentir sono
  e sem precisar de escada
  Mas hoje vive enfadada
  Na porta do cú do dono
  Nunca mais desvirginou
  Uma mata vaginosa
  Há muito tempo não goza
  A noite de gala passou
  Vive cheia de pudor
  Sonolenta e sem abono
  Faz da ceroula um quimono
  E da cueca uma estufa
  Vive hoje a cheirar bufa
  Na porta do cú do dono."
  
  




 













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POESIA NORDESTINA




Oliveira de Panelas, poeta e repentista Pernambucano, certa vez se deparou com um desafio no mínimo inusitado:
Após consertar seu carro na oficina de um amigo e perguntar quanto havia custado o conserto, ouviu do Dono da Oficina, que o conserto ficaria de graça, caso ele fizesse um verso, falando sobre o seu "órgão sexual".
Surpreso e ao mesmo tempo indignado, Oliveira resolveu brincar com o seu amigo dono da oficina e descreveu assim o "dito cujo": 

Essa rôla antigamente 

Vivia caçando briga
Furando pé de barriga
Doidinha pra fazer gente
Mas hoje tá diferente
No mais profundo abandono
Dormindo um eterno sono
Não quer mais saber de nada
Com a cabeça encostada
Na porta do cú do dono

Já fez muita estripulia
Firme que só bambu
Mais parecia um tatu
Fuçava depois cuspia
Reinava na putaria
O priquito era seu trono
Trepava sem sentir sono
E sem precisar de escada
Mas hoje vive enfadada
Na porta do cú do dono

Nunca mais desvirginou
Uma mata vaginosa
Há muito tempo não goza
A noite de gala passou
Vive cheia de pudor
Sonolenta e sem abono
Faz da ceroula um quimono
E da cueca uma estufa
Vive hoje à cheirar bufa
Na porta do cú do dono




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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

SOBRE UM GRANDE POETA POTIGUAR

Meu caro leitor. Sei que o momento (virada do ano) é de alegria, de sonhos sonhados juntos para que venham melhores dias! Porém não só de alegria vive a humanidade. Diz o poeta de minha terra (Assu, Rio Grande do Norte) chamado João Lins Caldas 'que o bem que foi sempre bem não tem poesia'.

A vida é recheada de paz, alegria, esperança, conflito, desavença, tristeza, amargura, amores realizados, bem sucedidos, mas também de amores desfeitos, fracassados, não correspondidos.

O referenciado bardo desde sua juventude (ele nasceu em 1888 e morreu em 1967) amou ardorosamente, apesar de ter vivido uma vida solitária. Morreu aos 77 anos de idade apaixonado como sempre viveu. Pois bem, por não ter sido correspondido nos seus amores que foram muitos, escreveu na sua decepção amorosa, o belo poema modernista que diz com decepção, amargura, ternura e paixão:

Fiz-lhe ver aquilo que representava para a minha vida.
O que representava para o meu destino
Era a minha vida.
Era o meu destino.
Aos seus olhos porém nada que aquilo lhe representou.

E queimou a minha alma.
E queimou o meu destino.

O poeta referenciado acima (que o Brasil esqueceu) se não foi pioneiro, foi um dos primeiros poetas brasileiros a cantar (anonimamente) em versos brancos, emancipados de métricas, em 1917, muito antes da Semana de Arte Moderna, de 1922. Ele conviveu no Rio de Janeiro (1912-33), intimamente com grandes nomes da poesia nacional como Monteiro Lobato e Olavo Bilac, dentre outros. Não era a toa que ele, Caldas, sonhava em ganhar um Prêmio Nobel de Literatura.






PELO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA Se Guilherme de Almeida escreveu 'Raça', em 1925, uma obra literária “que tem como tema a gênese da na...